Voltei da escola com Sasuke, a queimadura da mão ainda doía, mas o que doía de verdade era a sensação de ódio que eu carregava dentro do coração.

Ódio por uma pessoa que eu devia amar, ódio de mim, ódio do mundo e principalmente da vida. Esse sentimento que inundava minha alma me fazia sofrer, e antes que eu começasse a chorar mudei os rumos do meu pensamento.

Cheguei em casa e dei de cara com Liam

- Oi Sakura, já se acostumou com sua nova cicatriz?

“Acostumei-me mais com ela que com você”, pensei fazendo uma cara irônica, mas não falei nada, apenas me virei para ir embora.

Ele mesmo completou

- Acho que já, até ta querendo outra.

Parei me virei e fui andando em sua direção, como se estivesse me entregando a qualquer sofrimento, a qualquer tortura.

- Não, não acho que agora seja preciso te educar.

- Educar?

- É Sakura, tudo que eu faço é pensando no seu futuro – sua voz era doce, como se fosse uma pessoa inocente, como se quisesse convencer alguém, mas não me convenceria afinal eu era a sua maior vitima – acha que eu te queimaria por nada? Fiz isso para você aprender a não trancar a porta.

- E as outras torturas mais graves, foram para me educar?

- Claro! Eu cortei sua coxa para você parar de fugir de mim, não lembra, você estava correndo pela rua.

- Eu era apenas uma criança, estava brincando.

- Mas quando você me atrasava penteando seu cabelo não era uma brincadeira, e você não era uma criança.

- Mas precisava me deixar praticamente careca?

- Não importa tudo o que eu fiz foi pensando em te educar.           

- Até o rompimento do meu hímen?

- Você tava falando muito nos garotos, queria te mostrar o quanto eles podiam te machucar.

 - Tudo bem – não queria lembrar tudo de novo – já entendi.

- Que bom que você entendeu, não queria que houvesse mal entendidos entre nós – seu tom de voz me fez tremer.

Dei-lhe as costas indo para o meu quarto, já estava cansada de tudo isso.

O almoço já estava pronto, mas eu havia perdido a fome.

Voltei aos meus pensamentos, o ódio tomou conta de mim mais uma vez. Eu jamais poderia sentir tanta dor por odiar alguém como eu sentia por odiar Liam, eu me sentia culpada por isso, mas ao mesmo tempo me sentia uma idiota querendo entender o lado daquele monstro.

Fui fazer as atividades de casa, e fiz isso a tarde toda, para me distrair, para me livrar daquele sentimento.