Inocência Insana escrita por duuhalbuquerque


Capítulo 5
Capítulo 5: Apenas Inimigos




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Yushiro caminhava para a cantina, até que se deparou com sua mais nova amiga, a menina de cabelos negros sorriu ao ver o garoto.

      Ohayo, Denni chan... – Sorriu o garoto.

      Ohayo... – A menina retribuiu o sorriso.

      Vou comprar alguma coisa pra comer... Vem comigo? – O moreno indagou, caminhando até a cantina, sendo seguido pela jovem.

O dia estava frio, e às vezes garoava um pouco. A neblina cobria uma grande parte da quadra de esportes. As nuvens impediam o aparecer do sol.

Ali perto estava Shirou sentado sob uma árvore. Terminava de ler um Mangá que havia comprado no jornaleiro próximo a sua casa. Mas sua leitura foi interrompida quando Kaoru se aproximou.

      Ahn... Kaoru... Tudo bem? – O loiro colocou o Mangá ao seu lado.

 

Kaoru nada respondeu, apenas sentou-se a seu lado e começara a observar seu amado em silêncio. Sendo interrompida apenas pelos outros alunos conversando ali por perto.

      Aconteceu alguma coisa?  – Shirou perguntou, meio constrangido com o olhar fixo da oriental.

      Eu sei que você não está tendo nada com a Rebecca... – Disparou a morena.

Por alguns segundos, Shirou ficara em silêncio. O que poderia responder naquela situação? Quando abrira a boca pra tentar dar uma resposta convincente, foi interrompido por Kaoru.

      Você ainda me ama, Shirou...?  – Perguntou à oriental.

      Por que essa pergunta agora, Kaoru?

      Só me responda...

      A Rebecca te disse alguma coisa, não é?  – Revoltou-se o loiro – É... Eu ainda te amo!

Kaoru nada falou, continuo observando Shirou a sua frente. Um golpe de vento escorregava entre seus cabelos negros, fazendo os mesmos mexerem-se suavemente.

      Só não entendo porque não estamos juntos ainda... – Ponderou a garota.

      Do que está falando? Você que terminou comigo!  – Shirou retrucou, levantando-se do chão bruscamente.

Kaoru se levantou junto. Segurou a mão de Shirou, e, sem o garoto imaginar, algumas lágrimas desceram dos olhos da menina – Me desculpe se te machuquei com aquelas coisas que te disse naquele dia... – Sussurrou.

Shirou espantou-se com aquela atitude repentina. Nada conseguia pronunciar, apenas observava o olhar da jovem garota que tanto amava. Começara sentir suas mãos trêmulas, seu coração respondia aquela situação batendo mais rápido.

      Tudo bem, já passou... – Antes que o garoto continuasse, sua boca foi invadida com um beijo inesperado de Kaoru. Não esperava aquilo, mas, obviamente, retribuiu o beijo tão desejado.

De longe, Misaki assistia a cena – Puta que pariu, finalmente esse beijo saiu! – Gritou, tendo toda atenção voltada para si.

Yushiro voltava até Misaki ao lado de Denni, e assim como Misaki, sorriu ao ver Kaoru e Shirou se beijando.

      Eu sei que ficou feliz com o retorno deles, mas precisa chingar, senhor Misaki?  – Yushiro repreendeu o amigo.

      Go... Gomenasai – Misaki corou instantaneamente, arrancando um sorriso tímido de Denni.

Em seguida Yushiro se sentou num banco junto de Misaki e a novata.

      Me diga mais sobre você, Denni chan... Você mora com quem?  – Yushiro indagou, dando mais uma mordida em seu sanduíche.

      Moro sozinha em um apartamento aqui perto e trabalho em uma loja – Denni respondeu timidamente.

      Mora sozinha? Ain, que triste... Mas você tem família, né? – O garoto de olhos verdes continuara com as perguntas.

      Tenho sim, mas prefiro viver longe deles – A menina tirou alguns fios de seus cabelos do rosto que atrapalhavam seus olhos.

 

         Kamui observava Yushiro de longe de forma discreta. Desde o acontecimento no vestiário, não conseguia pensar em mais nada. Mas por quê? Que sentimento estranho era aquele que sentia?  

Kamui caminhava pela rua, estava cansado. Aquele dia de aula havia sido exaustivo para ele. Na verdade, a aula não havia sido significativo, pois durante quase todo seu tempo apenas Yushiro aparecia em sua cabeça. O garoto caminhava em silêncio, como sempre, de cabeça inclinada para baixo, sem ver ninguém que passava ao seu lado.

Até que chegara a sua casa. Era um lugar simples, assim como o bairro. O mesmo entrou, tirou o tênis, e sem olhar para os lados, subiu as escadas. Seu quarto era extremamente bagunçado, havia tênis, bonés, blusas espalhados por todos os lados. A cama era uma confusão de lençóis e roupas. E por toda a parede havia pôsteres de bandas de rock.  Aquilo parecia não importar para Kamui, pelo contrário, seu quarto era seu paraíso.

O garoto de cabelos castanhos se jogara na cama, ainda pensativo, começara a olhar para o teto.

