Unica Et Opposita escrita por Sali


Capítulo 31
Capítulo XXXI


Notas iniciais do capítulo

Eu iria postar ontem esse capítulo, mas aí a luz caiu enquanto eu postava e depois eu não pude mais. Mas agora tô aquii! o/ E super feliz, com os 20 comentários no último cap. Caaara, como eu amo vocês!
Esse cap tá... Bem amorzinho. Espero mesmo que gostem!



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Lizzie

– É realmente estranho morar perto do centro de Londres e quase nunca andar de ônibus. – Jude riu, quando descemos do enorme ônibus vermelho de dois andares, o vento soprando frio e cortante e bagunçando os cabelos dela.

Rindo, parei-a na minha frente, em plena Trafalgar Square, para arrumar algumas das mechas despenteadas.

– E aí? O que quer fazer primeiro?

Jude sorriu.

– Se eu soubesse aonde vamos, poderia até opinar.

Eu ri.

– Já falei que é segredo, ok?

Jude revirou os olhos e riu, e a imagem dela rindo abertamente, os cabelos e o cachecol voando com o vento, diante do prédio da National Gallery, me fez gostar daquela cidade mais do que nunca.

– Ei, para de me olhar assim. – Ela sorriu então, as faces levemente rosadas.

– Não posso mais te achar linda?

Ela balançou a cabeça, corando com mais vivacidade, sem parar de sorrir.

– Vamos logo para esse lugar surpresa, então?

– Sim, senhora. – Fiz uma reverência leve, segurando a sua mão. – Antes que esse vento nos congele.

Desde a primeira vez que eu pensei em sair com Jude, o único lugar que me vinha à cabeça era a Dreams Factory, uma pequena confeitaria com todos os sabores possíveis e improváveis de cupcakes, além de tortas, bolos, brownies, cheescakes e macarons, tudo incrivelmente gostoso.

– Chegamos. – Sorri então, ao ver a expressão de Jude diante da fachada da loja: uma vitrine com diversos cupcakes e doces coloridos, uma placa de madeira delicadamente talhada e a porta de madeira e vidro.

– Lizzie! – Ela levou as mãos a boca, sorrindo. – Esse lugar é… Lindo.

Dei uma risada baixa.

– Vem, vamos entrar. – Abri a porta, deixando que Jude entrasse antes de mim.

Do lado de dentro, o ambiente já era incrível, delicadamente decorado em tons cálidos de rosa envelhecido e madeira escura, com plaquinhas do mesmo material e mesas e bancos com pés finos e espiralados, que pareciam delicados demais para sustentar o peso do tampo de madeira. Com um suave cheiro de baunilha, o próprio ar era completamente acolhedor. No balcão, para onde nos dirigimos, vitrines de vidro exibiam mais cupcakes coloridos e outros doces, que percebi encherem os olhos da garota ao meu lado.

– O que desejam? – Uma sorridente jovem, de vibrantes olhos azuis, surgiu atrás do bacão. Me voltei para Jude, tocando sua cintura.

– E aí? O que vai querer?

Ela mordeu o lábio, olhando para a enorme quantidade de sabores diferentes indicados por plaquinhas espetadas no glacê, e então ergueu os olhos.

– Não quer escolher primeiro?

Sorri de lado.

– Tudo bem, vamos lá. O que acha de framboesa?

Jude sorriu, assentindo.

– Ok. Então… Um cupcake de framboesa e… – Olhei novamente para ela, e logo havíamos escolhido bolinhos de framboesa, creme de nozes, café com chocolate e chá preto com recheio de geleia.

Quando fomos para a mesa, Jude parecia ao mesmo tempo deliciada e maravilhada, já que nosso pedido havia sido organizado em uma bandeja realmente legal, e nada havia deixado a desejar em relação ao sabor.

A certo momento, sujei o lábio superior com o marshmallow que cobria o bolinho de nozes de Jude, fazendo-a rir.

– Ah, você acha graça?

Com uma falsa cara de anjo ela assentiu, aproximando-se.

– Vem cá, eu limpo.

Sorri de lado e aproximei o rosto do dela, mas antes que ela pegasse um guardanapo, roubei-lhe um selinho rápido.

– Lizzie! – Ela sorriu, seu rosto adquirindo um tom rosado enquanto eu limpava com a língua a sujeira em minha boca.

