Safe And Sound escrita por GarotaDoValdez


Capítulo 11
Capítulo 11 - Última Noite.


Notas iniciais do capítulo

hoje terá surpresa para vocês... algo que muitos gostarão de saber...
Como já diz o título, esse é o capitulo da última noite de Faith e Aiden antes de entrarem na arena.
espero que gostem.
boa leitura!



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Terie, Shawny e os estilistas e seus ajudantes finalmente chegam, nos congratulando pela honestidade e bom-humor. Trocamos abraços, e acabo nos braços de Aiden sem nenhuma razão aparente.

– Vamos comer, queridos, vamos? - Elsyn afaga meu ombro depois que me solto rapidamente do garoto louro.

Comemos vagarosamente, falando dos pontos altos e baixos das nossas entrevistas. Lorne e Hannah dizem que adoraram quando aquela lágrima escapou do meu olho, mas Shawny descorda, falando que fui muito vulnerável e que não conseguirei patrocinadores. Porém Terie descorda dela, e diz que a aparência vulnerável foi uma vantagem, porque assim vão querer me ajudar a voltar para casa, para as minhas irmãs. Depois de um tempo o assunto vira a entrevista do meu parceiro, mas não há muita coisa para discutir, levando em conta as respostas diretas dele.

Assim que todos estão satisfeitos, nos encaminhamos para a sala de estar ver a reprise das entrevistas. Shawny fica de cara amarrada quando a cena da lágrima aparece, diferentemente do resto das pessoas na sala, que me dizem que o momento foi perfeito. Na parte da entrevista de Aiden quando ele diz querer contrariar a irmã, todos prendem a respiração de novo. E isso inclui o próprio garoto.

– Não pareceu chocar tanto lá do palco. - ele murmura para ninguém em especial.

Quando a tela da televisão volta a ficar escura um silêncio estranho começa a reinar na sala.

Amanhã bem cedo começam a nos preparar para os Jogos Vorazes. O evento de verdade só vai começar as dez horas, mas não dá pra saber quanto tempo demoraremos até sermos transportados para a arena. Agora Terie e Shawny vão para o QG dos Jogos, achar patrocinadores e montar estratégias sobre nossas dádivas. Elsyn e Tantum estarão conosco até sermos transportados para a arena, mas agora vai ser a hora oficial dos adeus.

Decido escolher sozinha para quem eu vou dizer tchau primeiro, então me viro para Terie e o abraço bem forte. Ficamos assim por um bom tempo até ele falar uma coisa bem baixinho no meu ouvido, tão baixinho que eu não consigo ouvir direito.

– O quê? - me desprendo do abraço mas fico segurando as mãos do mentor.

– Disse para se manter sã e salva lá. Porque eu confio em você. - vejo que os olhos do homem estão marejados. E as olheiras também parecem mais profundas. Levanto-me na ponta dos pés e beijo sua bochecha.

– Vou te honrar. - digo - Não vou matar ninguém.

Em seguida vou até Shawny e Aiden que estão se despedindo.

A mulher está com lágrimas (bem fingidas) nos olhos, e segura a mão do garoto com força. Quando me aproximo ela segura uma das minhas mãos e começa a falar sem parar de como adorou nos ajudar e que torceria para um de nós dois ganharem – o que faz eu e meu parceiro nos entreolharmos – e depois começa a reclamar sobre algo que não entendi direito, já que foi se afastando enquanto falava.

Dou uma rápido abraço e um beijo em Elsyn, lembrando a mulher de que amanhã me despeço direito, pois já estou com sono.

Antes de chegar no meu quarto, olho para trás para ver onde está Aiden. O menino conversa com Terie, provavelmente discutindo mais estratégias antes de se separarem.

Entro no recinto, me dispo e vou tomar banho.

Fico cerca de uma hora no chuveiro, apenas deixando a água cair na minha nuca e escorrer pelos meus ombros, puxando meu cabelo para frente. Não quero ir para os Jogos.