      HEEY, KAMUI... VEM ALMOÇAR, PORRA! – Ouvira um grito do andar de baixo.

      ESTOU SEM FOME, DAQUI A POUCO EU VOU!  – Respondeu no mesmo tom.

Yushiro novamente invadira sua mente. Mas que droga! Estava começando a ficar com raiva de si mesmo. Por que aquilo acontecia logo com ele? Na verdade... Não era de hoje que pensava em Yushiro, desde que havia o conhecido, sempre que o via, algo em si disparava. Mas aquilo era ódio. O jeito perfeitinho e popular de Yushiro sempre irritou Kamui, que apesar de muito bonito, nunca foi popular. Mas aquele sentimento que lhe incomodava agora era diferente, não conseguia mais odiar o garoto de olhos verdes.

      O que eu estou pensando? Ele é apenas meu inimigo... – Pensou, sentando-se na cama em seguida e passando as mãos sobre seus cabelos.

Um grito trouxe Kamui de volta a realidade. Vinha do primeiro andar, desceu correndo as escadas. E, como todo o dia, presenciou seu pai e sua mãe brigando.

      JÁ DISSE PRA IR EMBORA DAQUI, SEU IDIOTA! – Sua mãe gritava.

De longe era facilmente percebido que seu pai estava bêbado, coisa que acontecia quase sempre.  O homem sujo e fedido segurava a esposa pelos braços de forma agressiva, enquanto a mesma tentava se soltar.

      Solte-a, pai! – Kamui se aproximou, sendo golpeado no rosto em seguida com um tapa.

      Não se meta em conversa de adulto, seu filho da puta! – Disse seu pai, virando-se até seu filho, que se recuperava.

      Deixe meu filho em paz, seu cafajeste! – Retrucou a mãe de Kamui, deixando algumas lágrimas caírem de seus olhos – Kamui, sai daqui... Não quero que veja isto!

 

Kamui correra para seu quarto novamente. Seu rosto ainda estava vermelho pelo o golpe violento do seu pai. Quase sempre sentia uma vontade enorme de matar seu pai, aquele tormento rotineiro estava quase o enlouquecendo.

Abriu sua mochila e tirou um cigarro da mesma. Começara a fumar enquanto observava sua rua através da janela. 

      Aposto que Yushiro deve ter uma vida toda perfeitinha... – Pensou, enquanto fumava e observava a garoa naquele fim de tarde.

 

...

 

         Sayu terminava de beber seu vinho. Parecia esperar alguém em seu escritório. Até que finalmente a pessoa chegou. A mulher de cabelos castanhos abriu a porta para a visita.

      Quanto tempo, não é mesmo...Samilly? – Sorriu, Sayu, dando passagem para a outra mulher.

Samilly era uma linda garota de olhos castanhos. Seus cabelos negros iam até a cintura. Seu corpo era provocante, ainda mais com o vestido vermelho que usava – O que quer comigo, Sayu? – A morena indagou.

      Você está sabendo que Kusanagi voltou para o Japão, não é? – Sayu colocava vinho em duas taças.

      O que? Meu irmão... Ele está aqui?  – Samilly surpreendeu-se.

      Faz uns dois meses, pensei que soubesse... – Sayu levou o vinho até sua visita.

      Não sabia, mas enfim... Pra que me chamou aqui, afinal?  – A morena largou a taça sobre a mesa.

 

Sayu sentou-se sobre a mesa e cruzou as pernas elegantemente. Trajava um terno feminino azul escuro com um ousado decote – Sei que você detesta seu irmão... Isso nunca foi novidade! Por isso quero lhe propor uma coisa...

 

Ali perto, seu secretário Ryuzo apenas escutava a conversa daquelas duas mulheres perigosas.

      Você sabe de muito mais podres do seu irmão do que eu... Preciso que arranje algo de ruim sobre ele que eu possa levar para a mídia – Sayu ascendia um cigarro entre seus lábios e começara a fumar.

      – Com que intuito quer isso? E... O que ganho em troca?  – Samilly continuava com seus olhos fixos em Sayu.

      Quero ter seu irmão em minhas mãos... E só conseguirei isso com chantagens! – Sayu jogava as cinzas do cigarro no cinzeiro de cristal ao seu lado – E sobre o que ganhará com isso... Podemos conversar melhor... – Sayu sorriu maliciosamente.

Ryuzo teve sua espionagem interrompida quando o telefone tocou.

Rapidamente fora atender – Moshi Moshi... Ah, senhor Takada... Sua esposa está ocupada no momento, mas eu digo que o senhor ligou... Hai... – Logo depois desligou.

 

 

...

 

         Yushiro e Misaki conversavam enquanto caminhavam pela calçada. O dia estava razoavelmente ensolarado, e as avenidas mais movimentadas.

      Vou logo avisando, Misaki... Você vai pra minha casa fazer trabalho, e não pra ficar jogando vídeo game... Entendeu?  – Yushiro avisou.

      Nhaa, mas você tem muitos jogos bons – Misaki cruzou os braços e fez um bico com os lábios em sinal de protesto.

