Unica Et Opposita escrita por Sali
Notas iniciais do capítulo
Demorei um pouquinho? Culpa das provas e de Harry Potter, pois é.
Mas enfim, vamos deixar isso quieto.
Chegamos aos 400 reviews, pessoas! Tô tão feliz! Super obrigada, de verdade, a cada uma de vocês, que já comentou pelo menos uma vez aqui.
Aaah, eu também mudei a capa da fic. Olhem lá, tá super bonitinha.
Bom... Vamos ao cap.
Um pouco de Lizzie para vocês.
Lizzie
– Seu quarto deve estar um pouco empoeirado. – Foi a primeira frase que eu ouvi, dos lábios da Sra. Bennet, ao colocar os pés na sala de estar. – Sem ninguém em casa… – Ela resmungara, na sua forma de dizer que sentira falta da minha presença.
Acabei abrindo um sorriso, percebendo que aquele sentimento havia sido recíproco.
– Eu também senti saudades, vó! – Exclamei, abraçando a senhora um tanto mais baixa do que eu e beijando-lhe a testa.
– Ah, menina! Deixa disso. – Ela reclamou sem muita convicção, tentando não rir.
Voltei a dar risada, realmente feliz por estar novamente em casa, e me dirigi para o quarto, levando a mochila pendurada em um ombro. Minha avó me seguiu pelo corredor, parando à porta enquanto eu deixava minha mochila na cama.
– Tem algumas coisas na cozinha. – Avisou. – Nada de mais, certo? Estarei assistindo o Jamie. – Completou então, se referindo a um dos programas de culinária dos quais gostava antes de sumir no corredor com o seu passo lento, deixando-me com um sorriso nos lábios.
Mesmo com aquele aparente desinteresse, a minha avó se preocupava comigo. Mesmo não demonstrando do jeito usual, ela gostava de mim, e mesmo que se mostrasse completamente indiferente, eu tinha certeza que não viveríamos uma sem a outra e, não fosse o grupo que ela participava e os diversos cursos que fazia, muito provavelmente não suportaria viver sozinha naquela casa.
Ainda sorrindo com o seu jeito, caminhei até a cozinha, e não foi surpresa para mim me deparar uma certa profusão de bolinhos de blueberry, crumpets com geleia e e uma incrível torta de frango, exatamente o oposto do “nada de mais” que a minha avó descrevera momentos antes.
Sorrindo de lado, peguei dois bolinhos, alguns crumpets e uma xícara de chá, deixando a torta de frango para mais tarde. Na sala, a minha avó segurava sua habitual xícara de chá preto, sentada no sofá, os pés sobre a mesinha de centro. Quando entrei, seu olhar se voltou para mim.
– Não te alimentam direito naquele colégio?
Não consegui conter o riso, ao sentar-me ao lado dela.
– Acredito que sim, vó. Por que?
Ela lançou um olhar para a minha camiseta, um pouco larga.
– Você está magra demais. Se continuar assim, vai sumir.
Sorri, colocando os pés sobre a mesinha, como ela.
– Eu era assim antes de ir para lá, vó. Não emagreci mais. Acho que talvez tenha até engordado um pouco.
– Que ótimo. – Ela resmungou. – Se não teria sumido. E tire os pés da mesa!
Ergui uma sobrancelha, descendo o olhar até os pés dela, que se permitiu um sorrisinho.
– Eu sou velha!
Eu e minha avó assistimos seus amados programas de culinária por algum tempo, mas mal havia começado a tarde quando eu comecei a pensar involuntariamente em Jude, e sentir uma agitação estranha dentro de mim, que não demorei a reconhecer como ansiedade.
Sem querer, percebi que não me lembrava de ter estado tão ansiosa havia pelo menos um ano e pouco, quando ainda saía com outra garota. E então, naquele início de tarde, eu mal conseguia parar de pensar em Jude, e pensar em vê-la novamente.
Quando me vi impaciente demais para ficar sentada no sofá assistindo à TV (e sendo frequentemente acusada por minha avó de ter “fogo no corpo”), decidi jogar para o alto a cautela e ligar logo para agarota que era agora, para mim, bem mais que colega de quarto.