Saio do boxe, me enxugo, coloco uma calça e uma blusa confortáveis e deito na cama, pegando o controle do painel.

Fico passando as paisagens na tela, tentando descobrir como será a arena. Não que eu fosse ter alguma chance para descobrir isso. Passo por uma ilha, por uma floresta, por uma região de neve. Pego no sono mudando as imagens no painel.

***

Acordo subitamente depois de um pesadelo.

Olho para o lado tentando focalizar alguma coisa, e vejo que apaguei olhando para a chuva, mostrada na tela a minha frente. Consigo ouvir o barulho dos pingos e dos trovões bem baixinho na minha mente, por estar tão acostumada com essa paisagem no meu distrito.

Levanto-me. Quantas horas passaram desde que dormi? Desligo o painel e guardo o controle. Fico em pé e caminho até a porta, encostando o ouvido nela. Não há barulho de conversas, o que significa que já está tarde, e Terie e Shawny já partiram. Mas há outro barulho.

Um barulho de choro. Aiden.

Abro a porta e logo vejo o menino sentado no chão em frente a porta do quarto dele. Os pés dele se dobram e se esticam na velocidade dos soluços, cada vez mais rápidos. Ele ainda não percebeu que eu estou lá.

– Den? - eu chamo, baixinho - Aiden?

O garoto vira a cabeça limpando o nariz e secando as lágrimas com o braço.

– Fay. - ele diz, se levantando - Achei que você nunca sairia.

– Cedo ou tarde faria isso. - digo, concordando. É claro. Eu iria sair.

Sem dizer nada, Aiden passa um braço pelos meus ombros e vamos andando assim até a salinha no terceiro corredor.

Ela parece tão sem vida. Tão sem esperança.

Nos sentamos juntos no sofá, agora de mãos dadas.

O menino volta a chorar em silêncio, consigo sentir os soluços contra minha palma.

– Den, vai ficar tudo... - começo.

Não. Não, não vai. Não vai ficar tudo bem.

Iremos para uma arena completamente isolada de Panem amanhã. Poderemos ser mortos amanhã. E pior: só um de nós vai sobreviver. Só um de 24 indivíduos vai poder voltar para casa.

O pensamento me dói a cabeça e começo a ficar tonta. E então as lágrimas também chegam.

– Não quero ir, Aiden! - digo entre os soluços - Não quero! Quero voltar para casa, quero ver meu pai, minhas irmãs! Aiden, eu quero rever minha família.

As palavras todas vazam da minha boca de uma vez, de modo que só eu entenda o que estou dizendo. Parando de chorar, o garoto ao meu lado solta minha mão e passa os dois braços pela minha cintura, me abraçando. Meus braços mal se fecham por cima dos longos ombros do menino.

Ficamos assim por um tempo. Eu chorando, ele em silêncio. Os minutos passam rápido, e eu fico mais tonta.

Quando volto a mim, parei de chorar. E o mais estranho de tudo: sinto lábios pressionados contra os meus.

Abro os olhos assustada, mas não consigo empurrar Aiden para longe. Sua boca é quente, sua mão treme em contato com meu pescoço. Num impulso ele se desprende.

– Faith, eu... - o menino começa, encabulado.

– Não, Aiden, mas... - tento falar.

– Não, não. - Aiden se levanta do sofá, e sai andando rápido. Sem nem falar nada.

Levanto-me também, e caminho até o final do corredor, passando as pontas dos dedos nos meus lábios. O que acontecera? Por que acontecera?

Passo pelo quarto do garoto ao entrar no corredor, e resisto ao impulso de bater na porta. Ou logo escancará-la. Ando mais rápido até a porta dos meus aposentos e corro para a cama.

Tento dormir, mas um pensamento não sai da minha cabeça:

Por que um beijo?


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Notas finais do capítulo

Já se preparem que talvez, no próximo capítulo já comece a matança (;
Bom jogos vorazes, e que a sorte esteja sempre ao seu favor.
no minimo 3 reviews para que eu continue?



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