Doce Tormenta escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 33
Milagres.


Notas iniciais do capítulo

Capítulos finais, :'(
300 comentarios, obrigado gente.
Aproveitem e Comentem, Recomendem e Favorizem antes da fic acabar.
O que vocês acham de uma nova fic, focada no passado, com a Mel a Trice, a Jenna e o James na faculdade? O que acham de descobrir mais sobre o Passado deles todos?
Me digam se gostaram da ideia. Beijo beijo Leiam Para Lembrar ok?
http://fanfiction.com.br/historia/436066/Para_Lembrar/



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~~ Melanie ~~

Então estar morta era assim, permanecer na completa escuridão, com alguns ecos de sua própria agonia? Ter e não ter controle de suas memória, de suas lembranças. Uma dor, mais uma delas, me incomodava. Acho que era em meu peito aquela sensação de estar sendo sugada. A princípio resisti, não queria deixar a escuridão, o vazio, eles eram aconchegantes e me embalavam, mas então a pressão em meu peito tornou- se insuportável, deixei-me levar por ela. Quando o fiz, foi como se tudo voltasse, então eu sentia, sentia outra vez tudo aquilo que a pouco esquecera.

Nathan se foi.

Matei meu pai.

No processo também perdi todos aqueles que amava, e agora estou morta. Mas se estou morta por que ouço esse som estridente e irritante.

– Você precisa ficar bem Mel, Ethan precisa de você, nós precisamos.

Aquela era a voz de Trice? Talvez eu não estivesse morta, mas sem Nathan desejava estar. Mesmo depois de sentir uma picada em meu braço esquerdo não abri os olhos, me forcei a ficar ali, apenas encarando o vazio dentro de mim.

~~

– Ele se foi, ainda não posso acreditar Adden, não posso. Quando ela acordar o que diremos? Não posso fazer isso.

Aos poucos as palavras de quem quer que estivem as dizendo foram fazendo sentido, estavam falando de Nathan, o meu Nate, aquele com quem iria me casar em um mês. Esperei pelo silêncio, então abri os olhos. Não fora uma tarefa fácil, minha cabeça doía muito e todo o branco do quarto ao meu redor fazia com que ela doesse ainda mais. Eu estava em uma cama, conectada a vários fios ligados a algumas máquinas. Tentei mexer o braço esquerdo, mas não pude, gemi de dor ao fazê-lo. Não foi preciso muito para perceber que meu corpo estava todo machucado, com muitos hematomas, chorei lembrando como os adquiri. Minha panturrilha direita ardia bastante, descobri uma queimadura naquela região. Tudo em mim doía, mas nada se comparava a dor em meu peito, a dor de saber que agora estava sozinha, de saber que o homem que amo havia me deixado, havia sido tirado de mim, para sempre.

As malditas lágrimas vinham com tanta facilidade que nem as percebi antes. A porta do quarto se abriu, revelando um velho vestido de branco que me olhava como se fosse um fantasma.

– Srta. Davis. - ouvi-lo me chamar assim era como um insulto, não tinha a beleza de como quando Nathan pronunciava as mesmas palavras, e doía. - Não achei que fosse acordar tão cedo. Sou Philip Adams, e...

Ele continuou a dizer alguma coisa, mas não podia ouvi-lo, não queria ouvi-lo, nada mais importava, nada mais fazia sentido.

– Eles são um verdadeiro milagre, nunca vi algo como isso antes Melanie, assim como você é uma guerreira tenho certeza de que será uma mãe maravilhosa, é claro que será arriscado mas...

Mãe? Esse cara só pode estar me gozando. O ignorei, voltando para meu luto interno.

– Gêmeos, quem diria. .... Srta. Davis? Esta me ouvindo?

Voltei minha atenção para ele, acho que o velho não pararia de falar até ter um pouco dela. - Como se sente? Precisamos de você saudável, e...

– Acabe logo com isso. O que quer? - posso ter sido rude, mas nessa merda de vida todos somos monstros.

– Estava dizendo que os bebês precisam de você saudável e...

– Bebês? - encarei o médico que gozava com a minha cara, ele não tinha cara de quem fazia piadas. Era velho, na casa dos 50 eu diria.

– Sim, você está gravida, de gêmeos.

Aquilo só podia ser uma brincadeira de mal gosto, eu não posso ter filhos.

– Tem certeza disso? - perguntei, minha voz não passava de um sussurro.

– Absoluta.

Mais, e se? Não! Aquilo não estava acontecendo, seria impossível certo?

– Eles,... Eles não, ... Não são de...de.- não consegui terminar, não pude terminar, imaginar que meus bebês podiam ser daquele monstro me fazia sentir náuseas.

– Não. Você está de aproximadamente dois meses. - a voz de Philip era triste, quase fúnebre, fiquei aliviada por saber que meus bebês era meus e de Nathan, mas logo a realidade me abateu. Como iria criar não um, mais agora três bebês dele, sem ele aqui?

– Não posso fazer isso, não sem ele. - minha voz saiu esganiçada e rouca por conta do choro que prendia, minha garganta também ardia.

– Estamos fazendo o possível, acredite. Nathan é tão forte quanto você Melanie.

Espera!

– Esta dizendo que ele, ...que ele está...vivo? - apenas a possibilidade de que ele estivesse vivo fazia com que meu coração voltasse a bater.

– Sim, mas é complicado, Nathan encontra-se em coma, o tirou raspou-lhe o coração. Se o irmão dele não tivesse encontrado vocês a tempo, ambos estariam mortos.

