O Piano escrita por Isabella Cullen


Capítulo 22
Seguindo a nevasca


Notas iniciais do capítulo

Não demorei viu? E não demorei porque o próximo já está escrito e não queria deixar nenhuma pianista na mão. Meus amores, espero que gostem e não matem a autora no final... e acho que vale a pena dar uma ouvida na música Romeu- Agridoce. É linda e perfeita entenda o que a Bella sente meus amores!



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"Colei os meus olhos no teu mundo
Guardei cada passo teu
Mas eu, julieta, presa nesse pacto
Você, o meu romeu

Entenda esse lado bom
Nem tudo é aflição
Ficamos com o sonho
Ao invés da punição" - Romeu- Agridoce

Boston

Eu desembarquei somente com uma mala pequena nas mãos. Olhei o tempo frio e percebi que apesar de ser uma loucura o que estava fazendo iria ser ali que as coisas teriam um início ou um fim.

– Pensei que fosse demorar mais. – a voz de Jasper me despertou do transe.

– O avião conseguiu pousar antes do esperado.

– Vamos pegar suas malas.

– Só trouxe isso, qualquer coisa eu compro pelo caminho.

– A audiência é daqui a duas horas, quer comer alguma coisa?

– Não, estou bem.

Jasper me olhou incrédulo, mas continuou me guiando pelo saguão do aeroporto sem saber o que dizer ao certo, não tinha o que dizer. Eu avisei a Edward que estava bem e com Jasper, ele falou com Jasper alguns minutos enquanto o taxi nos levava para o tribunal. Eu tinha certeza que Jacob já estaria lá e que ele seria irredutível, mas eu precisava tentar uma última vez, só nós dois.

Tinham poucos repórteres no local e entrar pelos fundos foi a melhor coisa a se fazer. Jasper tinha um amigo que nos acompanharia e que avisou que Jacob já estava no local. Chegou mais cedo tentando evitar a imprensa.

– Onde ele está?

– Eu... – olhei para Jasper e ele assentiu para o amigo. – Está com os advogados em uma sala privada.

– Me leve até ele por favor.

– Bella eu não acho isso prudente entende?

– Uma última conversa Jasper não vai alterar nada.

O amigo dele me levou até a sala anunciando a minha presença e logo eles saíram nos deixando sozinhos na sala privada a poucos minutos da audiência. Era isso. Tudo ou nada. Jacob me olhou surpreso e levantou assim que entrei.

– Pensei que não quisesse mais me ver.

– Temos uma última coisa a conversar.

– Sente-se, soube que veio direto do aeroporto. Eu acho que deve estar cansada.

– Eu estou bem. Só queria falar que nada do que faça ou fale vai me fazer voltar, mesmo que Edward seja um aventureiro e parta meu coração em milhões de pedaços desiguais eu não vou voltar. Acho que vivemos tempo demais em uma mentira e não quero continuar vivendo assim. Por isso Jacob eu espero que seja sensato e assine o acordo que Jasper irá propor, ele deixa você muito melhor do que qualquer outro acordo.

– Eu não quero dinheiro.

– Mas é só isso que eu posso oferecer.

Ele se levantou decidido demais e se aproximou de mim.

– Eu não vou dar o divórcio e mesmo quando esse sair será daqui a muito tempo. Não pretendo te entregar facilmente e eu sei que isso é ruim para você, mas nos casamos nos amando e eu não posso te deixar ir assim.

– Você mentiu, combinou tudo com meu pai e isso acabou com a gente Jacob.

– Eu fiz por amor.

Eu não queria ouvir sobre amor ou qualquer coisa parecida com isso.

– Não vai assinar o acordo?

– Jamais. Você é minha esposa.

– Tudo bem.

Eu saí da sala sentindo minha cabeça doer demais. Eu só precisa saber daquilo, passar por isso. Encontrei com Jasper e esperamos calados o inicio da audiência. O Juiz estava obviamente do lado de Jacob e tudo que ele falava era uma verdade absoluta, é claro que aquilo tudo não passava de apenas uma encenação.

– Vamos marcar uma audiência para daqui a dois meses.

Foi a última coisa que ouvi antes do Juiz fazer sua saída. Jasper me guiou até a saída.

– Quer que eu te leve para algum hotel? Você parece exausta.

– Eu vou ficar bem. Jasper, pague a multa para mim da quebra do contrato. Caso não dê venda alguma coisa, meu apartamento em Londres e certifique-se de que...

– Do que você está falando... Bella...

– Certifique-se de que as coisas andem como devem andar nas minhas ações. Aquelas que compramos...

