Starstruck escrita por Bianca Studart Jackson Fowl, Cla Duchannes


Capítulo 2
Quando Um Cavalo Me Escraviza


Notas iniciais do capítulo

Rêi,pipou!
THIS IS CLA!
Fiquei muito feliz com os reviews, muito obrigada!
Enfim, eu espero que vocês gostem. Vou tentar postar o mais rápido possível :)



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Lily Evans' POV. 

As vezes eu me pergunto por que não simplesmente jogo o meu celular várias vezes na parede até não sobrar nada.

O por quê disso? Primeiro, ele é feio. Um Nokia daqueles inquebráveis. Mas conhecido como Nokia Tijolão. E, devo admitir, parecia um tijolão. Só que mais feio. E sim, já sofri muito bullyng por causa disso.

Segundo, por causa do alarme. É daqueles que fazem até um urso hibernado acordar.

E, pior ainda, é quando ele buga total e NÃO toca o alarme, me fazendo perder a hora, e, consequentemente, atrasar na escola.

– PETÚNIA! – eu gritei esmurrando a porta da minha irmã.

Ela é loira e tem olhos azuis. Nossa, deve parecer uma gata, né? ERRADO! Ela é ossuda (provavelmente de propósito), tem uma cara de cavalo e o maior pescoço que eu já vi (E sim, eu já vi uma girafa na minha vida. Pois é.)

– O que foi, Lily? – ela perguntou, parecendo muito chateada. Como se eu ligasse pelo o que aquele cavalo pensa.

– Pode me dar uma carona? – perguntei. Mas já sabia a resposta.

– Não. – ela fala, mas não sai dali, ou bate a porta na minha cara. Talvez signifique “Mas isso não é definitivo”.

– E se eu fizesse suas tarefas por uma semana?

– Um mês.

– Duas semanas.

– Três semanas.

– Duas semanas e meia.

– Três semanas sendo apenas minha assistente pessoal, sem o lance das tarefas. – ela empina o nariz, mostrando que era a última oferta.

Eu estava desesperada. Não podia faltar aula de jeito nenhum e havia perdido o ônibus há eras. Minha irmã era minha única esperança.

– Fechado. – suspirei – O que vou ter que fazer?

– Ah, você vai ver. – disse ela, dando uma risadinha sonsa. Agradeço a todos os deuses existentes por não ter nascido parecida com aquele projeto inacabado de ser humano na minha frente. – Pode entrar, só estou terminando de colocar a maquiagem. – ela me deu as costas e deixou a porta entreaberta.

Fiquei meio preocupada, achei que ela iria demorar a terminar de fazer a maquiagem. Para Petúnia, maquiar-se era o equivalente a fazer um cosplay de palhaço.

Petúnia era uma vaca. E um cavalo ao mesmo tempo. Ela era uma vaca-cavalo. E eu não ligo se isso não existe, só sei que ela é uma.

Muita coisa havia mudado naquele quarto nos últimos dois anos.

Toda a decoração “fofinha” de Petúnia, cheia de coraçõezinhos, borboletinhas e lacinhos havia sumido, sendo substituídas por vários pôsteres, que me encaravam com olhos vazios e sorrisos falsos.

Zac Efron, Justin Bieber, Selena Gomes, Miley Cyrus, Harry Styles e afins. Todos espalhados pelo enorme quarto de Petúnia, cobrindo cada centímetro, da parede para o teto.

– Nossa...

– Pois é, legal, né? Eu demorei tipo um mês inteiro e gastei todas as minhas economias para conseguir fazer tudo isso. Minha parte favorita é ali, onde só tem os meus artistas favoritos. – ela fala, apontando para a porta atrás de mim.

Me virei, atônita. Era quase impossível acreditar que Petúnia havia gastado apenas um mês para cobrir todo o quarto enorme.

Na porta, haviam fotos de apenas duas pessoas. Poses diferentes, roupas diferentes, cenários diferentes e cortes de cabelo diferentes, mas sim, as mesmas pessoas. Nesses, Petúnia havia desenhado corações e estrelas.

Um tinha os cabelos negros que chegavam aos ombros e olhos negros intensos. Na maioria das fotos, ele sorria de lado, maliciosamente. A pele era no tom perfeito e nenhuma espinha visível.

