Decode escrita por Julio Kennedy


Capítulo 26
Epilogo


Notas iniciais do capítulo

E esse é o fim de decode, e se quer saber até hoje dia 3 de junho de 2014 nenhum capitulo escrito de Guardians. Mas tenho tres rascunhos de capitulos.
Eu sei direito o rumo de cada personagem, como voces viram havera um grande trama politica e por isso tenho que trabalhar muito os detalhes disso.
O mundo agora conhece o segredo dos digimons então esta na hora de destruir mais algumas cidades.

Espero voces em Guardians!



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Por que temos que definir as pessoas como boas ou más? Por que não podemos aceitar que cada ser humano é capaz de se sacrificar por alguém, tanto quanto pode ser capaz de matar para defender um ideal?

Nem todas as vitorias são felizes, e podem não durar o suficiente para que se possa decidir o que sentir sobre ela. Amigos viraram inimigos, inimigos se mostraram amigos leais. As coisas mudam tão singelamente como a direção do vento. O universo funciona de uma forma simples, e assim que você o entende as coisas ficam mais fáceis.

Nada vem de graça, se você quer salvar vidas você deve dar vidas em troca, se você quer impedir que as pessoas se machuquem, você terá que se machucar. Mas quando você finalmente percebe que a dor física não é o pior que se pode sentir, muitas vezes já é tarde de mais para se fazer algo.

No terraço de um dos poucos edifícios com mais de vinte andares que ainda estavam de pé no centro da capital. Mais especificamente no campus do Barro Preto, onde um dia fora à universidade Platão estavam cinco jovens, sentados na beirada com as pernas balançando para o vazio.

A frente deles o sol nascente iluminava a cena de destruição que foi deixada pelas batalhas que haviam acontecido ali. O barulho de helicópteros e o sopro do vento eram os únicos sons audíveis no lugar onde antes estariam um turbilhão de vozes, buzinas e sirenes. Era uma imagem extremamente mórbida.

_E foi isso que ele me contou antes de partirmos para aquela ultima batalha – May disse, secando os olhos que estavam salpicados de lagrimas – na ultima noite antes da batalha, e fora isso, bom, vocês já sabem.

Pedro jogou seu corpo para trás, deitando de costas ainda com as pernas balançando para o nada – E o que nós faremos agora? - ele quis saber.

_Fugir – disse Sofi puxando seu corpo para trás e se levantando – nós dois somos desertores, o RAD e o serviço de inteligência estarão atrás de nós em pouco tempo.

_Eu vou com vocês, – se ofereceu Lud – pelo menos até certo ponto, eu quero continuar o desenvolvimento do código dos digimons, eu devo isso a Jonas, eu vou continuar o sonho dele.

Will se levantou e também acrescentou – isso também é um dever meu, eu tenho que mudar a visão das pessoas sobre os digimons – ele apontou para a rua lá em baixo onde um pequeno ponto vermelho estava sobre um carro saqueado, com suas janelas estouradas e portas escancaradas – eu não vou deixar Shoutmon.

_E você morena, vem? - exclamou Pedro se referindo a May.

Uma brisa fresca correu fazendo os cabelos de May balançarem, dando evidencia as lagrimas que brilhavam com a luz sol a sua frente – eu vou pro Rio – o coração de todos ficou apertado – minha família esta lá – terminou ela depois de uma pausa desconfortável.

Lud pensou em dizer alguma coisa, as duas eram amigas muito antes de tudo aquilo acontecer, mas decidiu por fim não interferir, era hora de cada um fazer suas escolhas.

_Vamos esperar Luiz se recuperar mais um pouco e comunicar a ele e a Weverton o nosso próximo passo – sugeriu Will – até agora não consigo acreditar que Luiz esta vivo.

Pedro e Mayara se levantaram juntos – se você diz que aquilo é estar vivo, ele não consegue andar direito, metade do corpo dele perdeu parte do movimento, o cérebro dele deve ter torrado – acrescentou Monteiro indelicadamente.

Ninguém se sentiu a vontade para dizer nada. Eles continuaram ali até que o sol ficava quente de mais. Todos sentiam o mesmo conforto quando em exposição ao sol, já fazia tanto tempo que eles não o viam que mal se lembravam qual era a sensação do toque de sua luz.

Três dias depois...

