Mais Que Amigos escrita por Barbara, Melissa França


Capítulo 6
Como você é...




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Já com os primeiros raios de sol atravessando as enormes vidraças do apartamento Steve acordou e ficou observando Natasha. Decidiu que iria preparar o café da manhã para que quando ela acordasse pudessem comer juntos. Se separou dela com delicadeza e caminhou até a cozinha, abriu o armário e colocou algumas coisas sobre a bancada... Não era lá um dos melhores cozinheiro do mundo mas não devia ser tão difícil preparar um café puro e forte, como ele sabia que Natasha gostava. Enquanto já terminava as torradas Natasha acordou e foi procurar por ele.

- Steve? – Perguntou ouvindo um barulho na cozinha.

- Ah, oi amor. Bom dia, estava preparando o café... Quer comer. – Ela sorriu para a mesa que ela organizara.

- Claro. – Ele caminhou até ela e a segurou pela cintura depositando um beijo tranquilo e terno nos lábios dela.

- Puro e forte? – Perguntou deslizando as mãos pela cintura dela.

- Puro e forte... – Ela sorriu por ele se lembrar. – Vem, eu estou com fome.

- Imaginei que estaria. – Eles se sentaram e comeram em silêncio. Steve vez ou outra sorria para a marca que o café deixava na boca de Natasha. – Está tão bonitinha assim... Parece uma menininha. – Ele riu

- Não é engraçado.

- É claro que é! – Ele se inclinou beijando-a.

- Isso é tão diferente do que estou acostumada... – Disse sorrindo para a imagem de seu amado.

- Quero que experimente tudo que ainda não conhece... Quero que sinta como é o amor... Ele não vai te privar de nada. Muito pelo contrário, ele vai completar você.

- Já me sinto transbordando com tanta atenção. – Ela voltou a sorrir e se inclinou beijando-o.

- Ótimo, é assim que eu quero... – Ele deslizou a mão pelo rosto dela. Eles ficaram se encarando por um longo tempo. Verde no azul, azul no verde... Ambos os mais claros possíveis, os olhos dele eram como o céu e os dela como jade... Extremamente claros, o que a levou a pensar em como seria um filho deles... Nunca pensara sobre isso, ela queria muito. Mas não era capaz de gerar uma criança.

- Eu queria um filho com você... – Ele sorriu pele comentário espontâneo.

- Também quero um filho. Mas...

- Mas eu não posso...

- Natasha! – Disse em tom repreensivo. - Ei, Natasha para com isso! Você não deixa de ser mais perfeita por isso...

- Não tente dizer que isso não altera nada! – Ela começou a se irritar como isso.

- Quer que eu faço o que então? Quer que eu minta?

- Quero que pare de mentir.

- Mas eu não estou mentindo. Tente entender que eu te amo como você é!

- Mas... – Ela queria contestar, mas o olhar extremamente sincero que ele lançou sobre ela a desarmou completamente... Pela primeira vez chorou na frente de alguém, ela desabou em lagrimas. Ele a envolveu com os braços fortes e deitou seu rosto no peito largo.

- Eu te amo... Eu te amo... Não duvide disso, tudo bem? Pode achar que não é verdade por ninguém nunca ter dito isso para você mas acredite em mim... Acredite que eu nunca quis alguém como quero você... Nem mesmo Peggy, que eu pensei ser o amor da minha vida me fez sentir isso... Com você é diferente, é algo especial e mais profundo... Algo puro. – Ela assentiu sorrindo, ele limpou as lagrimas que rolavam por suas bochechas... – E agora? O que vamos fazer?

- Eu conheço uma brincadeira divertida... Eu poderia te ensinar... – Provocou maliciosa.

- Natasha... – Repreendeu.

- Ok, ok! Já parei. – Ela ergueu as mãos demonstrando rendição. – Acho que podíamos dar uma volta no parque almoçar em algum lugar legal... – O sorriso desapareceu do rosto de Steve. – Que foi meu bem?

- Nada... – Respondeu se sentando quieto em uma poltrona.

- Não, tem alguma coisa sim... Eu estava falando e do nada você mudou de expressão. O que foi que disse que te aborrece?

- Nada, tudo bem... Não tem nada com que se preocupar.

- Steve, como quer que eu seja sincera e me abra para você se você não faz o mesmo? – Ele suspirou e chamou para seu colo.

- Ainda não sei se vou gostar desse novo mundo... Passeio pelo parque até seria uma boa... Mas ir almoçar fora? Acho que não estou muito preparado.

- Eu sei que está... Mas se prefere assim. Mas podemos ir em uma lanchonete menos movimentada... Ou um restaurante com uma pegada retrô. – Steve não conteve um riso. – Que foi? Tem palhaço aqui? – Perguntou com seu olhar de palhacinha, ele riu novamente e ela envolveu o ombro dele com os braços. – Escuta mocinho, não tem palhaço aqui não hein... – Brincou com seus lábios roçando os dele mas sem concretizar o beijo.

- Tem sim.

- Não tem não.

- Tem sim.

- Não tem não... – Começaram sentindo a proximidade dos lábios um do outro até ele finalmente se aproximar um pouco e depositar um beijo calmo que foi se intensificando com o tempo até precisarem respirar. – Eu acho que vou tomar um banho... – Disse ofegante.

- É, eu acho que você vai tomar um banho... – Eles riram ainda ofegantes e ela se levantou.