O outro tinha cabelos pretos e despenteados de um jeito estranhamente charmoso, os olhos eram castanho-esverdeados, os sorrisos do tipo “Tenho-32-dentes-brilhantes-e-vou-fazer-você-chorar-no-banheiro-porque-não-tem.”

Em algumas fotos, eles estavam juntos, abraçando-se pelos ombros.

– Gatos, né? Esse é o Sirius Black- ela disse apontando para o de cabelos longos e sorriso malicioso – e aquele é o James Potter. – disse, apontando para o outro. – Mas você já deve ter ouvido falar deles, não?

– Nope. – ela me olha como se, de repente, eu tivesse virando um ET com quatro braços e duas cabeças.

– Tipo, nunca? Eu tenho pena de você, Lily. Eles são muito bons. Talvez eu te mostre depois. Vamos? – ela perguntou, pegando a mochila e a chave do carro – Não posso ficar esperando o dia inteiro.

Apesar dos vinte segundos de trégua em seu quarto, Petúnia ficou dando um monte de indiretas e farpadas á minha pessoa durante a viagem.

Acho que, quando Deus me criou, ele deve ter pensado “Certo, a Lily é linda, inteligente, gostosa, foda e perfeita. Ela precisa de algo para atrapalhar a vida dela. Já sei! Vou colocar ela como irmã daquele projeto que deu errado! Qual o nome mesmo? Ah é, Petúnia.”

– Agora caia fora antes que contamine ainda mais o meu carro. – disse ela, quase me chutando para fora. Eu nem queria ficar mesmo. E foi isso que eu lhe disse. E ela me mostrou o dedo do meio. Quanta simpatia para uma pessoa só!

A minha escola é perfeita. Sério. Tem toda aquela aparência de internato britânico. Até temos que usar uniforme! Petúnia ri da minha cara o tempo todo por eu ter que usar uniforme. Mas, na verdade, ele é muito bonitinho. Melhor que a maioria das roupas dela.

– LILY! – gritou o urso destrambelhado, também conhecido como minha melhor amiga, Marlene McKinnon, me dando um abraço disfarçado de voadora ninja. Ou uma voadora ninja disfarçada de abraço. Nunca saberei. – Por que demorou tanto?

– Oi, Lene. Sim, está tudo bem comigo. Dormi bem. Sonhei com pôneis. Aham, aqueles pesadelos com palhaços dançado balé já ficaram de lado. Obrigada.

– Cale a boca. Por que demorou tanto?

– Acordei tarde. Meu celular não tocou. A vaca-cavalo me trouxe. Eu vou ter que trabalhar para ela durante uma semana.

O primeiro toque para ir á aula tocou e todos ao redor de nós começam a correr feito formigas afetadas usando moletons da Gap.

– Sua vida é chata. – disse Lene, começando a andar.

Marlene era uma das meninas mais bonitas da escola. Ela tinha os cabelos negros encaracolados, olhos azuis hipnotizantes e, como dizem os meninos, tinha um corpão. Era divertido, para mim, ver as pessoas acharem que Marlene era uma pessoa misteriosa e quieta, que só falava comigo e com Dorcas. Mas que loucura. Eu simplesmente não conseguia imaginar a pessoa que me dá voadoras ninja disfarçadas de abraço toda manhã sendo alguém misterioso e quieto.

Quase todos na escola tinham um fascínio por ela. Menos, é claro, eu, Dorcas e os professores, que simplesmente não ligam para nada além de café e documentários chatos sobre gente mais chata ainda.

– Cale a boca, Lene. – ela simplesmente deu de ombros e pegou o IPod. Lene é simplesmente viciada em música, só escuta o melhor do melhor. Ela diz que quer trabalhar com música um dia. Com o quê, ela não sabe. Mas quer estar pronta quando escolher. Faz aula de, violão, bateria, piano, baixo e até compõe. Eu sinceramente não tenho paciência para isso. Certa vez, ela tentou me ensinar piano e eu quase joguei o troço pela janela. Só não o fiz porque pianos são pesados demais.

O segundo sinal tocou, fazendo com que ela fosse mais rápido.

– Alguma novidade? – perguntei. Lene sempre tinha alguma coisa nova para contar.