Um caminhão com alguns soldados saia da cidade de Belo Horizonte indo em direção ao enorme acampamento que fora montado as presas a beira de uma das principais rodovias de acesso a cidade. Assim que chegaram ao local um dos soldados abriu a porta e varias pessoas começaram a descer, mulheres e crianças na grande maioria. Pessoas que insistiram em não deixar suas casas quando a cidade foi evacuada.

_Por aqui – disse um dos soldados – venham por aqui – continuou ele fazendo gestos com a mão para que as pessoas fossem na direção indicada.

As pessoas foram levadas até uma enorme tenda branca, onde enfermeiros estavam tentando ajudar os feridos.

_Abaixe a cabeça – sussurrou Will a Weverton que passava ao lado de um policial enquanto levava uma figura baixa com a cabeça coberta por um pano, pela mão enluvada.

Luiz caminhava com dificuldade, ele ainda sentia muita dor. Assim que ele entrou na cabana uma medica jovem correu até ele – Venha por aqui senhor – disse ela o guiando calmamente até uma maca, uma das varias dispostas no local.

Um garotinho que estava na maca ao lado assim que viu o rosto de Luiz gritou – ele é o garoto da TV, ele estava lá naquela batalha contra os digimons.

A mãe do garoto correu até ele o fazendo parar de apontar para Luiz pedindo desculpas pela inocência do filho, mas logo em seguida um homem negro que entrava na sala também o reconheceu e gritou a confirmação que todos esperavam. Dentro de um minuto as pessoas descobriram o resto do grupo, gritos e murmúrios correram o acampamento em pouco tempo.

Will tentou tira-los de lá o mais rápido possível, mas os policias que estavam na porta da cabana medica não os deixou sair. Weverton arregalou os olhos e empurrou o máximo que pode, mas ainda sim não conseguiu escapar.

Dois minutos depois vários soldados invadiram a cabana – Venham conosco, o senhor Mustang quer falar com vocês – disse um soldado qualquer.

_O que ele quer com a gente? - perguntou Will se pondo a frente.

Um dos soldados apontou a arma para Will, nesse instante a figura baixa que estava com o rosto coberto acertou o soldado com uma pancada fazendo o homem voar para fora do lugar, o pano que cobria seu rosto caiu revelando os chifres vermelhos sobre sua cabeça. Algumas pessoas gritaram e correram, os soldados apontaram armas, e o resto das pessoas continuou lá admirando a pequena criatura vermelha.

_Calma Shoutmon – disse Will colocando a mão no peito do pequeno Digimon dragão.

_Abaixem as armas – disse um homem negro, e extremamente alto entrando na cabana, os soldados seguiram sua ordem em um instante – só quero conversar com vocês – disse o homem ao grupo.

***

Instantes depois eles chegaram a uma cabana cheia de aparatos tecnológicos onde pessoas corriam de um lado para outro – aqui é onde estamos monitorando os digimons da região, estamos contendo-os na capital, não deixaremos nenhum fugir - afirmou Mustang. Uma das coisas que Will percebeu primeiro foi que a)os equipamentos eram tão bons quanto os que eles usavam na base e b) que o sistema que ele usavam para rastrear digimons era arcaico comparado com o que eles haviam desenvolvido junto ao D-Ark.

_ Afinal de contas, por que estamos aqui? - perguntou Will nervosamente, Shoutmon se agitava perto dele.

_Quero primeiro que vejam um pouco de televisão – instruiu ele ligando um dos monitores que estavam em cima de uma mesa montada as pressas de madeira pouco uniforme, eles se entre olharam confusos, não tinham muita escolha.

Assim que ele ligou o aparelho eles viram imagens deles mesmos e da batalha que tiveram contra Diaboromon – depois dos acontecimentos surpreendentes em Belo Horizonte outros jovens em vários lugares do mundo apareceram na mídia também acompanhados de digimons essa semana, suas batalhas não foram tão impressionantes como as que destruíram a quarta maior capital do Brasil, mas a força dessas criaturas é assustadora. Acompanhem agora as cenas gravadas em Nova Iorque e na cidade do Rio de Janeiro respectivamente – disse uma jornalista ruiva.

