Enquanto Natasha lia uma revista, Steve praticava mexer no computador e Royce apenas ficava parado em um canto. O jovem tinha este hábito, a Viúva Negra se preocupava com isso, contudo preferia não interferir na adaptação dele quanto ao mundo moderno.
– Você já comeu hot dog? – Natasha disse deixando a revista de lado para tentar conhecê-lo melhor.
– Hot..? – Disse confuso.
– Dog. – Completou Natasha. Ele parou por um momento.
– Eu tenho em minha memória vários sabores, idiomas, modalidades esportivas, golpes. Muitas coisas, mas nunca fiz nada.
– Mas algumas coisas não existiam nessa época.
– Eu fui criado conectado a aparelhos com acesso a janelas, que se tornaram internet. Eu sei tudo o que foi considerado importante. – Disse rapidamente.
– Certo. Eu acho que tive uma ideia. Vou levar você á feira! Tem várias comidas de diferentes regiões, pessoas e roupas estranhas. – Royce sorriu.
– Isso parece legal!
– Para alguém que precisa conhecer a vida, é maravilhoso.
Natasha sorriu e se levantou em seguida. A moça se despediu de Steve seguindo para a porta com Royce.
Levou alguns minutos para chegarem ao local, mas logo já estavam misturados a multidão de pessoas em suas roupas coloridas e sorrisos radiantes. Royce parecia um pouco assustado ou até mesmo preocupado.
– Algum problema? – Perguntou Natasha por cima do barulho.
– Nenhum! Eu só não estou acostumado a isso. – Natasha sorriu e puxou o rapaz pelas mãos, passando por várias pessoas que aproveitavam do seu tempo livre para comprar e comer.
Ele parou em uma barraca observando um curioso objeto indígena e Natasha, um pouco mais a frente, parou em uma barraca repleta de comidas diferentes e molhos extrangeiros.
– Vocês são mexicanas? – Ela perguntou a mulher.
– Somos sim, senhora. Deseja experimentar alguma coisa?
– Adoraria!
– Qual seria o seu gosto?
– Algo picante, pode ser?
– Com certeza, senhora. Tome. – Disse em um inglês carregado de sotaque. Natasha aceitou as pequenas colheres e os discos de massa.
– Isso é maravilhoso! – Disse sorrindo. As duas mulheres sorriram orgulhosas. – Royce! – Ela se virou e puxou o moreno até a barraca. – Você precisa provar isso! – Ela disse sorrindo. Ela cobriu os olhos dele e colocou um pedaço de massa com bastante molho para ele. – E então? – Perguntou esperançosa.
– É quente! – Disse sorrindo. – Eu gostei! – Natasha sorriu e comprou um pouco das coisas que a barraca oferecia.
Eles caminharam um pouco mais, até que Romanoff puxou um echarpe vermelho passando-o pelo pescoço de Royce, o que incrementou o visual completamente negro dele. O jovem sorriu e olhou nos olhos dela intensamente.
Por um momento ela pensou ver outra coisa no olhar que ele dera, algo novo...
– Vamos! Estou sentindo o cheiro dos hot dogs daqui! – Disse largando o echarpe de volta na arara e seguindo com Royce em seus calcanhares.
Ela parou e comprou um para ele e outro para si mesma. Não mordeu nem uma única vez, ficou esperando para ver as reações de Royce.
– Você não vai comer? - A ruiva perguntou anciosa.
– Na verdade estou esperando você começar para aprender como se faz isso direito. – Ela riu e o encarou.
– E o que te garante que tudo que eu faço é bem feito?
– Bem... Eu acredito que você é perfeita. – Ele disse deixando seu olhar pesar sobre ela. Ela encarou o chão sem graça.
– Então, é assim... - Entretanto, antes que pudesse dar uma mordida no lanche, ela fora interrompida.
– Romanoff? – Ela ouviu aquela voz familiar. – Não acredito que você vem em feiras!
– Eu que não acredito que você vem! - Ambos sorriram.
– Eu o forcei! – A loira disse saindo do meio das pessoas para chegar mais próximo.
– Pepper! – Ela disse abraçando Pepper.
Nem Tony, nem Pepper entenderam muito bem o que era aquilo. Natasha não era uma mulher que demonstrava suas emoções, quem mais conseguia atravessar aquela barreira era Steve Rogers, mas ainda assim, ali estava ela, dependurada no pescoço de Pepper Potts em uma feira ao ar livre.
– Oi! – A loira disse disfarçando sua surpresa com o contentamento.
– Quem o infiltrado Matrix? – Tony perguntou disfarçadamente no ouvido de Natasha quando abraçou ela.
Aquilo também era novidade, já que Tony não era nem um pouco discreto!
– Esse é meu filho, Royce! – Ela disse sorridente apresentando o menino ao casal. O rosto jovial se contorceu e o casal a frente demonstrou uma surpresa verdadeira.
– O quê?! - Os casal disse em unisom.
– Bem... Ele é como se fosse um clone meu, mas eu digo que é meu filho.
– Como assim, Natasha? – Pepper perguntou.
– Então, é uma longa história!
– Que você irá me contar, pois agora fiquei muito curioso! - Tony disse.
– Royce foi descongelado há algumas semanas, queria que ele provasse algumas comidas que nunca comeu.
– Descongelado? Isso fica cada vez mais interessante! – Tony disse.
– Mas estávamos prestes a provar hot dog.
– Por favor, não se interrompam por nós! – Pepper disse sorrindo.
Natasha apenas se virou para o moreno esperou que ele provasse a comida que estava em suas mãos. O rapaz levou o pão em direção a boca e mordeu o saboreando lentamente.
– E então..? – Natasha perguntou na expectativa.
– É ótimo! – Exclamou.
– Eu disse! – Ela sorriu e mordeu seu sanduíche.
– Vocês agentes são... curiosos. – Pepper disse.
– Ela quis dizer estranhos, malucos pra dedéu, bizarros... - Tony adorava implicar com a ruiva.
– Idiota! – Natasha disse rindo.
No entanto, de repente, ela parou com uma mão sobre o estomago e a outra sobre a boca.Olhando de um lado para o outro, largou o hot dog no chão e saiu correndo para fora da multidão. Romanoff se inclinou no lugar mais afastado que conseguiu chegar e vomitou.
– Natasha! – Royce disse correndo logo atrás dela. – O que está acontecendo?
Tony e Pepper chegaram logo depois, ele não demorou muito para fazer comentários.
– O lanche estava tão ruim assim, ruivinha? - Recebendo um olhar repreendedor da noiva, ele corrigiu-se.
– Desculpem-me, é só que... - Ela não sabia o que dizer.
– Não precisa explicar. - Royce disse enquanto puxava um lenço de um bolso interno e entregou a ela.
– Você comprou fiado alguma vez? Talvez o vendedor possa ter colocada maionese estragada. - Desta vez, ele recebera um soco da Viúva Negra.
– Acho melhor voltarmos para casa. Posso dirigir?
– Você se lembra do caminho?
– Mas é claro! – Royce abriu um sorriso branco e confiante. – Com licença. – Disse olhando para Tony e Pepper. Ele segurou a mão de Natasha e a guiou para o carro pelo caminho mais rápido, o casal os acompanhou.
– Me desculpem, novamente. Depois nos falamos mais... Só não me sinto muito bem.
– Tudo bem, querida, Não há problema algum, apenas... fique bem! – Pepper respondeu ao lado de Tony, que apenas sorriu observando-os deixarem o local.