Born to Die escrita por Agatha, Amélia


Capítulo 63
Marcha para a guerra


Notas iniciais do capítulo

Finalmente quarta!
Muito obrigada pelos 300 comentários, é um número bem grande! Também queríamos agradecer pelas felicitações de 1 ano de fic.
Todos aqui já devem ter visto o episódio novo, não? O que acharam? Estamos loucas para ver o próximo, tem o Padre Gabriel e estamos muito ansiosas para vê-lo.
Tiramos esse nome de um arco muito importante da HQ. Quem lê deve reconhecer o trecho final... Tiramos algumas partes de lá (na verdade é do arco depois da Marcha para a Guerra) , mas fizemos alterações.
Com esse capítulos chegamos ao fim das preparações para a guerra, e a calmaria vai acabar.
Boa leitura!



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*Narrado por Sarah Grimes

Abri o armário e observei as roupas que estavam à disposição. Eu ainda não estava acostumada com aquilo, já que na base as roupas ficavam dobradas em um canto. A maioria das peças que tínhamos no momento eram emprestadas, e estava difícil achar algo que servisse em minha filha. Enquanto isso, Grace estava sentada na cama, enrolada em uma das toalhas beges do hotel, provavelmente morrendo de frio. As temperaturas da Virgínia eram mais baixas que as do Mississipi ou da Geórgia.

Ao me virar, notei que ela tentava pentear seus cabelos com uma escova, também emprestada. Minha filha tinha dificuldades para executar aquela tarefa, devido ao comprimento de seus cabelos castanhos, que iam até a cintura. Eles eram o meu xodó, e nenhuma de nós duas queríamos que os cabelos fossem cortados.

Finalmente encontrei uma blusa rosa, que provavelmente ficaria comprida, mas serviria para aquecer um pouco, já que possuía mangas compridas. Fui ajudar Grace a se vestir, pois, apesar de já conseguir realizar certas tarefas sozinha, não era tão autônoma quanto Sam. Ela parecia estar agitada e impaciente, balançando as pernas enquanto tentava puxar a escova para baixo, talvez por causa do frio.

– Calma, já estou com a roupa – disse em tom de brincadeira ao notar que ela estava um tanto emburrada.

– O papai já vai chegar, eu tenho que ficar pronta – minha filha retrucou se ajeitando na cama.

– Então é por isso que você está com pressa? – Grace apenas balançou a cabeça positivamente enquanto levantava os braços para que eu colocasse a blusa nela. – Posso saber o que os dois vão fazer?

Rick andava muito sumido nos últimos dias, se empenhando bastante com os assuntos da guerra. Ele passava as tardes conversando com os líderes das comunidades e acertando outros detalhes. Faltando menos de dois dias para a chegada de Negan, Rick, assim como todos os moradores do Alto do Morro, não parava de trabalhar. Por causa disso tínhamos muito pouco tempo juntos, principalmente nós três. Apesar de sobrecarregado, meu marido estava afastado da liderança, que o perseguira desde o início. Mesmo com a tensão da guerra, ele parecia um pouco aliviado por não ter que comandar tudo, como fazia antes.

– Ele vai me levar pra ver os cavalos – seus olhos azuis brilharam ao dizer aquilo. A garotinha gostava muito de animais, principalmente cavalos. A minha paixão por medicina desde a infância parecia ser transmitida para ela, mudando apenas o foco de pessoas para os bichos. – Nós dois vamos ficar sozinhos a tarde toda! Eu estou com tanta saudade do papai...

– Eu também – murmurei em um tom mais baixo.

Ficamos uma do lado da outra, em silêncio por alguns instantes até que pude ouvir três batidas na porta. Eu não estava esperando ninguém além dos moradores, que fariam uma reunião para decidir sobre o primeiro ataque, mas, se eu não tivesse perdido a noção do tempo, ela seria apenas mais tarde.

– Doutora Grimes – a voz atrás da porta me chamou. Logo notei que se tratava de um homem. Assim como Eugene, as pessoas do Alto do Morro só me tratavam por esse nome.

– Só um instante – respondi num tom mais alto enquanto me voltava para Grace, que começava a calçar suas botas. – Filha, leve a toalha e a escova para o banheiro.

Ela atendeu ao me pedido e eu saí do quarto, indo até a entrada. Peguei a chave e destranquei a trava, eu mantinha esse hábito desde o hotel, por questões de privacidade, já que havia várias pessoas, e segurança. Abri a porta, já esboçando um sorriso cordial para atendê-lo, porém ele se desfez rapidamente e a minha face passou para um estado de perplexidade.