“Os enormes prédios com letreiros luminosos de Nova Iorque eram inconfundíveis, o camera-men dessa vez conseguiu focar perfeitamente no anjo de armadura azul que lutava contra um enorme Digimon inseto negro gigante, em uma legenda em baixo das imagens apareceu com a seguinte frase:

“Digimons identificados como Seraphimon e GranKuwagamon”

Os digimons atacavam dos dois lados, mas o poder de Seraphimon subjugou GranKuwagamon com facilidade. A próxima cena, a mais impressionante, foi a que Seraphimon voltou voando até dois garotos loiros que estavam na rua próximos a onde a batalha ocorrera, ao lado deles havia outro Digimon, a legenda informou que não foi possível fazer a identificação do mesmo. Seraphimon abraçou o mais velho dos dois garotos e alçou voo com o mesmo, o outro garoto subiu nas costas do outro Digimon verde que em seguida desapareceu.

Pedro tentou dizer alguma coisa, mas engasgou mais de uma vez – Maristela me disse uma única vez que o Rad já tinha problemas com quatro grupos, ou algo assim – ele fez uma careta e continuo – ela citou isso antes de eu vir atrás de vocês, foi há muito tempo, mas me lembro das palavras “use o método que precisar Monteiro, não precisamos de mais um” e em outra ocasião quando eu informei sobre um ataque de Digimon na mesma noite que os vi pela primeira vez ela disse “tenho a impressão de que o numero cinco cuidara disso”.

Will olhou para Mustang como se pedindo uma resposta, e então as filmagens do Rio começaram.

Como estamos falando do Brasil as gravações foram feitas de um celular da janela de um prédio. As cenas mostravam duas mulheres voando, a legenda as identificava como Angewomon e Ladydevimon, as digimons lutavam contra um Digimon polvo gigante, identificado com Marinedevimon, as duas o atacavam juntas recebendo ordens de uma garota de cabelos e roupas pretas justas.

A gravação não demorou muito a encerrar-se, pois a pessoa que estava fazendo as filmagens teve de se retirar do prédio, a batalha se encontrava muito perto do local.

Mustang desligou a televisão e então uma mulher idosa entrou na sala, Will a encarou com os olhos arregalados e gritou – você é a velha das escadas.

Ninguém ali sabia do que Will estava falando, foi um detalhe que o garoto não se importou em mencionar. Ele a conhecera nas escadas de uma igreja em Belo Horizonte depois de ter fugido das instalações do RAD meses antes.

_Meu nome é Melanie meu jovem – disse ela com uma voz doce e delicada – e sou chefe do setor de informática do Serviço de inteligência Brasileiro.

_E não só isso – disse Mustang – ela foi um dos “criadores de criaturas”.

Weverton fez um som de desaprovação e foi inconveniente como sempre é – isso é impossível, você deveria ter uns cem an..- Melanie interrompeu o garoto antes que ele terminasse a frase.

_Setenta e um – afirmou ela, apesar de sua idade avançada era impressionante como ela poderia se parecer tão jovem, seu rosto era pálido, mas ainda sim não se poderia nunca dizer que tinha essa idade e muito menos que mantivesse a lucidez para continuar na ativa.

Luiz gemeu de dor, e também de espanto, o rosto de May e Lud era impagável, a surpresa foi Mutua.

_O que queremos de vocês é que partam em missão – disse Mustang – o RAD percebeu que não haverá como vencer a guerra que esta por vir sem digimons do nosso lado.

_E obviamente vocês querem que nós usemos nossa fama repentina para juntar os outros domadores pelo mundo? - supôs Pedro.

_Nos usar como iscas para pescar outros guardiões – revoltou-se Sofia.

_E lhes dar todo o tipo de recurso disponível no RAD – interveio Melanie, sem negar o obvio – pensem nas possibilidades. E todas as acusações em cima de Albuquerque e Monteiro seriam retiradas imediatamente.

_Isso me soa mais como ameaça do que como uma oferta – afirmou Weverton – e caso ainda não saibam, as batalhas de digimons causam os distúrbios dimensionais. Eles não podem continuar lutando.

Um silencio muito desconfortante cobriu o local, mesmo todos as pessoas que antes corriam de um lado para outro na sala agora pareciam inertes, aquela oferta era generosa de mais para o RAD, eles sabiam que se aceitassem iriam estar envolvidos em jogos políticos e tramas maiores do que já haviam se envolvido antes, mas não aceitar poderia lhes dar apenas o mapa para as celas em alguma prisão por ai. Era um momento e uma escolha difícil, mas novamente eles só tinham duas escolhas, se unir ao inimigo, ou desistir da batalha.

Will e Pedro se entre olharam e os dois disseram em quase uníssono – Nós aceitamos.

_Mas nem Mayara, Luiz e Weverton participarão disso – interveio Sofia.

Mustang a encarou com um ar de duvida – por que isso? - ele quis saber.

