Steve apenas deu a volta na mesa e, mesmo estando completamente assustado, ele a pegou nos braços e se sentou com ela em seu colo.
Os soluços de Natasha se misturavam em seu choro. O Capitão não conseguia entender por que ela estava daquele jeito. Aquela era uma noticia chocante, logicamente. Entretanto, a moça nunca fora emotiva deste jeito.
– Como assim? O rapaz na lanchonete era..?
–Exato! - Balançou a cabeça em afirmativo e tentou conter os soluços para continuar. - Era ele, meu filho... Royce.
– Ele parecia ser jovem... Quando isso aconteceu?
– Eles o congelaram, Steve. O pacote era uma pasta com informações. - O loiro ainda parecia confuso, então ela completou. - E não, eu não dei a luz a ele, se é isso que está pensando. Ele foi feito a partir do meu material genético.
– Amor, eu sinto muito.
– Está tudo bem, não é como se eu o conhece, sabe? – Natasha suspirou, na tentativa disso a acalmar. – Bom, isso foi planejado e executado há tanto tempo... Antes do programa "Viúva Negra" ser aplicado, amostras do DNA de todas foram recolhidas.
– Imagino o porquê, o soro acaba rejeitando alguns corpos e mata o portador caso não seja compatível. Foi feito o mesmo comigo
– Enfim, depois das otimistas respostas do meu corpo ao soro, ele foi criado. Um pequeno feto totalmente compatível comigo, depois que Royce cresceu eles aplicaram nele o soro. Com o fim do programa e a extinção eminente ele foi congelado.
Aquelas palavras doeram em ambos. Natasha já havia sido congelada e religada tantas vezes que era impossível contar nos dedos. Enquanto Steve, passara a maior parte da sua vida preso no gelo.
– Alguns estudiosos o descobriram recentemente. Ele tinha todas as lembranças de mim que implantaram. Demorou um tempo para recolher as informações necessárias para montar uma pasta. Ele teve medo de que eu não acreditasse nele. - Então as lágrimas retornaram. - Steve... – Natasha em um ato desesperado o beijou, um beijo quente e cheio de medo.
O Capitão América começava a se preocupar, mas antes que a conversa seguisse um rumo diferente, ele os separou e tentou consolá-la.
– Nat, eu... eu não sei o que dizer.
– Eu só queria poder ter conhecido ele, protegê-lo. Essas coisas de mãe. - Disse em um meio sorriso.
– Naquela época? Acredite, nós poderemos fazer por ele muito mais do que a Viúva Negra faria. – Afirmou.
– Nós? – Ela perguntou erguendo o olhar, esperançosa.
– Mas é claro! Nós. Natasha e Steve. Acha que eu planejo alguma coisa sem contar com você agora? E, bem... A família cresceu! – Natasha sorriu e apenas abraçou o loiro.
– Eu já disse o quanto te amo?
– Já sim. Mas eu não ligo se você continuar dizendo... – Ele disse segurando-a mais perto e, finalmente, beijando seus lábios.
***
A Viúva Negra apertou ainda mais a mão de Steve e respirou profundamente antes de olhar novamente para os lados.
Isso só poderia ser uma brincadeira, Royce não havia aparecido! Alguém querendo jogar para testar a paciência dela.
– Natasha. Ei! Natasha, calma... – Ele falou puxando-a pela mão de encontro ao seu peito.
– E se for apenas uma piada? Ou e se ele estiver trabalhando para alguém e armou isso para nós?
– Natasha, calma! Havia um exame!
– Exames podem ser modificados, feitos por um agente ou conter informações erradas, informações de outras pessoas.
– Certo! Se você quer ir embora, então nós vamos! – Ele disse se levantando. Ela o segurou pela mão e o forçou a sentar-se novamente. – Foi o que pensei. Agora se acalme! – Ela apenas assentiu e repousou sua cabeça no ombro dele, tentando, assim, manter a calma, contudo todo seu esforçou foi por água abaixo quando ela avistou o garoto pálido vestindo preto e de olhos faiscantes.
– Royce. – Ela disse rapidamente e em seguida ficou de pé.
– Natalia. - Ele parou na frente da mulher que continha o mesmo DNA que ele e sorriu.
– Na verdade... Não me chamam mais por esse nome. Acho que com Natasha você vai ter mais sucesso.
– Certo! – Ele parou e apenas ficou encarando a ruiva.
– Então..? – Steve disse ficando de pé.
– Royce! Esse é meu namorado, Steve Rogers! – Ela disse apresentando o rapaz ao loiro.
– Prazer, Capitão. – Ele disse apertando a mão do homem.
Fez-se silencio por um longo minuto.
– Você já almoçou, Royce? – Steve perguntou.
– Na verdade ainda não. E vocês?
– A gente também não. Quer nos acompanhar? – Ele sorriu e olhou dentro dos olhos de Natasha por alguns segundos antes de responder.
– Mas é claro! – Disse animado voltando sua atenção para Steve.
– Certo... – Disse demoradamente estudando o garoto.
Ele apenas se virou e seguiu a frente.
– Estranho... – Steve sussurrou.
– O quê? - A ruiva se preocupou.
– Achei ele um pouco esquisito, mas esqueça. - Tentou tranquilizá-la.
– Esquisito como, Steve?
– Não sei... – Disse estreitando os olhos.
– Royce! – Natasha chamou. Ele parou e esperou que vencessem a curta distancia entre eles. – Não precisa ir a frente. Pode caminhar ao nosso lado. – Ele deixou sua cabeça cair um pouco para a esquerda e uniu as sobrancelhas.
– Eu posso?
– Com toda certeza. – Natasha disse sorrindo. Logo em seguida ele endireitou o corpo e abriu um sorriso no estilo que derreteria qualquer coração.
– Eu posso. – Afirmou parando ao lado de Natasha segurando seu braço da mesma maneira que Steve segurava o outro. Ela sorriu divertida e puxou um pouco seu braço de forma que não ficavam tão colados.