Decode escrita por Julio Kennedy


Capítulo 14
Capitulo 13 - Consequencias


Notas iniciais do capítulo

Esse é o segundo passo da nova fase da fic, apartir de agora o jogo mudou oficialmente e cada um dos personagens vai ter que evoluir, a capital mineira esta sendo destruida, o exercito esta lutando contra os digimons, e o Rad vai se tornar mais perigoso do que nunca, escolhas serão tomadas, e eu acho que vou dar Spoiler se continuar assim.... Aproveitem a leitura, e nao tinha como deixar o capitulo menor.



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Luiz estava melhor, mas ainda sim aquilo estava nos incomodando muito, todos estávamos tensos de mais para conseguir nos concentrar na batalha que vinha pela frente, Babel ser capturado desestabilizou a todos, e aquela repentina escuridão causada por aquelas estranhas nuvens. Eu podia sentir que havia algo de errado, Greymon me transmitia isso, parecia que nossa ligação estava ficando mais forte a cada vez que ele era invocado, mas em consequência eu me sentia pior após cada uma delas, chegava a ser perigoso.

Demoramos mais do que o convencional visto que agora estávamos sem carro novamente, chegamos ao estacionamento onde o carro de Luan estava e depois de convencer o frentista que não éramos o grupo que estava com os Digimons na TV fomos finalmente para o centro, essa situação ia acontecer muito pelo visto, seria arriscado de mais continuar andando por ai, ainda mais que antes.

_O que podemos esperar? - perguntou Luan enquanto dirigia a Lud que estava com o notebook avaliando os dados.

Ela demorou a responder, prendeu uma mecha do cabelo que estava solta atrás da orelha mostrando ainda mais a cicatriz que não sairia mais de sua testa e suspirou – Eu... - ela hesitou por um minuto - os dados não estariam mentindo, são mais de cinquenta com certeza, um volume enorme de dados esta se espalhando pelo centro, é como se eles estivem se separando – terminou ela.

_Isso significa que estamos muito ferrados – disse Weverton olhando para a janela, quando de repende ele gritou, todos nos o olhamos sem entender, mas um segundo depois algo bateu no carro de Luan, as janelas estouraram e ele começou a capotar, so consegui me dar por mim depois que o carro parou de cabeça pra baixo, com o pé de Luiz na minha cara e o cotovelo de alguém cravado nas minhas costas.

_O que foi isso – May gritou, ela gemia um pouco de dor – estão todos bem? - perguntou ela por fim.

_Um Digimon – disse Weverton – um morcegão – afirmou ele.

Consegui engatinhar para fora do carro com dificuldade, e fui aos poucos seguido por Weverton, Will e May, assim que me levantei e olhei para o céu avistei o tal Digimon, era um Devimon, esse eu conhecia muito bem, ele estava voando sobre um prédio mais a frente, foi quando comecei a reparar a paisagem ao meu redor, apesar da escuridão a iluminação da cidade não foi acessa, era realmente estranho os sensores dos postes não funcionarem, a maioria dos prédios estavam com vidraças quebradas, lojas fechadas e carros largados no meio da rua, e aquela avenida em particular estava deserta, obviamente pelo ataque Digimon.

_O que aconteceu aqui – perguntou Will olhando tudo em volta – cadê todo mundo? - eu acho que ele imaginava como eu o que havia acontecido.

_Deveríamos invocar os Digimons e usar o D2 – disse Weverton se recompondo – não parece seguro que andemos por ai – afirmou ele, nitidamente morrendo de medo – e eu não quero ser devorado por um Digimon.

_Não seria seguro invoca-los – disse Luan – chamaríamos atenção desnecessária, acho melhor irmos o mais discretamente possível até o portal, na verdade deveríamos descobrir uma maneira de fecha-lo.

Eu estava pensando nisso desde acordei no quarto de Weverton, não tem sentindo ficar esperando os Digimons aparecerem e destrui-los se a ligação para o nosso mundo esta aberta, isso precisava acabar, e havia outra coisa que eu estava ancioso por fazer, encontrar Shoutmon e questiona-lo de onde ele veio, aquele pequeno digimon com certeza tinha muitas respostas das quais eu gostaria de jogar na cara de Luan. De qualquer forma não tínhamos mais escolha, tínhamos que destruir os que já passaram.

