Inocência Insana escrita por duuhalbuquerque


Capítulo 9
Capítulo 9: Sangue




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Yushiro acabara de pegar seu boletim das provas finais. Como era de se esperar, havia passado em todas as matérias com excelentes notas. Sorriu ao ver o resultado previsto, e logo seguiu até o pátio, onde se encontrava seu amigo Misaki.


Misaki o esperava no banco ao lado de uma árvore. Em suas mãos, segurava um papel, o garoto parecia distante em seus pensamentos.


      Passei em tudo, Misaki... – Comentou Yushiro, dando mais uma olhada em seu boletim – E você, Misaki?


Misaki permanecia em silêncio, admirava as nuvens sem perceber a presença de seu melhor amigo ao seu lado.


      Misaki...? MISAAAAKII! – Gritou Yushiro, despertando o amigo.


      Ahm? Ah... Oi, Yushiro... Falou comigo? – Misaki deu conta do que acontecia, ficara constrangido, pois o motivo de sua distração era justamente o irmão de seu amigo ao lado.


      Perguntei se você passou em tudo...


      Ah, sim... Passei... – Misaki sorriu, ainda meio distante.


      Aconteceu alguma coisa, Misaki? – Yushiro indagou, percebendo o jeito estranho que Misaki se comportava.


      O que? Comigo? Claro que não... O que aconteceria? Está maluco, Yushiro?


      Fica calmo, Misaki... Só fiz uma pergunta!


      Sei... Enfim, você pegou o resultado da Kaoru e do Shirou para entregá-los depois? – Perguntou Misaki.


      Peguei sim, estão aqui... – Yushiro mostrou os papéis para o amigo.


 


...


 


         Kaoru terminava de jantar quando alguém chamou na porta, prevendo que fosse seu namorado, foi até a mesma atender.


      Shirou, que bom ver você por aqui... – Disse a oriental, dando um beijo no namorado.


      Preciso ter uma conversa séria com você em particular... Podemos? – Indagou.


      Claro! – Kaoru puxou Shirou para seu quarto no segundo andar, enquanto o garoto cumprimentava os pais da garota.


 


A garota fechou a porta após que seu namorado entrou.


      O que houve, amor? – Perguntou Kaoru.


      Tomei uma decisão séria... E preciso muito que você concorde... – Iniciou o garoto de cabelos loiros, enquanto sentava-se na beira da cama.


      O que foi? Está me assustando...


      Conversei com meus pais e... Eles me falaram onde me adotaram... Vou viajar pra lá daqui a uma semana... Quero encontrar meus verdadeiros pais, na verdade... Tenho esse direito!


      Você vai pros Estados Unidos? – Assustou-se Kaoru.


      Sim...


      Mas... A gente... – Os olhos da menina logo se encheram de lágrima.


      Eu preciso que você vá comigo, Kaoru... – Shirou se levantou, e segurou sua namorada pelos braços, a olhando seriamente.


      Mas... Eu não tenho dinheiro e...


      Eu trabalhei no começo desse ano, tenho dinheiro o suficiente pra nós dois passar uns dias lá... Por favor, venha comigo! – Shirou a interrompeu, deixando Kaoru mais confusa.


      Isso não é uma coisa que se decide de uma hora pra outra... Preciso ainda conversar com meus pais... –


      Eu falo com eles... Além do mais você será maior de idade em breve... – Comentou o loiro.


      Tudo bem... Farei o possível...  – Sorriu Kaoru, dando um beijo no namorado em seguida.


 


 


...


Algumas semanas depois.


 


                  Misaki terminava de arrumar sua mala, enquanto seu amigo Yushiro mexia em seu computador.


      Pena que Kaoru e Shirou não vão com a gente, não é mesmo? – Comentou Misaki, guardando sua blusa vermelha na mala e a fechando em seguida.


         Falando nisso, estamos atrasados... Temos que ir pro aeroporto pra nos despedirmos deles – Yushiro se levantou.


      Verdade...V amos! – Misaki abriu a porta, abrindo caminho para o amigo.


     Pra onde vocês vão? – Indagou a avó de Misaki, ao ver os meninos descendo as escadas.


      Nós vamos visitar uns amigos, tchau... – Misaki tentou fugir da sua avó.


      Poxa... Logo agora que preparei uns bolinhos de chocolate pra vocês... – Disse ela, com uma bandeja em mãos.


 


Yushiro olhou, ficara sem jeito ao ver a senhora com um olhar entristecido – Misaki... Acho que temos um tempinho pra comer o lanche que sua avó preparou...


Misaki pôs a mão sobre a cabeça – Mas nós estamos atrasados... – Falou ele, na tentativa de fugir.


      Na verdade... – Yushiro olhou o relógio em seu pulso – Podemos ficar alguns minutinhos...


      Que bom, vamos sentar pra conversar um pouquinho... – Sorriu Madalena, puxando Yushiro pra sentar-se ao seu lado.


