O dia amanhece nublado. Poucos são os raios de luz que atingem o solo graças às densas nuvens cinzentas que encobrem quase que completamente o céu. Um raio de luz atravessa a janela do quarto de Axel e Black.
Ela dormia com uma expressão serena, deixando explícito que seu corpo e mente estavam em equilíbrio porém, do outro lado, ele dormia em nítido desconforto ao mesmo tempo em que fazia movimentos bruscos em cima da cama. Sua mente estava devastada por pensamentos que ele, até então, consideravas exclusos dela.

– Eu sou... um monstro. – murmurava enquanto se mexia tentando encontrar uma posição confortável, mas sem sucesso. – Eu sou... uma aberração..eu...

Enquanto isso, pesadelos assombravam sua mente. Em seu sonho, Axel estava com seis anos de idade e completamente abandonado em uma espécie de taverna escura onde vozes vindas de diversos lugares o assombravam.

– Olhem para aquela criança! – dizia uma.
- Criança? Aquilo? Tá mais pra um filhote de cruz credo! Aquilo nos braços dele são chamas? – zombava uma segunda.
- Aberração! Monstro! Saia daqui! – repetiam todas em coro.
- Eu... – dizia Axel soluçando em maio as lágrimas -... Não sou...Não sou uma aberração!

Seu último grito fez com que invocasse suas chamas que queimam intensamente em seu sonho, iluminando as criaturas disformes que o julgava.

– Não...Não! Me deixem em paz! – gritava ao mesmo tempo que se encolhia em posição fetal. – Pa...Papai....onde você está? Papai!

Nesse momento, uma face completamente deformado mas que mantinha as mesmas características do rosto de seu pai aparece se supetão à sua frente.

– Papai?
- A...xel...Axel...Você é uma...aberração...mas eu também sou...afinal sou seu pai...nós dois somos...dispensáveis a existência desse mundo... – as palavras eram pronunciadas pela deformidade enquanto era engolido pela escuridão.
- Não! Papai! Não me deixe aqui! – e gritava desesperadamente seu nome, tentando alcançá-lo com as mãos.

Em meio as suas tentativas o solo se quebra, fazendo com que Axel fosse engolido por um imenso mar de trevas, sendo amaldiçoado pelas criaturas que o rodeavam.

– Não...Não! – Agora no plano físico Axel gritava.

Acordando num impulso estava esgotado: ofegava pesadamente e suava.
Seu grito também acordara Black Fang.