Clichê. Mas Nunca Igual - One Shots escrita por Biscoita Bis


Capítulo 1
I love that about you.


Notas iniciais do capítulo

Olá galera, aqui vai o primeiro One Shot com personagens da minha antiga fic Clichê. Mas nunca igual. Espero que gostem, até as notas finais.



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POV's Matt

O clima era agradável, e com cheiro de primavera. Grandes árvores Ipês derrubavam suas flores das mais variadas cores. Eu considero Ipê a cerejeira do clima tropical, mas confesso que gosto mais deles, cerejeiras parecem muito surreais. Os raios de sol tocavam suavemente minha pele enquanto eu estava sentado em um banco de madeira olhando para os finos raios de sol que atravessavam as folhas das árvores. Era um meio a meio, o quente dos raios contrastando com a sombra das folhas, a sensação é agradável.

Fechei os olhos para sentir melhor e comecei a pensar na situação. Dois meses de namoro. Passou tão rápido e muita coisa aconteceu.

Ouvi uma voz doce pronunciando meu nome e num espasmo olhei para frente.

— Mel! – disse feliz.

Ela me abraçou e eu pude sentir seu cheiro. O mesmo shampoo de morango de dois meses atrás e o mesmo cabelo – agora um pouco maior – pairando até a altura da cintura.

Como eu amo. Como eu amo aquele sorriso brilhante e tímido que me fez muitas vezes sorrir. Aqueles pezinhos erguidos (calçando os mesmos tênis azuis de sempre) ansiando em alcançar meu pescoço com os braços. O mesmo jeitinho desajeitado de sempre com as mangas da camisa (que por sinal ela usurpou do meu guarda-roupa) cobrindo metade das mãos. Isso, eu adoro quando ela usa minhas roupas. Ela fica feliz quando o faz, e confesso que elas ficam bem melhor nela do que em mim. Lembro-me da vez em que ela sujou sua blusa de catchup em uma de nossas guerras de comida e ela teve de usar uma blusa minha: cômico! Era engraçado ver as mangas cobrindo boa parte de seu braço e pernas. Levei alguns tapas por rir, eu gostei. Não que eu seja sado-masoquista, muito longe disso, eu apenas compreendo a maneira de ela expressar sentimentos.

Ela soltou do meu pescoço, mas eu continuei a segura-la pela cintura. Pairando as mãos sobre meu peito ela retirou de dentro da minha camisa uma corrente onde pendurava nossa aliança. Pois é, temos uma coisa em comum: odiávamos usar anéis, então em uma decisão mutua penduramos as alianças em duas correntes.

Segurando meu cordão ela levou o anel até os lábios e deu um beijo silencioso como sempre faz quando me vê e disse um “obrigada” quase inaudível. Segurei seu cordão também, mas ao contrario dela, depositei o beijo em seus lábios.

Assim que os toquei senti seu corpo estremecer. Pousei minhas mãos em suas bochechas e pude senti-las quente, era certeza que ela estava vermelha.

Eu gosto desse jeito, digamos... simples de lidar com situações desse tipo. Ao contrário das outras garotas, Mel é hesitante com apenas um beijo, principalmente com beijos em público.

Ela soltou os lábios do meu e escondeu a cabeça em meu peito. Ri novamente.

— Mel, olha pra mim – disse tentando erguer seu rosto.

— Não! – o som saiu abafado pela minha roupa.

— Quero ver seus olhos. – disse erguendo seu rosto e ela cedeu.

— Pra que? Não tem nada demais neles. – justificou desviando o olhar.

Segurei seu rosto entre as mãos e fixei em seus olhos. Aquele misto de cores. Que cor seria? Nesse tempo todo andei pensando e cheguei a uma conclusão.

— Eu sei que cor eles são.

— Eles quem? – ela perguntou.

— Seus olhos, eu sei que cor são.

Ela ficou em silêncio esperando minha resposta e eu continuei:

— Eles são cor-de-Mel. Não o mel das abelhas, mas o Mel você. Cor-de-Melanie, ou cor-de-Melzinha. Eu gosto disso em você.

POV’s Mel

Fui até o parque correndo, mais uma vez atrasada. Encontrei a primeira roupa que apareceu na minha frente: uma camisa azul do Matt. Eu gostava dela, era grande e cobria metade das minhas mãos. Além de ter o cheiro maravilhoso dele. Balancei a cabeça para espantar os devaneios e continuei correndo.

Quando cheguei observei o garoto mais perfeito do mundo sentado em um banco de madeira coberto por flores de Ipê. Considero Ipê uma cerejeira de pobre, já que moro em um lugar onde o clima não é muito favorável para esse tipo de planta.

Gritei seu nome e ele levantou-se em um espasmo. Corri até ele e agarrei sem eu pescoço firmemente erguendo os pés ao máximo para alcançá-lo. Puxei o ar próximo ao seu pescoço e senti o perfume. Ele cheirava a perfume de vinho, é o melhor cheiro do mundo.

Percebi que seus cabelos já estavam abaixo da nuca. Em dois meses ele cresceu de tal maneira que é difícil acreditar que se passou tão pouco tempo.

Soltei-me de seu pescoço e peguei a aliança no cordão de seu pescoço fazendo o mesmo ritual de sempre: um beijo silencioso no anel e um “obrigada” quase inaudível.

Matt fez o mesmo, mas depositou o beijo em meus lábios. Meu corpo estremeceu e eu senti minhas bochechas corarem. Ele sabe que eu odeio demonstração de afeto em público. Escondi meu rosto na sua camisa e fiquei ali por algum tempo e eu pude ouvi-lo rir. Retardado, pensei frustrada.

— Mel, olha pra mim – disse ele tentando erguer meu rosto.

— Não! – protestei apertando mais meu rosto contra seu peito.

— Quero ver seus olhos. – disse ele e eu cedi.

— Pra que? Não tem nada demais nele. – disse desviando o olhar.

Ele segurou meu rosto entre as mãos e me fez olhá-lo nos olhos. Aqueles olhos que muitas vezes me hipnotizaram.

— Eu sei que cor eles são. – disse ele em tom fraco.

— Eles quem? – penguntei confusa.

— Seus olhos, eu sei que cor são. – ele respondeu.

Fiquei em silêncio esperando sua resposta e ele continuou:

— Eles são cor-de-Mel. Não o mel das abelhas, mas Mel você! Cor-de-Melanie, ou cor-de-Melzinha. Eu gosto disso em você.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Aceito sugestões, críticas e pedidos de casamento -q

Obrigada por tudo, e se gostarem, comentem!