De Repente É Amor escrita por Thais


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Não sei o que falar sobre esse capítulo... Só não me matem.

Vejo vocês nos reviews. Boa leitura!



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Adeus

Senti seus braços e uma de suas pernas em volta do meu corpo. Agora eu me via em uma árdua e complicada missão de sair debaixo de Cato. Como ele é um troglodita em vida, não conseguira fazer isso sem acordá-lo.

Afastei a perna de Cato sem nenhum problema. Alevantei seus dois braços e os coloquei ao lado de seu corpo. Cato Waters era um anjo dormindo. Unicamente e especialmente dormindo, porque na realidade...

Entrei na casa e me assustei com o tamanho. É gigante e perfeitamente delicada. Andei pelo enorme corredor, até encontrar uma ultima porta, que graças ao meu bom Deus era o banheiro. Fucei em todas as gavetas, achando camisinhas, remédios para todas as dores possíveis, menos para dor de cabeça. Mas depois de tanta luta, lá estava ele, no final da gaveta. O preciso analgésico. Fui até a cozinha e o tomei com um copo de suco.

Aproveite e reparei um pouco no lugar. Não era a toa que eu e Katniss também tínhamos uma louca obsessão por essa casa. Quando pequenas, mentimos para a escola toda que nossos pais juntos, haviam comprado a casa. Um mês depois descobriram nossa farsa e nós brigamos com todas as meninas da classe. Katniss e eu também tínhamos o sonho de se casar aqui mesmo, na The Lovely beach e dar uma festa nessa casa. Poderia ser apenas mais um sonho estúpido de crianças que esperavam por um futuro com seu tão espetacular príncipe encantado, porém nós nunca o esquecemos e nunca deixamos de sonhar.

Peguei na mão uma porta-retrato que estava em uma das estantes. Cato estava sorrindo abraçado com seus pais.

É chocante o modo como ele lida com a perda da mãe. Já fazia alguns messes após sua morte. Eu não via rastro do pai de Cato e me perguntava aonde ele havia se enfiado. Os primeiros dias foram torturantes para Cato, era obvio. Parece que eu ainda conseguia o ouvir chorando naquela tarde que veio me dar aula. Minha mãe morreu Clove, disse ele. Senti-me horrível naquele momento, porque infernos ele estava ali comigo? Ela não precisava. Precisava sim. Eu prometi para você, não é mesmo? Suas palavras agitam minha mente.

Ele lidava de uma forma louca. Não se deixava se levar pela tristeza. Talvez esse fosse só mais um dos motivos por eu amá-lo tanto.

Cato sempre nutriu um sentimento por mim, e eu, como minha inteligência máster para sentimos, nunca havia percebido. Até porque eu sentia algo por ele. Eu não ficava nervosinha e corada como uma pimenta à toa. Era por um simples motivo: ele me afetava. E como afeta ainda.

O observei dormir novamente na tentativa de minha dormir de cabeça evaporar, mas ela é teimosa o suficiente para querer sair de mim.

Ajuntei minhas roupas e as vesti. Não tinha a mínima vergonha de ficar nua em frente de Cato, mas andar por ai sem roupa convenha, não é uma boa ideia.

O desgraçado continuava dormindo tranquilamente, com sua falsa aparecia angelical. Chutei a perna de Cato e nada. Cutuquei seu braço e imbecil continuava dormindo.

– Você está apelando – murmurei, entre dentes.

Alevantei o lençol e logo me deparei com a bundinha branca de Cato. Okay, ele acordaria por bem ou mal. Finquei minhas unhas em sua bunda e só as retirei quando ouvi seu grito de desespero.

– Porra Clove! Minha bunda, droga! – gritou Cato.

Comecei a rir de sua expressão irritada e desacreditada. Cato está ficando vermelho de raiva e pelo seu jeito, estava formulando uma ideia maligna para acabar com minha felicidade alheia. Senti meu corpo inteiro vibrar em um espasmo e uma pancada surgir outra vez em minha cabeça. Tentei me segurar em uma das mesinhas, mas foi em vão, eu já estava caída no chão.

– Clove! Clove meu amor, você está bem? – Cato sacudiu meus ombros me fazendo encarar seu rosto.

– Sim... É só uma pequena dor de cabeça.

– Pequena? Você quase desmaiou!

– Me leva pra casa?

– Okay, vêm cá.

O caminho foi um grande borrão por minha parte. Cato teve que me levar de novo nas costas já que minha capacidade de andar havia se reduzido a zero. Parecia que a cada passo ou movimento meu minha cabeça explodiria. A cada minuto ele murmurava que tudo iria ficar e tudo que eu precisava era de um banho gelado.

