O Piano escrita por Isabella Cullen


Capítulo 2
Capítulo 2 O chamado para a cura


Notas iniciais do capítulo

Bom meninas como aquele capítulo foi pequeno eu postarei antes de segunda um noco capítulo. Obrigada por estarem aqui e acreditarem na fiction meninas, prometo grandes emoções.



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BELLA – 2012

Eu gostava do efeito do frio em mim, eu sabia que em poucos minutos eu deveria me abrigar para não congelar, só que estava agradável demais aquele inverno. Olhei meu relógio verificando mais uma vez se estava na hora. Não estava. No entanto, eu poderia me aquecer um pouco antes do meu encontro com Jean. O homem de meia idade merecia minha total atenção, sempre foi leal e defendeu meus interesses no outro segundo que me conheceu.

O café estava um pouco cheio, mas havia uma mesa no fundo que parecia não interessar os pequenos grupos que se formavam em busca de algo quente. Retirei minhas luvas, pedi um café forte e respirei fundo tentando me acalmar, eu ainda estava nervosa e in segura demais.

- Isabella?

A figura não me era conhecida e estranhei o fato de alguém me reconhecer ali.

- Sim. – respondi.

Ela abriu um sorriso largo e simpático e sentou na minha frente como se fossemos conhecidas, a mulher baixa e de cabelos espetados não se intimidou em nenhum momento pela minha expressão de espanto quando ela sentou.

- Alice, prazer.

- Prazer. Não nos conhecemos não?

Ela sorriu.

- De forma alguma. Sou apenas uma humilde representante do meu irmão, ele está em Paris com a Orquestra de Berlim para uma única apresentação. Jean me deu suas características e eu deduzi que se tratava de você.

- Sim. – pensei um pouco sobre aquilo – Seu irmão então é outro prodígio de Jean?

- Sim,  ele viu Edward tocando na escola quando ele tinha apenas onze anos e desde então o gerencia. Eu me formei em administração há alguns anos atrás e hoje ajudo um pouco ali e pouco aqui.

Pelo tom eu percebi que havia algumas informações que estavam sendo omitidas, não era da minha conta.

- E você? Jean sempre fala muito de você. Uma verdadeira musa inspiradora.

Eu ri com aquela expressão que me deu a impressão de que não tinha sido nenhum dos dois a criar, mas isso era coisa da minha cabeça.

- Jean exagera. Eu sou um pouco mais reclusa. Jean me encontrou através de uma amiga, ela iria tocar numa apresentação e quando chegou na hora o piano desafinou. Eu afinei ele para ela e quando ele chegou eu estava vendo se o trabalho estava bom tocando Rachmmanioff concerto dois. Eu tinha apenas vinte anos.

A lembrança do porque daquela música e do porque eu estar ali me deixaram um pouco triste. Eu precisava aprender a lidar com a dor melhor eu sabia disso, mas de qualquer forma eu achava que já tinha melhorado bem. O tempo da amargura passou, do rancor e da mágoa. Eu poderia, um pouco mais fria, lidar com aquilo sem me debulhar em lágrimas.

- É casada?

Olhei para minha mão. Eu tinha retirado a aliança a pouco tempo.

- Sim, há três anos.

- Você é tão nova quando Edward.

- Uma vez Jean comentou que tínhamos a mesma idade, temos 24. Você eu suponho seja mais velha.

- Sim. Sou mais velha apenas um ano que Edward, mamãe e papai foram um pouco apressados. – ela riu – E temos Emmett, ele é adotado, mas é um amor. Está terminando a faculdade.

- O que ele faz?

- Medicina. Está fazendo sua residência em Londres, mamãe e papai estão com ele, só para garantir que ele termine.

Ela riu e era como uma piada particular. Eu via como a família era importante para eles. Pareciam unidos só pela forma como ela falava.

- Você e seu marido ainda estão em lua de mel não? Mamãe disse que ao mesmo tempo que queria matar meu pai nos primeiros anos, esses foram os mais inesquecíveis.

Eu queria gritar que eu tive apenas um mês de algo inesquecível e que aquilo de certa forma acabou comigo no final. Me controlei.

- Sim.

Ela não acreditou e nem eu. O café foi servido, Alice pediu um chocolate quente e assim que Alice foi servida, Jean entrou animado e feliz como sempre. Aquele homem baixo e gordo era o único inglês que eu conhecia que conseguia se atrasar daquela forma, olhei para o relógio junto com Alice e percebi: vinte minutos atrasado.

