Todas Contra Cato escrita por Anik Pinheiro


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Não me matem pessoal! Eu sei que eu demorei, mas eu tenho uma explicação. Além da minha internet ficar caindo toda hora, eu comecei a ler um livro e sou daqueles leitores que quando começa um livro fica viciada e, tipo, não para enquanto não termina. Mas eu consegui desgrudar do livro e escrever esse capítulo pra vocês. :D
Espero que gostem.



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“Cortou o cabelo, Clove?” Foi o que minha mãe disse quando me viu.

“Você notou alguma coisa de diferente em mim, pai?” Foi o que eu perguntei para o meu pai quando eu havia desistido da possibilidade de ele notar alguma coisa.

“Hum... Cresceu alguns centímetros?” Foi o que ele respondeu.

“Uau!” Foi o que Peeta disse quando me encontrou na frente do colégio. “O que aconteceu com você?”

Isso só aconteceu porque eu me juntei com três garotas piradas e traídas que agora querem se vingar do namorado galinha e pra isso precisam de mim. Só que elas tiveram a cara-de-pau de dizerem que eu estava horrível, e fizeram isso comigo. Nada de mais.

“É uma longa história.” Foi o que eu respondi. “Temos que entrar, não?”

Ele estava tipo, de boca aberta. Meio sem rumo, sem direção.

“Ah... É... Ahãm... Isso.” Ele tentou dizer.

“Peeta.” Eu estalei meus dedos. “O-i, Panem chamando Peeta.”

“Vamos, vamos.”

Entramos no colégio. E a primeira coisa que eu quis fazer foi rir. Mas eu não fiz. Como disse Glimmer, eu não posso dar uma de comediante.

As reações foram diversas e hilárias. Anthony Harris, um nerd que fazia dupla comigo em biologia, enquanto me olhava tropeçou no pé de Andrew Turner – que também me olhava – e por pouco não mergulhou na lata de lixo a sua frente.

Natalie e Naomi, as gêmeas líderes de torcida – amigas de Glimmer - mais insuportáveis de Panem viraram uma espécie de camaleões: primeiro ela me olharam com espanto, depois pareciam surpresas, aí me olharam de cima a baixo com inveja e só então –como era de se esperar – franziram o nariz e com as caras mais entojadas do mundo viraram as costas.

Charlie Evan, um jogador de basquete metido, ao me ver errou a mira e jogou a bola na cabeça de Kristen Maibe. E eu admito: adorei isso! Não estou sendo má, ela roubou minha ideia para o trabalho da Feira de Ciências na quarta série! Eu tenho uma memória boa.

E eu sei o que todo mundo quer saber, mas eu não o vi. Não que eu queira. Mas acho que Cato não havia chegado.

Peeta ficou um pouco estranho e se afastou dizendo que ia ao banheiro.

Meu celular começou a tocar. Era Glimmer.

“Oi.” Eu disse.

“Ele está no corredor sete. Você sabe onde fica, não sabe?” Ela perguntou.

“É claro que eu sei, mas pra quê?”

“Você vai até lá.” Ela disse como sendo o óbvio.

“Tudo bem, mas não era pra eu ignorá-lo?” perguntei.

“Clove, pra ele se sentir ignorado por você, ele tem que pelo menos saber que você existe.”

“E o que é pra eu fazer?”

“Você vai pedir o número de telefone do garoto que está ao lado dele, entendeu?”

“O quê?!” Eu gritei fazendo alguns alunos próximos a mim olharem com cara feia. “Pra que eu vou querer o número de telefone de alguém?” Dessa vez falei mais baixo.

“Inventa alguma coisa. Sei lá, diz que pra uma amiga. Agora vai logo!”

Eu desliguei. E parei pra pensar: Glimmer estava ficando maluca.

Quando cheguei ao meu destino o vi. E minhas pernas tremeram.

Que isso Clove, para de ser molenga, ele é um idiota, lembra? Você que disse. Uma parte de mim dizia isso.

A outra dizia:

Você é uma molenga mesmo, uma pamonha. Dê meia volta agora. Do jeito que é, vai acabar vomitando nos dois.

Calma. Respirar, 1, 2,3, expirar...

“... e James disse que não.” O garoto disse a Cato.

