Onde estaria Jenny afinal? Assim que Jenny morreu no reino de Lonya, acordou numa maca no hospital. Um garoto segurava sua mão, ele era idêntico a Allano, então Jenny gritou:

–Allano?!

O garoto acordou e disse calmamente:

–Ainda bem que você acordou Jenny, mas pode repetir o que você disse, eu não entendi.

Obviamente não era Allano, se não ele teria respondido de outra forma.

–Nada, quem é você?

–Meu nome é Kevin. Você não deve lembrar de mim, na verdade nunca nos falamos. Eu estudo na mesma sala que você, e quando vi que você tinha desmaiado no meio da aula e não voltou no dia seguinte fui a procura dos seus pais para te visitar.

–Por que todo esse interesse por mim?

Kevin sorriu da mesma forma que Allano, aquele sorriso tímido que encantava Jenny.

–Jenny me desculpe ser tão indiferente anteriormente, e agora mostrar tanto interesse, mas como tinha prometido que se você acordasse eu faria algo importante.

Kevin se levantou da cadeira, ficou de joelhos, e tirou uma caixinha do bolso que continha duas alianças.

–Parece meio brusco. Mas Jenny, quer namorar comigo?

Jenny pensou por muito tempo. Aquele menino mal a conhecia, mas a amava tanto, parecia que ele também viveu aquilo que Jenny viveu com Allano.

–Eu aceito.

Ele sorriu, e ela retribuiu o sorriso.

Mas logo notou que o reino de Lonya e tudo que tinha acontecido lá não tinha passado de um sonho quase realista.

Meses depois Jenny já tinha voltado a escola e se sentia bem melhor, ela tinha descoberto que tinha entrado em coma, pois estava tomando uma quantidade excessiva de remédio contra sua psicose. Porém os médicos a trataram definitivamente e ela se curou, principalmente com o auxílio de Kevin que a mostrou como a morte não era uma saída quando se odiava uma pessoa.

Eles eram muito unidos, se davam bem, e se auxiliavam em tudo aquilo que conseguiam, claro que como qualquer casal tinham suas brigas e diferenças, mas nada tão diferente do já esperado. Ele não tratava o albinismo de Jenny como um problema, pelo contrário, achava que isso era mais uma perfeição, algo que a deixasse mais linda do que já era. Ela podia dizer o mesmo, ele era incrivelmente bonito, com traços bem marcados e despojados.

Jenny crescia cada vez mais, e ao longo dos anos foi abandonando seu caderninho, agora ela tinha com quem dividir tantas informações. Mesmo assim Jenny guardou o caderno, a fim de mostrar para suas futuras filhas o que ela era capaz de fazer, e o que até mesmo elas poderiam fazer com um pouco de imaginação.

Jenny finalmente se tornou uma típica adolescente, conseguiu ser tudo aquilo que ela queria, ser normal. Agora ela tinha uma vida tranquila, e vários motivos para agradecer por viver, ela tinha sua família, Kevin e estudava em uma ótima escola, ninguém poderia querer mais do que tudo isso.