~~ Nathan ~~

Trice partira um dia após retornarmos do cruzeiro, Melanie também. As semanas passavam rápidas, o que me consolava sabendo que ela a cada dia que passava, ficava mais perto de retornar. Já não via Adden a 3 semanas, desde a manhã em que elas se foram, embora tenha tentado entrar em contato. Ao que parece ele não ficava mais em casa, nunca o vira daquela forma, acho que o amor realmente muda as pessoas, e Adden não fazia parte das que sabiam lidar com ele.

Melanie e eu nos falávamos diariamente, ele era a minha luz no fim do túnel, sempre fora. A duas semanas pedira um adiamento na clausula de meu pai, e Austin me ligara dizendo que o pedido fora aceito, então eu tinha 3 meses a mais, o que de fato não importava muito. Pretendia contar tudo sobre a cláusula a Mel assim que ela chegasse, não queria nem um tipo de mentira ou segredos entre nós.

No domingo, exatamente uma semana para a chegada de Melanie decidi tentar uma última vez encontrar Adden para irmos ao almoço de Susan, que estava quase enfartando com o sumiço dele. Estacionei em frente ao seu prédio, não pretendia demorar.

Bati várias vezes em sua porta, ou ele realmente não estava em casa ou não queria atender. Acredito na segunda opção, então desci lá embaixo na recepção e pedi uma chave reserva. Quando finalmente consegui abri a porta de seu apartamento quase tive uma parada cardíaca. O lugar fedia, a mofo, comida estragada e sei lá ao que mais.

Não precisei andar muito para encontra-lo. Adden estava desacordado dentro da banheira, decadente a cena.

Sem muita delicadeza lhe dei uma bofetada na cara.

– Acorde cara.

Ele resmungou algo incompreensivo. Acho que outro tapa não faria mal.

– Acorda porra.

Ele finalmente acordou, olhando-me como se eu fosse o irmão louco, não ele.

– Dá pra parar de me socar cara? – ele fedia a álcool, e acho que não tomava banho a muito, muito tempo.

Apenas levantei e liguei o chuveiro.

– Filho da puta, não percebeu que ainda estou de roupa?

– Você está fedendo. Estarei na sala, saímos em 15 minutos. – dizendo isso, me dirigi até sala, enquanto ele gritava.

– Não vou a lugar algum Ken.

– Ah você vai sim pequeno Troy, nem que tenha de arrasta-lo até lá. – praticamente rosnei.

Em exatos 15 minutos estávamos em meu carro. Adden não fedia mais, porém ainda parecia mais magro, sua olheiras eram profundas e ele parecia cansado.

– Quer conversar sobre isso? – perguntei enquanto dirigia até a casa de Susan.

– Não, apenas dirija, estou bem. – ele ainda fitava a janela.

– Não, não está cara. É isso o que as mulheres fazem conosco, elas nos fodem, mas também nos mantem vivos. Porque não para de se comportar como um garoto e vai atrás dela, acredito que...

– Cale a boca Nathan, não sabe do que esta falando.

– Na verdade sei, sei melhor do que ninguém Add, fui abandonado duas vezes, e na segunda delas decidi me portar como um homem e veja, hoje tenho tudo o que preciso. Acordei e fui atrás do que queria para mim, simples assim. Aconselho que faça o mesmo antes que a perca de vez.

Não disse mais nada durante o resto do trajeto, ele apenas permaneceu quieto, fitando a janela.

Chegamos a casa de Susan, que pareceu aliviada e decepcionada ao mesmo tempo quando viu Adden. Ela agira estranhamente durante todo a tarde, distante e descontente, não fora calorosa como sempre, nem mesmo comigo.

– A sobremesa esta muito boa Suzzie. – era a primeira vez que Adden falava desde que chegamos.

– Obrigado. – a frieza em sua voz era palpável. – Nunca pensei que o veria assim Adden, agindo como um covarde, agindo como seu pai.

Peter a olhava incrédulo, Adden apenas abaixara a cabeça, derrotado.

– Não a merece sabia? – do que diabos ela estava falando? – Nunca deveria ter encostado nela Adden.

Ele levantou o olhar e neste vi lágrimas. Adden chorando? Deus.

– Tem razão Suzzie. – com isso ele levantou e se foi.

Petrificado apenas assisti a cena. Não sábio o que fazer, apenas voltei a olhar Susan que parecia muito triste. Despertando de meu devaneio levantei-me e fui embora também, sem nenhuma palavra.

~~

Finalmente fevereiro chegara, trazendo com ele minha Melanie para casa. Ela estava radiante, corada e com um corte de cabelo mais curto e clareado na parte inferior, realçando a cor de seus olhos cor de oceano. Ela nunca esteve tão linda como agora, enquanto andava em minha direção no aeroporto. Durante o decorrer da última semana tentara falar com Adden, mas ele parecia ter de fato sumido.

– Algo errado? Não gostou do almoço? – ela parecia distante enquanto comíamos, estava ficando preocupado. Talvez fosse algo relacionado com seu pai.

– Não, tudo esta perfeito. – era difícil acreditar quando sua voz parecia tão desanimada e cheia de sarcasmo.

– Mel, eu ...

– Nem ao menos sabe que dia é hoje não é? – ela agora me olhava.

– Não amor, porque deveria saber?

– Sim Nathan, você deveria, deveria ligar para a porra da data. – sua voz começou a alterar-se.

– Mel ...

– Tudo isso é demais pra mim sabia? É tão injusto Nate. – Melanie começou a chorar, odiava ve-la assim, levantei caminhando até ela, que rapidamente fez o mesmo, mas afastando-se de mim. – Não, por favor. Estou cansada e preciso dormir.

– Me diga o que a esta incomodando, que merda de dia é hoje? – tudo bem, eu estava começando a ficar um pouco desesperado.

– Hanna completa nove meses hoje. – ela me olhava com lágrimas nos olhos. Doía vê-la assim. – E você não se importa com a droga do teu filho, aconselho você a começar a se preocupar Nathan, você ainda tem tempo. Faça logo pois este será o único que terá, porquê, adivinhe? Sou uma merda de mulher que não pode lher dar filhos. É como um piada cósmica não acha, Beatrice também engravida, e não quer o bebê. Como acho que me sinto sabendo que a qualquer momento ela pode acabar com o que sempre quis?

Acho que ela ia continuar, mas vi seus olhos se arregalarem fitando algo atrás de mim. Virei, me deparando com Adden, branco como se tivesse visto um fantasma.

– Como pode Melanie? – isso foi tudo o que disse antes de sumir pela porta por onde a pouco havia entrado.