O Piano escrita por Isabella Cullen


Capítulo 1
Capítulo 1 O menino


Notas iniciais do capítulo

Embarcamos hoje em mais uma aventura. O piano é um drama com toque de sensualidade e emoção. Espero que gostem porque realmente está sendo elaborado com muito carinho e cuidado.O que eu posso adiantar além disso?Esperem um romance arrebatador!



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BELLA - 2013

A palavra epifania pode ser usada para definir uma inspiração, um pensamento iluminado. Os ingleses costuma usar mais ela mais do que os americanos para se referirem a uma idéia que eles achem brilhante.A definição que eu mais gosto vem do conceito filosífico. Segundo os filósofos, epifania significa uma profunda realização no sentido de compreender a essência das coisas, podemos a partir daquele momento considerar que estamos realizados ou completos. Por que essa palavra e todos seus significados? Porque em agosto de 1992 eu tive uma epifania.

Minha babá estava comigo em Londres, meus pais estavam em Paris para uma festa e eu estava entediada. Ela me disse que havia uma casa vizinha que s empregados tinham filhos e que eu poderia brincar com eles caso não mencionasse nunca a minha mãe com quem eu estava brincando. É claro que concordei. Eu era uma menina magra, de cabelos longos e desajeitada. Meus pais nunca me levavam as festas ou a alguma reunião com mais de dez pessoas, tudo isso porque eu passava a metade do tempo vermelha de vergonha e todos pensavam que eu estava passando mal. Um belo dia, eles simplesmente pararam de me levar e eu agradeci a tudo quanto era crença por aquilo.

A casa que ela tinha mencionada não era bem uma casa, era uma antiga mansão que ficava no interior de Londres, fomos de carro com a desculpa de visitar a dona da mansão que poderia ter alguma sobrinha da minha idade. Eu e ela sabíamos que não havia, mas era um segredo nosso e que se desse certo eu poderia ter alguma companhia naqueles dias. Nós chegamos e vimos a movimentação dos empregados e assim que descemos eles nos cumprimentaram. E lembro de minha babá cumprimentar a todos com tanta familiaridade que eu supus imediatamente que ela já tinha trabalho lá.

– Trouxe Isabella! – alguém falou atrás de nós.

– Ela estava entediada Esme, Alice se encontra?

A senhora me olhou simpática.

– Alice está na casa de uma prima minha aprendendo bons modos. Ela e Edward não tem nenhum! E ficar só com o irmão não estava fazendo bem.

– Oh... pensei que elas poderiam brincar.

Eu ainda lembro da cara de decepção de minha babá, ela espera que fosse uma tarde agradável.

– Mesmo que telefone, Alice só chegará amanhã e minha prima ficaria ofendida por Irina não ter todos os dias que prometemos com Alice.

– Claro! Bom, vamos tomar um cháe quem sabe numa outra visita não é mesmo Isabella?

– Claro. – disse educada.

Nos sentamos numa área confortável da cozinha. O chá estava quente e agradável então eu pedi permissão para ver a mansão, a única restrição era para não mexer em nada, eu não era de fazer isso mesmo. Andando pelos cômodos eu encontrava o ar antigo da casa engraçado, parecia que Jane Austen passaria por mim a qualquer momento, ou algum irmão Grimm com seus livros na mão. Vi alguns empregados parados perto de uma porta sorrindo e comentando baixo. Me aproximei na tentativa de entender e eles saíram furtivos, mas ao me aproximar me deparei com a figura de um garoto sentado ao piano, o som que vinha dali era magnífico e mesmo não entendendo nada de música eu poderia jurar que era uma falsa, como eu sabia daquilo? Não entendia.

Olhei para o piano admirada, ele era grande e imponente, o menino deveria ter a minha idade e tocava com tanta habilidade que me perguntei a quanto tempo ele tocava. Ele fechou os olhos em algum momento me fazendo crer que tudo aquilo foi ensaiado tantas vezes que os olhos eram meros acessórios. De repente ele me olhou, me assustei por alguns segundos sentindo meu coração disparar sem entender. Ele se voltou para o piano tocando uma outra música e dessa vez que fechou os olhos fui eu. A música tinha algo palpável, mas eu não conseguia, talvez pela minha idade compreender, eu só sentia a ligação. A forte força que me impulsionava agora de olhos abertos para perto do piano.

Toquei ele com cuidado apesar dele parecer mais forte do que os estragos que minha pequena mão poderia fazer, o menino continuava tocando e naquela hora eu pensei: ele toca para mim. E eu amei a sensação de alguém fazer algo para mim, só para mim. Sorri para ele e tenho certeza que nunca mais esqueci aquele sorriso, a música mudou ficando animada e percebi uma comunicação. Ele estava feliz com meu sorriso, eu estava feliz com o sorriso dele e então a música era feliz. Mágico. Como algo tão banal se transformou em tudo?

Naquele dia, aos meus seis anos eu tinha a minha epifania. Eu nunca mais fui a mesma. E hoje aos 25 anos eu tentava ter outra e me decidir o que fazer. Eu queria que o frio do inverno Russo me trouxesse outra vez essa sensação de certeza e domínio, mas eu estava um caos. A vida virou um caos. E eu queria tanto saber o que fazer, como ir ou ficar. Toquei o pinchente lembrando de quando ganhei e fechei meus olhos ouvindo a voz dele.

– As notas do meu coração.


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Notas finais do capítulo

Meninas essa fiction eu vou postar uma vez na semana, não sei o dia ainda, possivelmente as segundas e espero que estejam comigo na caminhada da Bella até seu verdadeiro amor.