Misaki, mesmo relutante, acabou sentando na poltrona e começara a degustar os bolinhos de chocolate.


      Mas me digam... Já estão de férias? – Perguntou Madalena, simpática.


      Claro, vovó... Já te falei isso mais de mil vezes – Respondeu Misaki, demonstrando tédio.


      Ah... Verdade...


      Bom... Melhor a gente ir... – Misaki avisou.


      Come só mais esse bolinho, deixa de ser apressado, Matheus... – Falou Madalena.


Yushiro segurou um riso ao ouvir a senhora chamando Misaki de Matheus. O garoto se manteve sério e extremamente educado, enquanto terminava de comer um dos bolinhos preparados por Madalena.


      Não adianta falar com ela que esse não é meu nome... – Misaki sacudiu a cabeça, reprovando as atitudes da avó.


      Enfim, eu tenho uma enorme curiosidade... E só você pode tirá-la... Posso te fazer uma pergunta? – Madalena indagou a Yushiro.


      Ah, sim... Claro...


      É verdade que... Oriental tem pinto pequeno? – Sussurrou ela.


Misaki, ao ouvir aquela pergunta indiscreta, cuspiu todo o bolo de chocolate que estava comento. Já Yushiro, corou violentamente, e não sabia o que responder.


Mas por sorte, Misaki o puxou pelo braço – Isso é pergunta que se faça, vovó? A gente tem que ir agora... Tchau! – Misaki e Yushiro saíram, antes que a velha perguntasse mais alguma coisa.


 


 


         Yushiro e Misaki chegaram então ao aeroporto, onde Kaoru e Shirou esperavam-os.


      Desculpe a demora, gente... – Falou Yushiro, se aproximando dos amigos.


      Tudo bem – Sorriu Kaoru, com algumas malas ao seu lado.


 


Yushiro abraçou a amiga forte, e logo depois sorriu carinhosamente para a mesma.


      Não demore pra voltar... Tá bom? – Falou o garoto.


      Não se preocupe, não vou demorar... – Ela respondeu, sorrindo.


      Vamos passar só algumas semanas... – Shirou falou.


      É uma pena que vocês vão perder a viagem de despedida que o colégio preparou... Mas nós vamos nos divertir por vocês! – Misaki brincou, arrancando risadas de Yushiro e os outros.


      Enfim, deixe a gente ir... O nosso vôo sai agora! – Shirou abraçou os amigos, e logo seguiu caminho junto de sua namorada.


 


...


 


 


               O ex secretário de Sayu avistava a paisagem chuvosa da varanda de seu apartamento. Ainda não havia esquecido o que a mulher fez para o mesmo. Agora ele estava desempregado e não sabia o que fazer de sua vida. O marido da mesma jurou vingança, seria Takada uma ameaça? Ryuzo voltou para dentro do seu apartamento, o moreno vestia apenas uma calça cinza larga. Pegou uma garrafa de cerveja na geladeira, e logo se largou no sofá . Permanecia pensativo. Naquele silêncio absoluto, nada se ouvia além da chuva no crepúsculo de sexta feira.  Novamente se levantou, demonstrando está inquieto com toda a situação. Foi até seu quarto, vestiu-se com uma calça jeans, blusa branca e jaqueta e logo saiu do apartamento.


 


         Na esquina próximo dali, Takada, o marido de Sayu, bebia em um bar. O mesmo demonstrava claramente está perturbado e confuso com tudo a sua volta. Seu terno estava desarrumado, seus cabelos grisalhos também. Em sua mão direita segurava um copo de cerveja, e ali perto seu carro estava estacionado.


      Por que aquela vadia fez isso? Por quê? – Pensava Takada, enquanto passava alguns homens, tão bêbados quando ele, ali por perto.


      O senhor quer mais alguma coisa? – Perguntou o garçom a frente da mesa.


      Não... Obrigado... – Falou Takada, levantando-se e largando algumas notas de dinheiro sobre a mesa.


 


         Tenshin acabara de sair do banho, andava pela casa com apenas uma toalha azul presa em sua cintura, com outra sacudia secando seus cabelos negros. Passou pelo corredor, caminhando para seu quarto, até que a porta entreaberta de seu escritório chamou sua atenção. Decidiu então entrar no recinto, olhou ao redor e tudo estava escuro. Apenas se ouvia a chuva impactando-se contra a janela.  Tenshin procurou o interruptor do escritório, ascendendo a luz logo depois. Foi até a mesinha onde ficava seu computador, abriu a gaveta da mesma, e algo que viu o fez sorrir. Logo depois fechou a gaveta, foi para seu quarto e vestiu-se. A casa estava vazia, pois Yushiro havia viajado junto de Misaki e outros amigos da escola.


...


 


         Sayu terminava de chegar a casa. Largou as chaves do carro sobre a mesa.


      Olá, senhorita Sayu... Precisa de alguma coisa? – Perguntou a empregada a ver sua patroa chegando.