“Oi.” Os interrompi fazendo a melhor cara de inocente que podia. “Você é o...?” Ignorando totalmente Cato, fiz uma careta agradável de quem como tenta lembrar-se o nome de uma pessoa que você não tem a mínima ideia quem seja.

“Daniel” Ele sorriu galanteador. Cato não gostou muito.

“Ah, então é você mesmo.” Dei um sorriso doce. “Uma amiga minha está a fim de você e quer o seu número de telefone. Mas ela é pouco tímida e você sabe...”

Que imaginação.

“Por acaso ela é tão bonita quanto você?” Daniel perguntou.

Ai meu Deus! Isso foi uma cantada?

Eu sorri ainda mais.

“Ah, claro.” Imaginei uma top-model famosa. E que não era minha amiga. “O telefone?”

Ele foi dizendo número enquanto eu agendava no meu celular.

“Obrigada.” Sorri mais ainda, se é que eu podia.

Dei um olhar rápido e bem ignorante a Cato e dei as costas a ele.

Meu celular tocou. Glimmer de novo.

“Ótimo trabalho!” Ela gargalhava. “E o olhar a Cato no final? A-do-rei!”

Eu olhei para os lados procurando por ela.

“Ah, Clove, você não vai me encontrar. Mas eu estou sempre de olho em você. B-y-e!”

Ela desligou. Agora eu tenho certeza que Glimmer além de maluca é bem diabólica quando quer.

Sentei-me no meu lugar quando entrei na sala e esperei o resto da turma chegar.

“Olá a todos. Quero que vocês abram a apostila na página 91...” E daí pra frente não escutei absolutamente mais nada.

Vou ser sincera. Aquilo estava um tremendo tédio. Olhei no relógio e faltavam alguns minutos para acabar o tormento.

“Com licença, Sra. Brown?”

“Claro, Clove.” Como é que é? Eu nem pedi nada ainda. “Pode responder.”

Ela tinha feito uma pergunta? Palmas para Clove.

Eu escorreguei um pouco da cadeira.

“Desculpa, eu... ia... pedir pra ir ao... banheiro.” Disse gaguejando. Ouvi alguns murmurinhos.

Ótimo. Palmas para Clove de novo. Agora pra sala inteira está confirmado que beleza e inteligência juntas é uma coisa difícil.

A professora bufou.

“Vá, Clove. Vá” ela disse com um olhar perfurante em mim. E não volte mais. Isso foi o que acho que ela pensou.

Saí da sala com o rosto esquentando de vergonha. O corredor estava vazio. E muito silencioso. Eu escutava apenas o Toc-Toc do meu sapato em contato com o chão quando de repente...

“Wou!” Gritei. Eu havia dado um encontrão em alguém e nós dois caímos no chão.

Eu poderia levantar e pedir desculpas, dizer que eu sou muito desastrada e seguir o meu caminho para o banheiro. Mas não foi isso que aconteceu, por que a pessoa que eu havia esbarrado era a última pessoa no mundo que eu poderia: 1) esbarrar; 2) pedir desculpas e 3) dizer que eu era um desastre ambulante.

Sim. Era Cato.

“Er... Desculpa. É que eu estava... Você está bem?” Ele perguntou.

Eu estava um pouco tonta pelo impacto e ainda um pouco atordoada por ele ser ele.

Ele se levantou num pulo e veio para me ajudar. Eu me desvencilhei e pelo menos tentei me levantar sozinha.

“Não. Estou bem” O que era mentira, já que acho que estava vendo dois Cato. “Você devia tentar não corredor pelos corredores, sabia?” Disse o mais amarga possível.

Ele não esperava o que eu tinha dito. E isso o pegou de surpresa. É óbvio. Cato nunca deve ter sido ignorado na vida.

Ele abriu a boca algumas vezes pra dizer algo, mas não saiu nada. Fiz a melhor cara de desprezo que podia, arrebitei o nariz e continuei meu caminho. Isso era o que Glimmer teria feito. Eu acho. Não tenho certeza, porque ele era ele e bem, ela o namorava. (Não que ela se importe com isso, né?)

Tive uma pequena sensação de seus olhos cravados em mim enquanto me distanciava. E eu, sendo eu, sorri com isso.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Se gostaram. Comentem
Se não gostarem. Podem comentar do mesmo jeito.
Beijinhos pra todos vocês e que a sorte esteja sempre ao seu favor. :DDD



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