~~ Especial ~~

http://www.youtube.com/watch?v=TWv2ZKGt0Ak

~~ Adden ~~

Deus, como queria voltar lá e acabar com aquele filho da puta. Imaginava varias maneiras de matar o desgraçado enquanto subia para o quarto. Afinal quem ele era para toca-la? Beatrice não me pertencia, mesmo assim agi como um Neandertal quando a vi deixando o idiota quase beija-la. Abri a porta com mais força do que o necessário, adentrando o quarto. Mal a fechei quando a ouvi ser aberta novamente , virei e encarei a cachorra que me fazia agir como um animal.

– O que pensa que esta fazendo aqui? – falei rispidamente.

– Escute Adden, você não...

– Não o que? Não deveria ter estragado a sua próxima foda Trice?

– Não fale assim comigo garoto. – Beatrice estava vermelha, não sei dizer se era pelas lágrimas que derramava ou por estar furiosa. Fui até ela a prendendo contra a porta, a cachorra tinha de aprender que eu deixara de ser um garoto a muito tempo.

– Nunca mais me chame de garoto outra vez? Entendeu. – disse pausada e claramente. A pressionava contra a parede e a proximidade entre nós fez com que meu corpo traíra e desesperado pelo dela doesse. Vi que não era apenas eu quem sofria quando ela estremeceu. – Não sou mais um garoto Beatrice, e você não pode negar o que sente por mim. – me aproximei até que sussurrava em seu ouvido. – Não sei qual é a merda que acontece entre nós, mas agora irei mostrar para você o que um garoto não poderia fazer Francesinha.

A puxei contra mim, a beijando desesperadamente, não sabia porque mas precisava dessa mulher complicada e irritante de lábios doces. Pegando no colo a joguei na cama, um tanto brusco, mas foda-se Beatrice precisava de um macho alfa, eu seria esse cara.

– Espero que esteja preparada Trice, irei fode-la até quando quiser.

E foi o que fiz. Em seguida tomei um banho gelado e saí, a deixando sozinha com lágrimas nos olhos. Porque me importava? Essa era uma boa pergunta.

~~ Beatrice ~~

Assisti Adden sair do quarto sem dizer nada, queria mais do que tudo chorar, era isso o que ele tinha a oferecer, uma foda boa e nada mais? E se eu quisesse mais? Eu queria mais?

Lentamente deixei a cama e fui até o banheiro. Abri a ducha deixando a água cair sobre mim, as lágrimas não demoraram a voltar, escorregue pela parede até o chão, onde fiquei pelo que pareceu uma eternidade. Finalmente criei forças para sair do chuveiro, quais não tinha para me trocar ou secar o cabelo, apenas me enrolei em um roupão do hotel e voltei para a maldita cama que cheirava como ele agora.

Adormeci tentando entender o que sentia por Adden, e é claro que não obtive resposta alguma. O som da porta me despertou, o vi entrar, seu perfume impregnando o quarto. Deus, como amava aquele cheiro. Ainda não estava preparada para encara-lo, apenas fingi estar dormindo quando ele se aproximou, tocando minha bochecha delicadamente. Involuntariamente estremeci, o vendo caminhar na direção do banheiro. Aquele sentimento de abandono logo me tomou enquanto ouvia o barulho da ducha, mas fora substituído por insegurança quando o vi retornar, nu. Ainda fingindo dormir permiti que ele removesse meu roupão, em seguida o senti subir a cama. Meu peito doía e não sabia explicar porque Adden Clark me fazia sentir assim, nem mesmo quando ele virou-se colocando-me gentilmente em seu peito. Acho que já não o via como um garoto. Deixei uma lágrima solitária rolar antes de me prender a ele e adormecer novamente.

Lentamente abri os olhos, deixando a luz do local despertar-me. Olhei para o lado na esperança de vê-lo, mesmo já sabendo que não o encontraria ali. Levantei, tomei uma ducha, e pedi o café, não tinha a menor vontade de deixar o quarto. Ainda comia quando ouvi uma batida na porta, a abri e me deparei com Melanie que encarava-me preocupada. Nunca fui dessas que ficam pelos cantos chorando por um coração partido, mas enquanto a encarava não pude impedir as malditas lágrimas de caírem .Deus que merda estava acontecendo comigo? Eu não chorava, não chorava desde a morte de Zac ou a de Jenna.

– Não chore. - ela agora me abraçava, suspirei e quando inspirei, o cheiro que emanava dela me fez correr até o banheiro, me debruçando contra a privada, vomitei tudo o que havia comido a pouco. Melanie preocupada me seguiu.

– Pelo amo de Deus Mel, fique onde esta. - ela rapidamente parou a porta do banheiro me encarando como se fosse louca.

– Podemos conversar depois? - Sim, mas preciso saber se está bem Trice, ontem Nathan não me deixou vir aqui e Adden disse...

Não queria ouvir sobre Adden ou qualquer merda que ele pudesse ter dito.

– Por favor, só vá tomar um banho, e por favor não use esse perfume outra vez, ou nenhum de preferência. - falei, enquanto ela ainda me encarava preocupada.

– Por favor Mel, estou bem, só preciso de um tempo ok?

