A Pequena Lady De Ferro escrita por Lady Danvers


Capítulo 30
Chances


Notas iniciais do capítulo

A Votação está encerrada. Revelarei quem foi a escolhida no último capítulo que postarei semana que vem.
Aqui está o penúltimo capítulo...



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Fazia algum tempo que Tony, Pepper e Rhodes aguardavam por notícias de Julie. Os médicos a haviam levado direto para uma sala especial já que ela estava inconsciente quando chegou.

— Tony, onde está a minha filha!? - perguntou Louise, exaltada. Ela chegou acompanhada de seu namorado, Marc.

— Eu não sei, estão fazendo exames nela - Tony respondeu atônito.

Nesse instante, um médico com a aparência cansada foi até eles.

— Julie está bem? - Pepper perguntou, ansiosa.

— O estado dela é crítico, mas estável. Ela teve múltiplas fraturas por todo o corpo. Bateu a cabeça com força e o corte liberou muito sangue, ocasionando em sinais de edema cerebral - o médico respondeu.

— O que isso quer dizer? - Tony perguntou.

— Ela está em coma e pode não acordar.

— Ah Meu Deus! - Louise quase desmaiou ao ouvir aquelas palavras, sendo amparada por Marc.

Pepper chorava em silêncio e Rhodes não sabia o que dizer para Tony que parecia inconsolável.

— Eu tenho que dizer que mediante seus ferimentos, ela está resistindo bastante. Não poderemos fazer muita coisa daqui em diante do que mantê-la confortável e esperar ou desligar os aparelhos - disse o médico.

— Isso não vai acontecer, ela vai acordar! - gritou Tony para o médico - Ela tem que acordar.

— Deixarei vocês informados - o médico disse e saiu.

— Isso é culpa sua! - gritou Louise, olhando direto para Tony - Você é um irresponsável e agora Julie está em coma por sua culpa!

— Louise, não vai adiantar nada atacar Tony - disse Marc para ela.

Tony não revidava o que Louise lhe dizia. Ele se sentia culpado. Culpado por não perceber o que sua filha estivera fazendo esse tempo todo. Culpado por não ter sido o pai que Julie queria que ele fosse desde o início.

 

 

 

BRAD

Dia seguinte

A cerimônia e o enterro foram rápidos. Houve salva de tiros e oficiais do exército vindo até mim e Molly para prestar suas condolências. Molly ainda chorava em silêncio e eu tentava não fazer isso. Eu tinha quer ser forte por nós dois.

Agora estávamos em casa, acompanhados da mulher loira de terno que veio me dar a notícia noite passada. Seu nome era Maryse Fowler e ela era assistente social. Segundo ela, nós não poderíamos mais ficar aqui agora que éramos órfãos menores de idade.

— O parente mais próximo de vocês é a sua avó, a Sra. Thompson - informou ela.

Essa seria uma ótima ideia se vovó não nos odiasse. Ela nunca havia simpatizado com meu pai e sempre fora contra o casamento dele e de minha mãe.

— Ela não vai nos querer lá - eu avisei.

— Isso nós veremos - respondeu ela - arrumem as malas, a casa da sua avó não é tão longe daqui.

A casa da vovó ficava a uma cidade de distancia. Seguimos com Maryse de carro até lá.

Chegamos e tocamos a campanhia. Vovó apareceu à porta e rapidamente seu rosto se contraiu ao nos ver.

— O que querem comigo? - ela perguntou.

— Precisamos conversar - Maryse disse.

— Entrem então - ela disse e se virou.

A seguimos para dentro da casa até a sala. Molly e eu nos sentamos no sofá junto com Maryse. Vovó sentou-se em uma poltrona.

— Fale - disse Vovó.

— Crianças, vocês podem nos dar um minuto? - Maryse perguntou para nós e nós assentimos. Fomos para a cozinha onde eu continuei a escutar a conversa escondido.

— O Major Christopher Cooper foi morto em ação. Brad e Molly agora são órfãos e eu esperava que a senhora ficasse com eles já que eles são filhos de sua falecida filha, Annie.

— Minha filha se casou com aquele homem contra a minha vontade. Desde então nunca mais nos falamos. Eu nunca os considerei meus netos e desconsiderei Annie minha filha quando saiu por aquela porta - ela disse.

— Como pode falar isso? Eles precisam de você - Maryse disse exaltada. Ela era uma boa pessoa.

— Eles são estranhos para mim. Não vou ficar com os filhos deles.

— Eles irão para um orfanato. Serão separados se você não ficar com eles.

— Que vão então. Será melhor assim.

Maryse se levantou e nos chamou. Saímos sem nos despedir da vovó.

— Pra onde iremos agora? - eu perguntei pra Maryse enquanto entrávamos no carro.

— Vocês não têm mais nenhum parente vivo e amigos próximos nós já tentamos. A única opção é o orfanato.

