Born to Die escrita por Agatha, Amélia


Capítulo 6
Organizando o parque


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora, aqui está mais um capítulo para vocês.
Boa leitura!



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*Narrado por Gabriela Hopper

– Avery, acorda! – gritei.

– Por que está me acordando? – ela se virou.

– Tem um mordedor aqui no parque! – ela pulou.

– Como ele entrou? Pensei que estivessem vigiando as entradas principais.

– E estão, mas parece que ele veio de dentro. Pega o seu taco pra se proteger. – não queria que ela ajudasse a matá-lo, mas eu não tinha nenhuma autoridade sobre ela.

– Cadê ele? Eu quero ir lá!

– Ele está lá fora, mas é melhor ficar aqui.

– Nem pensar! Eu vou trocar de roupa – ela entrou no banheiro e voltou correndo.

Chegamos lá fora e o caminhante já estava no chão, com a cabeça perfurada por uma estaca.

– Já sabem de onde ele veio? – Elias perguntou. – Tenho certeza que nada passou por mim à noite.

– E você, viu alguma coisa, Jacob? – Josh perguntou pegando a sua estaca.

– Eu não vi nada, mas de onde veio esse deve ter muito mais – Jacob respondeu.

– E os chalés desocupados? – Molly sugeriu.

– Quando as pessoas foram embora, trancaram uns mordedores em algumas casas – Emily explicou.

– Com certeza esse deve ter saído de algum chalé. – Charles falou.

De repente, Avery começou a rir como uma louca sem motivo algum.

– O que foi? – perguntei.

– Nada, vocês só estão de pijama! – ela riu ainda mais e todos nos olhamos. Droga, eu também estava. Todos correram para os seus chalés e voltaram depois de trocar de roupa.

– Então, o que iremos fazer? – Josh perguntou.

– Quantos chalés tem aqui? Sabem quais estão ocupados? – perguntei.

– São 22 casas. – Elias respondeu.

– Poderíamos administrar tudo isso. – Charles sugeriu.

– Eu trabalho... Trabalhava com administração. Posso cuidar disso. Você é geógrafo? – perguntei para Jacob.

– Sim. Quer que eu mapeie a área?

– Seria ótimo! Emily tem como contar o estoque de comida e anotar tudo?

– Claro! – ela saiu.

– Charles, preciso que registre todas as armas, brancas e de fogo. Quero que faça o mesmo com os remédios – ele assentiu e foi embora. – Elias, você poderia checar os tanques dos carros?

– Vou fazer isso – ele foi em direção ao estacionamento.

– E aí, chefe? O que eu posso fazer para ajudar? – Josh perguntou.

– Conte quantas casas estão ocupadas e, se puder, tente limpá-las. Vá com a Molly e acorde a sua irmã para ajudar.

– Tem certeza? Ela vai atrapalhar mais.

– Ensine ela a fazer alguma coisa, ela precisa saber se defender sozinha – os dois saíram.

– E eu? – Avery perguntou toda animada.

– Nada.

– Como nada? Eu não sou inútil!

– Claro que não, mas não é seguro – me abaixei um pouco para olhar nos olhos dela (não adiantou quase nada já que tínhamos quase a mesma altura). - Sei que não posso mandar em você, mas só quero te proteger. Se quiser, pode ir com eles, eu não tenho o direito de tomar decisões por você.

– Tá, obrigada pela preocupação. Mas...

– Você vai.

– É. Você disse que a Kate precisa saber se defender sozinha. Eu também preciso.

– Pode ir – fiquei um pouco chateada por isso, mas ela tinha razão.

*Narrado por Avery Dickens

Fui correndo e consegui alcançá-los. Me senti meio mal por não ter feito o que a Gabriela pediu, mas seria melhor para mim aprender.

– Ela me deixou ir com vocês! – falei chegando perto dos três.

– Tudo bem, mas fique atrás de mim – Josh avisou. – Só faça o que eu disser entendido?

– Sim, senhor! – brinquei.

– OK, temos 7 chalés ocupados, 3 vazios e 12 lotados de errantes – Molly falou enquanto Kate anotava.

– Vamos do maior para o menor. Pra que lado fica o 22? – Josh perguntou.

– Acho que fica pra lá – apontei para um lado e seguimos nessa direção.

Quando chegamos, de cara já pudemos ver uma janela quebrada, onde uns cinco walkers se amontoavam.

– Ele deve ter saído por aqui – Kate falou apontando para o rastro de sangue que saía da janela.

– Vamos tentar limpar. Eu vou na frente, Kate vem comigo e vocês duas ficam vigiando a janela – fiquei meio desanimada por não poder entrar.

Eu e Molly ficamos a postos, para o caso de algum conseguir escapar de novo. Eu estava impaciente, talvez torcendo para que tivesse que matar algum. De vez em quando ouvíamos Kate gritar de nojo ou algo do tipo, até que ouvi um som vindo de trás da casa.

– Você ouviu isso? – perguntei.

– Sim. Devemos ir lá? – alguém pedindo a minha opinião sempre me deixava feliz.

– Fica aqui vigiando a janela que eu vou lá – ela assentiu. Talvez Molly também estivesse com medo (ou nojo) de matá-los.

Fui andando toda corajosa com o meu taco a postos, quando me deparei com Kate cercada por três mordedores enquanto Josh não podia fazer nada, já que estava ocupado com outros cinco. Eu só poderia ajudar um dos dois, e resolvi ir até Kate, que era extremamente desajeitada com aquele facão.

