Lost Heaven escrita por Luneburg


Capítulo 27
Capítulo XXVII - Tortura




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Rasiel que ainda agonizava no chão tentava ao menos erguer a cabeça para olhar Christopher, ou Abaddon, tanto faz o nome com o qual deveria chamá-lo, somente desejava vê-lo novamente, enxergá-lo bem, antes que perdesse completamente sua consciência. Era claro, Christopher estava à sua frente, com a personalidade distorcida talvez, ou poderia ter se transformado em um demônio, mas não faria nenhum mal a ele, não pela terceira vez. Havia de admitir, Raphael era um estrategista muito melhor do que ele.
Quando finalmente conseguira juntar forças, não que a dor tivesse diminuído sua intensidade, apoiou ambos os antebraços no chão, inclinando um pouco o tronco para trás e podendo olhar para o amigo, que no momento estava com as orbes completamente vermelhas. Tivera que conseguir mais forças ainda para conseguir falar, ainda com dificuldade e gemendo de dor, sem gritar mais.

─ Ah... Christopher... Você fez isso... Ghh... Mesmo sabendo que eu não te machucarei...

Abaddon inclinava levemente a cabeça para o lado, como se de repente ela ficasse mais pesada. Ele não respondia, fitava o anjo aparenemente sem nenhum propósito, até se pronunciar, com extrema malícia em suas palavras.

─ Ah, Rasiel. Você me diz isso mesmo sabendo que implorar de nada adiantará?

Rasiel não suportava mais a dor, tanto a que fora provocada pelo beijo e também a de culpa, mesclados por uma tristeza que nem ele mesmo entendia. Chorava em silêncio, algo que há muito tempo não fazia. Sentia-se fraco e inútil, não poderia ajudar Christopher, já não sabia mais o que fazer.
Os demônios que assistiam o espetáculo, gargalhavam com prazer ao ver aquele combatente tão bravo e destemido, desabar em lágrimas. Entravam em estado de euforia, Mephistopheles principalmente, que não conseguia se conter direito, o seu desejo por sangue e sofrimento alheio fazia com que suas mãos tremessem e mesmo com os punhos fechados, era claro essa emoção que sentia.
Abaddon se aproximava do anjo, abaixando de forma que flexionasse os joelhos, quase sentando-se no chão. Esticou o braço, tocando os cabelos claros de Rasiel, afagando-os carinhosamente.

─ Não chore, veja... ─ segurava o queixo de Rasiel, erguendo o rosto dele para que os olhares se encontrassem com facilidade. As orves vermelhas cruzavam com as azuis dele. ─ Você não vai mais sofrer, acabarei com sua dor.

O demônio fechava os olhos e assim que o fizera, outro monstro com corpo de gafanhoto e rabo de escorpião surgia, identico ao anterior, que fora eliminado por Elizabeth. Ele aproximou-se de Rasiel e sem esperar nem mais um segundo, começou a atacar o anjo no chão, acertando-o diretamente no coração com o ferrão. Um esguicho de sangue atingia o rosto de Abaddon, que sorria tranqulamente. Todavia o monstro repetira esse ação, atravessando aquela agulha afiada em vários pontos do corpo dele, que não tivera reação.
Elizabeth que estava sendo torturada também e num estado deplorável, pôs-se a gritar, mas esse grio não era da dor que sentia por ter seu corpo totalmente dilacerado, mas sim porque sabia o que havia acontecido ali, por saber que tinha perdido mais uma pessoa importante, por ter perdido seu amor. O grito viera com as lágrimas abundantemente. Mal se movia, não tinha mais essa capacidade, só conseguia chorar.
Belial que estava imparcial com o que acontecia, olhava para o corpo de Rasiel no chão e ouvia os gritos da jovem, que de repente de silenciara. Em sua face começara a escorrer lágrimas também, mas não se sentia triste. Erguia a mão até o rosto, retirando sua máscara e enxugava-se, dizendo em seguida:

─ Eu sinto a chuva.

A voz chamava a atenção de Abaddon, que virava-se para fitá-lo e ao fazê-lo, espantou-se. A cor de suas orbes voltavam para a original e com a voz tão trêmula quanto podia, dizia:

─ Rasiel...? Não... ─ olhava para o lado e via o amigo todo ensanguentado, estava confuso, suas forças iam desaparecendo, até fechar os olhos e desmaiar, caíndo no chão no mesmo instante.

Myrho um tanto emburrada, dizia caminhando até o outro que perdera a consciência, levantando-o e colocando nas costas.

─ Belial! Esqueceu que não pode ficar sem a máscara na frente de Abaddon e anjos? Tome mais cuidado, poxa!

O que escutava o sermão não respondia, apenas olhava para baixo, naquele chão de vidro. Se viu espelhado, não tão nitidamente, mas o suficiente para ver que era idêntico ao anjo que acabara de ser eliminado.
Foi naquele exato momento que a porta daquele salão fora aberto e de lá surgiam os anjos. Jean e Miguel, junto com uma presença certamente inesperada de Azazel. Os três estavam à frente, guiando centenas de celestes. E tudo o que viram fora um cenário trágico e o rosto de Belial, causando um espanto principalmente para Jean.
Mephistopheles que continha sua sede de luta, não conseguiu mais resistir, seus olhos cintilavam e sua voz sádica era eminente no local, com um sorriso maquiavélico e psicótico desenhado nos lábios, se pronunciava:

─ Que comece a minha diversão.


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