– Ops, você se sujou. Quer que eu limpe? – Fiz cara de inocente, esticando o braço apenas para deslizar o dedo sobre o lábio sujo de Jude, levando-o à minha boca logo depois.

– Hum, sim. Esse glacê de nozes é realmente bom.

Com uma leve surpresa, vi o rosto de Jude continuar da mesma cor, enquanto ela deslizava a língua pelo lábio, numa provocação clara.

– Não tenho certeza. Não provei direito.

Sorri de lado, agora realmente com vontade.

– Quer mais?

– Ah, sim. – Jude deu outro sorrisinho, falsamente inocente e, se aproximando, roubou de mim um beijo demorado, lento e extremamente agradável, deixando-me surpresa com a ousadia, mas completamente deliciada.

– Acho que os ares fora de St. Leonards te fizeram bem.

Rindo, Jude continuou comendo o cupcake que abandonara, o olhar sem deixar o meu.

Jude

– Lizzie, você não vai deixar de me surpreender?

A minha incrível colega de quarto riu baixo, ao deixarmos a confeitaria.

– Não sei. – Ela sorriu de lado, evasiva, e olhou para o céu. – Mas acho que não serei a única a fazer isso hoje.

Seguindo seu olhar, observei pequenos pontinhos brancos cortarem o céu azul, sentindo o toque gelado quando um deles pousou na minha bochecha.

– Meu Deus, neve?

Ela riu.

– É, neve. E acho melhor sairmos logo da rua, porque vai esfriar mais. Para onde quer ir agora?

Dei de ombros.

– Eu não conheço muito bem a cidade. – Senti meu rosto esquentar levemente. – James é melhor nisso.

– Sendo assim… – Lizzie sorriu outra vez, colocando um braço sobre os meus ombros. – Sei onde podemos ir agora.

Se eu esperava que ela me contasse nosso segundo destino, estava realmente enganada. Felizmente, não nos demoramos muito subindo a rua da confeitaria, até pararmos defronte a outro local que me deixou novamente boquiaberta.

Diante de nós, em outra construção com a fachada de madeira, até um tanto parecida com a confeitaria em sua estrutura, uma placa exibia “Livros novos e usados”. Nas duas vitrines, uma de cada lado da porta de entrada, pilhas e estantes de livros de diferentes espessuras, tamanhos, cores e capas enchiam os olhos, com um pequeno espaço apenas para mostrar como o lugar era grande internamente.

– Lizzie, meu Deus! – Suspirei, vendo-a sorrir de lado.

– Vai ficar aí fora?

Rindo, segui-a para dentro da loja, ouvindo o ressoar de um sininho quando a porta foi aberta. Não demorou nada para que um homem idoso surgisse de uma porta atrás do balcão, limpando os óculos fundo-de-garrafa. Ao colocá-los no rosto, abriu um sorriso.

– Elizabeth! – Ele deixou o balcão ainda sorrindo, e vi a garota ao meu lado sorrir também. – A que devo o prazer da visita inesperada?

Lizzie riu, cumprimentando-o.

– Essa é Jude, Sr. Wilbur. Ela gosta muito de ler, então resolvi trazê-la aqui.

O homem abriu outro sorriso e cumprimentou-me afetuosamente.

– Então, Jude. O que gosta de ler?

Dei de ombros.

– Tudo, eu acho. Mas principalmente romances.

– Romances, sim. Também gosto deles. – Seu rosto bondoso voltou a sorrir. – Tenho alguns aqui, inclusive. Gosta de Jane Austen?

– Muito! – Exclamei. – Já perdi a conta de quantas vezes li Orgulho e Preconceito.

– Elizabeth Bennet é uma personagem notável, não acha? – Ele sorriu, olhando de lado para Lizzie.

– Ah, sim. Demais. – Concordei, rindo baixo, e a minha colega de quarto apenas sorriu, revirando os olhos.

– E Emma, já leu? Tenho uma edição incrível dele aqui.

– Sério? – Sorri. – É um dos únicos que eu não tenho.

