Um Anjo (quase) Caído escrita por Gaby Molina


Capítulo 4
Capítulo 4 - Tudo o que eu quero saber


Notas iniciais do capítulo

Olá :33 Então, estou pensando em ter datas certas para postar (duas vezes por semana, provavelmente), vocês gostam disso? Se vocês acharem melhor ter dois dias da semana definidos para postar, eu faço, até porque tem gente me perguntando quando vai sair o próximo capítulo e tal.
Ah... E fantasminhas? Eu amo vocês, mas seria realmente legal saber o que vocês estão achando da história :3
Obrigada pelos reviews, alguns realmente fizeram o meu dia ♥



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Serena

— Se me dá licença, estou no meio de algo aqui — apontei para a minha folha de papel.

A dark shadow hid your face

When I found out you didn't tell me

Everything that there was to know

About...

— Você deveria trocar "tell me" por "say". Rimaria melhor — opinou o tal moleque, esticando o pescoço para ver o que eu estava fazendo.

— Meu Deus, cuide da sua vida!

Mas, sem que ele visse, fiz a troca.

A dark shadow hid your face

When I found out you didn't say

Everything that there was to know

About me and you, about our role.

Now everything's falling apart

I don't even know who you are

Anymore

You turned off the lights and now it's dark

I'm taken by scars

Passei alguns momentos pensando em um último verso.

We're the lost cause — sugeriu o garoto. Qual era o nome dele, mesmo?

— Eu vou sinceramente furar seus olhos com esse lápis.

— Meus lindos olhos escuros penetrantes? Você não faria isso.

Voltei a fitar seus olhos. Eles costumavam ser escuros — tenho certeza de que eram escuros quando o vi no pátio —, mas agora eram dourados.

— Eles não são escuros. Estão bem perto do dourado agora. Um tipo de âmbar — comentei.

Heath — lembrei! — franziu o cenho, confuso.

— Loira, meus olhos são bem escuros.

— Deve ser a luz — supus, mas a diferença era grande demais. Que estranho. — E não me chame de Loira.

Ele era estranho. Tudo nele era estranho.

— Seu cabelo é preto, por acaso? Vermelho? Roxo? Não, é loiro. Então Loira — disse ele, seco. — Afinal, não sei seu nome.

— E não tenho planos de contar a você, se quer saber.

— Que seja, Loira. Música para o ex-namorado?

Tampei a folha, debruçando-me em cima dela.

— Não. — respondi, mas logo completei: — Mesmo que não seja da sua conta.

— Você é insuportável, sabe disso? — ele sorriu. — Claro que sabe. Tenho certeza de que se esforça muito para alcançar tal resultado.

— Vá para o inferno.

— Acredite quando digo que estou a um passo de lá.

* * *

Quando a sra. Patricks voltou para nos liberar da detenção, nem esperei ela terminar de falar. Peguei meu caderno e dei o fora dali.

Deixei o colégio e fui andando pela calçada conhecida. Até que percebi que havia uma sombra não muito amigável atrás de mim. Se a pessoa estava querendo ser discreta, estava fazendo um trabalho terrível.

— Ei, gostosa! — ouvi uma voz masculina.

O que diziam para fazer nessa situação? Ah, quem liga! Saí correndo. Me movi em torno de dois passos até ser agarrada pela cintura.

— Me solte, seu escroto! — gritei, mas ele não o fez. Meu cabelo caía nos olhos, de modo que não consegui ver seu rosto, mas vi seus lábios tentando se aproximar dos meus.

Então... É, chutei a virilha dele. Isso conta pontos?

Quando ele se agachou, levou um soco na cara. Mas, espere... O soco não veio de meu punho.

Coloquei o cabelo atrás da orelha, apenas para me deparar com Heath Seeler limpando o sangue da mão direita.

Heath

Eu estava andando calmamente pela calçada, tentando me lembrar do caminho de casa, quando vi um marmanjo nojento tentando se aproveitar de uma garota.

Nem pensei. Só corri até lá e, aproveitando que ele estava agachado, soquei a cara dele.

— Eu não quero confusão — o cara ergueu as mãos depois de limpar um pouco de sangue do lábio inferior.

— Problema seu, porque é o que você vai t... — parei de falar quando a tal garota segurou meus punhos.

— Seeler. Deixa para lá. Vamos logo.

Era a Loira.

— Como você sabe meu nome?

— Droga, essa é realmente sua maior preocupação no momento? Vem, temos que dar o fora daqui.

Depois de andarmos por uns cinco minutos, repeti a pergunta:

— Como você sabe meu nome?

— Audrey me disse. Sabe, aquela garota da qual você não se lembra. Minha vez: Que merda foi aquela?!

— Está brincando, certo? — soltei um riso debochado. — Aquela merda fui eu salvando você, não há de quê.

— Eu tinha tudo sob controle — ela murmurou.

— Ah, certo.

— Por que acha que ele estava abaixado? Eu o chutei!

— Nossa, você é realmente uma estrela de Muay Thai, parabéns — provoquei, sarcástico. — Afinal, qual a sua droga de nome?

— Por que quer saber?

Para ter certeza de que posso matar você, pensei.

— Digamos que você deixaria minha vida muito mais fácil se dissesse.

Ela abriu um sorriso presunçoso.

— Eu nunca vou facilitar nada para você.

— Adivinha só? Estou começando a perceber isso.

— Quando as pessoas teoricamente são salvas, elas simplesmente agradecem; não ficam falando seus nomes e sei lá mais o quê.

— Não estou vendo você fazer nem uma coisa nem outra. Onde você mora?

— Cara, pela última vez, não é da sua conta. Afinal, o que você está fazendo?

Tentando me lembrar onde moro.

— Não sei.

— Bem, tchau — ela me encarou por um momento e saiu andando mais rápido. Parei ali mesmo e esperei que ela tivesse tomado alguma distância antes de abrir as asas e voar.

Quando alcancei uma altura segura, comecei a procurar. Depois de vinte minutos, encontrei a maldita casinha verde-clara.

Entrei pela janela do quarto para não ter que ouvir o sermão de Damien. Não foi minha culpa.

Ouvi uma batida na porta. Wilma Stewart, a dona da casa onde eu estava hospedado, sorriu levemente.

— Como foi o primeiro dia?

— Bom.

— Sadie fez biscoitos.

Sadie sempre fazia biscoitos. Ela era a filha de nove anos de Wilma e George, e por algum motivo parecia simpatizar comigo.

— Certo, já vou descer.

Sentei-me à mesa com Wilma, George e Damien. Sadie apareceu logo depois, trazendo consigo uma forma cheia de biscoitos com formato de animais.

— Aqui estão — ela sorriu, satisfeita. Seus cabelos louros escapavam do elástico e seus olhos azuis nos fitavam. — O que estão esperando? Comam logo antes que Heath devore tudo!

— Ei! — protestei, rindo, e peguei um biscoito de chocolate com formato de dinossauro.

Serena

— Thomas, seu projeto de lesma, venha já aqui! — berrei quando percebi que meu caderno não estava em meu quarto.

Thomas — meu irmão de doze anos — apenas entrou no quarto e jogou o caderno em cima de minha cama.

— Olá, maninha.

Feito isso, saiu. Simples assim.

* * *

No dia seguinte, eu estava pegando meu livro de Matemática no armário quando o idiota do Heath Seeler apareceu de novo, bloqueando o acesso.

— Some daqui — resmunguei.

— Bom dia, Serena Argent.


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