– Bella pelo amor de Deus o que está fazendo?

– Eu estou bem. Tudo vai ficar bem.

E então eu fui embora, com o coração partido, preocupada com Edward, mas determinada. Não tinha como eu viver brigando com Edward por causa de Jacob, Jacob sempre seria a pedra no nosso caminho e eu nunca seria completamente dele como sonhávamos. Então eu fui embora sabendo que aquilo era o melhor para nós dois e me vi deixando meu menino ao piano. Tocando a música. A nossa música.

A razão por que a despedida nos dói tanto é que nossas almas estão ligadas. Talvez sempre tenham sido e sempre serão. Talvez nós tenhamos vivido mil vidas antes desta e em cada uma delas nós nos encontramos. E talvez a cada vez tenhamos sido forçados a nos separar pelos mesmos motivos.Isso significa que este adeus é ao mesmo tempo um adeus pelos últimos dez mil anos e um prelúdio do que virá.
(Diário de uma paixão)

Moscou – 2013

Lembrar de Edward sempre doía e sempre seria assim. Lembrar da nossa história e recontá-la para mim mesma foi um hábito eu adquiri como se para me lembrar de aquilo um dia foi real. Não tínhamos nos encontrado desde Portugal, eu não tive muitas notícias e pedi para Jasper ser direto em seus relatórios. Ele não entrava em detalhes, mas Rose e Emmett iam se casar e ele achava que ela só estava adiando por minha causa. Ele estava namorando com Alice do jeito que dava. Segundo ele a agenda de Alice era frenética e isso era algo que ele teria que se acostumar.

O frio de Moscou me fazia ficar confortável em minhas decisões nem sempre elogiáveis. Jasper mesmo era extremamente contra ela e dizia que isso era desnecessário, eu não compareci a segunda audiência, conseguimos alegar alguma doença e depois um compromisso. O Juiz estava satisfeito com isso e parecia não se importar com a desculpa usada, segundo Jasper tudo corria como Jacob queria apesar de terem se passado cinco meses desde a última vez que o vi e ele teve notícias minhas.

– Jacob perguntou o real motivo de você não comparecer. – Jasper falou ao telefone.

Eu respondi que não queria e ele perguntou como estava. Eu disse que estava bem. E uma vez por mês eu entrava em contato com Jasper através de uma ligação curta como essa. Eu pedi para ele não fornecer qualquer tipo de informação. E assim íamos. Enquanto eu andava de volta ao hotel via as pessoas tentando a todo custo se proteger do frio, eu não tinha pressa, mas de qualquer forma hoje estava muito frio e eu ficava feliz com isso. Assim que entrei a recepcionista veio até mim correndo.

– Boa tarde senhorita Swan, mas há um homem querendo falar com a senhora. Ele está no restaurante.

Por alguns segundos meu coração acelerou, seria Edward? Eu esperei meu coração se acalmar e fui andando de vagar, bem devagar. Eu não estava pronta para vê-lo. Não estava mesmo. Quando cheguei no salão grande e movimentado vasculhei com meus olhos e vi Jean sentado tomando um café. Me aproximei rapidamente agora sem tanto medo de encontrar com Edward.

– Como me achou? – perguntei sentando na sua frente. Ele sorriu.

– Fácil querida, é só seguir a nevasca. – ele riu mais um pouco. Um garçom veio me atender e eu pedi um chocolate quente. – Como você está?

– Bem.

Ele me analisou por alguns segundo. Vendo aquilo que eu já sabia eu tinha olheiras e estava mais magra do que o esperado.

– É claro que isso é mais uma resposta automática do que realmente a verdade. Mas eu vim aqui com um propósito. Não foi quebra de contrato, Jasper me procurou vendo a multa de quebra de contrato. Mas não foi preciso, não foi quebra de contrato.

– Eu não fui mais aos ensaios e muito menos me apresentei.

– Verdade querida, mas tinha uma clausula bem pequena que te permitia esse afastamento. Usamos ela e agora que já se passaram tantos meses eu estou aqui pedindo para que volte.

Eu não havia tocado piano desde que fui embora. Não conseguia ouvir música. Não conseguia falar de música.

– Não tenho condições. – as palavras saíram sufocadas. Uma pequena falta de ar me tomou.

– Então querida eu tenho uma história para te contar e espero que ela te ajude.

– Uma história?

– Oh sim. – ele sorriu amigavelmente. – Sobre um menino.


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Notas finais do capítulo

Espero meninas que não me matem!
kkkkkkkkkkkkkk sábado eu posto mais!