A pessoa à minha frente pareceu ter a mesma reação, tanto que suas sobrancelhas se franziram, enquanto seus olhos azuis permaneciam fixos em mim. Nenhum de nós acreditava no que estava vendo. Ele aparentava ter algo próximo de 25 anos, não mais que 30. Era jovem, porém eu já o vira mais novo. Seu nariz era fino, assim como o rosto. Seus cabelos castanhos, que variavam entre o claro e o escuro, dependendo da iluminação, estavam jogados para cima, um pouco maiores do que eu me lembrava.

– Sarah?

– Fred? – retribuí a pergunta involuntariamente. Quando me dei conta, já estávamos nos abraçando, eu com a cabeça em seu pescoço e ele me apertando com força.

Tentei me lembrar da última vez que o vira, era um dia ensolarado de verão, apenas o Sol brilhava mais que o sorriso dele. Tinha a confiança no olhar que eu quase se perdera no tempo, mas não era para menos, Fred estava finalmente realizando seu sonho. Depois de tanto tempo gasto com a indecisão, mesmo sabendo o que queria, ele finalmente estava entrando para faculdade de Fotografia.

Eu pensava que nunca mais o veria. Ele estava mais velho do que antes, e Fred deveria estar pensando o mesmo de mim. Tanto tempo separados, tanto tempo dizendo a mim mesma que ele estava vivo, eu tinha certeza absoluta de que tinha o perdido, assim como toda a minha família. Não dava para acreditar que meu irmão mais novo estava lá. Sete anos tinham nos separado e tantas coisas passavam pela minha cabeça que comecei a me sentir tonta. Fechei os olhos com mais força para tentar conter as lágrimas de felicidade.

– Eu já tinha perdido as esperanças de te encontrar... – disse por fim, ainda sem soltá-lo. Se pudesse, eu ficaria daquele jeito por horas.

– Quem é você e o que fez com a minha Sarah? – Fred perguntou se afastando um pouco e colocando as mãos sobre meus ombros. Pelo menos seu tom alegre permanecera depois de tudo. – Que eu me lembre, você era mais esperançosa...

– Senti tanto a sua falta! E dos nossos pais também – ao me referir a eles, senti um aperto no coração. Se meu irmão estava lá, eles também poderiam estar. A última notícia que eu tivera era de que os três estavam juntos, então tinha uma possibilidade de estarem todos no Alto do Morro.

– Também sinto... – ele abaixou a cabeça, e não precisou dizer mais nada. – Eles morreram dois meses depois que tudo começou. – Fred notou que eu voltei a chorar e resolveu mudar de assunto. – Por que te chamam de Doutora Grimes?

– É uma longa história... James morreu e eu encontrei outra pessoa, alguém que eu amo muito. Ele realizou o meu maior sonho – dei um pequeno sorriso e limpei as lágrimas. Ele pareceu um pouco confuso, e decidi continuar. – Por falar nisso, tenho que te apresentar uma pessoa.

Peguei sua mão e o puxei para dentro. Grace ainda deveria estar no banheiro tentando colocar a toalha no gancho, por isso não devia ter ouvido a nossa conversa. Quando ela finalmente voltou para o quarto, ficou curiosa olhando para meu irmão, que tentava entender a situação.

– Grace, quero que conheça uma pessoa.

– Quem é ele? – ela virou um pouco a cabeça, analisando-o atentamente.

– Seu tio.

– Como o tio Daryl? – antes da chegada dos Salvadores, ele e Rick eram como irmãos, por isso minha filha o via como um tio, assim como Gabriela, o que fazia dela e Sam praticamente primos, e era assim que eles se tratavam.

– Mais ou menos isso, mas ele é irmão da mamãe – finalmente me voltei para Fred, que apenas assistira a aquilo enquanto juntava os fatos. – Essa é a Grace.

– Oi, Grace, eu sou o titio Fred – ele se agachou e abriu os braços enquanto minha filha corria para abraçá-lo. Quando me dei conta, já estava chorando novamente. Minha família estava toda reunida.

*Narrado por Gabriela Hopper

Sentei-me na cadeira e observei todos aqueles botões na minha frente. Eu não sabia para que servia tudo aquilo, então seria uma tarefa bem difícil. Minutos antes, Jesus estivera na sala e explicara o que eu deveria fazer, duas vezes, como se aquela fosse a tarefa mais simples do mundo. Depois ele saíra, me deixando no último andar do hotel, onde ficava uma pequena estação de rádio, para tentar fazer comunicação com a região.

