Capitulo 3 -  Mestre!

Abri a porta e como sempre Caos estava em pé olhando para a enorme reprodução holográfica que mostrava qualquer cena da terra que gostaria. É, eu tava certa, provavelmente ele assistiu minha conversa com meu pai.

Ele se virou e me olhou.

- Mestre. - eu digo e faço uma reverencia.

- Tálassa, já disse que você não precisa fazer uma reverencia toda vez que me vê, nem me chamar de mestre. - ele diz revirando os olhos pra mim. Na verdade eu só fazia isso para irritar ele mesmo, não sei porque mais eu gosto de ver um deus irritado. Um sorriso escapou pelos meus lábios.

- Não resisto, mestre. - eu digo. Juro que eu vi o canto de seus lábios subindo.

Minha expressão voltou a ficar seria.

- Acho que você sabe porque eu estou aqui. - eu digo.

Caos olha pra mim e percebo que sua expressão ficou seria (mais do que já é, incrivel!).

- Sei. E tambem sei que você não está muito animada com a ideia. - Como ele pode me conhecer tão bem? Chega a ser assustador.

- Eu sempre quis falar com Perseu. Dizer a ele que eu existo. Mais pedir para ele se juntar a nos e largar sua vida. - balanço a cabeça em um sinal negativo. - Não sei se gostaria de receber um convite desse se estivesse no lugar dele.

- Entendo o que você está dizendo. - ele diz. - Mas você tambem sabe que eu sempre o quis como um dos meus tenentes, só não o chamei porque ele tinha uma tarefa na terra a fazer para os olimpianos. E agora ele já a fez.

Sabia que essa seria a resposta de Caos. Uma parte de mim ficou super feliz em conhecer Percy e conviver com ele (sem contar o fato de que ele não será morto por Zeus). Mas a outra ficou triste por saber que ele teria que deixar uma vida para traz. Eu tinha visto seus amigos se sacrificando por ele, e ele se sacrificando por seus amigos. Viu o amor dele e de Annabeth Chase aumentar a cada segundo. Viu sua mãe chorando por dias ao receber a noticia de que seu filho estava desaparecido. Como estas pessoas ficariam quando soubessem que Percy tinha somido a face da Terra (literalmente)? Não queria nem imaginar como Annabeth ficaria.

Eu apenas balanço a cabeça para afastar esses pensamentos, não estava na hora certa te-los.

- Você vai a Terra para fazer a proposta? - eu pergunto.

- Na verdade, eu iria lhe fazer a mesma proposta. - ele diz, o conto de seus lábios estavam quase levantando. Ele sabia que eu gostava de estar na Terra. Não importa o tempo em que eu fique nessa dimensão, a Terra seria sempre o meu lar. E eu sabia disso.

- Tudo bem. - eu falo. Vai ser legal aparecer no acampamento Grego-Romano, sempre tive vontade de ir lá.

- Você não ira precisar entrar no acampamento. - Odeio quando ele lê meus pensamentos, é muito irritante! - Ele já está saindo de lá.

Agora sim eu tinha ficado surpresa (tinha até esquecido que estava irritada). Por que ele não estava no acampamento, Por acaso ele era louco? (eu sabia que a resposta era sim) Zeus iria mata-lo assim que colocasse o pê para fora das barreiras.

- O que quer dizer com isso?

- Ele planeja sair essa noite. Agora mesmo o acampamento Grego-Romano está sofrendo um ataque de monstros que estão tentando passar pelas barreiras. Perseu Jackson quer sair do acampamento para que nenhum de seus amigos acabem morrendo tentando protege-lo.

Droga. O que aquele garoto tem na cabeça? Se bem que eu teria feito o mesmo.

- Você quer que eu espere ele sair para encontra-lo? - eu digo a Caos.

- Sim, espere ele sair, depois o encontre e faça a proposta. Se ele aceitar, o traga diretamente aqui, para que ele faça o juramento.

E que juramento aquele, hein. Lembro de quando tinha 10 anos e Caos me disse que o juramento tinha que ser feito com sangue. Até ai tudo bem, tava para aguentar. Mais depois ele me diz que eu tenho que colocar o sangue em um cálice onde tinha uma pequena gota de seu sangue divino e depois bebe-lo. Serio, eu fiquei dois dias sem beber mais nada.

- Assim como queira, mestre. - eu digo mais uma vez para irrita-lo e faço uma reverencia. Lhe dou as costas e saio pela porta, ouvindo ele bufar. Isso me faz dar um pequeno sorriso.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Estava na minha sala particular de armas escolhendo algumas para usar. Falando assim eu até parecia uma adolescente comum, apenas escolhendo despreocupada qual pulseira usar para poder sair um garoto.

Acho que eu sentia sim falta de uma vida comum. As vezes ficava imaginando como seria se eu fosse apenas uma mortal, simples e feliz, sem saber da existência de um mundo que na maioria das vezes ou quer te matar ou a deixar incrivelmente machucada.

Eu logo afastei esses pensamentos, como sempre fazia. Eu não podia ter essas imaginações. Minha vida era ser uma Tenente de Caos, uma semideusa filha de Poseidon, que a maioria dos deuses e pessoas não tem conhecimento que existe. Apesar de eu sentir falta da parte de sair com garotos.

Não que eu nunca tenha namorado. Já tinha me envolvido um pouco ano passado com um outro Tenente de Caos. Seu nome era David, e assim como eu não usava o sobrenome. Ele tem agora 18 anos, é alto e musculoso (tambem com tudo que os tenentes tinham que fazer não teria um homem que não ficasse com músculos), loiro e olhos castalhos. A gente tinha namorado por alguns meses, mais depois resolvemos terminar. Eramos agora bons amigos, nada mais que isso.

Pego um chicote na parede e prendo no meu sinto junto com minha espadas. Coloco algumas adagas escondidas em minha blusa/armadura e uma pulseira grosa que viraria um escudo. Não estava muito preparada, mais afinal, eu só iria fazer uma proposta para Tenente.

Eu estava nervosa. Iria finalmente conhecer meu meio irmão daqui a poucas horas, finalmente ele saberia da minha existência. Não tinha a minima ideia de como ele iria reagir.

Não pude deixar de sorrir com o pensamento que finalmente iria viver com alguem que era de minha família.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .