Minha escrita por danaandme


Capítulo 17
What can I do to make you love me?


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora. Não é por falta de interesse, nem criatividade, nem mesmo por esquecimento ou desleixo... Eu tive meu coração partido recentemente e para escrever, precisamos ter nosso tempo para que as emoções das personagens se sobressaiam as nossas. Quero reafirmar que nenhuma de minhas histórias será abandonada. Pretendo terminar todas, mas não vou comprometer nenhuma delas tentando escrever em momentos que não estou 100%. Desculpem mais uma vez. Tudo o que quero é proporcionar meu melhor, em respeito a todos aqueles que acompanham minhas fics. Espero que entendam e aproveitem o capitulo. Abraços a todos. Dana.



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Capítulo 17 – What can I do to make you love me?

“Eu ainda não faço ideia do que diabos estou fazendo aqui”, disse Elise entredentes se esforçando para manter o sorriso no rosto. Ao seu lado, Jesse passava, discretamente, um dos braços por sua cintura, pousando delicadamente a mão em seu quadril. Ele sorriu para a multidão de fotógrafos na frente deles, e praticamente sem mover os lábios murmurou de volta para a ruiva.

“Você é uma grande estrela dos palcos, e como qualquer grande celebridade que realmente importa, você deve estar aqui hoje.”

Um dos assessores do evento faz um sinal com a cabeça, indicando que eles deveriam se mover. Jesse conduz Elise para que ela se posicionasse ao seu lado, enquanto os dois caminhavam lentamente pelo tapete vermelho. Os flashes não param de disparar para todos os lados, e vários microfones estão sendo esticados na direção deles, e apesar do momento não ser o mais propício ao desabafo, Elise é hábil o suficiente para sussurrar discretamente no ouvido dele.

“Exatamente. Eu sou uma grande estrela dos palcos! Não do cinema”, disparou irritada.

Jesse riu, fingindo ter ouvido algo engraçado. Dentre todos os presentes, ninguém notaria que a proximidade deles se tratava de uma perfeita encenação. Afinal, desde o momento que pisaram no tapete vermelho do Oscar, os dois estavam trocando farpas encobertas por inúmeras interações inocentes.

“Pare de ser difícil, Elise”, disse ele com um de seus sorrisos mais cativantes. “Essa é uma excelente oportunidade para promover a peça.”

“Então porque raios Michele não está aqui?”, resmungou a ruiva sorrindo. Seu tom de voz contrastava com suas feições doces de uma maneira que só ele poderia distinguir o quão ameaçador aquele sorriso na verdade era.

“Você sabe que ela teve uma emergência familiar”, Jesse respondeu um tanto frustrado. Ele já havia repetido isso a ela mais de um milhão de vezes, mas aparentemente a ruiva tinha decidido não entender a situação.

Elise seguiu em frente pelo tapete vermelho com um muxoxo, murmurando entredentes o que mais parecia o nome de Jesse seguido de uma série de palavrões em forma de rosnado. Jesse aproveitou que não haviam mais fotógrafos por perto e revirou os olhos.

“Quantos anos você tem? Cinco? Não fazem nem quarenta e oito horas que vocês se viram, não é possível que você já esteja com saudades.”

A ruiva arregalou os olhos, seu rosto se tingindo de vermelho.

“Não me venha com essa, St. James! Você e aqueles executivos é que estão promovendo ‘nosso pretenso envolvimento amoroso’, não é? Só estou um pouco confusa, afinal, para que sua pequena farsa seja um sucesso, seria mais lógico ela estar aqui comigo, e não você.”

Ele sorria satisfeito por tê-la feito corar.

“Seria muito gay, você não acha?”, o rapaz retorquiu gesticulando brevemente aos outros dois casais que haviam vindo com eles, e que ainda caminhavam pelo tapete vermelho. Elise franziu o cenho observando Brittany S. Pierce sendo entrevistada por um canal de TV qualquer enquanto Santana Lopez, sua esposa, esperava pacientemente ao seu lado... e um pouco mais atrás, causando o maior alvoroço entre todos os fotógrafos, fãs e curiosos nas arquibancadas, apresentadores e jornalistas de plantão, estavam Rachel e Quinn.

A ruiva sorriu cinicamente se voltando para Jesse.

“Ah, jura? Porque nem deu para notar a chegada da comitiva do arco-íris. Então, agora que nós já abrimos o desfile do bloco gay no Red Carpet, quem mais nós vamos trazer para o After Party? Dianna Agron?”

“Rachel já a convidou, minha querida.”, disse ele devolvendo o tom irônico das palavras dela, vendo Elise revirar os olhos. “Acho bom você se lembrar do que Nigel falou, Scott. A imprensa precisa ver você interagindo com Quinn e Rachel como se vocês três fossem as melhores amigas em todo mundo. Só assim vamos acabar com esses rumores malditos, entendeu? E nada de gracinhas.”

Elise desviou o olhar para observar o casal em questão; Quinn sorria para um repórter da E! e Rachel, ao seu lado, a olhava como se o sol brilhasse por causa dela.

“Ah, eu havia esquecido que a princesinha de Hollywood precisa limpar sua tão preciosa imagem”, e depois de uma curta pausa, acrescentou. “Acho que vou enjoar”, disse desviando o olhar causalmente para checar seu celular em sua bolsa de mão.

Jesse deu um meio sorriso e Elise o encarou irritada.

“O que é?”

“Nada, Scott. Só que essa é a primeira vez que você realmente presta atenção nelas. Se eu não a conhecesse, diria que você nem se lembrava que Rachel estava aqui, até eu mencionar a presença dela.”

“Você é um idiota, St James.”

“E você parece preocupada demais em checar seu telefone. Esperando alguma ligação importante?”

“Não é da sua conta.”, disse ela soltando do braço dele e entrando sozinha no grande saguão do Kodak Theater.

...

32 HORAS ANTES

“Eu ainda não faço ideia do que diabos estou fazendo aqui”, disse Quinn entredentes se esforçando para manter o sorriso no rosto. Ao seu lado uma Brittany radiante se distraia tentando montar uma casinha de waffles com seu café da manhã.

“Drew faz isso parecer ser tão fácil de fazer”, disse a dançarina franzindo a testa quando uma das paredes feita com um dos pedaços de seu pedido especial de waffles com morangos, que sustentava a pequena casinha em seu prato, caiu derrubando toda sua construção.

“Britt!”, Quinn exclamou exasperada, mantendo a voz o mais baixa possível, tentando não chamar muita atenção para si. “Eu estou precisando de um pouco de apoio aqui, sabe?”, e espetou um dos morangos que enfeitavam o prato de sua amiga, enfiando a fruta na boca e mastigando furiosamente.

A dançarina levantou o rosto sorrindo, seus olhos azuis percorreram brevemente o interior da aconchegante cafeteria onde elas se encontravam.

“Ah, deixa disso Quinn. Não está sendo tão ruim.”, Brittany tentou incentivar a amiga. “Ela até que é divertida.”

Quinn arqueou a sobrancelha. “Ah, estou feliz por você estar se divertindo, Britt. Mas eu estou prestes a arrancar a cabeça dela fora.”

“Viu? Foi por isso que eu disse a Nigel que eu viria cuida de você”, Brittany concluiu com um sorriso, cortando os pedaços daquilo que antes seria a fundação de sua casinha de waffles, finalmente desistindo de conquistar o mercado imobiliário com projetos arquitetônicos feitos com seu café da manhã.

Quinn revirou os olhos, lançando um breve olhar na direção dos lavabos no final do corredor. O Blue Jam Cafe era o seu lugar preferido em LA para saborear um delicioso brunch. Quinn salivava só de pensar em estar frente à frente com um suculento ‘California Omelette’, seu prato predileto do restaurante. Três omelete de ovos, pedaços generosos de bacon defumado crocante, tomates frescos, abacate, creme de leite e queijo cheddar, servido com frutas frescas (Quinn preferia trocar a guarnição de batatas por frutas, só por desencargo de consciência.) e torradas.

Se ela estivesse em LA, era fato sabido que sempre que podia, a atriz arrumava tempo para correr até o Blu Jam Cafe para se deliciar com seus pratos preferidos. Mas, apesar de estar em LA há algum tempo, Quinn ainda não havia se dado o luxo de voltar até o lugar para desfrutar de uma boa comida para animar o começo de seus dias. E isso se devia ao fato de que ela pretendia ir até o seu lugar preferido para dividir esse momento de satisfação gastronômica com Rachel. A sua namorada Rachel. E o que a estava deixando irritada, era ter tido que abrir mão da companhia da sua namorada, para ter que dividir o seu lugar preferido com Elise Scott. A ex-namorada de Rachel. Aquela que toda a mídia estava dizendo que havia retornado aos Estados Unidos para reatar seu romance com a morena. Argh. E o pior, é que dessa vez a mídia estava certa! E mesmo que a ruiva recentemente não tivesse voltado a se intrometer em seu relacionamento com Rachel, Quinn ainda tinha suas dúvidas.

“É sobre isso que eu queria falar. Não que eu esteja reclamando da sua companhia, Britt, mas por que Santana não veio?”

A dançarina engoliu mais um pedaço de seu waffle. “Lógico que Santana não podia vir, Q. Se ela estivesse aqui, provavelmente, Elise já estaria morta, enterrada e sem cabeça.”, a loira de olhos cor topázio franziu o cenho por um instante, como quem contempla algo, murmurando em seguida, “Não gosto de pessoas sem cabeça, elas ficam esquisitas em cima de um cavalo.”

Quinn sorriu maquiavelicamente. ‘E em que realidade isso seria ruim?’

Brittany a encarrou serrando os olhos, e Quinn tentou disfarçar seus pensamentos.

“Tá vendo? Você está com aquele olhar de novo, Q.”

“Que olhar?”, ela tentou fingir inocência, mas Brittany revirou os belos olhos azuis não se deixando enganar.

“Aquele olhar que me diz que se você pudesse, deixava a HBIC sair e atirar um slushie nela, antes de arrancar-lhe a cabeça e chutar o resto no lixeiro.”

“Nossa, B. Eu não sou mais assim.”, Quinn respondeu cabisbaixa. “Do jeito que você fala, é como se eu tivesse guardando uma besta-adolescente-sanguinária dentro de mim...”

No minuto seguinte, a atriz sentiu uma palma quente cobrir sua mão, e seu olhar encontrou o de Brittany. “Eu sei que você nunca foi má de verdade, Q. Todas aquelas maldades que você fez, foram na verdade o pior jeito que você encontrou de se proteger. Mas, você não pode negar que quando você está realmente com medo, você exagera um pouco, e acaba afastando as pessoas de você ou pior, você esconde seu coração no meio desse medo que você sente, e acaba machucando as pessoas. Eu posso ver que você tem medo que Elise roube Rachel de você...por isso que você não consegue baixar a guarda e perceber o que está bem na sua cara... por que, sério? Qualquer um pode ver que isso nunca vai acontecer... Rachel só enxerga você. Além do que, está meio obvio que El-...”

Quinn não pode evitar um sorriso.

“Estou interrompendo?”, uma voz carregada com sotaque nova-iorquino soou quase que irritantemente suave ao lado delas, e Quinn revirou os olhos para a ruiva que retomava seu lugar ao seu lado. “Porque se eu estiver, posso deixar vocês duas mais à vontade e voltar para o hotel so-zi-nha.” Elise sorriu ironicamente.

“Nada disso, Elise. Você chegou na hora perfeita!”, disse Brittany sorridente. “Já fazem alguns minutos que percebi que um daqueles homens sentados lá fora tomou coragem e entrou para pedir um café. Então, eu acho que ele na verdade só queria subornar aquele atendente para saber se vocês duas realmente estão aqui juntas... e isso só quer dizer que é a hora perfeita para sairmos para uma caminhada.”

As duas mulheres reviraram os olhos para a dançarina, mas mesmo assim se apressaram para recolher suas bolsas e a pagar a conta. Afinal, aquilo fazia parte do planejado.

Há algumas semanas, Nigel havia se reunido com a empresária de Elise, Lana Mills, e ambos decidiram que a exposição que suas clientes estavam gerando não era algo positivo para nenhuma das duas. Então, foi decidido que Elise Scott e Quinn Fabray seriam as melhores amigas que já se ouvira falar um dia. Nigel conseguiu convites para a cerimônia do Oscar e Lana montou toda uma estratégia para que a mídia desse ênfase a amizade entre as duas.

Seria algo positivo e lucrativo para todos; Quinn calaria os boatos de crise em seu relacionamento com Rachel, limpando sua imagem e atraindo mais propostas, enquanto Elise poderia seguir com os planos de levantar audiência e notícias para o seu retorno à Broadway. Lana queria investir em boatos mais lucrativos; como o possível envolvimento de Elise com sua co-estrela Michele Bergman. A empresária já tinha propostas para várias capas de revistas nos Estados Unidos, Europa e Austrália, e a produção da peça pretendia receber propostas de patrocínio em todos os países onde a atriz tinha legiões de fãs, quando a produção entrasse em turnê. Um bromance entre Elise e Michele seria mais rentável para todos, ao passo que, deixar os boatos de que a atriz principal estaria tendo um caso com a produtora executiva, que namorava uma das atrizes mais queridas da América, fadaria a peça ao fracasso total, mesmo antes da noite de abertura.

O encontro entre as duas aconteceu a contragosto de ambas. Mas era necessário que elas engolissem o orgulho e dançassem conforme a música tocada por seus empresários. E por causa disso, Quinn Fabray e Elise Scott agora se despediam de Brittany S. Pierce, na saída do Blue Jam Cafe, e seguiam lado a lado, trocando sorrisos discretos enquanto caminhavam pela milagrosamente tranquila calçada da Melrose Avenue.

“Eu já falei que esse seu sorriso me lembra aquele momento do filme que o tubarão engole o barco?”, disse Elise parando em frente a uma loja fingindo olhar uma vitrine. “Ainda não faço ideia de como você foi indicada ao Oscar, Fabray.”

Quinn abriu um sorriso ainda maior, mostrando os dentes extraordinariamente brancos.

“Que tal celebrarmos esse momento tatuando minha dentada nessa sua cara de enjoada, Scott? Talvez isso diminua minha vontade de arrancar sua cabeça fora.”, respondeu Quinn piscando os olhos docemente, gesticulando para o letreiro da loja que a ruiva estava parada na frente ainda fingindo estar interessada na vitrine.

Elise seguiu o polegar de Quinn, murmurando o nome escrito no letreiro ‘Freak Chic Tattoo’s’.

“Pelo menos você admite que eu tenho estilo, Fabray. Ao passo que continuo me perguntando o que raios Rachel viu nessa sua carinha sem graça de garotinha do interior.”

“Provavelmente algo bem melhor do que ela viu nessa sua cara de vadia de cidade grande.”, Quinn murmurou entredentes.