Os moradores do Alto do Morro usavam aqueles aparelhos com o intuito de mandar mensagens para as outras comunidades e encontrar outros sobreviventes, que costumavam usar aquela mesma frequência. Porém, nos últimos tempos, Jesus só usava a estação para conversar com os infiltrados dos Salvadores, em uma frequência só deles.

Eu só precisava ficar lá para o caso de recebermos algum chamado. Como Daryl, Malcom e Rose não haviam dado nenhum sinal de vida depois da nossa missão, cinco dias antes, Jesus estava preocupado, então queria que o rádio fosse vigiado durante o dia inteiro, na espera de alguma resposta. Por isso eu estava tomando conta do local enquanto ele fazia os preparativos para a reunião. Caso eu ouvisse algum chamado, deveria apertar alguns botões, mas, apesar de ter trabalhado na administração de uma empresa de eletrônicos por algum tempo, tecnologia nunca fora o meu forte.

Enquanto eu não fazia nada além de esperar, o Alto do Morro intensificava seu trabalho diário, adiantando a produção de balas, a colheita e o abatimento de animais. Nos últimos dias, eu tinha me ocupado com a administração disso, era bom voltar a fazer meu trabalho, entretanto Jesus me tirara de meus afazeres para ficar na estação.

Mais tarde teríamos uma reunião com os membros do meu grupo e os líderes das outras três comunidades. Também havia as crianças, que estavam alheias à situação, e corriam pelos corredores desconcentrando os demais moradores. Em alguns momentos, tudo que eu queria era ter uma televisão funcionando para que os pequenos vissem algum desenho infantil repetitivo e parassem com aquela agitação.

Meus pensamentos foram interrompidos por um chiado intenso, que invadiu toda a sala. Ajeitei meu corpo na cadeira e fiquei alerta, aguardando mais algum sinal. Logo em seguida pude ouvir uma voz rouca que, apesar de distorcida, era inconfundível.

– Tem alguém na escuta? – Daryl perguntou e eu permaneci paralisada. Segundos depois saí do transe e comecei a apertar desesperadamente os botões que Jesus indicara.

– Eu estou aqui – respondi rapidamente, torcendo para que ele ainda estivesse lá. – Você pode me ouvir?

Sim, Gabriela, estou escutando.

– Vocês sumiram! O que aconteceu? Jesus estava preocupado, ele achou que alguma coisa tivesse acontecido com vocês...

– E aconteceu – o alívio inicial desapareceu rapidamente. Aquelas palavras foram o suficiente para acelerar meu coração. Instantaneamente, tive vontade de sair correndo e falar com Jesus, para que ele pudesse fazer algo. Contudo, esperei que Daryl explicasse aquilo. – A Rose e o Malcom foram descobertos.

– Como assim? – a resposta poderia ser óbvia, mas eu estava desesperada.

– Negan os descobriu... Na verdade foi Dwight. Ele já estava de marcação com os dois há muito tempo, e não foi preciso pensar muito para ligar o horário da saída deles ao do ataque, já que deu pra ver o foco do incêndio de longe. Então Dwight juntou aquelas informações com as de outros Salvadores e foi correndo atrás do Negan, que nem um cachorrinho de estimação.

Mas... Sem provas, só com especulações?

– Não é necessário provas quando se tem a desconfiança. Agora Rose e Malcom estão em maus lençois... – fiquei estática. O que aquilo queria dizer? Comecei a pensar em atrocidades que os dois poderiam estar sofrendo. Aquele grupo era terrível, então eu não podia esperar nada de bom deles, principalmente com um caso de traição.

– Onde eles estão? O que aconteceu com eles?

– Negan não perdeu tempo, ele não tolera esse tipo de coisa. Depois de fazer um showzinho para demonstrar autoridade na frente dos outros, ninguém pôde fazer nada. Eu queria ter impedido aquilo, queria poder ter arrebentado a cara daquele filho da puta, mas eu não posso fazer nada... Nesse momento, eles estão presos e alguns homens devem estar torturando os dois para arrancar a verdade deles.

