Cinco Patinhos escrita por Helena
Notas iniciais do capítulo
Curtam. Capítulo curtinho, o penúltimo ^-^
Isso era demais. Três filhas. Judith sucumbia ao pânico, e não desgrudava de suas últimas filhas. Boatos maldosos e suposições das pessoas a seu redor a atormentavam dia e noite.
Não sabia mais o que fazer. Chorava todas as noites antes de pegar no sono, sentia falta das desaparecidas, temia pelas que restavam. Aquilo a dilacerava. Um enorme vazio preenchia seu interior. Suas filhas eram levadas, e ela não podia fazer nada para impedir.
Apenas dois patinhos sobraram: Alice, de cinco anos, e Maggie, de apenas três. Nenhuma delas ficava mais sozinha, apenas quando necessário.
Mas Judith estava muito fragilizada, e passou a apresentar sintomas de depressão. As meninas eram negligenciadas, deixadas sozinhas em casa enquanto a mãe saía, ou muitas vezes sem almoço ou janta. A mãe passava a maior parte do tempo sentada no sofá ou na sua cama, com o olhar vazio fixo em um ponto qualquer. E chorava silenciosamente.
***
Sozinha com a irmã menor, Alice, que era a mais medrosa de todas, teve de aprender a se virar sem ajuda. Foi muito difícil, ainda mais para uma garotinha. Mas ela acabou se saindo muito bem.
Nas muitas horas em que a mãe estava ausente, Maggie dormia e a menina lia um grande livro de figuras, deitada sobre a cama. Estava distraída com as figuras de animais quando escutou uma canção que a atraiu. Era sobre dois patinhos e a mamãe pata. Ela achou muito peculiar. Não sabia de onde vinha o som, e ficou com medo. Desejou que uma das irmãs maiores aparecesse e a defendesse seja lá do que for. Mas ela sabia que isso nunca iria acontecer. Seria tão bom!
Era ela a responsável agora e, por Maggie, deveria investigar. Desceu da cama e andou em direção ao corredor principal do casarão, que dava para o sótão. No meio desse corredor havia uma mesinha com uma gaveta. Dentro dela havia um boneco.
Um palhaço. Alice morria de medo de palhaços. Aquele cantava. Realmente perturbador. E ele se abria em duas partes, que se encaixavam. Dentro do brinquedo, um bilhete.
A menina leu o recado com dificuldade, pois tinha recém aprendido a ler. Desejou naquele momento nunca ter feito isso.
Nele estava escrito:
‘’Vá até o sótão. Está na hora do patinho nadar’’.
Seu olhar se tornou vazio e sério. Foi até o local indicado e lá encontrou um balde de água. Afundou a cabeça lá dentro e não tirou. Nem ouviu a pequena canção chegar ao fim.
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