“Eu realmente desejo de todo coração que você tropece no tapete vermelho e quebre esse seu narizinho empinado.”, a outra rebateu com um sorriso.

Um flash disparou vindo do outro lado da rua, e as duas respiraram aliviadas.

“Maravilhoso! Já temos nossas fotos. Finalmente eu vou poder voltar para meu quartinho no hotel e me livrar de você, sua loira irritante.”

Quinn estreitou os olhos sorrindo maliciosamente.

“E eu mal posso esperar para te largar no hotel e voltar para debaixo dos lençóis da minha cama, onde minha Rachel está esperando por mim...”

Elise grunhiu baixinho, mas de repente um sorriso afetado tomou conta de suas feições, fazendo Quinn erguer a sobrancelha curiosa.

“Oh, Quinnie! Veja só! Ali não é aquela sexy-shop exótica que você me falou a respeito?”, disse ela se abraçando com Quinn e apontando para uma loja com uma faixada estranha do outro lado da rua. Ela havia forçado o sotaque de uma maneira quase cômica, falando em voz alta... Alta o suficiente para que arrancar sorrisos dos paparazzi do outro lado da rua.

Quinn arregalou os olhos para ela. Seu rosto se tingindo de vermelho no mesmo minuto.

“Ah... não. Acho que me enganei, querida... Mas me pareceu exatamente do jeito que você descreveu.”, disse ela apertando Quinn em seus braços uma última vez antes de largá-la, caminhando em direção do Audi A4 preto da atriz, que estava estacionado um pouco mais a frente, perto de uma Subway.

Quinn bufou irritada, colocando os óculos escuros antes de se dirigir para o lado do motorista e abrir o carro. Por um momento, ela imaginou como seriam as notícias se ela chutasse Elise para fora do carro e depois passasse por cima dela.

...

UMA HORA MAIS TARDE

“Como você conseguiu aguentar estar do lado de um ser tão intragável está além da minha compreensão!”, disse a loira jogando as chaves do carro em cima da bancada da ampla cozinha da casa qual elas tinham alugado recentemente numa das áreas preferidas de Quinn em Los Angeles, no West Hollywood.

Rachel tomou um gole de seu café e pousou a caneca sobre o mármore branco.

“Foi tão ruim assim?”, perguntou a morena se afastando da bancada e esticando os braços para alcança-la e a puxar para seu colo.

Quinn fez um beicinho fazendo que sim com a cabeça, antes de esconder o rosto junto ao pescoço dela.

“Por favor, me diga que valeu a pena...”, ela disse num sopro de voz.

Rachel continuou a envolvendo com um dos braços, enquanto esticava o outro para resgatar seu iphone que jazia perto de sua caneca de café na bancada. A morena acessou o twitter, digitando rapidamente hashtag Quinn Fabray. Não demorou muito para que ela encontrasse o que buscava, já que o fandom de Quinn costumava ser extremamente ativo.

“Wow.”, Rachel exclamou, chamando a atenção da loira em seu colo, que levantou o rosto para confirmar a notícia.

“Parece que esses colunistas não perdem tempo.”, resmungou lendo o título da matéria, ‘Fabray & Scott em brunch num restaurante em West Hollywood. A amizade entre as duas estrelas cessa de vez boatos e deixa evidente que é possível se dar bem com a ex de seu atual. É isso aí garotas, excelente exemplo!’

As fotos já haviam dominado o twitter e vários comentários se seguiam, muitos deles dando vazão a discursões entre aqueles que ainda apoiavam o pseudo-relacionamento entre Quinn e Michael. Os autointitulados fãs #Faberry festejavam sua vitória sobre aqueles que se diziam #Quimchael, que por sua vez criavam teorias conspiratórias sobre quais seriam as verdadeiras razões para o encobrimento do relacionamento do casal. Também existiam alguns poucos #Eliberry, que tentavam se manifestar com teorias que até chegavam perto da realidade, dizendo que o encontro entre as atrizes parecia ser forçado. Eles eram os que mais chegaram perto da verdade, exceto em insistirem que Rachel e Elise estavam envolvidas romanticamente. Mas talvez tenha sido um último grupo, um grupo que aparentemente havia se formado a partir da divulgação das fotos, que fez com que Quinn pulasse do colo de Rachel, praticamente tendo um ataque no meio da cozinha.

Rachel gargalhava em vista da pequena quantidade de postagens com a #Quinse, #Quinnlise e até mesmo #Elinn que estavam surgindo na timeline.

“Essas pessoas ficaram loucas!”, ela berrou.

“Talvez da próxima vez, vocês duas não devessem conversar sobre ‘sexy-shops’ exóticas na frente dos paparazzi, isso as vezes causa uma má impressão...”

Quinn bateu o pé no chão frustrada, enquanto Rachel gargalhava lendo em voz alta alguns dos comentários dos recém intitulados Quinse’s.

“Já chega!”, berrou a loira irritada dando as costas para a namorada e marchando para fora da cozinha. “Eu estou declarando greve de sexo, Berry! Você acaba de ganhar uma temporada na casinha do cachorro!”