- Cabe mais um... Vamos? – Perguntou sincera. – Apenas banho...

- Acho melhor não... Ainda não. – Ela sorriu e caminhou até o quarto.

Depois de uma longa caminhada pelo parque, alguns beijos e brincadeiras Natasha encontrou um lugar para irem almoçar. Enquanto comiam Steve se sentia incomodado com os olhares que eram direcionados a Natasha. Onde estava o respeito deles? Não perceberam que ela estava acompanhada? E por quê ficavam observando o corpo dela? Ele não entendia, na éoca dele os homens se sentiam tímidos por serem flagrados encarando as moças, hoje em dia eles nem se incomodam.

- Já chega! – Ele começou a se levantar mas Natasha o conteve.

- Ei, ei, ei! Acalme-se. Só não precisa prestar atenção neles. Calma! – Ele se sentou novamente fuzilando todos os homens que encaravam Natasha.

- É um falta de respeito! - Natasha riu e deslizou a mão pelo rosto.

- Isso é normal... Em todos os lugares vamos encontrar pessoas assim. Tem que se acostumar.

- Não é uma coisa com a qual quero me acostumar...

- Te entendo, se fosse ao contrário seria incomodo também.

- Vamos? – Ele perguntou. Pediram a conta e depois de pagar se levantaram para sair, Steve segurou a mão de Natasha e infelizmente passaram perto da mesa que os homens que observavam Natasha estavam...

- Está cheia de saúde em moça!

- Que isso! – Diziam coisas do gênero quando Natasha sentiu uma mão sendo deslizada por sua coxa. Ela ignoraria para que aquele dia não tivesse um fim trágico, mas infelizmente Steve viu.

- Está maluco?

- Que foi engomadinho? – Perguntou um dos homens se levantando.

- Vai ficar passando a mão na minha namorada agora?

- Vou! Não acha que ela é areia demais para o seu caminhãozinho?

- Ah seu filho da mãe! – Disse indo para cima dele, Natasha entrou na frente segurando-o.

- Calma! Calma! Ninguém precisa se machucar... – Disse segurando o rosto dele. – Olha para mim... Steve? Olha para mim. - Ele desviou o olhar mortal do cara e o direcionou para Natasha com o máximo de controle que reuniu. – Está tudo bem, vamos embora daqui por favor? – Ele estava muito confuso, nunca fora agressivo daquela maneira, mas o fato de que alguém ter deslizado a mão pela perna de Natasha inflamou uma raiva que ele não conhecia.

- Isso mesmo leva o esquentadinho pra casa... Desperdício essa informação toda para esse otário. – Resmungou enquanto Natasha tirava Steve de perto dele, rápido e sem pensar ela se virou e acertou um soco no olho dele.

- Idiota! – Steve a puxou para fora e a última coisa que ouviram foram alguns gritos.

- Delicia! Ela tem a mãozinha pesada! – Eles ouviram isso acompanhada de gargalhadas.

Foram direto para o apartamento, nenhum dos dois com paciência para conversar.

- Por isso eu queria algo mais conservador... Um lugar onde as pessoas conhecem a educação... – Ela estava realmente nervosa, mesmo já tendo se acostumado a isso.

- Me desculpe se eu queria um lugar onde não tivessem muitos daquelas pessoas que costumam julgar você por sua aparência! Eu já fui muito julgado! – Natasha o encarou em busca de algum defeito...

- Você é perfeito... Por que alguém julgaria você?

- As pessoas sempre acham... Não viu o que eles disseram?

- De qual das coisas está falando?

- Disseram que você é muita areia para o meu caminhão! – Natasha não aguentou e deu uma gargalhada divertida.

- Você está brincando? – Ela riu novamente. – Sabe o que isso significa?

- Que eles acham que eu não te mereço. – Ela riu e se sentou.

- Todos os homens que querem uma mulher comprometida falam coisas desse tipo... Sendo mais diretas como essa ou indiretas. Não precisa se preocupar meu amor... – Ela riu novamente. – Está vendo por que precisa sair? Você levou a sério!

- Estou acostumado a ser um magricela feio... Passei metade da minha sendo magrelo e outra metade sendo um cubo de gelo... O que esperava? – Ela parou de sorrir e se aproximou dele.

- Eu esperava que você ainda tivesse o que viver do meu lado... Não que sua vida tenha acabado quando caiu no gelo. – Não foi capaz nem de um sorriso forçado, se virou e caminhou até o quarto.

- Não, Natasha! Não foi isso que eu quis dizer! – Ele se levantou indo atrás dela. Encontrou-a deitada encarando o teto. – Amor... – Se deitou ao seu lado e a abraçou.

- Sou sua diversão? Aquela que faz da sua imortalidade algo menos entediante?

- Nunca! Como pode pensar uma coisa dessas?

- Como pode dizer algo como aquilo antes? – Ela se virou pra olhar nos olhos dele.

- Eu só estava nervoso... Me desculpe, eu não queria dizer aquilo... Eu te amo querida, minha vida não acabou no gelo, ela foi congelada para que eu pudesse te conhecer. – Ela sorriu e o se aninhou no peito dele.

- Só tente fazer um esforço por lugares melhores, assim não teremos que lidar com situações do gênero.

- Tudo bem, vou me esforçar o máximo que posso. – Ele beijou delicadamente sua testa. Acabaram adormecendo do jeito que estavam.


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