– Sim, sim – disse e respirou fundo. – Descobri que quando eu tinha três anos de idade, fui levada a força pela máfia mexicana, pois eles alegaram que um pato não pode ter uma alpaca quando o Joaquim diz panqueca. Os anos na Rússia foram intensos e frios, e eu tinha medo de ser secada como um picolé esfria ao fim do verão na África. Então eu encontrei o amor quando a Lady Gaga comeu um pudim. – Ela falou isso bem rápido. E depois começou a rir feito uma retardada. Decidi fingir que aquilo tinha sentido.

– Maneiro – murmurei enquanto ela ainda ria.

***

Uma semana na minha escola passa rápido demais. Sério, por exemplo, hoje é sexta-feira e parece que ontem era segunda. Eu sei que não tem lógica, mas deve ser mágica ou algo assim.

Assim que o sinal tocou, todos os alunos se levantaram e saíram correndo como doidos. Só sobrou eu, arrumando minhas coisas calmamente, e meu melhor amigo, Severo Snape, que estava me esperando.

– E aí, faz tempo que a gente não se fala! – eu disse me espreguiçando e saindo da sala, sendo prontamente seguida por ele.

– Verdade. Acho que você está me evitando. – disse ele. Não parecia uma piada, já que ele não sorriu. Para falar a verdade ele nunca sorri. É meio emo, com aquelas roupas pretas e cabelo longo e um tanto escorrido.

– Como se eu conseguisse ficar longe de você por muito tempo, Sev. – falo e ele sorri.

– Planos para o final de semana?

– Sair com a Lene e implicar com a Petúnia. – respondo ele dá de ombros.

– Que chato. Mas meu pai quer que eu vá ajuda-lo a ajeitar o telhado no sábado e realmente não tenho nada para fazer. Então não posso reclamar.

– Coitado de você. – quando chegamos no meu armário, joguei a mochila no chão. – Certo, vamos ver... – comecei a tentar passar por cima de toda a tralha que eu arrumei desde que o semestre começou, no mês passado.

– Meu Deus! – exclamou Sev.

Nem estava tããão bagunçado assim. Tudo bem que eu tive que jogar uns vinte papeizinhos de chiclete e mentos para achar o livro que estava procurando. Mas até as férias ia ficar ainda mais complicado.

– Lily, sua FDP, e com isso eu não quero dizer Fandangos de Presunto, já que, se você fosse um salgadinho, seria Rufles, o que é seco e sem graça. Você não me esperou, sua vagadia, nunca mais vou te perdoar – exclamou uma Marlene vermelha e ofegante, que saiu sei lá de onde. Do nada ela me abraçou e começamos a pular juntas, como se isso fosse supernormal – Oh, Lily, eu te perdoo, não precisa implorar. Vamos na casa da Dorcas?

Avoada. É assim que dá para definir minha outra melhor amiga, Dorcas Meadowes. Ela vive caindo, deixando coisas caírem e fazendo outras pessoas caírem. Na semana passada, os pais dela a levaram para um clube e ela foi atropelada por um carrinho de golfe (e o motorista falou que havia buzinado cinco vezes...) e quebrou o braço. Nada com que ela não esteja acostumada. Talvez, além de avoada, ela seja meio azarada também, já que tudo acontece só com ela.

– Ahn, oi. – disse Sev, obviamente desconfortável. Parei de pular e empurrei Marlene, que caiu no chão.

– Snape. – cumprimentou ela. Lene não gosta muito de Sev. Acha ele muito estranho, mas não um estranho bom, tipo eu, ela e Dorcas, mas um tipo estranho de estranho. E não sei o que isso quer dizer também.

– McKinnon. Bem, Lily, falo com você mais tarde. – murmurou e simplesmente foi embora.

– Ele é tão estranho de um jeito estranho... – falou Marlene, se apoiando na parede.

– E aí, vamos visitar a Dorcas?

– Vamos. Estou pensando em levar ela para alugar um filme.

– Parece legal.

– Tomara que ela não bote fogo na locadora ou algo assim. – Isso era bem capaz de acontecer...


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Notas finais do capítulo

Oi de novo! Espero que tenham gostado.
Enfim.
Se você deixar um review, ganhará um Severo Snape para você! Sim, ele será seu capacho para sempre! Quem não quer um emo seboso como capacho? :D
Vou tentar postar no final de semana. Mas não garanto nada, já que vou passar todos s dias chorando porque descobri que meu marido, o Nico, é gay ;-;
Tcha-au.