Rachel arregalou os olhos horrorizada, pulando imediatamente da cadeira e correndo atrás da loira.

“Por favor, Vida. Tudo menos isso... Amor? Coração? Quinn? Quinnieeee?”, Rachel miava arranhando a porta do quarto delas pelo lado de fora.

“Não me chame de Quinnie!!!”, foi a resposta urrada que ela teve de volta.

...

DE VOLTA AO RED CARPET

Rachel pescou seu celular de dentro da bolsinha de mão que ela carregava, assim que sentiu o aparelho vibrar. Ela estava aguardando por uma mensagem importante de Tony, confirmando a data de seu retorno aos EUA. Olhando de relance para onde sua namorada dava uma entrevista para um canal de TV qualquer, Rachel deu alguns passos para trás em busca de alguma privacidade para ler suas mensagens.

A morena franziu o cenho para a tela do aparelho, para as inúmeras mensagens que recebera, nenhuma de Tony. Aparentemente o número de seu celular havia sido distribuído para praticamente toda a população em Lima-Ohio. A primeira mensagem era de Puck, algo sobre como o decote nos vestidos delas serem um convite ao paraíso... quer dizer? Sério? A segunda era de Sam... e estava em Na’vi... A terceira era de Finn, que avisava que Rachel deveria ficar de olho num cara de smoking preto que estava olhando para a bunda de Quinn. A morena revirou os olhos olhando ao redor para a multidão de ‘caras de smoking preto’ que passeavam pelo evento. Havia também uma mensagem de um número desconhecido de alguém que se dizia ser um antigo professor de Quinn, um tal de William, que dizia que Finn havia dado o número dela. ‘Estava na hora de ter uma palavrinha com seu amigo avoado’, Rachel pensou. De qualquer forma, o professor as convidava para uma reunião do antigo glee club, o qual Quinn aparentemente havia feito parte durante a high school. A reunião seria na semana seguinte, e o homem realmente insistia que elas estivessem presente. A morena mordeu o lábio, desviando o olhar do aparelho em suas mãos, para observar a loira estonteante que caminhava em sua direção.

Rachel sabia que estava sorrindo feito uma boba, mas quem se importava?

“Tony finalmente deu notícias?”, Quinn perguntou entrelaçando seu braço ao da morena.

“Não. Na verdade, alguns amigos da intrigante cidade de Lima estão me enviando comentários em tempo real sobre nossa presença no especial sobre o tapete vermelho que está passando na TV.”

Quinn arqueou a sobrancelha.

“É. E segundo eles, tem um cara de smoking preto muito interessado em analisar seus glúteos.”

A loira girou rapidamente o rosto, como se fosse dar de cara com o dito ‘cara’. “Como assim?”

Rachel a puxou pela cintura, dando um beijo casto na bochecha dela.

“Meu amor, posso garantir que uma visão tão adorável como essa é um tanto difícil de ignorar. Mas, pode ficar tranquila, porque se por alguma infelicidade eu encontrar esse indivíduo, ele vai aprender uma lição que vai ensiná-lo resistir à tentação.”

“Obrigada por defender minha honra, meu amor.” A loira disse, dando um selinho em Rachel, atraindo mais uma onda de flashes e gritos para elas.

“Ah, você conhece algum William Shuester?”

“Professor Shue?”, Quinn perguntou curiosa. “O que tem ele?”, ela deu uma olhada ao redor de repente esperando ver seu antigo professor pela multidão.

Rachel sorriu mostrando a mensagem a ela. “Então acho que posso confirmar nossa presença?”, por um instante ela pensou ter visto uma sombra de tristeza nos olhos cor de avelã. “O que foi?”

“Depois que vim para LA, nunca mais voltei a Lima... Eu...”

Rachel entrelaçou seus dedos aos da sua namorada. “Eu estarei ao seu lado. E acho que Santana, Britt e os três patetas também. Você não estará sozinha Quinn... e me pareceu que você realmente gostou do convite do seu professor, huh?”

Quinn mal conseguiu se conter e esticou a mão que estava livre, passando suavemente os dedos pelo rosto da morena.

“Você é tudo que preciso para ser feliz, sabia?”, ela sussurrou docemente tentando transmitir todo seu amor em seu olhar.

Rachel inclinou o rosto sobre a palma da mão dela, que agora descansava em sua bochecha e por um instante, esqueceu que estava no meio de uma multidão de fotógrafos num dos eventos mais divulgados do mundo.

“Eu te amo, Quinn.”

“Eu também te amo, Rachel.”

“E eu vou vomitar.”

A bolha que as envolvia estourou, e ambas deram de cara com uma ruiva-semi-irritada, sorrindo predatoriamente para elas, tentando disfarçar seu desconforto.

Rachel sentiu Quinn tencionar os músculos. “Posso saber o que raios você quer, Scott?”, disse a loira com um sorriso que só quem a conhecia bem saberia o quanto estava repleto de falsidade.

Elise se aproximou dela e deu um beijinho na bochecha da loira, que enrijeceu no lugar com o gesto inesperado.