O mesmo sentimento de impotência que ele descrevera parecia ter tomado conta de mim. Se dias atrás eu havia me sentido importante por tê-los salvado, ao ouvir aquilo tive uma certeza: eu queria fazer algo, eu devia, mas não podia. A única coisa que eu podia fazer no momento era prosseguir com plano. Tudo o que eu tinha que fazer era esperar, e aquilo seria difícil, mas Malcom e Rose precisariam aguentar firme.

– Gabriela... – quase não consegui ouvir meu nome, o tom que Daryl usou fora mais baixo do que antes. – Eu preciso ir agora.

– Não, fique... – pedi antes que ele desligasse. Eu tinha medo de que aquela fosse a nossa última conversa. Se descobrissem que Daryl também era um traidor, já que ele possuía ligação com Malcom e Rose, estaria tudo perdido. Eu não queria ficar sem ele, não queria passar por aquilo de novo.

Tem gente vindo pra cá, eu realmente preciso ir.

– Adeus – talvez ele não tivesse escutado, mas senti uma necessidade de dizer aquilo.

*Narrado por Avery Hopper

Destravei a arma e voltei a disparar. O primeiro tiro atingiu o ombro do walker, que cambaleou para trás e logo continuou a andar. Então atirei novamente e ele caiu no chão inerte. Outras pessoas dispararam e por fim todos estavam mortos. Eu havia passado a tarde inteira praticando com outras pessoas, tendo como instrutora Michonne. Era estranho vê-la usando uma pistola, já que ela parecia se dar muito bem com sua katana, porém a mulher levava jeito com a arma de fogo. Depois de algumas horas recebendo dicas, fomos até um cercado que antes abrigava animais e Michonne abriu os portões, deixando alguns mordedores entrarem.

Ao todo éramos um grupo de oito pessoas, cinco homens e três mulheres, e não demorou muito para derrotarmos os vinte e cinco errantes. Carl também estava lá, todavia, ao invés de praticar, ele estava auxiliando Michonne. De vez em quando trocávamos alguns olhares discretos, ainda não tínhamos revelado o nosso namoro para ninguém. Estávamos passando por tempos difíceis e não queríamos perder o foco da guerra ou algo do tipo.

Nem mesmo minha mãe sabia. Ela parecia não se importar mais com o que eu fazia, não havia ligado para o fato de eu estar praticando tiros, nem feito uma daquelas recomendações repetitivas para tomar cuidado e ter responsabilidade. Minha mãe parecia distante nos últimos dias, como se estivesse escondendo algo. Poderia ser o trabalho que estava a deixando cansada, já que todos estavam bastante atarefados, entretanto eu suspeitava que tivesse algo a ver com Jesus.

– Vocês estão dispensados – Michonne falou por fim e todos se dispersaram, deixando suas armas sobre a bancada e indo até o local da reunião enquanto Carl se aproximava – A sua mira melhorou muito, Avery – ela elogiou guardando sua pistola.

– Eu nem sabia que você sabia atirar!

– Sei de muitas coisas que as pessoas não desconfiam – Michonne usou o tom brincalhão que costumava usar com Carl. – Sei que estão juntos, mas há quanto tempo?

– Juntos? Quem estão juntos? – tentei disfarçar visivelmente nervosa. Voltei-me para ele, praticamente implorando por um reforço. – Carl, você sabe de alguma coisa?

– Não... – ele ajeitou o chapéu, um pouco envergonhado.

– Sei reconhecer um casal quando vejo. Além disso, os dois estão agindo como idiotas – depois que ela disse isso, Carl e eu nos fitamos e depois voltamos o olhar para o chão. Provavelmente meu rosto estava vermelho, eu detestava aquela sensação. – Relaxem, só quero que tenham juízo. Vou para a reunião, vocês vêm?

Fomos juntos até o hotel. A sala ficava no primeiro andar, e costumava ser usada para esse tipo de discussão. No caminho, pude ver Mika levando as crianças para o segundo andar, ela era a única que não participaria do encontro. Quando chegamos na sala, notei que eles já estavam já conversavam sobre algo.

Nosso grupo todo estava lá, além de três homens que eu não conhecia, provavelmente os representantes de Alexandria, Ezekiel, Richard e Jesus. O Alto do Morro era como uma república parlamentarista, Gregory, o “presidente”, não tinha autoridade alguma. Quem realmente mandava naquilo tudo era Jesus, o “primeiro-ministro”.