_O que será que o pessoal do Rad esta fazendo? – perguntou Luiz – aqueles malditos deveriam estar fazendo a segurança do lugar.

Eu preferi não dizer o que pensei, cheguei sinceramente a ficar preocupado com Monteiro por um segundo, não parecia certo, mas algo me dizia que ele não era de todo o mal, eu pude sentir isso naquele dia da batalha, me lembrei dele indo sem motivo ao apartamento de Luan e dizendo que ele não era nosso inimigo, e também do que Will nos contou sobre ele o ajudar a fugir, aquilo tudo era um mistério pra mim.

Assim que começamos a nos aproximar pudemos ouvir barulhos de tiros e explosões, afinal de contas o Rad ainda não tinha falhado, Devimons e Boogueymons passaram voando sobre nossas cabeças em vários momentos, vimos pessoas comuns fugindo e gritando, repórteres tentando filmar qualquer coisa e agora mais e mais comboios do exercito passando, foi nessa hora que os caças da força aérea apareceram, três para ser mais especifico , eles estavam atirando em tudo que estava no céu, o campo de dados que antes estava apenas em volta do portal agora havia se expandido bastante, era questão de tempo até que todo centro da cidade se tornasse um campo de conversão digital.

Os mundos convergindo pensei por um instante, isso não seria coisa boa.

Quando finalmente chegamos à zona de batalha mesmo bastante longe ainda do portal, ficamos absurdados com a quantidade de Digimons e humanos lutando, ataques Digimons, tiros de armas Rad, explosões, gritos, urros, realmente o Rad não estava brincando. Luiz então avistou quase no portal bem ao longe os dois lideres, reconheci um deles, Leomon mas estava azul como Metal Greymon no dia que veio até mim, e o outro May identificou com o D-Ark, se tratava de Mephistomon, Digimon demónio maior, tipo vírus Kyuukyokutai, era assustadora a aura que ele transmitia.

Foi quando a vimos pela primeira vez, a General que comandava o RAD, Maristela, ela estava sendo escoltada por Pedro e mais dois garotos, contive o impulso de correr até ele naquele momento.

_O que faremos? - perguntei ao resto do grupo – se invocarmos Greymon e Mailbirdramon eles não terão chance contra tantos Digimons e tiros Rad, mas se fizermos a fusão mesmo ele aguentando os tiros e os Digimons os caças o pegam. - terminei dizendo preocupado, mas nem um segundo depois um Boogueymon se jogou na frente de um caça que perdeu o controle, fez um voou rasante pela avenida arrastando vários Digimons com ele e finalmente explodindo no segundo em que bateu em um prédio, por sorte distante da gente, porque logo em seguida o mesmo começou a desabar, uma enorme nuvem de poeira se levantou, mas por mais sorte ainda não chegou até onde estávamos.

_Meu deus – disse May tapando a boca com as mão, achei que ser um digi-escolhido era mais fácil, nos animes quase nunca ninguém morria, eles sempre se saiam bem sucedidos das lutas porque sempre venciam com um ataque poderoso, e ninguém se machucava.

Mas a realidade era outra, pessoas morrem todos os dias, algumas infelizmente porque não conseguimos protege-las, se não se esforçar pra caralho não vencera nenhuma luta, machucados e cicatrizes contam a historia de cada uma das batalhas e nos não eram escolhidos, e sim Guardiões, e é assim que deveríamos ser chamados. Tudo se baseia na troca equivalente, para receber uma coisa você tem que dar algo do mesmo valor em troca, essa é a lei do universo, e da vida, e é nisso que eu acredito.

Peguei meu notebook e dei o comando, Greymon surgiu aos poucos, bem demoradamente desta vez, acredito que porque a energia ali corria mais devagar por causa de todos os postes derrubados, alguns soldados se assustaram e se afastaram, outros apontaram armas, quando ele finalmente se materializou corri para frente dele e abri os braços.