Cato me deixou no portão de casa com um beijo casto. Segui seu conselho e logo me enfiei debaixo da água mais gelada do chuveiro.

A dor insistia em se impregnar na minha cabeça. Nem todos os chás e analgésicos foram o suficiente e minha vontade de se jogar do segundo andar era a solução para me esvaziar da dor. Fechei as cortinas do meu quarto e deixei as janelas abertas. A brisa do fim de tarde batia contra meu rosto, fazendo a dor dar uma leve amenizada. Puxei meu edredom, cobrindo meu corpo.

Nos minutos seguintes, a dor já estava ao ponto de se despedir de mim, foi ai que acabei por ouvir aquela vozinha que me incomodaria pelo resto do dia. Eu definitivamente iria matar Katniss Everdeen.

– Clovs? Ai meu Deus, o que está acontecendo com minha amiga? – minha cabeça latejava a cada palavra.

– Katniss, se você fizer o favor de calar a boca eu agradeço. Não vê que estou morrendo de dor?

– Eu sei, seu príncipe encantado fez questão de me deixar informada... Já mencionei o quanto quero arrancar as bolas de Cato? Ela está tirando você de mim!

– Não arranque as suas bolas, são úteis. As coisas, digamos, mudaram ente a gente, sabe? Está complicado, porém muito louco.

– Eu sei Clove, mas não acho que seja uma boa vocês saírem por ai. Comentários sujos sempre aparecem e as noticias correm rapidamente aqui – disse Katniss se deitando ao meu lado e brincando com meu cabelo – Já te contei sobre Peeta? Você não vai acreditar...

[...]

Passarem algumas horas com Katniss massageando minha testa na estúpida tentativa de amenizar a dor. Enquanto me ajudava, não parava um minuto sequer de falar como Peeta era romântico e extrovertido. Contou todos os detalhes, incluindo aqueles desnecessários que prefiro não comentar.

Era engraçado como Katniss e eu fomos afetadas pela mesma onda de amor. Passou-se em minha cabeça se mais pessoas haviam sido atingidas pelo mesmo sentimento que nós aqui em L.A.

Katniss também contou que mesmo estando puta da vida com Cato, ela estava contente por nós dois e prometeu-me que não arrancaria fora o precioso brinquedo de Cato, até porque Peeta não gostaria nem um pouco da atitude da morena.

Agora, nós duas estávamos escolhendo um vestido para eu usar. Antes de chegar aqui, Katniss e Cato se cruzaram e combinaram um jantar surpresa.

– Não entendo o porquê disso. Há minutos atrás você estava ofendendo-o e agora vamos sair juntos?

– Sim. É que Peeta vai me pedir em namoro ainda hoje, e eu não podia deixar de convidar você.

– Como você sabe? – a encarei e Katniss me respondeu com uma sobrancelha arqueada. – Você não o espionou, por favor...

– Um amigo dele me contou. Na verdade eu o ameacei, então ele teve que me contar ou o mataria ali mesmo.

– Então é por isso que estou usando esses saltos e esse vestido que faz com que meus peitos saltem e digam olá, olhem para mim?

– Eu te amo Clovinha, você sabia? – Katniss me abraçou por trás e deu um beijo estalado na bochecha.

– Eu sei. Eu também amo você, Catnip.

A campainha tocou e Katniss corou subitamente. Ela ajeitou os cabelos morenos e retocou seu batom antes de descer as escadas. Olhei-me no espelho. Não estava nada mal, e mesmo com a dor infernal, minha cara não estava tão ruim assim.

Esperei os minutinhos combinados até descer a escada. E lá estava ele, como na noite do baile, mas dessa vez não sozinho. Cato me lançou seu sorriso cafajeste e eu retribuo, descendo meu primeiro degrau.

Minhas pernas começam a falhar e minha visão fica turva, tudo que vejo são borrões. Sinto minha cabeça dar voltas e uma sensação desconhecida invade meu estômago. Sem mais forças, sinto meu corpo se chocar com a madeira da escada enquanto caio os degraus abaixo.

Tudo que aconteceu a seguir foi muito rápido. Alguém estava segurando minha mão enquanto implorava para eu ficar. Uma garota estava gritando ao telefone, histérica, enquanto era aparada por um garoto. Senti algo quente escorrer pela minha boca. Aos poucos o aperto foi diminuindo em minha mão e eu já não sentia mais nada.


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