      Não, obrigada... Pode descansar, seu expediente está acabando mesmo – Falou Sayu, seguindo até o banheiro.


A loira tirou a roupa, ligou o chuveiro e começara a se banhar com a água quente e relaxante que caia sobre seu corpo. Depois de alguns minutos saíra do banho, vestiu seu roupão azul. Limpou seu rosto com um creme, enquanto se olhava no espelho. Abriu a porta do banheiro, olhara para os lados e apenas viu um corredor escuro, demonstrando que seu marido ainda não havia chegado em casa. A mulher ascendeu um cigarro e seguiu até a grande janela que havia em seu quarto, percebeu que a chuva ainda caia violentamente sobre Tóquio.


      Que noite maravilhosa... – Pensou.


Um vulto e alguns ruídos de alguém andando pelo piso de madeira do corredor acordou Sayu de seus pensamentos. Rapidamente virou-se para o corredor escuro.


      Sakura...? – Perguntou, achando que podia ser a empregada, sem obter resposta, novamente perguntou – Takada? É você?


O silêncio voltou a predominar na mansão, assim como a escuridão. E o telefone rompeu o suspense. Sayu aproximou-se do telefone sobre a mesinha ao lado de sua cama.


      Alô?


     Do outro lado ouvia-se apenas a respiração alheia, mesmo Sayu falando, a pessoa não se demonstrava disponível a respondê-la. Antes que a mulher desligasse, uma voz a interrompeu.


      Está sozinha? – Uma voz eletrônica indagou.


      Quem está falando? – Assustou-se a loira.


      A casa de hóspedes é realmente um ótimo lugar para observá-la – Novamente falou a voz robótica do outro lado da linha.


 


Sayu correu até a janela, logo percebeu que a luz da casa de hóspede a frente estava acesa, e a cortina mexia-se, como alguém estivesse ali a observando. A mesma voltou para o telefone, mas a linha havia sido cortada.


      Quem é o palhaço que está fazendo isso? – Pensou, descendo as escadas de sua casa.


         Apalpando as paredes, começara a catar o interruptor, e logo percebeu que a luz havia sido cortada, assim como o telefone. Voltara até a janela, e a luz da casa de hóspede havia se apagado repentinamente. A chuva continuava castigando o lugar, o quintal enorme e com diversas árvores apenas causava mais medo na mulher. Caminhou até a cozinha, abriu a porta... Olhara para os lados, e apenas viu rua e mais nada. A rua parecia sem fim, a escuridão predominava a cada canto sombrio. Parecia que Sayu estava sozinha, por onde passava, apenas sentia como alguém a observasse. Um vulto a perseguia, agora estava em sua casa? Quem estava fazendo aquilo, afinal? A mulher colocou todos os trincos e forma de segurança nas portas, mas parecia tarde, uma garrafa de vidro tombou-se no chão, causando um estardalhaço.


      Quem está ai? Isso não tem graça... Sabia? – Gritou ela, sendo respondida apenas pelo o silêncio.


Agora barulhos de pessoa correndo surgiu no segundo andar, eram passos fortes que passava de recinto a recinto. Sayu olhou para cima, prontamente pegou uma faca na cozinha, talvez aquilo fosse a proteger. Começara a dar passos hesitantes, onde estavam seus seguranças quando ela mais precisava? Os passos dela se tornavam algo extraordinariamente indiscreto no silêncio da mansão, a chuva continuava, deixando toda a situação mais sombria.  E Sayu começara a dar seus primeiros passos nas escadas, até chegar ao segundo andar.


O corredor parecia mais ameaçador agora, as cortinas de seu quarto sacudiam conforme o vento adentrava ao recinto. Os relâmpagos era as únicas coisas que iluminava a mansão entregue ao breu.


Sayu caminho lentamente para seu quarto, com a faca prontamente preparada para golpear o intruso. Ao entrar no quarto, parou perplexa.


      Você... – Antes que pudesse completar a frase, um tiro foi disparado em seu peito.


Sayu colocara a mão aonde foi ferida, sangue começava a escorrer entre seus dedos e sobre sua roupa. A mulher caiu ajoelhada, sua visão ficava turva diante do assassino. Depois de alguns segundos, seu corpo tombou-se ao chão já sem vida. O sangue escorria sobre o piso, chegando até os pés do assassino a frente. A empregada, que estava dormindo em seu quarto, ouvira o disparo e correu até o segundo andar.


      Senhorita Sayu... A senhora está... – Sua voz foi interrompida ao ver o corpo de sua patroa caído no quarto, e antes que pudesse reagir, fora atingida com um tiro na cabeça.


Corvos ,que descansavam nas árvores, voaram ao ouvir o grande som que se expandiu pela mansão e todo o quintal.


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Notas finais do capítulo

viu só? estou tentando postar mais rápido, espero que eu consiga e vocês gostem
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