Alguns soldados apontaram pra mim e gritaram entre si e por comunicadores informaram que os domadores de Digimon da TV tinha aparecido, alguns Digimons vieram voando em direção a Greymon que usou a mega chama para acabar com eles, a diferença de poder entre Greymon e eles era bem grande, isso de certa forma me acalmou.

Pude ouvir um dos soldados perguntado no radio quais eram as ordens relacionadas a nós, enquanto isso Lud invocou Mailbirdramon, quando a resposta chegou foi de certa forma satisfatória, não havia nenhuma ordem relacionada a nós, aparentemente o Rad tinha outras preocupações. Greymon e Mailbirdramon entraram na batalha, destruindo o máximo de Digimon que conseguiam, Greymon lançava bolas de fogo e mordia os que se atreviam a se aproximas de mais, era muito legal ver aquele dinossauro enorme de capacete de aço (cromo digizoide) balançado a cabeça com Boogueymons na boca, urrando e disparando.

Mailbirdramon voava sendo seguida por vários Devimons, uma nuvem preta de Digimons se formou atrás dela nos céus, mas ela era mais rápida, e depois de conseguir apanhar alguma distancia ela repentinamente se virou e usou o canhão de luz em seu peito para atirar, o raio de luz cobriu todos os Devimons os transformando em dados no mesmo instante, o céu se iluminou com a luz do disparo com um relampado estrondoso em meio ao tempo ruim.

Soldados no chão agora pulavam e comemoravam, a maioria dos Digimons estavam mais preocupados com Greymon e Mailbirdramon então os soldados conseguiam com mais calma derrotar os Digimons que ainda remanesciam no chão.

Tudo corria muito bem até aquele exato momento, quando de trás de nos surgiu um Devimon, ele não hesitou nem por um segundo, usou seu ataque toque do demônio em Will que conseguiu se esquivar mas deixou a arma cair, começamos a correr e nos separamos, mas essa foi a pior decisão a se tomar, alguns Boogueymons perceberam a movimentação e vieram atrás de nos, May corria junto comigo, os soldados não perceberam o que acontecia conosco porque já estavam ocupados de mais mantendo a si mesmos vivos, no desespero e na correria tropecei e meu notebook saiu capotando pelo chão, a tela trincou imediatamente, mas graças a Anúbis o sistema não parou de rodar.

Nessa hora pude entender duas coisas sobre e vida, primeiro que paguei língua de todas as vezes que xinguei as mulheres idiotas correndo de salto de um fantasma, bandido, serial killer, monstro e ou alienígena que tropeçavam e caiam, isso realmente acontece quando você esta mais preocupado em correr do que realmente prestar atenção de pra onde você esta correndo.

E a segunda foi que nenhuma dor que eu já tinha sentido na vida se comparava a que eu estava presta a sentir, e me arrependi amargamente por todas as vezes que choraminguei de dor de cabeça, ou dor nas pernas de ficar em pé em uma maldita fila de banco.

Eu consegui me levantar, mas assim que o fiz um Boogueymon me arremessou longe, cai no chão de costas e fiquei sem ar, abri meus olhos o mais rápido que pude tentando me orientar, mas isso não adiantaria porque logo em seguida o Boogueymon já estava em cima de mim, com um sorriso assustador no rosto, ele começou e me dar socos, ele era incrivelmente forte para o tamanho dele, o primeiro soco no rosto levou lágrimas aos meus olhos e uma dor como nunca tinha sentido antes se espalhou por mim, virei o rosto de lado e o segundo acertou meu ouvido, um zumbido ecoava agora na minha cabeça, o terceiro levou sangue a minha boca, eu não conseguia manter os olhos abertos e nem queria, tentei levar meus braços ao rosto para me defender mas não conseguia, o Boogueymon se abaixou e mordeu meu ombro, não sei dizer se me lembro exatamente da dor que senti, foi algo acima de tudo, quando ele se levantou vi meio borrado que estava com a boca toda cheia de sangue.

Foi quando reconheci grito de May, e logo em seguida o urro de Greymon que apareceu sobre nos em um instante, a cabeça dele desceu e ele agarrou o maldito com uma mordida fora do comum o arremessando pro lado, o enorme dinossauro lançou uma bola de fogo e o Digimon explodiu, ele se abaixou lentamente e encostou sua cabeça em mim, sua respiração era forte e fazia muito barulho, assim que consegui levantar minha mão e tocar em seu rosto cinco Devimons apareceram voando em círculos em volta dele o atacando.

