Shooroku Myuto escrita por Yukiko Himura


Capítulo 4
Capítulo 3 - Eu sou O Herói! (Seiji)


Notas iniciais do capítulo

Meddie here o/
Eu escrevi esse cap na semana passada~~ Mas só postando hoje, por que sim.
Música: Am I Not Human? - Two Steps From Hell
http://www.youtube.com/watch?v=Wjoh1eBrMaM



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(Seiji)

Nunca fui muito sociável... Minha vida toda foi resumida em histórias e contos de fadas. Não, eu não sou uma menina. Mas, na verdade, sinto-me encantado pelas coisas que não existem nesse mundo caótico. Chega a dar um pouco de raiva, muitas vezes quis fazer parte de um mundo normal. Ser uma pessoa normal.

Quando eu era mais novo, adorava o super-herói que sempre aparecia na TV. E acho que o mundo de hoje está precisando de um herói assim. Aquelas vozes sempre me dizem para parar, que estou fazendo algo de errado.

Todas as crianças que moram aqui dizem que eu sou louco. Mas os adultos chegam, interrompendo minha discussão, dizendo que estou certo. Mas sobre o que? O mundo realmente precisava de um herói...?

- Cuidado, é o garoto de cabelo azul!

- Ouvi falar que ele tem um sério distúrbio mental! É melhor termos cuidado.

- Nossa, ele está chegando perto. Vamos logo, antes que ele nos escute.

Pessoas assim sempre se fizeram presentes em minha vida. Eu sempre escutava-as com essas palavras grosseiras. E, na verdade, qual o problema com meu cabelo ser azul? E olhe lá, ele é preto azulado. Por que estão sempre fugindo de mim?

Lembro-me de ter salvado muitas vidas em meu mundo, como a da Yoko. Sim, Yoko era minha melhor amiga. Sempre que eu precisava, ela estava lá.

- Yoko! – Eu gritava, vendo-a virar para trás. Com seus fios de cabelo - estranhamente coloridos em um tom de laranja desbotado, presos em duas partes.

- Seiji! – Falava ela de volta, andando em minha direção com animação no olhar.

- Que tal salvarmos os aldeões de Yugun hoje? – Perguntava, vendo-a assentir.

- Por onde devemos começar? Matando os monstros? Montando os quebra-cabeças? Pegando as armas? – Ela indagava eufórica.

- Acho que está na hora de tentarmos algo diferente... – Eu pensava em voz alta.

- Como o que?

- Hum... – Murmurava, enquanto mexia minhas mãos em direção a minha cabeça, fazendo movimentos circulares. Talvez na esperança de criar uma ideia. – Já sei! – Apontei meu dedo indicador para a escada a minha frente. – Hoje irei testar um novo estilo de luta!

Yoko me olhou estranhamente, até que então perguntou:

- Do que está falando?

- Está vendo a escada? – Perguntei, vendo-a assenti. – Eu irei pular!

- O QUE?! – Gritou.

- Sério! – Exclamei, dando passos para trás, para enfim pegar impulso. – HYEAH! – Gritei, correndo em direção a escada.

Porém, Yoko meteu-se na frente. Não consegui parar naquele momento, ou cairia. Apenas corri mais rápido, na esperança de conseguir pular por cima dela. De tudo o que eu me lembro foi de encostar minha perna no rosto da garota, e sentir uma grande dor em meu rosto. Também me lembro do impacto que tive ao chegar ao chão, uma dor intensa. Porém, logo aquilo acabou.

Acordei em um lugar estranho. Tudo é tão cinzento e sem vida. Uma Utopia? Não sei muito bem o que dizer. Por muito tempo – ou talvez dias, meses, ou até anos - estou andando por essas estradas sem vida e sem sentido. Ainda não encontrei alguém que me informasse o que está ocorrendo, apenas um garoto chamado Hikaru, do qual não sabe muito também.

Hikaru é um pouco estranho, vive me dando ordens, nem me lembro de como nos conhecemos. Engraçado, não? Mas, pelo jeito, essa cidade precisa de alguém para protegê-la, certo? Todos precisam.

E por isso eu estou aqui.

- Eu sou um super-herói! – Murmurei, enquanto pegava do meu bolso uma máscara vermelha, colocando-a sobre meus olhos e enxergando pelos dois buracos. Amarrei minha jaqueta azul em meus ombros, e dei um meio sorriso.