Após ser atendida por uma empregada – soube disso pelo modo que tratou Jude, como “senhorita” –, esperei com uma certa apreensão o pequeno período de tempo que antecedeu o “alô” desanimado dela.
– Achei que você me atenderia com mais animação. – Abri um sorriso de lado, quase visualizando sua expressão ao exclamar “Lizzie!” com uma voz aguda e animada.
– Desculpa, sério. Achei que fosse a Anne. Mrs. May só falou que era da escola.
Voltei a sorrir.
– Eu queria ter te ligado mais cedo, só que estava com receio de outra pessoa atender, não sei.
Ouvi Jude rir baixinho.
– Não tem ninguém aqui. Quero dizer, meus pais já viajaram. Eu estava tocando piano. Você pode ligar a hora que quiser, Lizzie.
Acabei sorrindo.
– Queria poder te ver hoje mesmo. – Falei então, suspirando, e ouvi Jude dar uma risadinha.
– Não vejo por que não.
Praticamente pulei da cama onde eu estava jogada.
– Mesmo?
Ela voltou a rir.
– Não sei, o que acha? Entre nós, você é quem sai.
Dei uma risada baixa, de repente muito feliz.
– Acho que sei um lugar legal para te levar.
– Sua casa? – Ela sugeriu, animada. – Queria conhecer a sua avó.
O sorriso não deixou o meu rosto.
– Acho que podemos fazer os dois. Só que… Como você vai chegar aqui?
– Só um segundo. – Sua voz animada soou, e então ouvi o som de passos rápidos. Vozes soaram, e pouco depois ouvi a risadinha animada de Jude. – Resolvido.
– Jude, por que eu tenho a impressão de que você está aprontando algo?
Sua voz soou meiga e calma como a de um anjo inocente.
– Eu só pedi para James me levar! Mas e aí, que horas?
Dei de ombros, mesmo que ela não visse.
– Daqui a uma hora?
A voz de Jude era sorridente.
– Combinado!
Nos despedimos com mais alguns sorrisos, e então Jude desligou o telefone, deixando-me bobamente sorridente.
Nem cinco minutos depois, eu já havia pulado da cama, encontrado a minha avó e avisado-a delicadamente que uma “amiga” viria e gostaria de conhecê-la, o que resultou em um resmungo de concordância. A minha avó, obviamente, sabia que eu saía com meninas. Eu já havia apresentado a ela outras “amigas”, duas que até mesmo já haviam dormido na nossa casa, e ela aceitava aquilo completamente, desde que, para ela, elas continuassem sendo minhas “amigas”, mesmo se fôssemos vistas nos beijando no sofá da sala.
E assim, numa ansiedade surpreendente, me apressei a tomar um banho, apenas para demorar um tanto quanto decidindo que roupa usar e arrumando o cabelo, que de repente pareceu estranho demais para moldar um topete decente.
Só voltei a ter controle sobre meus sentimentos uns quinze minutos antes da hora combinada, quando até a minha avó disse que eu parecia uma noiva prestes a casar. E então a campainha tocou, me fazendo pular do sofá e quase correr para a porta.
– Boa tarde.
Abri um sorriso ao ver o sorriso tímido de Jude, parada à minha frente com jeans, uma camiseta listrada de mangas compridas, um casaco quente, um cachecol e botas.
– Jude, você está linda!
Vi-a corar e sorrir.
– Não me olha assim, nos vimos hoje cedo.
Cocei a nuca, olhando-a em tom de desculpas, então sorri outra vez.
– Vem, entra. Acho que a minha avó está na cozinha.
Vi-a sorrir timidamente e passar por mim, antes que eu fechasse a porta.
Jude
Eu havia passado o início daquele dia em casa, com Mrs. May e James, organizando o quarto tanto quanto a primeira deixou, e então tocando piano tanto quanto o segundo permitiu. Entretanto, só me senti realmente feliz no segundo em que Lizzie apareceu no retângulo que era a porta de sua casa, sorrindo um sorriso lindo e um tanto largo para mim.