_È escolha nossa – interveio Weverton – eu levarei Luiz comigo para o interior, vamos dar as noticias sobre Jonas para minha família e ficar um tempo lá.

_E eu quero rever minha família, nunca fui de grande ajuda mesmo – disse May de cabeça baixa. Ela não tinha sido a mesma desde a morte de Jonas, a felicidade havia se esvaído dela, junto a toda a vontade de lutar.

_Seja como preferirem – disse Melanie cortando Mustang que parecia querer intervir – venham comigo – disse a idosa para os três a seguirem.

_Agora senhores – disse Mustang – vamos tratar de negócios – terminou ele com um sorriso no rosto, Shoutmon grunhiu, aquele era o raiar de uma nova fase.

***

Propostas foram feitas, argumentos foram questionados, e escolhas reafirmadas. Aquela intervenção do governo poderia trazer conspirações terríveis, mas todos eles entenderam que a única maneira de sair dali era concordando com os termos impostos a eles, pelo menos por enquanto. Na manha do dia seguinte um transporte aéreo foi providenciado para May e um terrestre para Weverton e Luiz, aquela era a despedida dos guardiões.

May estava com suas poucas coisas na mochila abraçando Lud – se cuida macaca loira – disse a morena a Lud – e não deixe o dinossauro gigante te comer.

Lud apertou o abraço e as lagrimas escorreram em seu rosto – se cuida neguinha, e me promete que se precisar vai dar um jeito de me procurar – May confirmou com a cabeça.

Os outros estavam próximos, Will abraçando Sofia, Luiz sentado em uma cadeira e os outros em volta deles.

_Obrigado a todos – disse May se soltando dos braços de Lud – acho que a partir de hoje vejo vocês na tevê – disse ela forçando um sorriso – foi a maior aventura que eu poderia pedir.

Cada um deles deu um abraço em May, e ela seguiu para o Heliporto improvisado atrás do acampamento. Quando o helicóptero alçou voou May pensou que aquela provavelmente seria a ultima vez que estaria vendo aquelas pessoas juntas, mal sabia ela o quanto estava certa.

Duas horas mais tarde foi à hora de Luiz e Weverton partirem, Luiz estava muito dopado para não sentir dor, então não chegou a ser uma despedida muita calorosa, Weverton cumprimentou a todos e pediu desculpas por tê-los deixado na ultima batalha.

Luiz fez alguns últimos gracejos, mas vê-lo daquela forma fazia com que todos quisessem chorar. E por fim os dois partiram num comboio do exercito para a pequena cidade onde Jonas morou.

Enquanto Sofia e Pedro voltaram para a bacana de pesquisas, Lud e Will pararam lado a lado olhando o comboio desaparecer na rodovia, era como ver uma parte do coração deles indo embora. Jonas estava morto, se sacrificando por todos, May desistiu da batalha e Luiz, bom, talvez tenha sido pior que a morte.

_Você quer mesmo continuar com isso – perguntou Will a Lud. Ele tinha medo, mais do que qualquer um deles, o tempo todo, mas ele não iria deixar aquele sentimento o dominar novamente, não ia deixar mais ninguém morrer.

Lud olhou no fundo dos olhos do antigo nerd e recitou – e quem guardara os guardiões?


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Notas finais do capítulo

Curiosidades:
1- Em um final alternativo quem vencia Liltihmon na verdade não era Deckergreymon, ele nem ia chegar a existir. Seria Luan com seu proprio Digimon, mas ainda sim ele nunca mais seria aliado dos Guardioes.
2- O casal planejado para a historia era May e Pedro, mas ao decorrer do que escrevi percebi que eles não tem nada haver.
3- Os unicos personagens que nunca pensei em matar foram Will e May.
4- As mortes de Babel, Jonas e da tia dele foram planejados antes da historia ser escrita.
5 -A batalha na praça sete seria contra Belphemon, não contra Diaboromon.
6-Todos os personagens foram baseados em pessoas reais, com nomes e aparencia preservados. (O Will é super nerd, a May chorona, o Luiz sem noção e Luan tão marrento)
7-Babel era gay
8-Me arrependo de não ter dado um papel maior para Pedro na fic depois que ele se juntou aos Guardioes.
9- Sofia iria sair do RAD junto de Douglas e os dois iam fugir juntos.
10- O nome de Jonas seria Henrique (nome dado ao protagonista da minha primeira fic de Digimon)



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