Os Mistérios Do Doutor Jekyll (destino indefinido) escrita por Gogetareborn


Capítulo 9
IX. Troca de Ideias


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. ;)



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–Características da metamorfose: Intelectual, extrovertido, excêntrico... - Esvoacei meu olhar para ao redor da pequena sala, pensando e tentando lembrar dos detalhes da noite passada. - ... romântico... porém, arrogante, provocador, ousado. - Encaixando o queixo entre meus dedos.

Deixei mais linhas em branco para possíveis adições, e completei. "Acho que finalmente eu encontrara o que queria. Frye é o retrato perfeito dos meus impulsos mais profundos e perversos, mas, acho que ainda sim, preciso trabalhar mais, nessa questão. Talvez com uma dose maior, o líquido se fixe com maior tempo de duração e os efeitos sejam mais fortes. Então finalmente eu poderia mostra-la na palestra aos cientistas amadores, no próximo mês. Surpreenderei a todos, com certeza! Além disso, tenho que descobrir se de alguma forma a poção afeta-nos nos pensamentos superficiais, para quem sabe, remover os ruins, e assim nos livrarmos de qualquer teimosia, qualquer doença psicológica, será um triunfo!"

Me sentia seguro, pois mesmo Frye sendo alguém rebelde e egocêntrico, eu sentia um certo controle em relação a ele para que ele não fizesse nenhuma "bobagem". Outra coisa que gostaria de poder controlar era o tempo de transformações. Confesso que Frye ficou tempo demais no bar, mas, foi tão abrupto a forma que ele se tornou minha pessoa, deixou algumas pessoas em dúvida, porém acho que elas não vão nem se recordar de tão ébrio que cada um estava. Até as garçonetes soluçavam de embriaguez. Eu me perguntava se Frye havia bebido algo, já que eu não havia sentido nenhum efeito no outro dia pela manhã. Mas acho que não, afinal eu não era muito fã de bebidas.

Pela tardinha, saí do laboratório (como Cornelius) e fui até uma cafeteria, lá era um dos únicos na cidade que tinham orelhões (cabines telefônicas, mas eu costumava chamar assim), e eu fui lá para ligar para Mitch, explicando o que havia anotado.

Peguei um táxi, quando paramos na frente da cafeteria, vemos alguns obreiros quebrando a grande janela que ficava ao lado da porta. Identifiquei o local, com toda certeza era o lugar que eu estivera como Frye na noite anterior.

–O que aconteceu? - Perguntei, inocentemente, e de fato, eu não sabia porque o lugar estava todo desarrumado e bagunçado, com cadeiras derrubadas, mesas partidas ao meio e aquele vidro quebrado!

–Aconteceu uma briga ontem. Um homem com cartola paquerou a mulher do Jerry, e os dois saíram se rolando, o "duque" como a gente anda chamando estraçalhou ele. - Fiquei espantado com o que ele disse, e admiti para mim mesmo ter sentido algumas dores nas costas e no ombro, minimamente.

–O que aconteceu com esse "Jerry"?

–Pobre homem, aliás. Não resistiu, mas a polícia declarou que o duque agiu em legítima defesa. Vê se pode..

–Realmente intrigante.. - Eu assistia ele amaciar aquele volante, preocupado com o que eu havia criado. - Bom, é aqui que vou parar. Preciso ligar pra alguém.

–Tudo bem, são C$20,00. Quer que eu fique para a volta? - Ele disse, estendendo a mão.

Paguei o valor estipulado e notei que fora os 20 dólares, não havia quase nada em minha carteira, Frye canalha!

–Aqui está! E sim, fique por favor! - Entreguei a ele, e saí do carro, esvoaçando minha cara pálida para o mundo e entrando na cabine.

–Droga, cadê esse maldito cartão.. aqui! - Deslizei o cartão e coloquei a moeda, digitando assim os números de Mitch.

Ouvi apenas 3 ruídos de apito antes dele me atender.

–Olá, Mitch Hyde.

–Olá, Mitch, sou eu, Cornelius. A experiência foi um sucesso, ou ao menos parcialmente. Não consegui penetrar suficientemente nos neurônios para controlá-los, como resultado apenas a camada superficial foi atingida e eu não consegui controlá-la, vou ler o final do livro e ver se acho algo que possa me ajudar, parei na página 302.

–Isto é mal, lembro de ter lido algumas notas marcadas em negrito no final do livro, antes das mensagens memoriais dos amigos e parentes. Parecia importante.. leia!

–Tudo bem, farei isso. Preciso ir, eu anotei algumas coisas que notei do Frye, mas, isso que eu descobri com certeza mudou um pouco o que eu pensava sobre a fluência da experiência. [Estou pensando em aumentar a dose. Ou talvez misturar com algum líquido ainda mais forte, para que atinja meus neurônios por completo!

–Não seria mais fácil diminuir o peso dele, assim ele seria aceito sem danificar o sistema. É a minha opinião, não quero ser o culpado pela sua morte, senhor.

–Não acontecerá nada. Se eu pressentir que algo possa acontecer, prontamente vou arranjar algo que possa livrar sua pele disto! Provavelmente um testamento falsificado ou uma nota no meio do livro, para que não haja suspeitas! Eu tenho que ir, vão remover a cabine daqui e colocar lá dentro, adeus! - Antes que ele respondesse desliguei o telefone e saí até o táxi, pedindo que ele me levasse de volta ao ponto que havia me pegado.


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Notas finais do capítulo

Olá, leitor. Peço que se leu e gostou, adicione aos favoritos e recomende. Caso queira, obviamente.

E não se esqueça de acompanhar a noite como um outro alguém de Cornelius Marccone no próximo capítulo!

Grande abraço!



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