Senti uma mão pegando meu braço e me arrastando pelo chão, quando com muito esforço consegui olhar pra cima vi que era um garoto forte e baixinho, ele estava de cabeça raspada e so alguns segundo depois percebi que usava uniforme do Rad, ele me arrastou para as escadaria de um prédio próximo, e me colocou sentado, minha visão estava turva, mas eu não queria desmaiar.

May chegou correndo instantes depois e então não resisti, o mundo sumiu.

***

Babel era arrastado por Mauro para dentro da sala de interrogatório, eles estavam a alguns quilômetros do centro da cidade onde estava o calor da batalha, tinham chegado ao mesmo prédio onde Will tinha sido preso, Pedro se assustou ao ver Mauro entrando com Babel, ele não esperava que o conseguissem capturar tão depressa.

Maristela já esperava quando Mauro largou Babel dentro da sala, Pedro chegava nesse momento para fazer a segurança da General, ele dispensou Mauro que saiu bastante relutante e se pós atrás da porta, a nova atitude de Mauro o incomodava, parecia que a montanha estava apenas querendo mostrar serviço à "chefia", Pedro detestava bajulações. La dentro ela estava sorrindo com desdém, Babel se sentou calmamente na cadeira e então a olhou fixamente – engraçado como pessoas como você, que não ficam com peso na consciência, não envelhecem – disse Babel com rancor em sua voz.

_Olá Babel, é assim que trata uma amiga que não vê a mais de oito anos? - perguntou ela sarcástica, a mulher sempre gostou de brincar com Babel, jogar com sua mente – então me conte como foi adotar sete garotos depois de velho? Achei que já tinha desistido dessa ideia de ter filhos.

Babel rosnou, ele se levantou da cadeira e bateu na mesa, os únicos moveis que haviam na sala – Não chegue novamente perto deles sua víbora, ou se não... – ameaçou babel.

_Não me venha com ameaças vazias Babel, nossos pais nos ensinaram muito bem que se pretende fazer uma ameaça deve ter a real intenção de cumpri-la – afirmou a mulher ainda sentada e com o mesmo sorriso no rosto – Você é tolo e fraco Babel, sempre foi, eu consegui a parte do dispositivo que Shibume tinha, a bomba dimensional estará pronta em questão de dias assim que eu puser as mãos nele. – ela cuspiu as palavras como veneno.

_Me chame do que quiser sua vadia – disse o velho com nojo na voz – eu não vendi minha alma pro governo – afirmou ele voltando a se sentar, agora tremulo, a idade pesou muito mais a ele do que a ela.

Um sorriso escancarado se abriu no rosto dela, depois ela inclinou seu corpo sobre a mesa chegando bem perto de Babel antes de dizer colocando um pausa após cada palavra – Todos... vocês... são... peças... de tabuleiro...- ela passou a língua sobre os lábios e terminou – ratinhos em um labirinto, sendo levados para o ponto onde o idealizar do labirinto quer, vocês podem achar que estão fazendo escolhas Babel, mas a profecia é clara e você sabe disso melhor do que eu, os selos estão sendo quebrados.

***

Sofia havia acabo de abrir a porta da instalação quando deu de cara com Pedro, ela sorriu e o cumprimentou de forma casual, ela carregava uma mala na mão e uma blusa sobre o outro braço – que loucura é essa de Digimons? - perguntou ela – vi pela televisão do avião – o sorriso dela desapareceu – não deveriam estar na batalha?

Pedro a encarou tentando encontrar as palavras para contar a ela resumidamente tudo que havia acontecido nos últimos dias, ele a puxou até o seu alojamento discretamente, ela o acompanhou sem recusar mesmo estranhando muito aquela atitude dele, eles nunca foram próximos, ela nunca entrou no alojamento dele, nem mesmo há imaginara um dia fazendo aquilo.

Ele pediu que ela se sentasse na cama dele, mas ele não se sentou, ficou em pé na frente dela andando de um lado pra outro – o que esta acontecendo? - perguntou ela não se aguentando mais.