— Você já tentou falar com Louise Martinez? Ela ficaria com a gente - eu disse.

— Sim, mas ela não atende de jeito nenhum. Sinto muito.

Fomos até o orfanato onde ficaríamos. Era um lugar grande e parecia um castelo com suas paredes escuras. Passamos por um grande portão de ferro ao entrarmos na propriedade.

Saímos do carro e começamos a caminhar em direção a entrada.

Havia uma senhora nos esperando. Ela era um pouco assustadora.

— Vocês devem ser os Cooper. Vou mostrar os seus quartos.

Seguimos ela para dentro daquela mansão antiga. Passamos por várias crianças e adolescentes no caminho.

— As meninas e os meninos dormem em quartos separados. Além disso, não permitimos equipamentos eletrônicos de qualquer tipo - ela disse, chegando a um grande balcão - coloquem tudo o que é eletrônico aqui.

— Coloquei meu celular que era a única coisa dessas que eu tinha e Molly colocou seu ipod.

Acompanhamos ela até onde Molly dormiria.

— Eu não quero ficar aqui, quero ficar com Brad - Molly disse.

— Está tudo bem, Molly. Eu vou ficar em outro quarto e nos veremos depois. Vai ser que nem em casa - eu disse, tentando acalmá-la.

— Aqui não é a nossa casa - ela disse, pegando sua mala e entrando no quarto - Nos vemos depois então.

Eu e Maryse acompanhamos a senhora até o corredor dos meninos. Eu dividiria um quarto com mais dois garotos.

— O meu trabalho terminou por aqui. Adeus Brad - Maryse disse.

— Adeus.

Observei ela e aquela senhora indo embora. Entrei no meu novo quarto e fiquei com uma cama em um canto do quarto que estava vago.

Molly tinha razão. Aquela não era a nossa casa.

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— Vocês já podem vê-la - uma enfermeira informou.

Nenhum deles havia ido embora. Todos haviam passado a noite no hospital.

Tony foi o primeiro a se levantar. Seu estado era deplorável.

Os primeiros a visitá-la foram Tony e Louise. Entraram no quarto e sentaram-se um de cada lado da cama.

Louise observava Tony pegando a mão de Julie, seu olhar exibia toda a culpa que sentia.

Ela pegou a outra mão de Julie, observando a menina dormir.

— Me desculpe por ter falado tudo aquilo Tony. Eu estava fora de mim - disse Louise.

— Você tinha razão. A culpa é minha - disse Tony.

— Se culpar pelo o que aconteceu não fará Julie acordar - Louise falou, mas Tony não respondeu.

Louise voltou seu olhar para Julie. O estado dela não havia mudado.

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Os dias passavam como uma tortura para Tony. De acordo com os médicos, quanto mais tempo se passasse menos chance Julie teria de acordar.

Já havia se passado uma semana e Julie continuava dormindo.

 

BRAD

Fazia uma semana que nosso pai havia morrido e que estávamos no orfanato. Durante todos aqueles dias eu e Molly ficávamos juntos todas as tardes por que éramos os novatos e não conhecíamos ninguém ali.

Até que eu fui chamado. A Sra. Smith (a mesma que havia nos recebido) queria falar comigo na sua sala.

— Mandou me chamar? - eu perguntei a ela, entrando em sua sala.

— Sim, Sr. Cooper. Sente-se - ela disse, ela sempre nos chamava pelo sobrenome.

Sentei e esperei ela começar.

— Você entende o quão difícil é alguém adotar adolescentes não é?Ainda mais irmãos adolescentes - ela me disse.

— Eu sei - respondi, sem saber onde ela queria chegar.

— O caso é Sr. Cooper que um casal de ingleses estiveram aqui e eles querem adotar sua irmã. Apenas ela - disse a Sra. Smith.

— Mas não podem, Molly é minha irmã. Teriam que me adotar também - eu disse.

— Isso mesmo Sr. Cooper, mas eles querem apenas a sua irmã. Pense bem, sua irmã teria uma família novamente, teria uma boa vida. Não é isso que você quer para ela?

— Claro que quero, mas prometi que ficaríamos juntos - respondi. Prometi a Molly que nunca nos separaríamos.

— Uma pena então. Terei que falar para o casal que não poderão adotar a Srta. Cooper. Uma pena para sua irmã também, já que é muito difícil alguém querer adotar uma garota da idade dela - ela disse.

Era verdade. Já era difícil alguém adotar um adolescente, mas dois era quase impossível. Será que isso não seria melhor para Molly? Ter uma família novamente que se importasse com ela?

— Já pode ir Sr. Cooper. Pense no que falei.

Eu assenti e sai da sala.

Entrei em meu quarto e encontrei meus colegas Thomas e Ed, eles tinham a mesma idade que eu e até eram legais, mas não conversávamos muito.

Fui para a minha cama e fiquei pensando no que a Sra. Smith havia dito. Será que eu deveria deixar Molly ser adotada?

