Diego estava inconformado com tal ato de Violetta, ele não entendia. Primeiro ela o beijara, e quando ele pensava que algo poderia acontecer, ela o expulsa do quarto dizendo que era o melhor a se fazer no momento. O que estava acontecendo com a menina? Por que ela o tratara daquela maneira? Algo estava errado, ele precisa descobrir o que era e tinha certeza de que Lucas estava envolvido nisso.

Voltou pra sua sala e continuou a fazer o que tinha iniciado minutos antes de ir atrás de Violetta. Ele nem sabia ao certo por que é que tinha ido até o quarto dela, apenas sentiu vontade. Talvez fosse o destino, afinal, se ele não tivesse chegado a tempo, ela poderia estar a esse momento morta por tentar se suicidar.

Olhou para os papeis a sua frente e sentiu sua vista falhar, ele havia ficado tonto, nunca ocorrera isso com ele antes. Sintomas do excesso de trabalho. Diego não dormia direito há dias. Há dias ele não conseguia ter um sono tranquilo, sempre Violetta tomava sua mente nas noites. Ela era um dos únicos motivos para ele continuar trabalhando ali.

Terminou de assinar alguns documentos e suspirou aliviado, enfim ele tinha terminado o trabalho do dia e bem antes do esperado. Fechou os olhos por uns instantes e a imagem daquela menina retornou a sua mente novamente.

Violetta tinha o poder de entrar em sua cabeça e não sair. Ela o intrigava. O seu modo de falar, o seu modo de viver. Violetta encarava as coisas tão facilmente, mas quando sentia medo se entregava e acabava fazendo coisas erradas, com consequências nem um tanto agradáveis.

Abriu os olhos e respirou fundo, ele estava decidido a sair dali naquele instante. Levantou-se da cadeira apressado, vestiu seu casaco, afinal, o frio que fazia lá fora não era nada agradável. Pegou as chaves de seu carro e rumou para fora da sala. Mas antes de ir embora, passaria na sala de sua amada, como havia prometido.

Caminhou em passos largos pelo corredor que dava acesso ao quarto da menina, parou em frente à porta e suspirou. Pensou bem no que diria a ela. Será que já estaria dormindo? Será que estava ocupada? Bom, ele só descobriria entrando. Ia bater na porta, mas não se incomodou com isso.

– Oi, vim me despedir. – Disse já entrando, mas ao contrário do que ele pensara, ela não estava sozinha. Estava aos beijos com Lucas.

Por algum motivo sentiu que Lucas era a sua metade, Violetta se sentia completa como antes, trocar aqueles beijos com ele a deixavam ainda mais viva, abriu os olhos ainda ofegante e viu Diego, na porta do banheiro, de mãos atadas e com o olhar preso neles dois, fez uma careta desejando que aquilo realmente não estivesse acontecendo.

– De novo Lucas? - Diego relutou com a voz alterada.

Lucas bufou olhando para o medico na sua frente, Diego estava de fato apaixonado por aquela garota, e não mediria esforços para ficar com ela, não aceitaria um não assim tão fácil, assim como Lucas também não aceitaria perde-la, mesmo que tivesse sacrificar sua felicidade em algum momento.

– Isso não se relaciona á você Diego. - Lucas resmungou olhando para Violetta que os observava confusa.

– Não? Eu sempre detestei a ideia de lhe aceitar aqui, mas eu fui relutante e bondoso com você desde que você veio até aqui duas semanas atrás em busca de trabalho, e aceitei ainda mais por causa de sua mãe, porem, eu nunca gostei desse seu modo de se comportar, nos temos regras, e desde que Violetta apareceu e você se tornou o responsável por ela, você tem apenas me desrespeitado, não tanto na frente dela, mas como na frente de todos, quem você pensa que é? - Diego gritou com os punhos cerrados.

Violetta suspirou tentando esquecer que aqueles dois homens estava dentro do seu banheiro pequeno brigando por ela, por causa de beijos, ela não sabia o que fazer, queria proteger Lucas, mas também queria fazer o mesmo com Diego, aquele que a ajudava mesmo ela às vezes negando a sua ajuda.

– Eu deveria ter feito isso antes. - Diego murmurou consigo mesmo. - Está demitido Lucas.

Violetta a olhou incrédula, tudo bem quem Lucas havia quebrado as regras e havia desrespeitado Diego, mas demiti-lo não seria a saída. Ela não podia viver ali naquele lugar sem seu enfermeiro, sem Lucas. Diego a ajudava, e muito, mas Lucas sem dúvidas era o principal e o mais importante.

– Diego você ta ficando louco? – A menina que até então permanecia em silêncio, gritou se intrometendo. – Não pode simplesmente despedir o Lucas por ter me beijado. – O olhou com fúria. – E quem te garante que não fui eu que o beijou.

– Violetta não tente protegê-lo. Você sabe que ele está errado. Eu tenho certeza de que foi ele quem te beijou.

– Deixa ele Violetta. – Lucas disse se aproximando mais do médico. – Ele está certo, eu errei! – Sorriu irônico. – Quando erramos temos que pagar com as consequências.

– Que bom que sabe disso Lucas, pelo menos caráter você tem. – Diego disse irônico.

