Shooroku Myuto escrita por Yukiko Himura


Capítulo 5
Capítulo 4 - A Dança Perfeita (Annabeth)


Notas iniciais do capítulo

Meddie here! o/
Foi a Iris que escreveu esse cap, creditos a ela u.u Eu apenas revisei.
Nao tera musica, entao escutem qualquer coisa classica ae e_e
Boa leitura.~



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A musica ecoava lenta e contagiante em minha mente, estendia a mão convidando-me para uma dança, talvez a ultima dança. As paredes cheias de espelhos sempre me foram seguras, era onde eu deixava tudo fluir, onde eu via tudo e todos sem precisar me mover, meu mundo fechado e guiado pela doce musica. As notas costumavam acariciar-me os ouvidos e fazer com que eu movesse meus pés sem pensar duas vezes, sem plateia, sem críticos, sem instrutores, somente eu e eu mesma naquela enorme sala vazia. Ficar depois do horário do fechamento da escola de Balé era uma coisa que eu costumava fazer, depois de aprender todos os passos do dia, pratica-los até cansar, era assim que eu me sentia viva.

Desde os cinco anos nas pontas dos pés, não para ser mais alta, mas para ser graciosa como um cisne, o que para a minha alegria não levou muito tempo. Naquele dia a escola estava vazia, e mais uma vez eu fiquei até mais tarde para praticar, as apresentações estavam próximas e eu não estava conseguindo ensaiar com as outras garotas. A musica estava alta e eu estava dando rodopios perfeitos, meus fies espectadores, os espelhos, estavam lá em seu lugar de costume, me cercando e me protegendo, acusando qualquer deslize e erro na coreografia complexa, refletindo meus cabelos turquesa desbotado e o clássico collant branco com a saia para ensaio.

A musica cessou e o silencio do corredor deu lugar ao som de assovio, eu acreditava estar sozinha mas esqueci que o faxineiro também ficava até mais tarde, eu já havia topado com ele algumas vezes no corredor. Decidi que estava na hora de ir para casa, estava ficando tarde e minha mãe ficaria preocupada. Juntei minha mochila e fui em direção à porta, quando a abri dei de cara com o faxineiro segurando um balde e alguns esfregões. Ele me disse que o corredor estava molhado e que eu deveria ficar mais um pouco dentro do Studio, eu disse que precisava ir e ele se colocou na frente da porta.

Ele me amarrou a uma cadeira e disse que sempre me observava dançar quando todos iam embora, mas que eu nunca tinha falado com ele e que isso era injusto. Eu não tinha como saber que ele queria sentar e conversar e mesmo que soubesse era obvio que eu não ia fazer isso, era evidente que ele tinha problemas, eu estava amarrada em uma cadeira com um maluco olhando para mim de um jeito nada puro, e os espelhos que nos rodeavam agora não me ofereciam nenhuma proteção. Era tarde, eu já devia estar em casa, minha mãe não ia demorar em chamar a policia e eu estaria salva... Mas ele percebeu isso também e quando ele sentiu que tudo estava para dar errado, eu senti suas mãos frias em meu pescoço e pouco a pouco o ar foi desaparecendo até que tudo a minha volta escureceu.

Eu esperava acordar no hospital com gritos da minha mãe... Ou simplesmente não acordar mais. Mas algo estranho aconteceu, eu abri os olhos e vi um céu tão cinzento como um dia de inverno, mas não ouvi nada, por um momento achei que estava surda, mas descartei essa ideia depois de ouvir meu suspiro. Uma cidade silenciosa, cinza e abandonada... Que lugar é esse? Eu precisava descobrir isso. o céu estava muito escuro, mas não parecia estar tarde... Senti algo gelado na minha testa... Água, estava chovendo e eu precisava de um lugar para ficar.

Corri até marquise se um prédio, chegando lá escutei algo, parecido com um suspirou ou soluço, cuidadosamente fui em direção ao som. Encolhida em vão entre a entrada do edifício e a coluna uma garota pouco maior que uma criança com cabelos curtos de uma cor estranha e um vestido de boneca descansava, dormia serena e com um ar angelical, não pude acorda-la. Sentei-me ao seu lado, eu não sabia o que poderia acontecer quando ela acordasse. Porém, ela parecia tão relaxada e despreocupada que me passava tranquilidade, e isso era tudo que eu precisava naquele momento. As ruas eram lavadas pela grande quantidade de água que caia do céu, eu estava distraída e meus pensamentos estavam longe. O que estaria acontecendo, que lugar é esse? O que faço aqui? Perguntas e mais perguntas sem resposta.

– Alguém esqueceu as torneiras do céu abertas. - A voz vinha do meu lado direito, aquela garota que há pouco quase nem respirava e estava em um sono profundo agora me encarava com olhos brilhantes e um sorriso gracioso, ela parecia descansada. - Gosta da chuva? - perguntou ainda sonolenta e esfregando os olhos.

– Podemos dizer que eu não odeio a chuva. Ela sorriu pra mim e voltou a se aninhar em seu cantinho seguro, antes que eu pudesse perguntar algo ela havia fechado os olhos e abraçado os joelhos. - Qual o seu nome? - perguntei querendo dar sequencia a conversa.

– Yoko, e o seu? - disse ainda encolhida no canto.

– Annabeth.

– Você não sente frio vestida desse jeito?

–Ahh, não... Você está com frio? - ela assentiu - Fique com isso - estendi minha jaqueta de moletom que sempre trazia comigo, não percebi que ainda estava com a roupa do Balé, tantas coisas na minha cabeça.

– Você é uma Bailarina, não é?

–Sim, desde os cinco anos... E você, tem algum hobby?

–Sou ajudante de um grande super herói - disse sorridente.

– Ajudante de super herói? Hahaha tudo bem então. - Meu tom irônico pareceu ofendê-la.

– Eu estou falando sério! Ele é um grande herói, com uma mascara vermelha e uma capa azul. Eu estive procurando ele por aqui, mas não consigo encontra-lo, tenho certeza que ele saberia o que fazer.

–Sabe... Essas coisas de super herói não existem, não tem como uma pessoa nascer com super poderes e sair por ai salvando as pessoas. Ninguém se importa com ninguém hoje em dia, ninguém aparece para salvar você - droga, estava ficando difícil falar, senti um aperto, as palavras pareciam machucar - Talvez o seu herói esteja morto e você esteja esperando por alguém que nunca vai chegar.

– Eu não tenho culpa se você não tem uma pessoa para te salvar, mas eu sei que o Seiji vem, ele tentou me ajudar, mas acabou se machucando também e então separaram a gente. Mas ele vem! - não havia tristeza ou raiva nos seus olhos, mas convicção.

– Se ele vier... Acha que ele pode me salvar também? - perguntei, me encolhendo ao seu lado

– Acho que sim... Na casa onde crescemos as pessoas não gostavam dele, e eu estava sempre ao lado dele, por isso elas não falavam muito comigo, então passávamos a maior parte do tempo juntos. Mesmo não tendo poderes ele continua sendo um grande herói - disse sorrindo, nada parecia abalar essa garota.

Eu não sabia onde estava ou que estava acontecendo e como isso iria acabar, mas ela estava apostando tudo em um garoto com uma fantasia de super herói... Talvez eu deva acreditar nela. Não tenho nada a perder.


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Notas finais do capítulo

Se tiver erros, avisem, ok? =3
Comentem u.u'



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