“Estou cumprindo minha parte da barganha e salvando esse seu traseiro enorme, Fabray.”, disse Elise se colocando ao lado de Quinn e posando para os fotógrafos que chamavam por elas. “Jesse está imensuravelmente chato, e eu estava entediada na companhia dele. Então...”

“Então você veio perturbar a gente.”, concluiu Rachel disfarçando o tom de voz. “Elise, faça-nos o favor e vá procurar outro alvo para descontar suas frustrações, okay?”

“Oh, Rachel querida, aposto que minha amiga Quinnie vai discordar de você.”, Rachel sentiu Quinn enrijecer ao seu lado, puxando de uma vez o ar pela boca e abrindo um sorriso teatral na direção de Elise.

Sem entender o que acontecia, Rachel seguiu a deixa dos assessores, que pediram que as três seguissem em frente, e somente então ela ouviu Quinn murmurar entredentes para a ruiva, que caminhava juntamente com elas praticamente grudada em Quinn e sorrindo amplamente para todos ao redor.

“Você quer fazer o favor de tirar a mão da minha bunda, Scott!”

Rachel arregalou os olhos, parando de uma vez no meio do caminho, para realmente constatar que a mão de Elise repousava tranquilamente em uma das nádegas de sua namorada.

“Ah, deixa de drama, Fabray. Está na moda pegar na bunda das amigas, sabia? É algo bastante comum nos eventos de hoje em dia.”, e a ruiva apertou um pouquinho a bunda da loira, sorrindo ainda mais para Quinn. “Além disso, denota intimidade.”

“Vai denotar uma prótese caríssima, se você não tirar a mão daí agora, Elise!”, Rachel sussurrou furiosa por cima do ombro de Quinn.

A ruiva deslizou a mão pela da bunda da loira, sorrindo maliciosamente para Rachel, enquanto dava uma ‘palmadinha’ de leve, antes de tirar sua mão do bumbum de Quinn. A loira havia conseguido suprimir um gritinho, mas acabou dando um saltinho, surpreendida mais uma vez com a atitude da outra mulher.

“Não se preocupe, Rach. Essa bunda é toda sua.”, disse a ruiva se afastando do casal, soprando beijinhos para as duas e piscando para os fotógrafos.

Boquiaberta, Quinn assistiu Elise se afastar, ouvindo uma nova onda de perguntas serem disparadas de maneira insana pelos repórteres mais próximos.

...

Faltavam quarenta minutos para o início da cerimônia e Santana caminhava pelo hall de entrada do salão esticando o pescoço o máximo que podia, em busca de sua amiga em meio a multidão que circulava pela entrada do teatro. Quando ela finalmente avistou Rachel conversando com o assistente de Quinn, Luc, ela abriu caminho por entre os convidados em direção da morena. Eles estavam parados próximo a uma escadinha que levava a um dos pequenos espaços, no estilo de camarotes, que foram montados para as várias emissoras que transmitiam comentários de moda, e a chegada dos artistas. Subindo seu o olhar, Santana pode ver Quinn cumprimentando um dos apresentadores, já se preparando para descer as escadas. Um repórter se esticava em seu canto por detrás do cordão de isolamento, tentando chamar a atenção de Rachel, mas a morena não lhe deu atenção, preferindo ir até sua namorada e ajudá-la a descer os últimos degraus da escada. Quinn sorria para Rachel aceitando a mão que a morena oferecia e entrelaçando seus dedos junto aos dela afetuosamente, enquanto Rachel voltou a conduzi-la pela multidão. A pequena morena também tinha um sorriso no rosto, mas aparentemente estava tentando evitar as entrevistas. Santana conseguiu chamar a atenção do casal, e as duas caminharam na direção dela, com expressões idênticas de alivio.

“Eu sei que vocês duas estão praticamente no mesmo nível de sucesso do que Madonna e Michael Jackson juntos no Oscar, mas está na hora de entrar.”

Luc parou ao lado delas, um celular no ouvido e outro na mão. “Senhorita Fabray, o senhor Collins e a senhorita Mills estão extremamente satisfeitos com as notas sobre a chegada de vocês ao tapete vermelho.”

Santana deu um tapinha no ombro do assessor parabenizando-o pelo trabalho.

“Viu? Chega de entrevistas, vamos.”, a advogada acenou para Luc, quando ela percebeu um outro assessor do evento se aproximar e conduziu Rachel e Quinn para o salão, deixando o rapaz cuidar do resto.

“Obrigada, Santana.”, agradeceu Rachel. “Eu já não aguentava mais tantos flashes e perguntas.”

Quinn encostou a cabeça no ombro de Rachel e continuou caminhando ao seu lado pelo salão. O lugar estava relativamente mais tranquilo, em vista que a grande maioria das celebridades já estava se acomodando em seus lugares, ou se dirigindo aos bastidores. Como Quinn decidiu não fazer nenhuma participação durante o espetáculo, elas seguiram pelo corredor em direção da plateia.

“Vocês estão sentadas na segunda fileira da frente. Nós estamos na quarta fileira do outro lado do saguão, mas puseram Elise e St. James na fileira atrás de vocês.”

