A Intrépida Rachel Berry escrita por danaandme


Capítulo 3
Noites com cheiro de mar e morangos


Notas iniciais do capítulo

Olá! Gente peço um pouquinho mais de paciencia com essa fic especificamente. Ela tem um estilo diferente e requer mais de mim quanto a narrativa da história já que eu quero trazer um universo fantastico e diferente, mas sem perder o estilo e a ideia central do que tenho em mente. Garanto que vai valer a pena esperar.

Essa atualização é especialmente para Rafa - que está fazendo uma adaptação muito boa em 'Como Se Livrar De Uma Vampira Apaixonada', obrigada por ler e comentar. ;)



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A taberna estava lotada por inúmeros grupos de marujos trocando abraços e empurrões amigáveis, fazendo brindes ruidosos, dando gargalhadas e fazendo piadas dos colegas bêbados que estavam jogados no chão ou trocando as pernas em vergonhosos passos de dança na frente do palco. A música estava alta, e uma bela loira realizava uma performance de dança, imitando um cancan antigo. O bar do "O Polvo Feliz" era uma das taberna/hospedaria mais frequentadas pelos muitos piratas que atracavam na ilha de Tartugo e uma das preferidas pela tripulação do Barbra.

Precisamente as 19:25 PM, Santana Lopez invadiu o lugar, atravessando o salão em segundos, saltando no palco e tomando em seus braços a dançarina loira de profundos olhos azuis que se apresentava, e dando-lhe um beijo cinematográfico. Os marujos bêbados que assistiam ao show começaram a gritar e a bater palmas pedindo por mais. Santana desgrudou seus lábios dos da dançarina e olhou para a "plateia".

– Olhem o quanto quiserem seus pervertidos do mar porque é a única coisa que vocês vão poder fazer! Fiquem avisados! Brittany é minha! – e começou a rir.

O comentário deu motivos para mais gritos e gargalhadas, mais brindes e muita cerveja e chapéus sendo jogados para cima.

Foi então que Rachel Berry entrou no salão, ladeada por Zizes e Puck, e tudo silenciou.

Um minuto de tensão que fora quebrado com uma sonora gargalhada de uma jovem e estilosa negra que se levantou de uma das mesas.

– Pelos canhões de prata do Diva! Mas é a intrépida capitã Rachel Berry, a mais terrível pirata de todos os tempos!

Rachel ergueu o queixo e um meio sorriso zombeteiro se desenhou em seus lábios.

– Maldita seja, capitã Mercedes Jones! Esse bar já foi melhor frequentado.

As duas caíram na gargalhada e o resto das pessoas no bar respirou aliviada.

Rachel caminhou até a jovem negra e a abraçou calorosamente. Há anos ouvia-se falar sobre uma pretensa rivalidade entre as duas, mas na verdade a capitã do Barbra e a capitã do Diva, eram amigas. Rivais em pilhagens, mas no geral, amigas.

– Faz tempo que eu não a vejo você por esses lados, Rachel...

– É... Eu tenho andado um pouco ocupada... – e Rachel fez um sinal para Zizes e Puck.

Zizes sentou-se atrás da morena, enquanto Puck virou-se e pegou da bandeja de uma garçonete três canecas de bebida.

– Ocupada? Hell girl, eu ouvi falar do que você aprontou em San Marcos essa manhã! – e a gargalhada de Mercedes ecoava pelo salão. – Você redefiniu toda a expressão "fale agora ou se cale para sempre", hein?

Rachel pegou o copo que Puck colocou a sua frente e deu um gole. Zizes estralou os dedos e olhou ao redor. Santana estava em outra mesa, com sua Britt-Britt sentada no seu colo, e os olhos castanhos escuros fixos na direção deles.

– Eu sempre me espantei com a rapidez com que as noticias chegam à Tartugo... – comentou a morena.

A capitã Mercedes Jones olhou para o jovem e belo rapaz ao seu lado.

– Na verdade... – disse a capitã do Diva, se inclinando sobre a mesa e se aproximando de Rachel. – É mais difícil acreditar na rapidez com que você consegue realizar uma viagem de um dia e meio, em apenas seis horas, Berry...

Zizes se levantou da cadeira e Puck se aproximou de Rachel. Na outra mesa, Santana tirou Brittany do colo e se levantou. Rachel ergueu uma mão. Mercedes olhou ao redor e sorriu se ajeitando ao encosto da cadeira de madeira. Ela conhecia bem a maioria da tripulação do Barbra e pode reconhecer alguns deles espalhados pela taberna em lugares estratégicos. Os rostos de Kurt, Joe, Matt e Sam se destacaram entre a multidão.

– Eu não posso acreditar que você deixou sua amada Quinn e seus dois filhos com o casal Chang, o inútil do Jacob, a Sugar-maluca e o garoto irlandês, como guarda costas!

Rachel apoiou o queixo na palma de uma das mãos e se debruçou sobre a mesa, se aproximando de Mercedes.

– Achei que a essa altura do campeonato, capitã Jones, a senhorita já soubesse que não é assim tão fácil subir a bordo do meu Barbra.

– RACHEL! – uma das dançarinas se jogou no colo da pirata, encerrando o impasse entre as duas capitãs.

– Kitty?! – disse a morena surpresa, tentando se livrar do abraço da dançarina.

– Você me abandonou? Faz anos que eu não te vejo!

– Kitty, querida, como sempre você tem um timing excelente, mas hoje eu e a capitã Jones temos assuntos importantes a serem discutidos... Então... – a morena se levantou e rodou a jovem loira nos braços de Puck. – Talvez... Noah possa ouvir o que você tem a dizer.

E a morena fez um sinal para Mercedes, as duas se retiraram para um lugar mais reservado, ladeadas por Zizes e pelo rapaz que acompanhava a capitã do Diva. Kitty acompanhou a saída de Rachel com o queixo caído, Puck ainda a segurava nos braços.

– E então, o que você ia dizer a ela, Kitty-cat?

A bailarina fechou a cara para ele e o rapaz continuou.

– Não, não Kitty... Acho melhor você mudar seu foco porque a capitã já tem uma loira na vida dela e adivinhe só... Não é você!

– Não me diga que... – Puck fez que sim com a cabeça e a jovem loira bateu o pé no chão, visivelmente irritada e se livrou dos braços dele. – Eu não acredito que aquela Quinn-eu-me-faço-de-difícil-para-conseguir-o-que-q uero-Fabray vai se intrometer na minha vida novamente!

Puck assistiu a loira jogar uma bandeja para cima enquanto saia do salão, reclamando e repetindo, entre várias outras coisas, "Não dessa vez" e "Por cima do meu cadáver". O rapaz deu de ombros e puxou pela cintura uma ruiva que passava ao seu lado.

– Mamãe, o que é isso?

Barbra encarava o prato de sopa a sua frente com um olhar desconfiado. Quinn sorriu para sua filha e filho, que apesar de não ter manifestado a mesma desconfiança da irmã, também olhava para seu prato com uma expressão duvidosa.

Eles estavam na cozinha do navio, um lugar relativamente amplo, com uma grande mesa de madeira de lei, e bancos compridos e sem encosto, que ocupavam todo o vão do centro da sala. Esqueça o estereótipo de cozinha de navio pirata que você tem em mente, pois a cozinha do Barbra reluzia. Paredes claras e limpas, adornadas com algumas prateleiras com livros de culinária, num salão amplo e bem iluminado por dois candelabros enormes no teto, e luminárias estranhas e brilhantes nas paredes. O canto esquerdo do salão era ocupado por um grande armário onde se guardavam todos os utensílios de cozinha, e logo ao seu lado estava um baú onde se lia material recreativo: ping-pong.

A área de preparação das refeições ficava separada por uma parede fina no fundo da sala, e podia-se enxergar Tina Cohen-Chang, uma habilidosa pirata de origem asiática e cozinheira oficial do Barbra, mexer um grande tacho e uma enorme panela, por uma fresta retangular na parede. Quinn observou a pirata atravessar a sala com mais um prato de sopa e dispô-lo na sua frente. A loira agradeceu a gentileza e se voltou para seus filhos.

– Essa é uma especialidade da família Chang, Barbra. – disse Quinn soprando um pouquinho o liquido que estava em seu prato. – Podem tomar tranquilamente, não tem carne...

As crianças ainda estavam desconfiadas, mas também estavam famintas, então sem demora, começaram a tomar a sopa, de inicio com pequenos sorvos, que não demoraram muito a se transformarem em grandes colheradas, para logo mais, as colheres serem postas de lado e as crianças resolverem levantar seus pratos até as suas bocas, para engolirem o resto do liquido aos goles.

– Hey, que educação é essa? – perguntou a loira entre risos.

– Sem problemas, Quinn. – Tina ria observando Charlie lamber o prato. – Eles gostaram e isso é o que importa.

– Mamãe, eu quero mais! – pediu Charlie. Barbra também levantou o prato, ainda ofegando por causa da pressa de engolir a comida.

Tina fez as honras e pegou os pratos das crianças, fazendo um sinal para que Quinn ficasse sentada. Quando voltou, além dos pratos cheios, trouxe consigo uma cesta de pães amanteigados. As crianças olharam para a cesta e para a mãe. Tina sorriu.

– São Vegan. Podem comer. – respondeu a garota oriental. – Praticamente tudo o que eu faço é Vegano. A capitã Rachel... a outra mãe de vocês, também é Vegan, sabiam?

Depois disso, as mãozinhas não fizeram cerimonia e atacaram a cesta. Barbra enfiou um pão inteiro na boca e olhou para Quinn.

– Moufi ma in é fregran...

Tina tentou esconder o sorriso e olhou para Quinn questionando sobre o que a pequena quis dizer.

– Barbra, tenha modos... E sim, você tem razão... – e se dirigindo a Tina esclareceu. - Eu deixei de comer carne quando estava grávida, pode-se dizer que sou Vegan... e preferi educar as crianças assim...– respondeu Quinn.

– Mau-ma- frucê numc-a pralou qui moufinha era frevan...

– Charlie, o que foi que eu acabei de dizer sobre ter modos à mesa? Engula primeiro! – e se dirigindo aos filhos ela disse de queixo erguido, e com um tom de voz presunçoso e um tanto ofendido. – E eu sinto muuuuuito, se esqueci de comentar com vocês sobre as preferencias alimentícias de sua outra mãe, okay? Agora engulam! – ordenou a loira quando percebeu que as crianças já se preparavam para disparar mais perguntas, mesmo tendo as bocas cheias de pão e sopa.

– Desculpa mamãe. – disseram os dois pequenos, depois de engolirem de uma vez a comida que mastigavam.

Tina gargalhava.

– E ai? Hummm que cheiro maravilhoso! Você fez a sopa Chang, querida? – perguntou Mike Chang, entrando na cozinha e dando um beijo no rosto de sua esposa Tina. – O quarto deles já esta arrumado. Sugar já terminou de trocar as fronhas...

Vinte minutos depois, Quinn, com a ajuda de Tina, finalmente saia do quarto que Rachel havia reformado para seus filhos. Foram necessárias três histórias de pirata, contadas pela asiática, e um "Já chega de histórias! Vocês tem cinco minutos para dormir ou eu vou...!", da loira-mãe para que Barbra e Charlie fechassem os olhos e levassem a sério a ordem de dormir.

Quinn fechou a porta do quarto, dando uma última olhada para seus filhos deitados em camas de madeira de espaldar alto, em colchões aconchegantes e lençóis quentinhos. Ela tinha optado por fechar as cortinas das janelas, que ocupavam toda uma parede do quarto, escondendo o mar e a luz da lua que iluminava aquela noite. Tina colocou a mão no ombro dela.

– Eles vão ficar bem. É um local seguro e bem vigiado.

As crianças iam dormir no terceiro, dos quatro andares, da popa do navio, bem abaixo dos aposentos da capitã, e ao lado da sala de jantar exclusiva da morena. Era um quarto relativamente grande e Quinn sabia que havia pertencido a Rachel na infância. Realmente eles estariam seguros.

– Eu posso leva-la aos seus aposentos, Quinn? – ofereceu uma Tina um tanto apreensiva.

O olhar de Quinn vagou pela escada de madeira até a varanda do quarto andar, para uma porta dupla de madeira grossa e entalhada com um grande ramo de flores no centro. A loira deixou sua memoria a guiar até uma bela cama de casal, de madeira escura e dossel no estilo clássico vitoriano, com suas cortinas brancas esvoaçantes e suaves lençóis de seda.

– Eu creio que já posso imaginar aonde ela pretende que eu durma. Obrigada Tina, mas eu vou me arranjar no quarto das crianças.

A garota deu um tapinha no ombro da loira.

– Se é que vale de alguma coisa... A capitã passou todos esses anos procurando meios para assegurar que quando ela finalmente se reunisse a vocês... as coisas fossem melhores...

Quinn não entendeu ao certo o que ela estava insinuando. Sua mente estava perdida nas lembranças de uma noite com cheiro de mar e morangos, com o calor do corpo de sua Rachel junto ao seu, o gosto dos seus beijos e seu olhar carinhoso. Doces lembranças borradas para sempre pela amarga noite em que ela, desesperada, prometeu sua vida a uma Jin.

– Eu imagino que estraguei tudo, então... – sussurrou.

A pirata não disse mais nada e saiu. Quinn subiu as escadas que davam acesso ao leme do navio, no topo da popa, acima dos aposentos onde ela se entregou, pela primeira vez, ao amor. Ela caminhava pelo deque do leme, o olhar perdido na noite e nas luzes distantes dos cabarés e bares de Tartugo.

– Acho que ela mal podia esperar para desembarcar... – a loira limpou uma lágrima que escorria por seu rosto.

Aconteceu de repente, e ela se curvou com um grito.

A dor veio de uma vez, aguda e profunda, como uma lamina quente cortando seu pulso e subindo direto para seu coração. "Seu tempo está passando, menina." Ela ouviu aquela voz repulsiva da Jin, tal qual como se ela estivesse ao seu lado. Suas pernas não suportaram o peso do seu corpo. A dor foi tamanha que por instantes ela não conseguiu respirar. Quando Quinn conseguiu abrir os olhos, ela percebeu estar nos braços de Mike Chang que gritava algo para uma caixinha preta em sua mão. O suor frio escorria por sua testa e sua garganta estava seca. Tudo foi escurecendo e ela sentiu seu corpo ser consumido por um topor absoluto. O rosto de Rachel surgiu na sua frente, sorrindo como naquela noite. Ela estava enrolada em um lençol de seda, os cabelos levemente assanhados.

– Rachel... – a loira esticou o braço numa tentativa inútil de alcança-la. Depois tudo ficou escuro.

– Eu sinto muito, Rachel. Gostaria de poder ajudar mais... – lamentava-se a capitã Jones.

– Não se preocupe, Mercedes. Você já me ajudou bastante... Eu nunca imaginei que um dia fosse precisar procura-la... Droga... por que Quinn teve que...

– Ela não faça isso, Rachel. Ela fez aquilo que achou que devia. Não a culpe...

Rachel se segurava para não fraquejar na frente da amiga.

– Não. – disse sacudindo a cabeça. - Eu devia ter estado lá mais cedo. É minha culpa.

– Garota, se você continuar com essa atitude, eu não vou permitir que você saia dessa taberna com esse mapa!

Santana invadiu a cabine privativa onde elas se encontravam.

– Desculpem, mas eu tenho noticias urgentes do Barbra.

Rachel levantou-se de uma vez.

– Quinn?

Santana fez que sim.

– Começou. O veneno esta se espalhando, Rachel.

Rachel passou pela latina e saiu apressada pelo salão. Mercedes e Santana a seguiam de perto.

– Mercedes, obrigada pela ajuda. Por favor, mande seu imediato, Blaine, conversar com Kurt sobre as placas para o Diva. Eu vou enviar as coordenadas de nossa localização para que possamos zarpar juntas ao alvorecer. Santana, junte os marujos e informe Kurt que ele deve acompanhar o mestre Blaine até o Barbra, Noah vai orienta-los durante a madrugada.

– Rachel...

A morena parou e se virou para sua imediato. A capitã do Diva já seguia em outra direção, conversando com seu imediato Blaine e passando suas ordens.

– Santana, eu não sei o que vai acontecer daqui em diante, e não seria justo não te dar a opção de perguntar a Brittany se ela deseja nos acompanhar... Eu realmente não sei por quanto tempo nos vamos estar no mar ou se algum de nós vai...

– Ela vem comigo. – interrompeu a latina. – Eu já me antecipei, capitã.

– Ótimo. – disse a morena com um meio sorriso. Depois continuou seu caminho até a saída. Mercedes caminhou até Santana e cochichou.

– Eu só queria saber como diabos vocês conseguem saber o que está se passando naquele navio tão rápido! Isso é impossível!

– Sexto sentido. – respondeu a latina e se afastou da capitã do Diva, correndo na direção de Brittany.

– Ela está com febre, mas parece que está cedendo. – anunciou Tina assim que Rachel cruzou a porta do quarto.

A morena se ajoelhou ao lado da cama. As cortinas brancas estavam presas contra os dosséis, deixando exposto o corpo da loira, que se agitava sobre os lençóis de seda, entre os delírios causados pela febre.

Rachel tomou o pano úmido das mãos de Tina e gentilmente limpou o suor na testa de Quinn. Ela olhou para a pele, outrora claríssima, do braço de sua amada e gemeu de dor ao avistar as ramificações roxas que se desenhavam a partir da marca que a Jin deixou no pulso dela. A marca agora devia ter uns cinco centímetros a mais, e isso queria dizer que o preço estava começando a ser cobrado. Quando os ramos atingissem o coração da loira, nada mais poderia ser feito. Rachel não tinha muito tempo.

– Tina, se certifique que minhas ordens para avisar a Noah que o mestre Blaine, imediato do Diva, vai levar duas placas de energia solar para a capitã Jones, já foram executadas. Diga a Santana que eu preciso que Mike e Jacob vão instalar um radar de localização e um detector de metais na cabine dela ainda essa madrugada. O Diva vai nos ajudar a encontrar um artefato muito importante, e eu preciso que tudo esteja funcionando a perfeição. Kurt está encarregado de ensinar ao mestre Blaine como manusear as placas para carregar os aparelhos. Por favor, Tina... rápido.

Tina não esperou por mais nada e correu para fora do quarto. Rachel olhou para Quinn.

– Eu nunca devia ter deixado você... – a morena apertou a mão da loira.

– Eu não vou permitir que você toque em um fio de cabelo dos meus filhos, Finn...

Rachel arregalou os olhos para a loira, ela estava delirando.

– Quinn? Meu amor?

– Como ousa? Eu nunca aceitaria casar com você! Eu a amo... sempre a amei... e sim ela também é a mãe deles e nada do que você diga vai mudar isso. – Rachel tentava conter a loira, mas ela estava agitada demais. As memorias pareciam muito reais para Quinn e quanto mais a morena chamava por ela mais a loira se desesperava. – Quem é ela? Eu não acredito! Como você pode trazer uma Jin para minha casa? Quem você pensa arrrr... me largue, Finn.

Rachel não podia acreditar. Ela estava ouvindo um delírio sobre a noite que Finn Hudson levou uma Jin até sua amada Quinn para força-la a casar-se com ele?

– Quinn... escute... está tudo bem, amor. Ouça por favor...

– NÃO! NUNCA! Se você quer um desejo, Finn, o único que você vai ter é o meu desejo de que meus filhos vão estar seguros no minuto que ela chegar... Ela vai protegê-los de você e de todos que se colocarem no caminho dela... E nem você, ou ninguém sob seu comando, vai ser capaz de encostar um dedo neles. Ah... E quanto a ela... Você nunca vai ser capaz de vencê-la, Finn... Você nunca vai conseguir machuca-la... Eu juro... pela minha vida... Eu juro...

– Não... – a morena deixou suas lágrimas correrem pelo rosto. Ela subiu na cama e tomou o corpo quente e tremulo de Quinn em seus braços. A loira ofegava e ardia em febre. Sem ter mais opções para baixar a temperatura do corpo dela, Rachel começou a despi-la. As janelas estavam abertas e o vento frio, típico das noites no mar, soprava forte dentro do quarto. Rachel alcançou o balde de água gelada e raspas de gelo, e sem se incomodar consigo ou com o colchão, começou a molhar o corpo da loira que balbuciava palavras sem sentido em seus braços.

– D-Desculpe... Rach... me desculpe... Rachel... Rachel... eu... eu não queria...

Quinn continuou a murmurar o nome da morena incessantemente, até que sua febre começou a baixar e ela, exausta, se entregou ao sono. Rachel permaneceu com a loira, envolta em seus braços, durante toda a madrugada, chorando baixinho, enquanto repetia em vão sua promessa de salva-la.

Jesse St. James tomava sua taça de vinho tinto na varanda de sua mansão, em San Marcos. Ele olhava para as estrelas e respirava os ares noturnos, como era de seu costume todas as noites. As passadas fortes e largas vindas da sala interromperam seu momento de meditação, e ele ficou um pouco irritado por isso.

– Espero que sejam boas noticias, meu caro, ainda-chefe da guarda, Capitão-Tenente Finn Hudson...

– Desculpe incomoda-lo tão tarde, Vossa Excelência Primeiro Secretário do Império e Marechal-Almirante St. James, mas precisava comunicar a vossa excelência, que nossa frota vai zarpar ao alvorecer.

Jesse dirigiu seu olhar pela primeira vez ao rapaz em pé atrás dele.

– Finalmente indo atrás de sua noiva, capitão? Ou... seria do seu orgulho?

Ele viu a raiva nos olhos de Finn e isso sim o deixou satisfeito.

– Eu vou pessoalmente capturar essa maldita Rachel Berry, senhor. E posso garantir que teremos uma forca esperando por ela assim que desembarcarmos.

Jesse acenou com a mão, sinalizando ao rapaz que não queria mais ouvir nada. Podia-se notar Finn se contendo para não explodir em palavrões ou chutar a cara do homem a sua frente. Jesse sabia disso, tanto, que resolveu pressiona-lo ainda mais.

– Espero que sua noiva esteja sã e salva... e a espera de seu resgate, capitão.

Porém a reação de Finn não foi aquela que Jesse esperava. Um sorriso macabro brotou no canto dos lábios do rapaz, e ele assentiu brevemente.

– Não se preocupe, senhor. Minha Quinn não tem outra opção, a não ser voltar para mim... É a única coisa que faz aquele coraçãozinho continuar batendo...

E sem dizer mais nada, bateu continência e se retirou, deixando Jesse sozinho na varanda.

– Meu Deus, homem... o que você fez? – Jesse não podia ter se enganado, ele percebeu a maneira como Finn acariciava o pulso esquerdo enquanto falava.

Não demorou muito e o silêncio foi interrompido mais uma vez.

– Ela está em Tartugo. O veneno já está se espalhando... – disse uma loira alta e esguia, saindo da escuridão de um dos cantos da varanda. - O que você pretende fazer a respeito?

Jesse tomou um longo gole de vinho e olhou novamente para as estrelas, suas adoráveis estrelas.

– Acho que nós não podemos permitir, que nosso querido capitão Hudson, coloque suas mãos em Quinn Fabray novamente, não é mesmo?

A loira fez que sim e começou a se retirar, mas Jesse a chamou novamente.

– Cassandra. – a loira parou e olhou para ele. O olhar de Jesse suavizou. – Cassie, por favor, tome cuidado.

Segundos depois, Cassandra July desapareceu dentro da noite.


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