      Mas esse trabalho vale muito ponto, podemos jogar depois que acabarmos... Ok?  

      Hai – Misaki agarrou Yushiro e o abraçou tão fortemente que o amigo sentiu como se estivesse sendo esmagado.

      Menos, Misaki... Bem menos! – Falou Yushiro, tendo dificuldade até pra falar.

 

         Depois de alguns segundos chegaram até a nova mansão de Yushiro.

      Caramba, sugoi!  – Surpreendeu-se Misaki ao ver o novo lar do amigo.

O moreno pegou Misaki pela mão, o carregando pra dentro da casa. Logo chegaram até o quarto – Gente rica é outra coisa, hein, Yushiro... – Sacaneou, Misaki, dando gargalhadas.

      Deixa de falar besteiras e vamos fazer o trabalho... – Yushiro corou com o comentário do amigo, e logo começara a tirar os materiais da mochila.

Antes de começar, alguém bate a porta. Era uma das empregadas com um largo sorriso simpático – Precisa de alguma coisa, Yushiro san?  – Perguntou a senhora de cabelos grisalhos.

      Trás uns biscoitinhos, por favor... Arigatou – Sorriu Yushiro, sentando-se na cama e abrindo a cartolina sobre a mesma.

      Biscoitinhos de chocolate, né, Yushiro? Sabe que detesto biscoito de morango, de baunilha então, nem se fala... – Misaki fechou os olhos e ergueu seu dedo indicador, falando em tom de autoridade.

      Você está abusado mesmo, hein, Misaki... Você se aproveita disso! – Yushiro sorriu, lançando uma borracha sobre o amigo.

Assim que Yushiro começara a escrever na cartolina branca, seu celular sobre a mesa do computador iniciou um toque, indicando que alguém o ligava.

      Assim nunca vamos terminar esse trabalho... – Yushiro se levantou e pegou seu aparelho, ao ver na tela a identificação, um sorriso abobalhado invadiu seu rosto – Denni Chan!

O mesmo atendeu – Olá, Denni chan... Ah, sim, estou bem... E você? Tudo bem então... Ja ne! – Yushiro desligou, mas o sorriso continuara.

      Quem era, Yushiro? – Misaki perguntou, fazendo seu amigo despertar e colocar o celular de volta sobre a mesa.

      Denni... Aquela menina nova – Yushiro disse, voltando a se sentar na cama, sobre o olhar curioso do amigo.

      Você está caidinho por ela, não é mesmo?

Yushiro se espantou com o comentário, e logo corou violentamente – Do... Do que você está falando? Ela é minha amiga... Só ligou pra saber como estou! – Yushiro continuava corado, mas tentava disfarçar o constrangimento.

      Seeeeei – Misaki sorriu maliciosamente.

      Deixa de besteira, Misaki, vamos logo começar o trabalho... – Disse Yushiro, escrevendo alguma coisa sobre o caderno.

         Algumas horas se passaram, os garotos já haviam lanchado e o trabalho estava quase no término.

Até que Tenshin abriu a mesma. Estava com os cabelos molhados e sem camisa, demonstrando que acabara de sair do banho. Usava apenas uma calça cinza de tecido leve, e em seus ombros uma toalha vermelha.

      Oniisan... Chegou do trabalho agora? – Yushiro sorriu ao ver seu irmão.

      Sim, meia hora mais ou menos... Tudo bem com você?  – Perguntou Tenshin, ainda encostado na porta.

      Hai... Ainda se lembra do meu amigo? – Yushiro apontou a Misaki a sua frente.

Tenshin seguiu com seus olhos até Misaki, e abriu um sorriso discreto ao garoto – Claro que sim, Misaki... Não é mesmo? Como você cresceu!

Misaki agora levava toda sua atenção para o irmão de Yushiro. Lembrava-se de Tenshin, só não se recordava o quanto ele era lindo. O corpo de Tenshin molhado, as gotas de água escorrendo de seu tórax até a barriga e tendo seu afim ao chegar ao tecido de sua calça fazia com que Misaki enlouquecesse tentando imaginar o que poderia ter por debaixo daquele pano úmido que escondia todo o resto de Tenshin.  O corpo atlético do milionário fazia o sangue de Misaki reagir.  Os olhos verdes do mesmo eram incrivelmente sedutores.

Quando Misaki deu por si, sentira seu membro enrijecer por dentro da calça. Momentaneamente corou com a situação, pegou um de seus livros e o pôs sobre seu colo, na tentativa de Yushiro e Tenshin não perceberem nada.

      Err... Isso mesmo! Quanto tempo, né, Tenshin san? – Gaguejou, ainda com seu rosto extremamente corado.

Tenshin sorriu para a situação, não percebera que o garoto havia ficado excitado, mas pôde ver o interesse do mesmo em seu corpo – Enfim, vou resolver algumas coisas, bom trabalho pra vocês...

 

 


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Notas finais do capítulo

Proooonto, feitinho o capitulo 5 :D , particulamente, adoreeeei fazer esse capitulo! *-* , acho que todos vão gostar. Obrigado por acompanharem e desculpa a demora :*



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