“Sério?”, reclamou Quinn. Ela definitivamente iria ter uma conversa com Nigel depois disso tudo.

...

Santana acordou com uma ressaca enorme. A festa do Oscar e o after party que se seguiu havia exigido mais do que ela havia antecipado. Quinn, como já era esperado, ganhou a estatueta dourada, sob os aplausos de todos os presentes. Em seu discurso de agradecimento, ela agradeceu seus amigos em Lima, agradeceu à Santana e a Brittany por serem sua família, e lógico, agradeceu a Rachel por ensiná-la o que era o verdadeiro amor.

‘Wanky’, pensou a latina.

Depois disso, tudo aconteceu muito rápido. As festas, o assédio da mídia, fotos e mais fotos, e muito, muito álcool. Rachel havia sido a motorista da vez, disso ela se lembrava. Como também, se lembrava da pequena morena insistindo para que ela e Britt ficassem na casa delas ao invés de seguirem até o outro lado da cidade para irem para casa.

Santana entrou na cozinha, que era um tanto iluminada demais para seu gosto, cobrindo o rosto com a mão e começou a tatear o balcão em busca da máquina de café.

“Aqui, S.”, a voz de sua amada esposa chegou aos seus ouvidos melodiosa e salvadora como sempre.

“B. Mi amor...”, ela segurou a caneca que Britt colocou em sua palma, tomando um bom gole de café. “Onde estão as duas depravadas? Já acordaram?”

“Rachel saiu para caminhar. Quinn ainda não desceu.”, Brittany ofereceu a sua esposa os óculos escuros que ela havia deixado sobre a bancada mais cedo, e Santana os colocou no rosto imediatamente, agradecendo sua esposa com um selinho.

“Quer saber? Acho que essa viagem à Lima veio em boa hora... Se a Quinn precisasse fingir ser amiga dessa ruiva maluca mais uma vez, acho que iria acabar tendo que defende-la por assassinato.”

“Eu acho que elas eventualmente vão se dar bem... Elas são bem parecidas.”, Britt mal conseguiu esconder o riso, lembrando das confusões da madrugada anterior.

“Sério, Britt?”, Santana perguntou incrédula. “Ela apalpou a Quinn a noite toda só de pirraça, deu um chute na canela do St. James, colocou a conta de todo o bar no nome da Berry, deu um selinho na Quinn na frente de uma dúzia de paparazzi e ainda por cima postou a foto no Instagram, com a tag ElinnFriendsForever! Eu pensei que anã de jardim fosse surtar!”

“Bem, pelo menos a mídia está dizendo que elas são amiguíssimas. Não era isso que vocês queriam?”

Santana tinha que concordar. Elise não tinha deixado espaços para mais intrigas. Ninguém seria capaz de dizer que elas não se toleravam, a ruiva tinha feito um trabalho perfeito.

“De qualquer forma, graças a Deus, que a essa hora, ela já está sendo despachada de volta para New York... eu não sei se conseguiria aguentar mais um dia com essas duas.”

Nesse momento, Rachel entrou na cozinha pela porta que dava para o jardim, vestida com seu modelito caminhada. Seu rosto brilhava com uma fina camada de suor, mas a morena exalava disposição. “Boa tarde, Santana.”

“Argh. Berry, tanta energia vai me fazer enjoar. Faça-me o favor e vá tirar vossa majestade ‘a ursa vencedora do Oscar’ da cama... Quem ela pensa que é? Eu já estou de pé! Ela também tem que acordar.”

“Quinn ainda deve estar cansada, S.”, argumentou Brittany arrumando algumas maçãs numa cesta. Rachel mordeu uma das maçãs recém lavadas pela loira, e se encostou no balcão concordando com o que a dançarina havia dito.

“Eu não tenho culpa se ao invés de ir dormir, ela e essa coelha-anã ninfomaníaca resolveram ficar de safadeza até sabe lá que horas! Está na hora de acordar, Fabgayyyyyyyy”, a latina berrou aos quatro ventos, sem se importar com sua ressaca.

Rachel tossia compulsivamente tentando não se asfixiar com a maçã. No instante seguinte, Quinn descia as escadas tal qual uma tempestade cheia de fúria.

“Santana sua maldita! Pare de berrar! Você quer que os vizinhos escutem suas loucuras?”

“Ahhhh como se eles não já estivessem de queixo caído com seus gritos e gemidos durante a madrugada e boa parte da manhã! Você é uma depravada, Fabray! Tem crianças acordadas nesse horário, sabia?”

Rachel arregalou os olhos para sua namorada, que furiosa disparou na direção da outra morena, que por sua vez, escapou pela porta que dava para o jardim, imitando a voz da amiga com gemidos e gritos de prazer intercalados com o nome de Rachel em alto e bom som para que toda a vizinhança ouvisse.

“Eu vou matar você, Lopez!”, a voz de Quinn acompanhava os gritos da latina por todo o quintal.

