Short - Fic Amor E Honra escrita por SQueen


Capítulo 2
Minha Pequena




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27 DE JULHO DE 2008


– Senhora presidente, às 14:00 horas você tem uma reunião com o senador da Califórnia em relação à sua proposta de uma festa beneficente em prol dos desabrigados do furacão. Às tres terá uma apresentação de crianças carentes no centro de Queens, poderá ficar meia hora no máximo e logo depois pegaremos o voo para nova York onde a senhora discursará em um evento de confraternização. Depois terá duas horas para ficar com sua filha, mais duas horas para se arrumar devidamentepara sua festa de aniversário. Aliás, meus parabéns.

Quinn ouviu sua agenda com a atenção devida, sentada em sua poltrona na sala oval. Agradeceu com um aceno pelos parabéns dados pela sua assessora. Na mesma hora a dispensou pelos dez minutos que ainda restavam antes de outro compromisso. Ficou sozinha como era quisto. Virou sua poltrona e olhou as diversas pessoas que se amontoavam junto a impressa nos portões da casa branca devido ao dia de hoje. Como sempre naquela data Quinn se sentia vazia, melancólica e atormentada pelas lembranças que sempre vinham a sua mente. Há exatamente dois anos naquele mesmo dia a conheceu. O objeto de suas maiores alegrias e tristezas, a mulher que mudou sua carreira e sua vida. Fechou os olhos revivendo.

FLASH BACK ON

Quinn vinha de uma família de políticos, seu avô Edgar Fabray foi Governador, Senador e quase chegou a presidente. Seu pai Russel Fabray seguiu o caminho do pai, parando quando foi senador de Nova York devido a uma doença no coração que o impossibilitou de exercer suas funções. Como a teimosia era típica dos Fabray, contra todos terminou seu mandato no ano de 2000 até o fim. Só se retirando devido a pressão da esposa Judy que o obrigou a cuidar de sua saúde. Pelo menos como gosta de lembrar em cada jantar famíliar, saiu com esmero, honra e muito aclamado por seu povo que realmente o considerou como um canditado sério que poderia sim chegar a presidência, que só não conseguiu alcança-la devido sua saúde. Assim, como os homens de sua família, Quinn foi criada neste mundo político, nunca sendo alvo de preconceito de ninguém, pois como teu avô dizia ela tinha mais garra que qualquer homem político que o mesmo conviveu, exceto ele, é claro.

Aos 22 anos terminou sua faculdade de administração, aos 25 era graduada em literatura, na mesma época conheceu seu então marido Noah Puckmam na época senador do estado de Illinois, 30 anos , incorruptível que nem Quinn, galanteador e vindo de uma família de políticos também. Foi praticamente amor à primeira vista desde o momento em que se conheceram em uma festa beneficente. Um ano depois se casaram, após 9 meses tiveram sua filha Beth, e um ano mais tarde, depois de muita conversa, propaganda e apoio dificilmente conseguido, se decidia em um ato ousado e agraciado que Quinn Fabray seria a primeira candidata mulher pelo partido republicano a concorrer à presidência dos Estados Unidos.

No dia de seu aniversário de 27 anos, Quinn foi apresentada formalmente a equipe que a ajudaria chegar ao topo. Os melhores faziam parte. Tanto que Quinn, que não era nem um pouco modesta sentiu que sim, poderia alcançar seus objetivos. Quando chegou a hora de conhecer sua assessora de imprensa e sua maior colaboradora na campanha, Quinn paralisou ao contemplar a imagem a sua frente. Com uma saia preta de cintura alta, saltos altos na cor azul escura, blusa branca sem mangas de tecido leve, cabelos presos em um coque requintado posto com sua franja de lado, maquiada e com acessórios na medida certa se apresentava Rachel Barry. Advogada conceituada conhecida por assessorar diversos políticos que chegaram ao topo.

