Começamos a tocar, em todo momento eu evitava olhar para as pessoas a minha frente, mas era praticamente impossível não pensar que tinham uns duzentos olhares basicamente virados para mim.

Soutei um suspiro, abri minha boa e comecei a cantar nevosamente, logo depois, Pedro começou a cantar junto comigo. Meu coração batia tão alto, que tenho certeza de que se a música não estivesse tão alta, todos poderiam escuta-lo.

Prestava a máxima atenção possível nas notas que tocava em meu baixo, imagina se eu errasse, meu mico seria realmente grande. Em umas duas vezes pude ver que Vanessa errou suas notas na guitarra, as mesmas que tinha errado nos ensaios, mas Pedro rapidamente cobriu, tentando disfarçar, e eu acho que deu certo.

Continuamos com uma, duas, três músicas, até que nos despedirmos da plateia.

Quando descemos, um homem alto e elegante vinha em nossa direção. Tinha cabelos loiros e usava um terno de grife, assim que o viu, Pedro e Paulo abriram um grande sorriso, que eu te juro, pensei que ia rasgar a bochecha deles.

– Pai! - Os dois disseram em uníssono e pularam em um abraço com o pai, molhando o seu terno caro com suor.

– Oi meninos! - O pai deles também abriu um grande sorriso e retribui o abraço, sem se importar com o terno. - Vocês tem grande talento.

– Você nos ouviu? - Paulo falou parecendo animado.

– Claro, e posso dizer que sabem tocar muto bem! - O pai riu ao ver a reação do filho e depois fez uma careta. - Mas, não acho que minha opinião seja tão importante perto da de uma pessoa.

Nesse momento uma mulher de cabelos negros e cacheados chegou até onde estávamos. Ela estava usando um vestido vermelho sangue e batom da mesma cor, o que realçava sua pele exageradamente branca, e seus cabelos negros.

– Mãe? - Eu perguntei mais para mim mesma do que para ela.

– Oi filha! - Ela disse com um sorriso divertido.

– Você disse que teria uma reunião hoje.

– E tive, com o Sr. Thomas. - Ela fez um gesto com suas mão para o pai dos gêmeos.

– Tom, querido você já chegou? - Logo uma mulher loira com um maravilhoso vestido branco veio até nós. - Ah, que saudade! - Ela abraçou o marido.

– Também estava com saudades! - Ele retribui o abraço.

– Oh, Débora o que faz aqui? - Ela disse abraçando a amiga.

– Vim ouvir minha filha cantando. - Ok, eu tenho certeza que corei. - A quanto tempo Luisa!

– Sim, dois meses não?

– É. Luisa, vamos conversar! - Ela rapidamente se virou para onde estávamos. - Mais antes, quero resolver uma coisa.

– O que foi mãe? - Eu perguntei um pouco apreensiva. Olhei para os lados e vi que todos estavam olhando fixamente para mim.

– Eu os ouvi tocando hoje. - Todos viraram o olhar para ela, com expectativa. - O que acham de se tornarem uma banda oficial?

– O que? - Nós cinco dissemos em uníssono.

– C-Como assim? - Vanessa falou boquiaberta.

– Sabe, ter um contrato com minha gravadora, turnês, fãs e essas coisas. - Ela mexia o braço enquanto citava as coisas, como se não fossem nada.

– Você está brincando? - Matheus deixou escapar.

– Não.

– Mas é claro! - Pedro falou animado.

– Espera! - Eu e Paulo dissemos juntos.

– O que foi? - Todos olharam para gente.

– Teremos mais de algumas horas para ensaiar? - Eu perguntei apreensiva.

– Quantas pessoas vão em cada show? - Paulo perguntou e percebi que ele estava com expressão de medo.

– Vocês poderão ensaiar por mais tempo sim. - Ela desviou o olhar de mim e olhou para Paulo. - Com esse talento? Bastante, mas isso não será problema, vocês se acostumam com o tempo!

– Então está bem. - Paulo pensou um pouco. - Eu acho.

– Acho que por mim também.