- O que está fazendo? – Hikaru perguntou, porém...

Saí correndo para qualquer lugar, onde talvez tivesse alguém esperando por ajuda. Não fazia ideia de onde estava indo, apenas corria cada vez mais. Não me importava se encontrasse uma pessoa, desde que não estivesse em perigo, eu poderia sair sem ser visto. Após uma longa corrida, vendo o sol se por ao horizonte, avistei dois garotos caminhando, pareciam estar em uma conversa. Não prestei muita atenção, pois vi um rapaz que os observava. Do qual também não precisei me preocupar.

Corri um pouco mais, já estava arfando. Por mais incrível que pareça, não sentia sede, só um pouco de fome. Estava cansado, porém, a corrida não foi em vão. Um pouco ao longe, vi duas meninas correndo. Uma ruiva tinha um sorriso no rosto, parecia se divertir. Enquanto a outra parecia estar enfurecida. Uma brincadeira de mau gosto talvez? Ou não.

Me aproximei de onde elas estavam, vendo-as entrar em um prédio. Esperei no andar de baixo, estava nervoso, não sabia o que poderia acontecer se eu subisse. Passou-se um tempo, até que vi uma sombra se aproximar. Abrindo a grande porta – porém frágil – de vidro. A ruiva corria já com outra expressão, parecia estar com medo.

- P-por favor, me ajude! – Pediu ela.

Nada eu disse, apenas peguei a menor pelo braço, colocando-a por trás de mim, e ficando em posição. Dentro de alguns segundos, a outra apareceu. Essa estava com um grande pedaço de madeira em mãos, que continha um prego na ponta. Assustei-me por um momento. Mas, afinal...

- I’m a super hero! – Exclamei, indo em direção a garota.

Essa, por sua vez, disse:

- Vai defender esse pedaço de merda?! – Corria em minha direção com a madeira.

Apenas fechei meus punhos, levando-os contra a menina. Levantei os punhos, sentindo algo afiado atravessar meus dedos. Um líquido quente escorria por meus braços, e eu negava olhá-lo. Eu sabia a dor que estava sentindo, porém não reclamei. Segurei a madeira com a outra mão, tirando o prego da outra. Com a pouca força que me restava na mão machucada, segurei o braço da menina em minha frente.

Porém, mal percebi que ela tinha dado-me um chute em um local... Ehr... Não muito legal. Quando caí de joelhos por tamanha dor, vi a outra olhar-me com ódio. Com a força que ainda me restava, dei uma rasteira, vendo-a cair. Levantei-me rapidamente, ainda sentindo um pouco de dor.

Ela levantou-se lentamente, suspirando por segundos.

- Você não sabe no que está se metendo... Ainda confia nela? – A garota apontou para a ruiva, que ainda continha o olhar amedrontado.

- Are you... Ready? – Suspirei, olhando-a nos olhos. E sorri.

- Se é assim... – Ela sorriu de volta, segurando sua “arma” em mãos firmemente.

A menina deu passos para trás, ficando bem na frente da porta enorme de vidro.

- Eu não gosto de bater em mulheres. – Eu disse.

- Eu odeio bater em covardes, me dá pena, principalmente em viados. – Rebateu, fazendo meu sangue esquentar.

Corri em sua direção sem pensar duas vezes, formando punhos em ambas minhas mãos. Peguei impulso e dei um salto em direção a ela, já apontando um de meus punhos em seu rosto. Porém, por um milésimo de segundo, a garota saiu de onde estava, pegando o pedaço de madeira e tacando em minha cabeça, fazendo-me ir contra a porta de vidro.

Ela quebrou-se por cima de mim, com pedaços grandes e pequenos sobre meu corpo, perfurando-me. Eu já estava caído ao chão, quando vi a menina se aproximar. Ela jogou o pedaço de madeira ao meu lado, e caminhou para longe, sem dizer nenhuma palavra.

Quando estava juntando forças para me levantar, senti uma aproximação. Meus olhos se arregalaram, e ao olhar para trás vi a ruivinha. Ela pegou o pedaço de madeira, apontou o pedaço com o prego para a minha cabeça... Apenas senti algo espetando minha testa, e me lembro de ter escutado a voz de Hikaru chamando-me, e gritando.


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Notas finais do capítulo

Comentem e.é''



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