Pedro suspirou e começou – Um portal se abriu no meio da cidade, a batalha foi incrivelmente difícil, tivemos que nos unir aqueles garotos para ganhar a batalha – Sofia viu alguma coisa na televisão, mas se negara a pensar que eles realmente tivessem tido que chegar aquele ponto – Douglas, ele morreu – Sofi arregalou os olhos que se encheram de lágrimas na mesma hora, a garota tapou a boca com as mãos de reflexo, a imagem cortou o coração de Pedro.

_Como? - perguntou ela, as lágrimas começaram a escorrer pelo rosto da jovem.

_Armagedomon derrubou um prédio em cima e nós – tentou explicar Pedro – se não fossem aqueles garotos estaríamos todos mortos – Sofia balançava a cabeça negativamente, ela não podia, alias, não queria acreditar naquilo.

_A general Lacerda esta aqui, esta na sala de interrogatório – ele fez uma pausa antes de continuar, como se o que fosse dizer cortasse sua garganta ao sair - eu acho que você não deveria entregar o artefato a ela – disse por fim Pedro.

Sofia se assustou mais ainda – como ela esta aqui meu Deus? - perguntou-se ela – desculpa, eu não – ela se levantou da cama e fez sinal uma continência – Desculpe, senhor, perdi minha compostura – disse ela em posição de sentido enquanto lágrimas ainda escorriam em seus olhos com intensidade, ela não conseguiu digerir a ideia de não terminar seu trabalho.

_Não se preocupe, acho que todos sabem que não sou um general de brigada de verdade, a tramas maiores acontecendo, a algo de errado Sofia – Pedro se apoio na parede e abaixou à cabeça – eu devia ter ordenado à retirada – era a primeira vez que ele dizia o nome dela tão naturalmente – eu devia – a morte de Douglas pesava muito em sua consciência.

A garota caminhou até ele e colocou a mão em seu ombro – obrigado por me contar dessa forma – disse ela enquanto ele se virava pra ela – eu não sei como teria reagido se tivesse ouvido da boca da General Lacerda, ou pela boca de Mauro, ele era meu melhor amigo, eu o amava – disse ela voltando a chorar, os dois se abraçaram instintivamente, mas não durou porque alguém bateu na porta de Pedro, os dois se empurraram também instintivamente, como se estivessem fazendo algo errado, mas Pedro não podia negar o conforto que sentiu ao faze-lo.

Sofi limpou os olhos e então Pedro abri a porta, do lado de fora estavam a General com Mauro ao seu lado – Não quero explicações – disse ela assim que Pedro abri a boca pra dizer alguma coisa – Senhorita Albuquerque, acho que tem que me entregar alguma coisa.

Sofia saiu do quarto de Monteiro seguida pela General, Mauro ficou na porta encarando Pedro por mais algum tempo, Monteiro o olhava nos olhos, firme e sem remorso, assim que Mauro foi embora ele fechou a porta e se sentou na cama, ele pensou no seu passado, e no verdadeiro motivo que o levou a se tornar um Rader, se lembrou da batalha e da sensação de estar lutando do nosso lado, e então depois de meia hora ele tomou uma decisão, que muito provavelmente ia ferrar com ele, mas foda-se, pensou ele, não nasci para ser normal mesmo, ele abriu sua gaveta e pegou um pequeno dispositivo muito parecido com um celular, o abriu e lá um ponto luminoso piscava, ele havia escondido aquele aparelho desde o dia que foi até um certo apartamento, em um certo bairro chamado Pampulha.

Ele caminhou até a sala dos armamentos e pegou duas armas menores que estavam em cima de um pedestal as colocando na cintura, conferiu se a camisa estava tampando direito e então caminhou em direção a parte onde ficavam as celas, ao entrar no corredor branco ele suspirou, se ele fizesse o que estava pensando ele seria caçado em todo território nacional.

Assim que ele digitou o código de acesso à cela se abriu, Babel se levantou no mesmo instante – O que esta acontecendo? - perguntou o velho a ele.