Quinn não sabia o que sentiu naquele dia, lembrava-se que seu coração disparou, suas pernas tremeram e suas mãos soaram, o que foi percebido logo que cumprimentou sua mais nova assessora que diga-se de passagem era linda. Seus olhos ficaram conectados por um longo tempo, Quinn não sabia o que estava acontecendo com ela. Nunca reagiu assim com ninguém muito menos com Noah seu marido. Atordoou-se se soltando da mulher em sua frente em choque, que foi logo disfarçado com um sorriso angelical.

FLASH BACK OFF

Sorriu para si mesma abrindo seus olhos ao mesmo tempo que batiam em sua porta. Um sorriso, o primeiro e verdadeiro que dava naquele dia. E a causa? Ela. Sempre ela. Suspirou dizendo um “já vou”. Segundos depois, levantou de sua cadeira e pegou seu terninho o colocando, abriu sua porta colocando a máscara de serenidade com um toque sério que sempre carregava. Era hora de trabalhar, pensou andando com as diversas pessoas ao seu lado e atrás de si.


ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA

Do outro lado da cidade presa em seu escritório se encontrava Rachel Berry revendo mais um dos milhares de processos de divórcio multi milionários que se acumulavam em sua mesa. Fazia uma hora que tentava se concentrar, mas não conseguia. Desde a hora que havia se levantado que estava daquele jeito, no modo automático. Tudo por causa daquele maldito dia. Sempre aquele maldito dia. Não que os outros não fossem parecidos, porém pelo menos eram suportáveis. Mas não aquele. Aquele era o dia em que a pessoa mais importante de sua vida completava mais um ano, o dia em que fazia dois anos que entregou seu coração a ela quando seus olhares se cruzaram.

Desistiu de olhar aqueles papeis. Não tinha jeito, era sempre assim, nunca se concentrava direito naquela data. Recostou-se em tua cadeira gemendo baixinho de frustração. Abriu sua gaveta de mesa e de lá retirou uma pequena caixa embrulhada num papel de presente. Ficou a olhando decidindo se desta vez conseguia da-lo a verdadeira dona. Aquela pequena caixinha era o presente que iria dar ao seu anjo no dia de sua vitória, lembrava-se em como sorriu ao vê-lo na vitrine e percebeu que era a cara de Quinn. Com carinho sentiu como daquela vez em que o embrulhou e guardou em sua sala do partido dentro da gaveta esperando a hora certa de da-lo. Ao mesmo tempo se encheu de tristeza ao lembrar da cena que presenciou após sair de sua sala, de sua Quinn beijando o marido com carinho, abraçando a filha pequena da mesma forma. Seu coração se apertou mais ao lembrar-se do exato minuto em que se tocou da verdade que sempre soube, mas que tentava não pensar. Ao ver a família feliz em sua frente, percebeu que nunca poderia beijar Quinn do jeito que Noah a beijava em público, que nunca poderia ser ela a acompanhar Quinn em eventos como sua mulher, que nunca poderia, sem prejudicar o sonho de Quinn, viver o amor que elas sentiam sem temer consequências. Aquela família em sua frente era o que o povo americano queria, o que o povo americano se espelhava. Que ali não tinha e nunca teria espaço para Rachel Berry. Foi ali poucos minutos antes da decisão do povo, que ela decidiu que havia chegado a hora de dizer adeus.

Saindo das lembranças dolorosas Rachel deixou escapar uma lágrima solitária. A enxugou rapidamente enquanto pegava teu casaco e o embrulho, o colacando em sua bolsa. Saiu da sala dizendo a sua secretária que voltava logo. Rapidamente saiu do prédio, pegou um taxi e decidida pediu para o taxista a levar ao único lugar aonde sempre ia naquela data.


20:20 DA NOITE.