Rachel ainda tossindo os pedaços da maçã, continuava perplexa encostada no balcão da cozinha, completamente atordoada com a cena, enquanto Brittany correu até a janela com o celular na mão, filmando toda a confusão.

“Quanto tempo será que vai levar para Q se lembrar que está só de lingerie?”

...

OITO HORAS MAIS TARDE – AEROPORTO INTERNACIONAL JFK NEW YORK

Elise abria caminho por entre alguns poucos fotógrafos, em busca de um taxi. Se ela tivesse seguido os conselhos de Jesse, e retornado num voo junto com ele no dia seguinte, ela teria um carro à sua espera. O problema era que Elise ela não queria ter que esperar até o dia seguinte só para ter um carro esperando por ela. Ela queria deixar Los Angeles o mais rápido possível.

As lentes escuras de seu fiel Gucci, escondiam seus olhos inchados. A evidência do crime. A ressaca de consciência. A dor de seu coração partido. Se ela não estivesse presa a um contrato milionário, ela estaria num avião para Austrália nesse instante. Porque tudo que Elise mais queria, era estar o mais longe possível de Quinn Fabray e Rachel Berry.

“Raven Hill, por favor.”, ela pediu assim que o motorista perguntou o destino.

Três dias. Haviam sido três dias de absoluta tortura para a ruiva. Onde o relacionamento perfeito entre Rachel e Quinn era praticamente esfregado em sua cara a cada minuto, só piorando o vazio que ela sentia dentro de si. Uma angustia horrível que fazia com que um nó enorme se formasse em sua garganta, ameaçando sufoca-la a qualquer instante.

Elise sabia que tudo fazia parte de um processo, e que já fazia algum tempo que ela achava que estava superando seus sentimentos por sua estrela, mas ser exposta a doses abusivas de momentos românticos faberry, a fizeram perceber que não eram só esse tipo de sentimento que ela deveria superar. Elise também teria que lidar com o fato de ter perdido sua amiga de infância, e não havia nada que ela pudesse fazer a respeito disso.

A imagem de Quinn Fabray não saia de sua mente. Todos os momentos que ela fora obrigada a ficar na companhia da loira, pareciam ter sido gravados em sua alma, marcando para eternidade o tom de voz melodioso, o perfume, o olhar, a suavidade dos lábios, a textura da pele, o senso irônico e outros tantos trejeitos que a loira possuía. Elise havia desejado sentir como Quinn era, ela quis conhecer, pressionar todos os botões, irritar, tocar, saber como era sentir a mulher que havia lhe roubado a felicidade.

E agora todo seu ser estava impregnado com Quinn Fabray. Os abraços forçados, a troca de olhares, o beijo roubado, o rubor da pele pálida e o calor que o corpo dela desprendia.

Elise sentiu Quinn. E era impossível não se sentir inebriado por ela... era impossível odiá-la. Mas, o pior, a parte mais cruel em toda aquela experiência, foi perceber que Quinn Fabray era perfeita... absolutamente perfeita para sua Rachel.

Não havia como negar.

Não havia como separá-las e Elise tinha que admitir que ela já não queria mais isso. Vê-las juntas havia tocado seu coração de uma maneira inimaginável.

E tudo que ela desejou foi também pertencer a alguém daquele mesmo jeito, e que ela pudesse chamar esse mesmo alguém de seu... e que esse alguém olhasse para ela do mesmo jeito que Quinn olhava para Rachel.

O destino era tão injusto. Tão perverso.

A ruiva se curvou sobre si mesma se sentindo ainda mais derrotada. Seu coração parecia se partir em pedaços microscópios em seu peito. A dor que invadia seus sentidos aumentava a cada respiração.

Ela não queria ficar sozinha naquele maldito quarto de hotel.

De repente lembranças de um abraço terno, de uma voz doce e olhos cor de mel preencheram sua mente, fazendo com que alguns daqueles pedacinhos microscópicos, que antes formavam seu coração sentissem um resquício de esperança.

Talvez...

“Eu mudei de ideia. Vamos para o Brooklyn, por favor.”, a ruiva falou o mais firme que pode, ajustando os óculos e enxugando as lágrimas que escorriam pelo seu rosto.

Na manhã seguinte, quando Michele finalmente retornou para casa, depois de um longo e complicado final de semana na casa de seus pais, ela encontrou Elise adormecida em sua cama, encolhida sobre os lençóis e agarrada ao seu travesseiro. Os olhos dela, mesmo estando fechados, aparentavam estar inchados. Era evidente que a ruiva havia chorado até a exaustão.

Michele sentiu seu coração apertar, um nó se formou em sua garganta e seus olhos se encheram de lágrimas no mesmo momento. Ela fechou a porta do quarto o mais silenciosamente que pode, voltando para sala de estar e se sentando no sofá. A morena tapou a boca com a mão esquerda tentando conter o choro, enquanto seu corpo sacudia entre lágrimas e soluços.

Ela encarou sua mão direita, deixando seu olhar vagar diretamente para seu dedo anular onde agora jazia um anel fino e delicado feito de ouro, adornado com uma simples zircônia no centro.


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