Depois de um agradável almoço com a família de

Matt cedi ao pedido dele de dar um mergulho na piscina. Encarei a água por um longo tempo em silêncio.

—Bu! - Matt simulou um empurro me trazendo para si no mesmo segundo.

Meu coração disparou quase rasgando meu peito para pular pra fora. Matt Gargalhou por um tempo e fez caras e bocas imitando minha expressão. Olhei-o de soslaio e disse pausadamente em tom ameaçador.

— Corre.

O garoto não pensou nem por um milésimo de segundo e correu em direção ao grande jardim. Eu o perdi de vista em meio alguns arbustos e coqueiros. No mesmo instante bolei um plano. Escondi-me atrás de algumas plantas e esperei-o.

— Mel? - pude ouvi-lo me chamar de perto. — Desistiu de alcançar o mestre Matt?

Como é convencido, pensei irritada. Calculei a distancia e dei o bote.

— Quem é o mestre? - disse em tom de vitória pulando em suas costas.

Assim que agarrei seu pescoço ele cedeu caindo debruços no gramado e me levando consigo.

Imobilizei-o colocando seu braço atrás das costas até ouvir ele emitir um "ai".

— Quem é o mestre agora Senhor Evans?

— Om-mestre– ele começou gaguejando — É v-v...

— Quem Senhor Evans?

— O mestre... - então ele se soltou e virou sobre mim e me imobilizou segurando meus braços acima da minha cabeça e segurou meu tronco com as pernas.

— E agora Melzinha?

— Nem morta!

— Vamos lá, admita!

— Matt?

— Diga...

— Eu... - sorri docemente bolando mais um plano infalível. — Chegue mais perto Matt...

Pude vê-lo arregalar suas grandes piscinas e se aproximando de mim. Senti suas mãos afrouxarem meu pulso e eu soltei minha mão levando-a ao seu rosto e acariciando seu rosto. Quando nossos lábios estavam a poucos centímetros consegui livrar-me dele.

Gargalhei enquanto corria em direção à piscina.

—Como é fácil engana-lo Senhor Evans...

— Ah dona Melzinha, a senhora não me escapa.

Observei-o adentrar a casa e sorri instantaneamente. Voltei-me para a piscina. Debrucei sobre a borda e mergulhei somente minha cabeça. A sensação era maravilhosa. Fechei meus olhos e senti a água preencher meus ouvidos.

Sempre tive a mania de superar meus próprioslimites. Concentrei-me em permanecer o máximo de tempo possível submersa. Afoguei-me em pensamentos e acabei perdendo a conta.Já não importava mais. Desse jeito eu conseguia organizar pensamentos e sentimentos, era quase uma terapia. Meio louco, eu sei.

Emergi e dei de cara com Matt me encarando.

— Uau! - ele exclamou — A partir do momento que comecei a contar, um minuto e dezoito segundos. Bom... Acho que é isso, fiquei meio hipnotizado quando...

Vi seus olhos passearem pelas minhas pernas e abaixei a barra da camisa - que por sinal assaltei do armário dele - cobrindo minhas pernas. Nem morta que fico de biquíni na frente dele, pensei.

— Pervertido! - disse levantando-me e indo em direção a escada da piscina.

De soslaio pude observa-lo me olhando. Entrei na água e terminei de molhar meus cabelos.

— Não acredito! - disse ele vindo em direção a mim — Vai andar de roupa?

—Err... O sol está muito quente, vai queimar minha pele. - desviei o olhar para evitar que ele percebesse minha desculpa idiota.

Quando voltei a encará-lo ele tirava a camisa e se preparava para um mergulho. Corei ao velo sem camisa e escondi meu rosto na água. Ele veio na minha direção e me abraçou.

— Não me toque seu tarado maldito!

— Ei, venha cá - ele me puxou pra perto e eu escondi meu rosto em seu peito.

Senti seu coração pulsar fora de compasso. Seus dedos passearam pelos meus cabelos e pararam em minha nuca. Ele foi me arrastando para o meio da piscina onde era mais fundo. Tateei a água com meus pés em busca do chão mas não encontrei. Olhei para Matt e ele tinha um sorriso malicioso nos lábios.

— Bingo! - disse ele vitorioso - Quem é o mestre agora?

Maldito, pensei irritada. Se ele me soltar agora vou me afogar. Eu não sentia o chão e eu não sabia nadar. Senti suas mãos me soltarem e no mesmo instante agarrei seu corpo com minhas pernas e segurei seu pescoço com as minhas mãos.

— Bom melhor assim. - pude ouvi-lo sussurrando meu ouvido.

Seus braços agarraram minha cintura extinguindo o espaço - desnecessário - entre nós.

— Você Matt - sussurrei.

— Eu o que? O mestre?

— Não, mais que isso.

—Super mestre?

— Mais...

—Super, ultra mestre?

— Mais...

—Super, ultra,mega mestre?

— Não, isso! - beijei-o como nunca o tinha beijado antes e descobri que tenho mais fôlego para estar submersa do que para outra coisa.

Quando parei para buscar o oxigênio, sorrimos.

— Dá pra repetir? - ele perguntou— Não entendi direito.