- Desculpa a demora, Agnes achou algumas lojas e queria realmente acabar com o estoque das lojas sem se importar com o quanto isso iria pesar na mala ou como iríamos pagar por aquilo.

Ele sentou e chamou o garçom. Pediu algo bem forte e ficamos ali esperando o pronunciamento dele. Jean retirou suas grossas luvas e nos sorriu.

- Eu tenho algo importante para falar.

- Eu não viria aqui a toa. – brincou Alice.

- Eu respeitei seus meses Bella, você pediu um tempo e eu lhe dei. Entendo o quão triste foi tudo. – ele tinha que falar disso, olhei para o lado procurando alguma coisa que não fosse aquelas lembranças – O piano a chama minha querida. Ele faz parte de você e eu sei que tocar é um alívio para a alma, principalmente em momentos de dor.

Me senti vulnerável e exposta demais. O vazio cresceu mais um pouco em mim, respirei e coloquei a máscara.

- Eu irei me aposentar, não sou tão novo quanto pareço. – Alice riu de seu comentário – deixarei vocês na mão de meu filho James, mas antes dele assumir isso eu preciso dar a mim mesmo essa oportunidade. Estão sendo requisitados pela Filarmônica de Paris, eles estão reunindo os melhores do mundo para uma turnê mundial e um dueto seria perfeito. Eles estão animados com a idéia já que você e Edward são os melhores.

- Edward é melhor, até mais popular, ele com certeza se sairá bem.

- Para um dueto é preciso dois minha cara. – ele riu disso – Dois pianos, dois talentos reunidos no mesmo lugar tocando como nunca antes foi visto, isso encerraria minha carreira de maneira esplêndida.

- Quanto tempo? – Alice perguntou antes de falar mais um não.

- Uma temporada inteira.

Isso seriam seis meses. Mais dois de ensaios no mínimo.

- Quantos países?

- Dez, mas poderiam haver mais depois da primeira apresentação que será em Paris. Não confirmamos Canadá e nem Hungria apesar de mostrarem interesse.

- Porcentagens?

Alice era prática.

- Edward e Isabella serão pagos individualmente. Com mais acréscimo nas bilheterias, caso eles percebam que isso chamou a atenção. Foi um acordo difícil, mas digamos que na segunda apresentação já estarão muito bem arranjados.

Alice começou a  mexer freneticamente em um tablet e eu apenas suspirei.

- Edward lança um CD  nos EUA nesse meio tempo.

- Vocês terão uma pausa de algumas semanas, ele pode divulgar o CD dele nesse tempo, mande por e-mail as datas e eu providencio tudo querida, eu sei como esse é um projeto importante para ele.

- Seria perfeito. – ela sorriu para Jean e os dois me olharam – E você Bella?

Ela me chamou de Bella, só Jean me chamava assim, mas não me importei. Pela primeira vez esse apelido pareceu certo.

- Preciso... não sei Jean...

- Recusar uma oportunidade dessa seria quase pecado, viajará e poderá se recompor nesse meio tempo. Fiquei muito preocupado com você, mas sei que de alguma forma a música te curará meu anjo, ela te salvou uma vez não lembra?

Eu lembrei de quando tocava no lugar de Rose e ele simplesmente entendeu que eu precisava daquela música e daquele piano antes mesmo de mim.

- O piano é seu aliado Isabella e não seu inimigo, não se volte contra ele agora.

Aquele inglês sabia usar as palavras muito bem. Lealdade, ele sempre foi leal a mim e eu queria dar a ele algo de volta. Eu queria que ele tivesse sua tão sonhada turnê.

- Sim, podem contar com a minha presença.

Ele sorriu orgulhoso de mim.

- Envio os detalhes por e-mail. Nos encontramos semana que vem em Paris para os ensaios.

- Já? – Alice ficou surpresa. – Semana que vem é Natal Pierre.

- O Natal em Paris é magnífico, eu tenho certeza que Esme dessa vez gostará.

- Ela vai detestar passar longe de vovó....

- Vovó Cullen poderá vir, convido todos vocês para uma ceia na minha casa de Paris no campo e me redimo com Esme.

Alice sorriu.

- Você sabe que ela adora aquela casa não?

- Te mando a proposta de venda e vocês podem dar a ela de Natal, Agnes não quer mais ela e acha que um pequeno apartamento no centro seria mais conveniente.

- Mamãe ficará muito feliz Jean!

- Preciso ir. Tenham um bom dia.

Eu saí. Sem me despedir educadamente ou esperar cumprimentos, aquela história de família e avó estavam me trazendo lembranças difíceis.


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Notas finais do capítulo

Se puderem e quiserem meninas... comentem!