Quando chegamos ao parque onde iríamos fazer o piquenique vi como o lugar era deslumbrante. Era tudo repleto de árvores e onde não tinha árvores tinha grama verde ou laguinhos.

Nós nos sentamos próximos a um lado relativamente grande embaixo da sombra de uma árvore velha e grande. O cheiro de terra molhada invadia minhas narinas me fazendo voltar anos da minha vida e viver um dia como se eu fosse uma criança.

Glimmer apareceu pouco tempo depois de chegarmos, atrás dela vinha um garoto alto, de cabelos castanhos e uma cara de palhaço. Sem maldade, claro, né?

–Oi gente. –disse Glimmer sorrindo, ela cumprimentou todos aos beijos no rosto, quando chegou ao Noah ela lhe tascou um beijo melado na bochecha e na hora de cumprimentar o Cato só faltou beijar a boca dele. Vaca. (N/A: Desculpa gente, mas eu preciso fazer a Clove sentir ciúmes de alguém.)-Gente esse é meu namorado Marvel. –a loira apresentou o meio-irmão e o mesmo sorriu e acenou com a mão.

Ficamos praticamente à tarde inteira conversando, às vezes Marvel fazia alguma gracinha e a gente ria de faltar o ar.

Quando o por do sol se fez presente, Noah fez questão de se sentar atrás de mim e me abraçar pela cintura tornando assim o clima mais constrangedor e romântico. –Eu te amo florzinha. –disse Noah sussurrando no meu ouvido.

–Também. –digo apenas e volto a prestar atenção no por do sol. Percebo que Noah ficou estranho com o meu jeito de responder a sua pequena declaração de amor e de relance vejo Cato me encarando enquanto Marvel conversa com ele.

Sorrio para o loiro que me encara e ele mexe os lábios querendo dizer: Amo você. E eu lhe respondo do mesmo jeito só que dessa vez com as bochechas coradas e um sorrisinho bobo nos lábios: Também amo você.

Cato sorri de canto se sentindo vitorioso, porque para Noah eu respondo “Também” e para ele eu respondo “Também amo você.”

Voltamos para casa quando já podia se ver a lua no céu. Eu entrei na casa após todos já terem se apossado dela e fui para o meu quarto.

Arrumei minhas malas, guardei a fantasia dentro um lugar próprio para roupas fáceis de amaçar e coloquei por cima das malas prontas. Separei apenas uma roupa para dormir e uma roupa para colocar amanha já que iria voltar para Malibu.

Depois de tudo pronto tomei um banho e vesti meu pijama, deitei-me na cama ao lado de Noah e adormeci.

Acordo no dia seguinte cedo e vou me arrumar para pegar o avião, tomo um banho e visto uma calça colada preta, uma blusa larga de mangas compridas cinza e calço nos pés um bota de salto azul escura.

http://www.polyvore.com/41_42/set?id=96248959 (Roupa #42)

Desço as escadas e entrego minhas malas a Noah e ele vai em direção ao carro guardá-las sendo seguido por Annie, Madge e Katniss.

Mesmo estando meio que brigada com Cato resolvo me despedir dele. –Cato! –grito procurando-o pela casa - Cato cadê você?! –grito subindo as escadas correndo e vou em direção ao seu quarto e bato na porta o chamando - Cato, eu vim me despedir de você.

–Vai embora! –ele resmunga de trás da porta - Não quero falar com você. Vai embora! –meus olhos arderam em lágrimas - Eu desejaria nunca ter me sentido assim... Tão bem com você. Vai embora, por favor. –saio correndo e me tranco no banheiro do andar de baixo.

–Maninha... –ouvi Katniss murmurar batendo na porta de leve - Temos que ir.

–Tudo bem. –digo abrindo a porta e seguindo minha irma até o carro.

Ainda bem que no caminho ninguém reparou que eu havia chorado e ainda estava chorando em silencio. Olhei para trás na esperança de ver meu loirinho gritar para que eu ficasse, mas nada aconteceu, então apenas virei a cabeça para frente e esperei até chegarmos ao aeroporto.