Abri minha mochila e peguei as únicas duas fotos que eu tinha. Uma era eu, Molly, papai e mamãe há alguns anos. A outra era uma foto de Julie e eu com chapéus de cowboy.

Onde será que Julie estava? Por que não havia vindo me procurar?

Acordei no dia seguinte decidido. Eu sabia o que eu tinha que fazer.

Esperei Molly sair de seu quarto. Ela e eu fomos para o jardim e nos sentamos em um banco.

— Molly, preciso falar uma coisa séria pra você.

— O que foi? Ela me perguntou.

— Há um casal que quer te adotar Molly. Você vai ter uma casa de verdade de novo - eu disse.

— Vão nos adotar? - ela me perguntou sorrindo como há tempos não fazia - Vamos embora daqui?

— Nós não, Molly. Só você. Esse casal escolheu você.

— Por que você não? - ela perguntou, seu sorriso havia se desfeito.

— Eu não sei. O caso é que é difícil adotarem alguém com a nossa idade, mas eles escolheram você e você vai.

— Eu não quero ir sem você Brad. Você prometeu que ficaríamos juntos - ela disse.

— Eu sei, mas essa é a sua chance Molly. Chance de ter uma família e uma casa de novo. E assim que eu sair daqui eu irei atrás de você.

— Brad, não - ela disse, começando a chorar.

— Aceite a proposta pelo nosso pai. Ele iria querer que você tivesse um lar de novo. Por favor.

Ela não disse nada. Apenas me abraçou, mas eu sabia o que ia acontecer.

Três dias depois, o casal de ingleses veio buscá-la. Eu havia ajudado Molly a preparar sua mala e a Sra. Smith até devolveu o ipod dela.

Eu, Molly e a Sra. Smith esperamos o casal que chegou em um luxuoso carro.

Molly veio se despedir de mim.

— Promete que quando puder, vai ir me ver? - ela perguntou, me abraçando.

— Eu prometo.

Molly se afastou, indo em direção ao casal. A mulher era uma moça loira de olhos verdes e o homem tinha cabelos pretos e olhos azuis. Ambos pareciam felizes de tê-la adotado.

Molly foi embora com eles de carro. Eu fiquei observando-a partir até a Sra. Smith falar:

— Você fez a coisa certa Sr. Cooper. Agora, vamos entrar.

Eu a segui para dentro do casarão e fui direto para o quarto. Agora que Molly não estava mais aqui, eu não tinha mais ninguém para se preocupar comigo. Molly estava segura e eu não precisava mais ficar aqui. Eu queria ir embora e eu iria.

Arrumei todas as minhas coisas na minha mochila. Meus colegas de quarto não estavam ali, o que facilitou muito minha fuga. A janela do meu quarto ficava de frente para uma grande árvore que ficava do lado do grande muro que guardava o orfanato. Eu teria que passar pela janela até os galhos daquela árvore, escalá-la e chegar perto o bastante do muro para pular.

Na teoria parecia fácil, mas na prática era diferente. Comecei a escapar pela janela e pulei sobre os galhos grossos da árvore. Escalei-a e cheguei próximo ao muro de pedra. Ele tinha uns 5 metros, se eu pulasse poderia quebrar algum osso.

Pulei e caí surpreendentemente bem. Apenas acho que torci o meu pulso porque ele estava latejando.

Arrumei minha mochila e sai correndo em disparada quando uma das câmeras pareceu apontar pra mim.

Lado bom de fugir: eu estava livre daquele lugar.

Lado ruim de fugir: eu não tinha mais casa, dinheiro nem meu celular e não fazia a menor ideia de para onde eu iria e onde eu estava.

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— Tony, você precisa descansar – Pepper disse – Vamos pra casa um pouco.

— Não, eu vou ficar aqui com ela – Tony respondeu.

Julie estava em coma há dez dias e Tony não havia saído dali. Era Pepper que o obrigava a se afastar de Julie para tomar banho, comer e trazia tudo o que ele precisava como roupas limpas e artigos de higiene pessoal.

— Tony, eu quero que você saiba que quando Julie acordar, ela irá embora comigo – Louise disse, fazendo Tony olhar para ela.

— O quê?

— É isso mesmo. Eu não quero que a minha filha corra mais riscos.

— Ela é nossa filha e você não pode tirá-la de mim desse jeito – Tony protestou

— Eu não estou tirando ela de você Tony. Ela sempre morou comigo – Louise falou.

— Antes eu não sabia que tinha uma filha! – Tony disse, exaltado.

— Porque você achou que eu era uma golpista! – rebateu Louise.

— Parem vocês dois! – gritou Pepper, interrompendo a discussão – Vamos deixar Julie decidir quando acordar.

A discussão acabou ali. Tony não conseguia imaginar como seria não ver Julie todos os dias.


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Notas finais do capítulo

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