Corri até lá e abati o que chegava por trás. Depois chutei um que estava a alguns centímetros de mordê-la. Ela conseguiu cortar a cabeça do terceiro e eu matei o que acabava de se levantar.

– Me empresta o facão? – ela me deu ele e eu corri para ajudar Josh.

Perfurei a cabeça de um mordedor que segurava o braço dele, depois parti a cabeça de outro e Josh se livrou dos três restantes.

– Isso aí, brave! – Josh me elogiou.

– Brave?

– Tá escrito “Atlanta Braves” no seu taco. Torce pra eles?

– Não, meu avô torcia. Ele que me deu o taco.

– Eu estou toda suja de sangue! Que nojo! – Kate reclamou. – Não dá para encontrar o Jacob assim!

– Mas não era o Jack? – perguntei.

– Alguém pode me explicar o que está acontecendo entre você, Jacob e Jack? – Josh estava confuso.

– Ela tava tipo namorando com o Jack, mas acho que ela já trocou... – entreguei ela.

– Obrigada sua fofoqueira! – ela se irritou.

– Katherine Christina Harris! O que está acontecendo? – Josh falou como se fosse o pai dela. Eu ficaria preocupada, afinal, ele a chamou pelo nome completo.

– Nós estamos ficando, pronto! Nós vamos morrer mesmo...

– Nós não vamos morrer! Você só precisa parar de se preocupar com futilidades e se concentrar em lutar pela sua sobrevivência! Só assim terá uma chance! – ele falou segurando os ombros dela. Antes que alguém pudesse dizer algo, ouvimos um grito. – É a Molly!

Saímos correndo para o outro lado da casa e vimos ela gritando enquanto pisava na cabeça de um walker que acabava de sair pela janela. Depois que ela pisou, a cabeça se quebrou e começou a escorrer sangue.

– Que nojo! – Molly falou olhando para seu pé, encharcado.

– Foi nojento, mas é maneiro! Como você fez isso? – falei.

– Pisando! Nunca mais faço isso.

– Eu estou pior que você! – Kate não parava de reclamar.

– Os ossos devem estar tão podres que se quebram com facilidade – Josh concluiu. – A casa ainda não está vazia. Só tiramos alguns. Avery, que tal vir comigo dessa vez?

– Vamos entrar ou deixá-los saírem? – perguntei animada.

– Vamos entrar. Não devem ter muitos lá.

Entramos na casa e logo de cara encontramos um caminhante tentando passar pela janela. Josh fincou sua estaca na cabeça dele e puxou.

– É o seguinte, eu vou olhar no banheiro e você fica de olho pra que nenhum dele me ataque por trás – segui as instruções dele e tudo correu bem até chegarmos na penúltima casa.

Eu, Josh e Kate entramos lá. Ele foi na frente e nós duas fomos atrás. Estava escuro por causa das cortinas. Josh as abriu e pudemos ver um walker todo comido lá dentro. Ele não tinha pernas nem uma mão e parte do abdômen. Dava para ver quase todos os seus órgãos internos.

– Não me obrigue a chegar perto disso! Não depois de me colocar perto daquela coisa na outra casa! – Kate reclamou.

– Acho que eu sei quem é esse carinha, era o Clark. Ele dava em cima da Kate todos os dias. Um dia eu quase dei uma surra nele. No dia que eles invadiram o parque, um mordedor comeu a mão dele. O Clark se trancou aqui, mas deve ter achado outro errante que quase terminou o serviço – enquanto ele falava isso, os restos mortais do Clark se arrastavam lentamente em nossa direção.

– Vou acabar com isso! – bati duas vezes meu taco na cabeça dele e acabou voando muito sangue em mim. – Podemos voltar? Eu estou com fome e esse foi o meu décimo sexto hoje.

– Tudo bem, depois do almoço vamos na última.

Voltei correndo na frente deles e vi Gabriela fazendo umas anotações. Quando me viu, ela se levantou e me abraçou.

– Você está toda suja! O que aconteceu? – ela parecia muito preocupada. – Vocês foram cercados? Eram muitos?

– Acabei de te sujar também – a roupa dela também estava imunda. - Se eu soubesse que você ia ficar assim não tinha ido!

– Como não ir? Você nos salvou uma vez! – Josh chegou.

– Colocaram ela pra matar eles? – Gabriela estava realmente preocupada.

– No começo ela ia só vigiar, mas ela viu que eu e Kate estávamos cercados e nos ajudou. Não foi perigoso.

– Como foi ficar aqui... Fazendo essas coisas chatas? – perguntei mudando de assunto (tirando o foco de mim) e olhando para aquelas anotações confusas.

– Não é chato! Eu gosto disso, é meu trabalho, ou melhor era – ela se sentou e voltou a anotar.

– O que você fez?

– Só deixei tudo registrado, assim poderemos racionar a água, a comida e os remédios, que estão acabando. Se alguém adoecer acho que o que temos não será o suficiente, já que não temos um médico aqui.

– Você sabe quanto tempo essas coisas vão durar? – perguntei curiosa.

– Depende. A comida deve dar para umas duas semanas, os remédios para uns dois dias se alguém passar mal e a água dá para muito tempo, sem contar com o rio que passa pelo parque.

Gabriela deveria ser vidente ou algo do tipo, porque, minutos após a nossa conversa, Molly chegou correndo em nossa direção, desesperada.

– A Ashley, ela está passando muito mal. Precisamos de ajuda!


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Notas finais do capítulo

O que vocês acham das pessoas do parque? Continuem comentando!



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