– Eu convoquei essa reunião para revisarmos o plano e acertar os últimos detalhes – Rick falou assim que nos sentamos. – Estão todos de acordo? – todos confirmaram com a cabeça, então se voltou para nós, que chegáramos atrasados, e passou a palavra para Jesus.

– Estamos indo para o Santuário, as três comunidades unidas e armadas para reivindicar a nossa liberdade. Mas, se o Negan recusar, estaremos prontos para atacá-los. Eugene, como vai a produção de munição?

– A primeira remessa já saiu, e me parece suficiente. A segunda deve chegar logo, então teremos um estoque.

– Certo, só faltavam as balas. Todo o pessoal já está reunido do lado de fora, e os transportes já estão carregados – ele prosseguiu.

– Richard já preparou tudo, meu pessoal está pronto – Ezekiel disse. Fora do Reino, ele não parecia tão majestoso assim. – Douglas?

– Os meus melhores homens já foram preparados – o homem careca, Douglas, respondeu. – Não é um grande número, mas deve ser o suficiente.

– Certo. Preciso que alguém fique no Alto do Morro para tomar conta do lugar – Rick continuou. Carl logo se ofereceu, dando um passo à frente. – Você não, preciso que vá comigo – o rosto dele se iluminou imediatamente, depois de muito tempo ele finalmente estava conseguindo ganhar a confiança do pai. – Jesus, tem alguma sugestão?

– A Gabriela está na administração, então acho que ela conhece muito bem a comunidade – minha mãe, que estava no canto da sala, apenas confirmou com a cabeça.

– Sarah, Carl, Glenn, Maggie, Eugene, Michonne, vocês vêm comigo, vamos precisar de bons atiradores. Tyreese vai cuidar da produção de balas enquanto Eugene está fora, Gabriela toma conta do Alto do Morro e Scott, Mika e Avery ajudam Kal e os outros no muro.

– Ótimo, agora que já repassamos o plano, temos que falar com os moradores – Jesus concluiu colocando a mão no ombro de Rick, como se passasse essa responsabilidade para ele.

Fomos para fora do hotel, onde parecia estar reunida toda a população do Alto do Morro, algumas pessoas que eu reconheci serem do Reino, perto do ônibus escolares, e alguns rostos desconhecidos, provavelmente de Alexandria. O plano, que eu ainda não conhecia muito bem, deveria ser algo muito grande para terem preparado tudo aquilo. Rick subiu em um dos caminhões que estavam parados para a saída, talvez para poder ser visto por todos, e começou seu discurso.

– Eu sei que estou em dívida com a maioria de vocês, pelo suporte e por terem abrigado a minha família. Nunca pedimos muito além disso, vocês têm vivido aqui como sempre, sem dar nada em troca. Mas agora nosso estilo de vida está sendo ameaçado. Nossas vidas aqui podem acabar, precisamos fazer algo a respeito... E eu preciso de ajuda para fazê-lo. Preciso que alguns de vocês venham conosco – ele fez uma pausa e, enquanto isso, várias pessoas levantaram as mãos, se oferecendo para a marcha. – Eu agradeço pelo risco que estão dispostos a tomar. O resto de vocês... Preciso que estejam preparados. Estamos iniciando um caminho, e eu não sei o quão longo ele será, nem pra onde ele irá... Porém eu sei que terminará num lugar bom. Preciso que vocês estejam preparados para defender esse lugar e todos que estão nele... Se necessário. Sei que não somos soldados, mas até que isso acabe... Vamos manter isso em segredo.

Finalmente estávamos prontos, queríamos, podíamos e devíamos fazer aquilo. Iríamos iniciar nossa marcha para a guerra.


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Notas finais do capítulo

Ninguém lembrava da existência do Fred, certo? Já demos algumas dicas em capítulos bem antigos, e ele foi mencionado no 36 e um pouco mais à frente. É um personagem que queríamos inserir há muito tempo, e só agora tivemos espaço. O Fred será muito importante na fase da guerra. O que acharam dele?
Faz muito tempo que não vemos a Sarah e o Rick juntos, então nos próximos vamos trabalhar mais neles, apesar da guerra estar acontecendo. É um dos nossos casais favoritos na fic, e justamente o único que não tem nome de ship. Por isso, se alguém tiver criatividade e quiser nos ajudar, daremos um spoiler da próxima morte (é bem importante).
Essa última fala do Rick foi retirada da edição 115, só mudamos algumas palavras para encaixar no contexto e tiramos algumas reticências que estavam em excesso.
Até o próximo! Não se esqueçam de comentar!