O Sr. Wilbur sorriu e, pouco tempo depois, ele mostrava-me uma parte de sua extensa coleção de livros, enquanto discutíamos os lidos e não lidos como se nos conhecêssemos desde sempre. Me vi surpresa ao descobrir que ele havia lido e gostado de livros modernos, romances que muitas pessoas criticavam, e foi rindo que ouvi-o gracejar com o fato de Lizzie não ler, e como não fora por falta de insistência. Assim, eu mal vi o tempo passar, percebendo apenas que já estava escurecendo quando ela avisou-me, no momento em que Mr. Wilbur sumiu pela porta atrás do balcão a fim de buscar três livros que eu iria comprar.

– Meu Deus! – Exclamei, fazendo-a rir baixo. – Eu realmente perdi a noção do tempo.

Ela sorriu de lado.

– Não se preocupe com isso. O importante é que você gostou.

Dei um sorriso, confirmando com a cabeça enquanto sentia seus dedos acariciarem-me o rosto e, num rompante de coragem, roubei-lhe um beijo.

Um milésimo de segundo depois que nos afastamos, Mr. Wilbur voltou, sorrindo, com os volumes que eu havia pedido nas mãos. Paguei o preço pedido, antes de anunciar que iríamos embora.

– Mas já? Tão cedo?

– Sr. Wilbur, logo vai escurecer, e começou a nevar. – Lizzie sorriu.

– Claro, claro. Vocês estão certas. Obrigada por vir, Elizabeth. Diga à Joanne para vir mais, também. E você, Jude, volte! Podemos conversar mais sobre livros.

Sorri, confirmando, e Lizzie despediu-se do homem, antes de deixarmos a loja.

– Joanne? – Olhei-a, quando subíamos a rua.

Lizzie abriu um sorriso de lado.

– Sr. Wilbur é… Namorado da minha avó. Algo assim.

Sem conseguir me conter, comecei a rir.

– Sério? Mas… Meu Deus! Não sei porque ainda me surpreendo, mas…

Ela riu também.

– Vamos para casa, Jude. Uma menina linda assim não pode ficar sozinha na rua depois de escurecer. É perigoso.

Senti minhas bochechas vermelhas, e sorri timidamente.

– Eu não estou sozinha. Você está comigo.

Lizzie sorriu de um jeito que fez algo além do meu rosto esquentar, olhando-me. Então, me abraçou pela cintura.

– Mais perigoso ainda.

No final, Lizzie decidiu levar-me em casa, após saber que James não poderia me buscar.

Pegando, dessa vez, um táxi, não demorou para que atravessássemos os portões da mansão dos Ward, que arrancou olhares do motorista enquanto este recebia o dinheiro pela corrida.

– É… Uau. – Foi o que Lizzie disse então, quando o automóvel deixou-nos diante da porta de entrada.

Dei um sorriso tímido, vendo que ela erguia os olhos, tentando enxergar toda a fachada da casa. Sem saber muito bem o que sentir, vi o rosto seu rosto normalmente sorridente montar uma expressão que parecia ao mesmo tempo surpresa, admiração e choque.

– Pois é. – Ri baixinho, sentindo meu rosto levemente vermelho. – Vamos… entrar?

Baixando os olhos, Lizzie sorriu.

– Foi mal, eu realmente… Nossa, nunca imaginaria isso.

Corei de novo, sorrindo.

– Vamos, Lizzie. Do lado de dentro está menos frio.

Ela voltou a sorrir, retomando agora a expressão de sempre.

– Não tem problema?

Ri e segurei a sua mão, puxando-a.

– Anda logo.


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Notas finais do capítulo

Aaaaaaah, Lizzie, sua delícia! Sassenhora, como eu amo essa pessoa
Okay, parei. E aí? O que acharam? Fofinho, né não? Eu também. E pras taradas (sim, taradas!) que vivem pedindo safadeza, calma que já vem. Tudo a seu tempo!
Bora lá pras amores que comentaram:
— ArayaN
— Saah Chan
— Vitoria
— Hachimenroppi
— Ms Lee Barbosa Fernandes
— Raiane CS
— Ana Carolina
— Victória Braz
— Alaska Young
— Beatriz Victoria
— Lua
— Doce Amarga
— Libby Lobo
— Viva La Swan Queen
— Amorzão
— The Groselha
— lih
— BeaM
— Laura Storm
E é isso aí! Obg a todas vocês, cara!
Até mais!