_Eu estou tirando o senhor daqui – disse Pedro entrando na sala e puxando Babel pra fora – preciso que você me ajude, vamos, ande rápido – apressou-o Pedro, eles teriam uma chance mínima, mas se eles tivessem um pouquinho de sorte.

Os dois começaram a correr, na velocidade que Babel aguentava obviamente, mas assim que chegaram na sala de computação deram de cara com Mauro - O que você esta fazendo com o prisioneiro? – Perguntou o homem que mais parecia uma montanha.

_Estou o levando até a General – respondeu Pedro, aquela foi a melhor mentira que ele conseguiu inventar.

Mauro soltou uma gargalhada – Não seja ridículo Pedro, você me acha tão burro assim? - perguntou ele, mas agora a expressão dele havia mudado.

_Na verdade, eu esperava que fosse – assim que Pedro terminou de dizer não houve tempo para usar as armas que havia pegado, Mauro estava em cima dele, os dois começaram uma disputa corpo a corpo, Mauro era nitidamente mais forte, mas Pedro compensava em agilidade. Pedro acertou um soco na cara de Mauro que o fez perder o equilíbrio durante alguns segundos, Monteiro aproveitou a vantagem e o chutou no meio do peito, o gigante caiu, mas assim que atingiu o chão os recrutas apareceram.

_Ele é um traidor – disse Mauro – Prendam-no.

Assim que Pedro disse isso Cesar e Marcelia foram em direção a Pedro e Babel, mas Willis e Thiago hesitaram, depois do que eles haviam passado juntos no portal como eles poderia ataca-lo? Cesar agarrou Babel, mas antes que alcançassem Monteiro ele arrancou uma de suas armas – soltem ele – disse o agora ex general de brigada.

_Ou o que? - perguntou Mauro se levantando de chão e ajeitando seu uniforme – você vai matar a todos nessa sala?

Pedro pensou em dizer uma coisa, mas sabia que não seria útil. Ele estava perto da saída, mas sair sem Babel era como ter desertado por nada, nessa hora Sofi chegou, assim que ele olhou em seus olhos a coragem voltou – desculpem, mas eu sirvo a quem realmente se importa com as pessoas, e nesse momento, não é isso aqui – Pedro caminhou de costas até a saída, passou pela sala de equipamentos sendo seguid pelos agentes e desceu as escadas em um pulo e assim que se deu conta estava correndo para dentro de um ónibus que estava saindo naquele momento.

***

Eu acordei com uma explosão lá fora, May estava em pé com uma arma Rad na mão apontando para a entrada do prédio, me levantei devagar, meu rosto e meu ombro doíam muito, eu não conseguia enxergar direito do olho esquerdo, assim que coloquei a mão senti o inchaço – o que esta acontecendo? - perguntei a May.

_Acordou não é bela adormecida? – eu me assustei mais com o tom que ela disse, do que com que ela disse – eu já matei quatro Digimons enquanto você estava desmaiado, o pessoal lá fora tá se dando mal, estávamos só te esperando pra cairmos fora.

_Estão todos bem? - perguntei preocupado, era só o que me faltava alguém machucado por minha culpa.

_Até dez minutos atrás so seu primo tinha sido pego por um desses monstros, mas Will acabou com ele – ela olhou pra mim com uma cara muito estranha e disse – o que tá acontecendo com Will hein?

Assim que saímos do prédio encontramos os outros escondidos em lugares diferentes, Luan e Weverton estavam no prédio da frente, desarmados mas muito bem escondidos, se May não os tivesse visto entrando naquele prédio antes não teríamos os achado nunca. Luiz estava com Lud, os dois de mãos dadas, estranhei muito a visão, dois soldados estavam com eles, e os mesmos nos acompanharam até o carro mais a frente onde Will estava abaixado se escondendo, haviam dois Devimons o cercando e ele estava se saindo muito bem com a arma.

Mailbirdramon e Greymon ainda estavam no calor da batalha, meu notebook estava com Luan, à tela toda ferrada, eu não tinha como concerta-lo, mas não podia me preocupar com aquilo agora. Haviam bem menos Digimons do lado de fora, parecíamos estar ganhando a batalha, mas de acordo com May nem conseguimos chegar perto de Leomon ou Mephistomon.