– Pois é, uma coisa que nunca me faltará é caráter!

– Diego, você não pode fazer isso! – Violetta ignorou totalmente o que eles conversavam e se intrometeu novamente. – E a mãe dele?

– A mãe dele não tem culpa do filho que tem. – Disse a fitando. – O fato dele não trabalhar mais aqui não quer dizer que ela será detratada.

– Diego, por favor...

– Violetta ele está certo. – Lucas a impediu. – Você vai ficar bem! – Sorriu tentando acalmá-la.

– Não Lucas, eu não vou ficar bem! – Gritou e lágrimas já escorriam em seu rosto.

– Calma. – Lucas a abraçou.

– Ta gente, chega de melação. – Diego revirou os olhos cortando o momento de despedida. – Lucas, o seu tempo dentro desse manicômio acabou!

Ainda abraçada a Lucas, Violetta jogou um olhar ameaçador a Diego e pediu para deixa-los á sós, mais lagrimas escorriam de seus olhos, ele iria embora e a deixaria, pelo simples fato de ela ter pedido que a beijasse, sentiria medo de se ver sozinha novamente, sem Lucas e agora sem Léon, parecia que a vida nunca queria que ela fosse feliz.

– Escuta uma coisa Violetta, não é porque eu vou embora que eu vou te esquecer. - Acariciou o rosto da menina. - Mas eu fiz coisas erradas demais, uma delas for ter enfrentado Diego, e agora estou sofrendo as consequências, eu ainda venho lhe visitar, eu venho de noite, pelo menos para nos termos o nosso encontro. - Violetta sorriu com as mãos presas na gola da camisa de Lucas. .- Agora você tem que aceitar e não discutir mais tanto com Diego.

Violetta assentiu nervosa e sentiu os lábios dele a tocando, pela ultima vez, a despedida que ela pensou que nunca ocorreria entre eles dois, suas mãos vagavam pelo corpo pequeno da menina, e Violetta mantinha as suas presas em sua nuca apenas sentindo o beijo que ele transmitia a ela.

– Nos vemos de noite. - Sussurrou no seu ouvido e saiu do quarto em seguida, deixando quem amava para trás.

Lucas pegou sua mala já feita e abriu a porta do quarto que sempre ficava, lembrava-ase bem do dia em que tinha vindo trabalhar ali não gostando muito do local, mas isso mudou quando conheceu a Violetta, de quando abriu a porta do quarto da menina, e a viu, sentada e cansada, com a dor estampada em seus olhos e a aproximação repentina que cada dia ambos tinham.

Andou pelos corredores escuros e viu Diego o esperando com um sorriso no rosto, claro, ele havia conquistado o que tanto queria, despedi-lo e se aproximaria de Violetta ainda mais.

– Conseguiu o que queria Diego, parabéns. - Lucas vociferou, Diego sorriu e abriu a porta de acesso ao manicômio e Lucas saiu dali, deixando Diego com um sorriso maroto nos lábios.

Violetta abriu a cortina com os olhos marejados vendo Lucas saindo dali com a sua mala e a deixando pelo simples ciúmes de Diego, se sentia como se tivesse perdido Léon, a mesma dor, um pouco mais fraca, mas mesmo assim dolorosa, passou as mãos pelo rosto suspirando e de repente a porta é aberta e Diego aparece alegre.

– Pronto, problemas resolvidos. – Disse respirando fundo aliviado.

– Problemas resolvidos? – Violetta virou-se para o médico. – Diego você é um idiota mesmo, como pode fazer isso com Lucas? – O encarou furiosa. – Você não tinha o direito de tirar o emprego dele.

– O que quer dizer com isso? Está do lado dele?

– Não estou do lado de ninguém. – Gritou. – Você que foi um imbecil de demitir um enfermeiro por puro e mero ciúmes. – Violetta se aproximou mais. – O erro foi seu!

– Eu não o demiti por ciúmes Violetta! E sim porque ele desobedeceu e quebrou regras! Regras que jamais poderiam ser quebradas.

– Foi por ciúmes sim Diego, assuma! – O empurrou com raiva. – Confesse que estava com ciúmes de mim e Lucas, porque sabe que o prefiro ao invés de você. Porque sabe que ele é muito melhor, porque sabe que se eu tivesse que escolher entre os dois, o escolheria. – Gritou cuspindo as palavras na cara do médico. – Acha que sou burra? Não eu não sou! – Suspirou e fechou os olhos. – Se acha que demitindo Lucas daqui vai se aproximar mais de mim e conseguir algo da minha parte, está muito enganado Diego.

– Eu não tenho culpa se você fez isso comigo! – Diego gritou assustado com as palavras de Violetta. – Eu não tenho culpa se me apaixonei por você!

– Saia já daqui Diego! – Violetta apontou para porta.

– Por favor, entenda Violetta, eu...

– Sai Diego, sai! – Gritou. Diego a olhou pela última vez e assentiu um pouco assustado. Saiu apenas sussurrando um “eu te amo”.

Violetta se jogou na cama com tanta agressividade, que acabou se machucando. Mas ela nem se importava com a dor que sentira. Perder Lucas era pior e só ela sabia o quanto aquilo doía. Pelo menos um certeza ela tinha, Lucas ainda viria ao seu encontro.