Rachel estava deitada na cama daquele apartamento tão familiar encolhida em meio às cobertas alisando os lençóis do local em que tantas vezes fez amor com Quinn. Cada vez que fechava os olhos, cenas das duas se amando com paixão, ardor, desejo entrelaçando seus corpos nus vinha em sua mente, ao mesmo tempo lágrimas de saudades e de sofrimento caiam em abundancia por seu rosto. Ao lado o som da música Take my breath away, a canção delas tocava em alto bom som. Rachel não conseguiu ser forte aquele dia. Tentou muito, ela sabia. Como não conseguiu nas ultimas duas datas semelhantes a aquela de cada ano que passou longe de sua amada. Ela estava cansada. Seu coração estava cansado de sofrer... Como desejava seu amor ao teu lado! Como queria que tudo fosse fácil. Como queria que Quinn fosse uma pessoa normal solteira, sem tantas responsabilidades e bagagens. Como queria que Beth fosse filha delas e que não houvesse Noah Puckmam. Como queria que sua mulher fosse só sua e que não precisasse dividi-la com os americanos, com o mundo! Deus, ela sabia que estava sendo egoísta, mas se dava o direito de pelo menos aquele dia o ser! Não se importava mais em segurar a explosão de sentimentos que estava sentindo. Esta era a Rachel Berry que havia se transformado. Um pessoa frágil, que esconde seus verdadeiros temores , mágoas e ressentimentos atrás de máscaras e mais máscaras. Minutos se passaram em sofrimento, de tanto chorar adormeceu.


23: 50 DA NOITE.


Ela sabia que estava sonhando. Tanto que pedia a Deus que não acordasse naquele momento, pois sentia uma carícia conhecida em seus cabelos. Não podia ser! Com certeza era um sonho. O fruto de sua vontade louca de ter a mulher que ama ali de seu lado fazendo exatamente o que pensava que estava acontecendo. De olhos fechados e suspirando pensou estar finalmente louca. Louca de tanta saudade que sua mente começou a plantar sensações semelhantes a que sentia com ela. Mas era tão bom! Tão gostoso sentir aquilo nem que seja em sua imaginação. Dava-lhe paz, amor e tranquilidade que andava precisando.

Sem se conter remexeu-se um pouco na cama, pois agora outra carícia se estendia por seus braços a arrepiando. Meu Deus, disse a si mesma abrindo um sorriso suave em sua face. Que sensação gostosa que não sentia há tempos!

– Não acabe... Por favor... - Sussurrou baixinho. Ela não queria que acabasse. Ela não queria acordar. Tanto que minutos depois quando não sentiu mais nenhuma carícia um bico se formou em seus lábios carnudos, colocou o travesseiro em cima da cabeça, mordeu o cochão e gritou com raiva, pois infelizmente tinha acordado. Logo agora. Logo no momento tão bom.

– Você fica tão linda nervosa, meu amor.

Rachel pulou da cama jogando travesseiro, com lençóis e cobertas no chão. Não se sabe como, mas como um foguete parou em pé há uns 40 centímetros da cama, com os olhos arregalados, coração disparado e boca aberta com aquela voz, com a visão que estava tendo depois de xingar avidamente não se sabe quem. Enquanto isso Quinn não pode evitar sorrir suavemente, apaixonada com o gesto de sua menina.

– Este sonho ta realístico demais - Disse Rachel a si mesma. Quinn logo percebeu que sua pequena achava que ainda estava sonhando. Não a culpava. Depois de tudo, se fosse ela em seu lugar pensaria da mesma forma.

– Sou eu Rach, não está sonhando, meu amor. - Quinn Se levantou se aproximando dela. - Estou realmente aqui. - Parou em frente a Rachel pegando em suas mãos, ainda sorrindo terna em sua direção. Na mesma hora Rachel não conseguiu segurar suas lágrimas. Não era um sonho, ela realmente estava ali em sua frente. Sua Quinn, seu anjo, seu amor, sua esperança.