Não houve discussão, a ideia de todos era bater em retirada, mantivemos Greymon materializado enquanto fugíamos pra nos dar cobertura, haviam muito Digimons a solta para nos darmos a luxo de tentar ir escondidos, e eu também não sabia se conseguiria trazer Greymon se precisasse novamente, meu notebook estava em péssimo estado.

A nossa frente haviam alguns corpos de soldados espalhados pelo chão, era uma cena como de filme de guerra, so que vê-los de verdade, sentir o cheiro que eles exalavam de sangue coagulado era muito pior, aquilo mexia com a cabeça de todos nos, mas principalmente com a minha, não sei dizer por quê.

Eu tentei não olha-los diretamente, Lud já mostrava sinal de exaustão, eu sabia porque, quando eu desativasse Greymon sentiria o mesmo, mas se ela não desmaiou nem sangrou meus efeitos colaterais não deviam vir muito piores, me preocupei em contar para os outros, mas se resolvesse o fazer ali não seria uma boa hora.

_Pra onde estamos indo – perguntei.

_Para o laboratório – disse Will – é nosso ultimo refugio.

Pensei que se ouvisse isso em outra situação soaria melhor, Luiz me encarou durante um tempo e então me disse – Porra cara, você tá horrível – idiota, mal sabia ele que eu ainda sentia o gosto de sangue na boca.

A batalha não tinha sido ganha, muito Digimons demônios ainda estavam soltos, os dois mais fortes não tinham nem sido atingidos e de acordo com Luan eles fugiram antes mesmo que nos pudéssemos tentar, dois dos grandes soltos por ai, o céu ainda continuava na mesma escuridão e eu com a cara toda arrebentada.

Mas como a vida é uma caixinha de surpresas, o universo conspirou mais uma vez. Saímos da zona de batalha e atravessamos as barreiras refeitas pelo exercito, desta vez com o dobro de distancia de onde o portal ficava, desmaterializamos Greymon e ficamos mais relaxados, assim que chegamos no bairro onde fica a faculdade encontramos Pedro.

Ele parecia assustado, estava diferente de tudo que eu já tinha visto em relação a ele, suado e com a camisa molhada, minha surpresa como a dos demais não pode ser fingida, Will e Luan se puseram a frente – O que você quer? - perguntou com arrogância Luan.

_Babel esta nas nossas instalações, eu tentei fugir junto com ele, mas fomos pegos e so eu consegui fugir – disse Pedro ofegante, ele provavelmente estava correndo.

_Pera ai, como nos achou? - indagou Lud, esse era o ponto principal da coisa.

_Aquele dia quando fui ao apartamento de vocês, na Pampulha se lembram? - como se pudéssemos esquecer – eu usei um dispositivo experimental de rastreamento, so precisei ficar com você cinco minutos, mas não se preocupem, a organização não foi informada disso, o que vocês acharam que fui fazer lá aquele dia?

_Você estava nos rastreando esse tempo todo – indaguei assustado, como não percebemos? Que tipo de dispositivo é esse?

Ele olhou pra mim fixamente com uma cara feia e disse – nossa, o que aconteceu com você? Ta, sim, mas nunca usei, pelo menos até agora, Maristela esta construindo uma bomba dimensional, ela falou algo com Babel sobre selos sendo quebrados e uma profecia se cumprindo, eu cai fora.

_E acha que vamos acreditar e te chamar pra equipe? - Luan perguntou sarcástico como sempre.

_E porque não? - eu disse, eu sei que parecia loucura mas eu acreditava nele.

Ele suspirou e veio até nos andado com as mãos erguidas, as pessoas que passavam na rua nos olhavam com estranheza – eu sei que não tenho como provar minhas intenções agora, mas me deixem me unir a vocês, eu também acredito nos Digimons, eu quero lutar mas do lado certo desta vez.

Trocamos olhares absurdados, dentre todas as coisas daquele dia essa fora a que mais nos deixou chocados.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, esse em não tinha nada de especial creio eu. Deem sua opiniao, realmente é muito importante na minha construção do texto, cada comentario sobre onde eu estou "Errando" ajuda muito.
Digam o que nao gostam, e o onde devo melhorar! Obrigado por ler e ate o comentario.



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