– Tudo bem, voltarei mais tarde, precisamos conversar. - dizendo isso ela se foi.

Fiquei sentada ali por mais algum tempo enquanto os enjoos iam e viam acompanhados de tonturas. Tomei outro banho, peguei minhas coisas e deixei o quarto, não queria ver ou falar com ninguém.

Passei a tarde toda na parte inferior do navio, longe da cozinha ou do restaurante, não era muito agradável estar em alto mar enjoada como me encontrava hoje. Tenho certeza que foram os camarões, quem come camarão as 9 da manhã?

Perto das 8 voltei para o quarto, afinal não tinha um outro lugar onde me esconder. Abri a porta e vi Adden em pé passando as mãos pelos cabelos como Nathan faz quando está nervoso.

– Onde estava? - ele praticamente cuspiu as palavras ao me ver.

– Não lhe devo satisfações garoto. - embora não o visse como um garoto era divertido vê-lo se contorcer quando o chamava assim.

– Ja não disse para não me chamar assim? Pensei ter deixado claro ontem que não sou mais um moleque. - apenas a lembrança de suas mãos em mim me fazia estremecer, mesmo que ele não tenha sido tão gentil quanto na véspera de Natal, ele ainda me surpreendera literalmente me fodendo como ninguém jamais havia feito.

– Depende do que quer dizer com deixar claro pequeno Adden. - pequeno? O cara tem 1,80 de altura e o chamo de pequeno? Estúpida. Adden partiu para cima de mim como um louco, arrepios me tomavam e não era de um jeito ruim. Quando vi estava outra vez imprensada contra a parede.

– Não consigo me controlar quando me diz essas coisas Beatrice. - ele sussurrava fazendo com que minhas pernas bambeassem. - Então peço que pare, pois tudo o que posso lhe dar é uma boa foda, não espere mais do que isso.

Era isso o que queria? Uma boa foda e mais nada? Era isso o que me tornará desde a morte de Zac, uma máquina de fodas? Uma fodida de merda. Eu amara Zac, pretendia me casar com ele, ter filhos e a merda toda, só não esperava que o filho da puta fosse se explodir em um acidente de carro. E agora aqui estou eu, mesmo depois de ter sido quebrada em mil pedaços me submetendo a dor outra vez por migalhas da atenção de alguém tão volúvel como Adden.

– É o que quer? - só havia uma resposta para sua pergunta.

– Sim.

E assim se passaram os malditos sete dias. Fodiamos a noite, acordava sozinha e durante o dia fingíamos que nada havia ou estava acontecendo, então adormecia sozinha, embora soubesse que quando Adden voltava, me aninhava contra ele.

~~ ~~

Já em São Francisco no quarto de hospedes de Susan, não vi Melanie entrar, me esquivara dela a viajem toda.

– Precisamos conversar Trice.

– Não, não precisamos. - sabia sobre o que ela queria conversar.

– Acontece que temos, isso não é algo como um brinquedo ou o que comprar no mercado, estamos falando de uma pessoa Trice...

– Acontece que não quero falar sobre isso. - respondi imitando ela, voltando a organizar minha mala.

– Ele sabe?

– Não, nem irá saber.

– O que pretende fazer? Fingir que isso não está acontecendo?

– Sim, o quanto puder, pelo menos antes de tirar essa coisa, não a quero e tenho certeza de que Adden também não. - eu gritava e chorava, Melanie me encarava como se tivesse cravado uma estaca em seu peito. Então entendi.

– Mel, sinto muito, não foi o que quis dizer, sei que você, - era difícil falar enquanto soluçava.

– Esta tudo bem. - não, não estava.

– Faça o que tiver que fazer, estarei aqui se precisar de mim. Apenas saiba que Adden deveria saber.

Com isso ela se foi.

No meio da noite vi quando Adden veio até meu quarto e deitou-se comigo, não me importei, era como uma especie de adeus. Então acordei cedo, apenas lhe deixei um pedaço de papel e parti sem que percebessem, voltei para casa vazia e sem saber o que fazer, sem sentir que de fato estava em casa.

~~ Adden ~~

Beatrice estava fodendo com a porra da minha cabeça. Achei que se a tratasse como um idiota ela se tocaria e ofereceria alguma resistência, o que ela não fez. Todas as noites a fodia como um animal e então a deixava, retornava quando ela já estava dormindo e a aninhava contra mim. Porque a tratava assim? Essa era uma boa pergunta. Acho que nunca amei alguém e não sabia como era o sentimento ou como me portar. Esses pensamentos não deixavam minha cabeça enquanto a observava dormir, sabia que andava chorando antes de adormecer, seu rosto ainda estava úmido.

O que faria agora? Essa fora minha reação ao descobrir que a amava, machuca-la na esperança de que ela fugisse de mim. Estava perdido, estou perdido, mas talvez, só talvez possa me encontrar nela. Ela ainda permitiria?

Adormeci sentindo o calor que emanava dela me aquecendo e acordei sem ele. Em seu travesseiro havia apenas um pequeno pedaço de papel, e em letras delicadas estava escrito: "Adeus". Acho que essa era a resposta a final de contas.