Apenas a timidez me impediu de abraçá-la naquele momento, roubar-lhe um beijo nos lábios e sorrir vendo seu sorriso. E, quando ela me convidou a entrar, só pude reparar em como a casa dela parecia não decrépita e velha, mas aconchegante e calorosa.
Antes que pudéssemos dizer qualquer coisa, uma mulher baixa apareceu no corredor. Dona de cabelos curtos em um tom acaju, a Sra. Bennet possuía uma expressão mal humorada no rosto, cujo nariz e olhos eram exatamente como os de Lizzie, e cuja pele não parecia ter sido muito afetada pelo tempo. Com um passo lento, mas firme, ela era um pouco mais baixa até mesmo que eu, mas tinha a postura de quem tem certeza de qualquer coisa – algo que a neta havia com certeza recebido como herança genética.
– Vó, essa é Jude Ward. – Lizzie disse então, e eu baixei um pouco os olhos quase automaticamente.
– Ward, é? – Ela disse então, a voz extremamente clara e firme. – Você é daquela família de advogados famosos?
Senti meu rosto queimar, e me forcei a erguer pelo menos um pouco a cabeça.
– Sim, Sra. Bennet. – Respondi então, temendo desesperadamente ter causado uma má impressão, sem nem ao menos ter feito nada.
E então, surpreendentemente, vi um pequeno sorriso nos lábios levemente enrugados da mulher.
– Vamos, menina, não fique com vergonha. Aceita alguma coisa? Um chá, bolinhos…?
Com um suspiro aliviado sorri, e vi Lizzie fazer o mesmo.
– Nós vamos sair para comer, vó. – Ela disse então, ainda sorrindo.
– Eu falei com você, menina? Deixe ela responder, vamos. – E, se voltando para mim, a voz mais suave. – E então, Jude…?
Acabei sorrindo, negando com um gesto delicado.
– Obrigada, Sra. Bennet.
Ela deu novamente um daqueles sorrisos incompletos – seria aquilo de família? – e assentiu com a cabeça.
– Certo, certo. Você é muito bonita, Jude, e educada, sim? É uma pena estar andando com uma má influência como a minha neta.
Levei a mão à boca, tentando desesperadamente não rir ao ouvi-la dizer exatamente o que Lizzie falou que diria.
Desviando o olhar para o lado, percebi-a me olhando com uma expressão que dizia “eu falei”.
– Acho que nós já vamos, vó. Se não vai acabar escurecendo.
– Tudo bem, tudo bem.
Lizzie sorriu, enquanto a avó nos acompanhava até a porta.
– Qualquer coisa eu ligarei, ok? Acho que não vou demorar.
– Certo, certo. Se cuidem, sim? E volte mais, Jude.
Sorri, confirmando um tanto enrubescida.
– Até logo, vó. – Lizzie sorriu, abraçando-a, e eu tive a impressão de ouvir ela dizer algo como “deixa disso” e então “escolheu bem” antes de fechar a porta.
– Vamos? – Lizzie veio então ao meu lado, um sorriso largo nos lábios.
– Eu gostei dela. Vocês se parecem muito.
Ela deu risada.
– Ela gostou de você também. No início, achou que fosse qualquer menina arrogante, pelo nome, mas depois percebeu que não.
Mordi o lábio, enrubescendo.
– Vamos, então.
Lizzie riu baixo e concordou. Começamos a andar, lado a lado pela rua, o vento frio e cortante soprando e esvoaçando cabelos e cachecois, até nossas mãos se esbarrarem acidentalmente, e então se entrelaçarem, como se fosse o que queriam desde o início. Afinal, era.
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E... É isso.
Fofo é pouco né? Amo muito essas duas.
E a vó da Lizzie, cara. Essa mulher!
Maaas enfim. Sei lá, tô sem o que dizer. Bora pra quem comentou?
— AnaCarolina
— Ms Lee Barbosa
— freiregonc
— Libby Lobo
— Riott
— GiPotterWeasley
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— lih
— Vitoria
E é isso. C'est fini. Até mais ver!