Quinn ficou imóvel. Não sabia o que estava acontecendo. Sua pequena estava chorando de alegria? Tristeza? Mágoa? Ódio? Ou tudo ao mesmo tempo? Não sabia o que fazer. Tanto que decidiu ficar assim com as mãos nas delas esperando seu passo. Há algumas horas atrás nem imaginou que aquilo estaria acontecendo. Nem sequer pensou em estar ali. Na verdade não deveria estar ali. Deveria estar com seu marido e filha em casa, descansando de sua festa de aniversário. Mas não conseguiu. Naquela noite, especialmente, não aguentou. Foi um sentimento tão forte que se abateu nela fazendo-a sentir que tudo estava errado, que não esperou mais. Precisava vê-la de qualquer forma. E ali estava ela. Não conseguiu se livrar de seus seguranças é claro. Mas como seu pai uma vez disse: Eles são pagos para serem surdos, cegos e mudos. Então não haveria problema.

– O que está fazendo aqui? - Um som baixinho foi ouvido. Rach finalmente saia de seu estado nostálgico, indagando a pessoa a sua frente.

– Eu. - Quinn hesitou por alguns segundos - Eu vim te ver.

– Por quê?

– Como assim porque, Rach?

– Você é a presidente dos Estados Unidos, hoje é seu aniversário e supostamente teria que estar em casa com seu marido e filha, ao invés da casa da ex-amante. Então volto a perguntar: porque?

Quinn a encarou estupefata. Que Rachel fria era aquela? Tá certo que sabia que não seria recebida amorosamente. Mas daquele jeito muito menos. Pelo jeito o ódio tinha vencido. Rachel não mais a amava e sim a odiava. E nem sequer por um segundo a culpou por isso. Pois ela estava completamente certa.

– Me desculpe se a incomodei, eu vou embora.

– Não você não vai, enquanto não me dizer o porquê de estar aqui. - Rachel a olhou nos olhos. Por dentro estava uma verdadeira bagunça, não queria falar deste jeito com ela, doía falar assim com ela. Mas não conseguia refrear, porque ela estava feliz por vê-la, mas ao mesmo tempo triste e com raiva porque sabia que ela logo partiria. Quinn por outro lado se encontrava de costas para Rachel. Decidiu que já não importava mais nada, que responderia a pergunta de sua amada com todo amor que sentia, mesmo que a outra parte a odiasse agora. Então, sem perder tempo, se virou e encarou os olhos da mulher e disse:

– Eu estou aqui porque eu te amo. Estou aqui porque há dois anos eu deixei que você partisse para nunca mais voltar. Porque há dois anos eu troquei o amor de minha vida, pelo meu sonho. Porque há dois anos eu preferi os americanos a você. Porque há dois anos eu não consigo sorrir de verdade. Porque há dois anos eu olho para minha filha e não consigo não pensar que ela deveria ter sido nossa. Porque há dois anos eu me sinto culpada em olhar para meu marido amoroso e sentir apenas carinho. Porque há dois Rachel - diminuiu o espaço entre elas , parando a frente da pequena mulher suspirando e rugindo colocando a mão em seu coração ao mesmo tempo - Eu não consigo fazer ele parar de bater rápido e ao mesmo tempo lento por sua causa, eu não consigo parar de pensar em você. Porque eu te amo, sempre amei e sempre vou amar. Porque por mais que doa , se você me disesse agora que ainda me ama, eu deixaria tudo para trás como eu não fiz há dois anos. Eu viveria ao seu lado pelo resto de meus dias sem me importar com as consequências... É por causa disso que estou aqui ! - Terminou sussurrando esta ultima parte quase sem fôlego olhando fixamente nos olhos da mulher em sua frente. Rachel ainda impactada com as palavras de Quinn ficou alguns segundos absorvendo, Mas logo voltou a si pois dentro dela só uma coisa clamava, E era o desejo de poder beijar os lábios a sua frente. Matar as saudades e sentir de novo aquele sentimento bom. Foi uma vontade tão grande que seexplodiu dentro dela, que não se conteve e nem estava com a minima vontade de faze-lo. Puxou a cabeça de Quinn de leve a atacou teus lábios num beijo faminto e feroz.


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