Ele estava vivo, isso era suficiente.

– Preciso vê-lo. - a máquina ao meu lado apitava muito mais rápido agora, acho que era ela quem estava conectada a meu coração, que batia descompassado agora. Comecei a desconectar todos aqueles cabos de mim, doía mais mesmo assim continuei.

– Melanie não acho que deva fazer isso, precisa descansar, está desidratada e os bebês...

– Não me importo, acredito que eles também queiram saber como o pai deles estão, então me leve até ele, ou descobrirei sozinha como chegar até lá.

Desci da cama, tendo uma pequena vertigem, eu realmente estava muito fraca, meu corpo todo doía, mas isso não me impediria de vê-lo. Philip foi até o lado esquerdo de minha cama, pegando o telefone e discando alguns números.

– Preciso de uma cadeira no quarto 313. E leve um soro e uma cama extra para o quarto 704.

Em dois ou três minutos uma enfermeira apareceu com a tal cadeira de rodas. Sentei-me nela rezando a quem estive me ouvindo para que Nathan ficasse bem, não apenas por mim, mais por nosso filho e os bebês que estavam a caminho. Era estranho pensar que enfim seria mãe, acho que nunca acreditei que realmente pudesse ser. Todos os médicos que visitei me diziam o mesmo, que não podia ter filhos. Acho que eles estavam errados, ou certos de certa forma, pois eu não podia, não sem Nathan.

Quando finalmente chegando ao quarto 704, meu coração doía. Philip abriu a porta e sem pensar deixei a cadeira, correndo até a cama onde a razão de minha existência se encontrava. Nathan tinha muito mais tubos e outras coisas que não sei dizer conectados a ele. Ele parecia febril, estava tão sereno que se não fosse pelo tubo em sua boa, poderia dizer que ele estava apenas dormindo. O quarto 704 era bem maior que o meu, espaçoso, muito branco, apático. Uma cama extra fora realmente colocada no canto direito do quarto.

– Vou deixá-los a sós.

Assenti é Philip saiu, me deixando com Nathan. A cama onde ele estava era grande o suficiente para nós dois, então com certa dificuldade subi nela, deitando-me ao lado dele. Era difícil não chorar, precisava chorar, as lágrimas vinham sendo minha única companhia a muito tempo.

– Tenho algo para te contar, gostaria que fosse em uma situação diferente, nem ao menos sei se você pode me ouvir. Estamos grávidos, gêmeos, ... É eu sei, um milagre não? .... Preciso de você Nathan, agora mais do que nunca, nós precisamos de você. - disse enquanto acariciava minha barriga. Como pude não perceber a pequena protuberância nela? - James me contou sobre a cláusula, tudo bem, sei que não está comigo por um papel ou algo do tipo, o que temos é melhor e maior que isso. Esperarei por você se for preciso, nunca o abandonarei, "até o sol nascer a Oeste e se puser a Leste" lembra?

~~

4 meses haviam se passado, Philip ao contrário de todos no hospital acreditava que Nathan iria acordar. Eu também acreditava, sabia que ele voltaria quando estivesse pronto. Todos os dias Ethan e eu íamos visita-lo, e eu lia para eles.

A cada dia ficava mais difícil fazer coisas normais como dirigir por exemplo, pois agora de seis meses minha barriga estava consideravelmente grande.

Ethan adorava Harry Potter, assim como eu. Tínhamos acabado o ultimo livro na uma semana passada. Agora estávamos lendo As crônicas de gelo e fogo.

“ Seu ou meu sonho,... essas questões são para sábios de braços fracos. Você é a lua da minha vida, isso é tudo o que sei, e tudo o que preciso saber. E se isso for um sonho....

– “Matarei o homem que tentar me acordar”. – levantei os olhos quando ouvi a voz dele. Nathan estava acordado, e continuava a frase de Khal Drogo.

Levantei deixando o livro na poltrona e me joguei sobre ele.

~~

– Não definitivamente não.

– Por que não? Valentina é perfeito. – Trice e eu discutíamos sobre qual seriam os nomes dos bebês na mesa do restaurante enquanto os rapazes brigavam por futebol. Homens. Não fazia nem dois meses que Nathan havia acordado e ele e Adden, como sempre, brigavam o tempo todo.

A filha de Trice e Adden havia nascido a quase um mês, a pequena Amy era linda, ruiva como sua mãe, com os olhos verdes de Adden. Parecia uma bonequinha de porcelana francesa.

– Katy?, Jessie?

– Não. – minha cabeça doía, o calor estava de matar, minha amiga insistia que seriam meninas, eu apostava em meninos. Jasper e Jeremy.

– Carrie? Elisa? – senti algo escorrendo por minhas pernas, seguido de uma pontada em minha barriga. Arfei. – Britney?

Inconscientemente comecei a balançar a cabeça. A dor era tanta.

– Britney, é um belo nome mas...

– CALE A BOCA PORRA!

Todos pararam para me olhar, como se eu fosse louca, merda estava na hora.

– Amor? - Nate me olhava intrigado com minha atitude.

– É agora Nathan.

Seus belos olhos azuis se arregalaram, Nathan instantaneamente ficou branco, muito branco, petrificado.

Senti mais uma contração. Deus, aquilo doía.

– Faça alguma coisa Nathan, ou espera que eu vá ter seus filhos aqui?


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Notas finais do capítulo

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