Despachamos as malas, e em pouco tempo eu e meus companheiro nos dirigimos ao salão de embarque, mas antes de eu entrar parei para atender ao meu celular, minha mãe. Disse a ela que já estava tudo bem e que já estava voltando para casa.

Assim que desliguei ouvi alguém gritar.

Pov’s Cato

– Clove! Clove! – Grito enquanto corro pelo aeroporto, ela para e vira-se para mim. – Clove... -Digo parando a sua frente, e respirando com um pouco mais de facilidade.

– Cato... – Ela diz num sussurro. – O que está fazendo aqui? Você não quis me ver hoje de manha, pensei que me odiasse. – Ela fala olhando para o lado, acho que procura por Noah ou suas amigas.

– Clove só me escuta ok? – Digo e ela assente. – Essas semanas foram mágicas, você eu não sei explicar ou achar as palavras certas. – Digo me enrolando todo, estou nervoso. – Antes de você aparecer eu era simplesmente o Boy Toy, você não foi à primeira Clove, mas foi à única que fez algo mudar em mim. – Paro novamente e vejo Clove segurar as lágrimas. – Sei que não podemos ficar juntos Clove, sei que tudo é impossível para nós, mas eu ainda tenho esperanças. – Digo agora eu segurando as lagrimas.

– Mas Cato você sabia desde que eu cheguei aqui que não poderíamos... Continuar, que como a Cinderela o encanto acabaria não a meia-noite mais em duas semanas. – Ela diz

– Eu sei Clove, eu sei! E você não sabe o quanto que eu me culpo por isso, eu simplesmente não queria e se pudesse voltar no tempo tentaria não ter me encantado. Mas você com seu jeito, eu não sei, me conquistou.

– Cato...

– Não, não fala nada deixe eu terminar. – Faço uma pausa e continuo – Clove eu sei que você vai casar, eu sei que deveria ter sido uma aventura, eu sei. Mas também sei que você não vai desistir de tudo por mim, não vai simplesmente largar sua vida, seu casamento, e vai formar uma família comigo.

– Cato eu não queria ir... – Clove diz com lágrimas nos olhos.

– Mas você vai. Mas Clove eu não vim aqui para impedir você. Eu só quero garantir que você se lembre de mim. Você vai lembrar?

–Claro Cato...

– Não me esquece?! Nunca?! Nenhum dos momentos que vivemos?!

– Claro que não Cato... – Ela diz e me abraça.

– Eu vou levar você junto comigo para sempre. – Digo agora com lágrimas nos olhos.

– Para sempre. – Ela sussurra e me beija, um beijo lento e apaixonado, um beijo de despedida.

– Agora vai pequena. – Digo a soltando. – Eu sei que agora parece ser o fim para nós, mas aqui em algum lugar no meu interior, eu ainda tenho esperança de que isso aqui foi só o começo.

– Eu espero que sim Cato, o começo do nosso para sempre. – Ela sussurra e sai.

E assim, com lágrimas e essas palavras, vejo Clove virar as costas em direção ao avião.

Não sei se vou conseguir passar desse dia, vendo o amor da minha vida entrar em um avião rumo a Malibu e nunca mais voltar, não sei se consigo mais viver assim.

Vejo o avião decolar e fico apenas olhando e quando o avião não está mais no alcance de minha visão eu pego o meu carro e volto para minha casa, para a casa onde eu nasci, para casa onde minha família vive.

–Cato, filho, o que aconteceu? –perguntou Calissa, minha mãe, assim que entro na sala, ela olha bem para o meu rosto e percebe que eu estou chorar –Por que está assim?

–Por causa dela mãe. –digo me sentando no sofá e Prim se senta ao meu lado e me abraça –Ela foi embora, e levou meu coração junto. Eu amo ela, mas tive de deixá-la partir. –suspiro pesadamente e as lágrimas escorrem pelo meu rosto –Não sei se consigo viver sem aquela baixinha.

–Sentimos muito Cato. –disse Prim baixinho e deu espaço para que minha mãe me abraçasse apertado, um abraço que somente duas pessoas sabiam dar: Uma mãe e uma paixão.