Castiel estava olhando para o corpo da jovem asiática, o estado de lividez do corpo indicava que ela havia morrido entre 7 e 8 horas atrás. A garota tinha sido esfaqueada diversas vezes na barriga, e o fato de ela estar nua indicava que ela havia sido estuprada. Ele não entendia o que levava uma garota a prostituição, a garota era muito bonita, provavelmente ela tinha sido trazida de uma região pobre da Ásia com a promessa de emprego fácil no Ocidente.

-A vitima foi identificada como Riru Barakel, tinha 18 anos, era uma cidadã Russa. Veio aqui para um intercâmbio. O visto dela é de babá, mas ele expirou a um ano. –disse Nathaniel, com a carteira da vitima em uma das mãos. –O que será que leva mulheres a se prostituirem? –o loiro ecoou os pensamentos de Castiel, mas a pergunta era retórica porque os dois sabiam que em geral era a necessidade e a falta de melhores oportunidades.

-Vamos falar com o Big Joe, quem sabe ele tem mais informações sobre Riru.

Big Joe era um cafetão conhecido pelos subúrbios de Railroad, ele e Marconni eram os donos de grande parte das boates que existiam por lá. Big Joe tinha uma ficha longa na policia, por porte ilegal de armas e drogas, mas nos últimos tempos tinha se mantido na “linha”.

-Big Joe! A quanto tempo, hein? Desde o assassinato do sargento Ross não é?

-O’Shea e Patterson! Muito tempo mesmo. Ouvi dizer que sua irmãzinha morreu não é, Nath?

-Cale essa sua boca. –rosnou Nathaniel.

-Diga-nos Joe, da onde você tirou a Barakel?

-Riru? A Japa veio até mim, já disse que atraio mulheres baby. Elas que vem até mim.

-Bom de qualquer forma agora uma garota está morta. E só tenho você como suspeito. O que acha de abrir sua boca e nos dizer o que sabe? A não ser que você queira passar algum tempo no xadrez. –disse Nathaniel

-Ah é assim então? O negão não fala nada e vai pra cadeia, só porque achou a japa morta? Já passou pela cabecinha de vocês que eu posso não ser o assassino?

-Bom se não é você diga-nos que é. –Big Joe olhou ceticamente para os tenentes, depois deu um suspiro e começou a falar.

-Riru tinha um namorado, Romeo alguma coisa. Eles vinham brigando a vários meses, sei de tudo isso porque Riru me contava, ela confiava em mim, Romeo era muito ciumento, me fez várias propostas de compra de Riru, mas ele era um pobretão, não tinha onde cair morto, nem como sustentar minha japinha. Por isso não a vendi. Umas três noites atrás ele apareceu e ameaçou ela de morte, ninguém levou a sério até agora.

-Certo. Você conseguiria descrever esse tal Romeo pra nosso desenhista?

-É claro. Tenho certeza de que foi ele.

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Foi uma investigação rápida e bem sucedida, no final o namorado da vitima Romeo McAvoy tinha a assassinado. Castiel desejou que todas as investigações fossem assim. Ele estava muito cansado, mas ao mesmo tempo agitado de mais para ficar num lugar só. Resolveu ir ao apartamento de Morgana, irritar ela havia se tornado um hobby para ele. Nada mais despertava tanto prazer nele do que ver o rosto dela se contorcer de raiva.

Chegou ao prédio dela e foi subindo as escadas, quando bateu na porta descobriu que ela estava aberta.

-Morgana? Mo? Cadê você? –foi andando pelo apartamento, preocupado, com a mão no coldre já sacando a arma. Encontrou a mulher sentada no sofá olhando para o chão sem realmente ver nada. Ele se aproximou e tocou seu braço, Morgana olhou para ele como se estivesse saindo de um transe. –Tá tudo bem? Eu vi a porta aberta e fui entrando.

-Ela está morta. –disse Morgana, deixando as lágrimas rolarem, Castiel a abraçou não entendendo nada.

-Quem está morta?

-A Li. Olhe. –disse ela entre soluços.

Castiel pegou a carta da mão de Morgana, continuou abraçado a ela e começou a ler.

“Jade, Jade, onde está você que não me responde mais? Que me evitas? Será que já não me ama tanto quanto eu o amo?

Eu sei que o que estou fazendo não é de seu agrado, mas eu faço isso, por mim, por nós, por todos que sofreram injustiças nas mãos das três. Elas não tinham o direito de fazer o que fizeram comigo você bem sabe.

Ambre já sei foi, Li também, agora só falta mais duas. Assim que eu terminar com elas eu volto para seus braços me amor! Espere-me e fique longe daquela ruiva, ela não faz bem para nós nem para nosso amor.

Da sempre sua C “.

Castiel releu aquilo várias vezes, ele não tinha duvidas de que a assassina de Ambre e agora a de Li eram a mesma pessoa e ao que parecia ela ira atacar mais duas vezes. Sua cabeça começou a funcionar no modo prático policial, que consistia em deixar a testemunha de lado e encarar os fatos, mas Morgana estava abatida, provavelmente ela conhecia a vitima.

-Me desculpe molhei sua camiseta. –disse Morgana fungando.

-Não tem problema. –disse Castiel com um sorriso. -Er... Você conhecia Li?

-Sim, ela era minha orientadora na empresa, eu gostava dela, foi simpática comigo e me ajudou bastante na adaptação na Décor.

-Você poderia me descrever um pouco ela? Dizer-me como ela estava nos últimos dias, se estava recebendo alguma ameaça, ou algo do tipo.

-Li era toda estressada e briguenta, mas nos últimos dias ela estava bastante feliz, vinha recendo presentes de um admirador secreto, parece muito bobo né? Vai assumir o caso?

-Acredito que sim, porque ele tem ligação com a morte de Ambre. Você recebeu alguma coisa dessa vez, além da carta?

-Sim o batom de Li, primeiro eu achei que fosse uma brincadeira, mas ai eu li a carta. –novas lágrimas surgiram nos olhos de Morgana e Castiel limpou algumas com o dedo, sem aviso o ambiente entre os dois se agitou, ele baixou os olhos para os lábios dela e se demorou por um instante analisando eles, essa demora foi o suficiente para Bartolomeu pular entre eles e afiar as unhas na calça de Castiel antes de se deitar.

-Ai cacete! –disse Castiel se afastando e empurrando o gato para longe. –Acho que eu vou avisar a central e pedir para alguém vir aqui pegar essas coisas. Tudo bem para você?

-Tudo. –Morgana ainda estava pensando no poderia ter acontecido se Bartolomeu não tivesse pulado em seu colo, por fim agradeceu mentalmente ao gato, se envolver com Castiel seria uma complicação que ela não queria para sua vida. Por enquanto.