Doce Tormenta escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 18
Longa história!


Notas iniciais do capítulo

"Existem dias que você só deseja voltar ao passado para fazer o que um dia teve medo, e reviver um momento que nunca esqueceu".


Desculpa a demora, tava meio ocupada ontem, cuidando de uma cachorrinha que encontrei na rua e peguei pra mim.
Comentem !

PS: Vejam a foto da roupa da Mel, é o primeiro da foto, e depois me digam o que acharam.



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Nathan

Voltei para São Francisco com uma felicidade que não merecia. Nem podia acreditar que enfim ela aceitara se casar comigo. Nem 24h haviam se passado e eu já sentia a falta dela loucamente. Como tinha prometido procurei Hanna, pretendia ser mais presente na vida na criança, mesmo que tenha levado quase 6 meses para compreender isso. Disse a ela que depois do trabalho passaria em sua casa.

Sentindo que podia respirar novamente sem o peso de um elefante nos ombros, voltei ao trabalho.

Por volta das 1h Adden e eu fomos almoçar no restaurante italiano do outro lado da rua.

– Como ela está? – ele perguntou entre um gole de vinho enquanto esperávamos os pratos.

– Bem. Peter e Susan ficaram desapontados quando disse que ela voltaria só daqui a 3 meses, mas entenderam. - falei.

– Fico feliz e honrado em ser seu padrinho.

– Não me recordo de tê-lo nomeado meu padrinho Troy. –vi Adden ficar vermelho. Ele odiava o apelido de faculdade, isso porque na época usava o cabelo tigelinha e jogava basquete como o personagem daquele filme adolescente idiota, Hing alguma coisa.

Vendo sua irritação continuei rindo:

– Posso chama-lo de Zac se preferir, o ator evolui bastante aparando o cabelo. - era tão bom voltar a rir com coisas banais como discussõesentre irmãos.

Tentando se controlar ele bebeu mais um gole de vinho antes de praticamente rosnar.

– Acredito que não vá querer estragar o seu belo nariz meses antes de seu casamento não é mesmo, Ken? – essa foi a minha vez de soltar fogo pelas ventas, literalmente.

– Ken é baixo até mesmo para você Adden. – Na metade do primeiro ano fiz a besteira de clarear o cabelo, sendo apelidado por todo o campos como Ken e Hanna de Barbie.

– Por falar em Ken , como vai a Barbie e o pequeno monstrinho? – não pude deixar de rir.

– Bem acho, passarei lá hoje para acertar as coisas.

– Já era hora não acha? Susan sempre a visita, estava muito preocupada com a sua falta de envolvimento na situação, se é que me entende.

*

As 4 ela me enviou uma mensagem dizendo que talvez pudesse vir me ver nos fins de semana, eufórico liguei para ela, que para me provocar, mandou uma foto sua com o maldito vestido bege que comprou em Paris. Quando ela desligou, senti me vazio, e exitado.

*

Toquei a campainha e uma Hanna muito... grávida atendeu. Ela tinha olheiras e aparentava estar cansada.

– Olá Nathan, entre.

– Oi Hanna.

A última vez em que estive ali algo, ou digamos alguém aconteceu.

– Fiquei muito feliz quando ligou. – ela disse indicando o sofá.

– Precisamos conversar sobre a gravidez, sinto muito não te-lo feito antes. Estava passando por uma fase difícil e ...

– Eu sei, sei também que para estar aqui vocês devem ter reatado. – seu semblante era triste, e mesmo vendo ela assim, eu não sentia nada, nem por ela nem pela criança. Se isso me fazia um monstro, tudo bem.

– Estamos noivos.

– Entendo. Não posso dizer que fico feliz por isso Nathan, tive minha chance e não soube aproveita-la, agora sofro as consequências. – uma única lágrima solitária rolou por sua face.

– Não estou aqui para falar sobre nós, nem mesmo existe um nós Hanna, o quanto antes entender isso, melhor será a nossa convivência. – ela apenas assentiu, então continuei – Ainda essa semana entrarei em contato com meu advogado para discutirmos os termos, gostaria que estivesse presente com seu advogado. – disse enquanto levantava.

– Tudo bem.

Quando toquei a maçaneta um sentimento de culpa me tomou, ela se encontrava naquele estado, por minha causa e eu não sentia nada além de culpa.

– Hanna, me avise quando for a próxima consulta. – disse enquanto abria a porta e saia sem esperar uma resposta.

Antes de ir para casa, passei na casa da Mel, estava pensando em uma surpresa para ela.

Minha pequena “Passada” durou mais do que duas horas, cheguei em casa muito cansado, porém ansioso sabendo que Melanie ligaria a qualquer momento.

Meia hora depois de um banho o telefone finalmente tocou.

Buona notte! – apenas a voz dela me fazia sorrir como um bobo apaixonado, Deus eu era um bobo apaixonado.

– Boa noite amor..... - era minha impressão ou ela parecia triste?

[...]

Itália, Florença

Próximo Ao Florence institute of design international.

Deitada na cama fitava o teto de meu novo apê temporário. Florença era incrível, quando fiz a matricula do curso não sabia o que de fato me esperava. Até o sol daqui parecia diferente. As ruas perto do instituto eram estreitas, com carros minúsculos e ônibus estranhos, mas tinham certa beleza, porém nada se comparava ao rio em frente ao instituto, era perfeito vê-lo banhado pelo por do sol.

Plus Florence, era a minha nova morada nos próximos 3 meses, meu apartamento era pequeno, aconchegante, possuía sua beleza, como tudo o que vira em Florença até agora. A decoração era clara, tudo muito claro o que deixava o lugar iluminado. Quadros enfeitavam as paredes, eram lindos, um em especial chamara minha atenção, um casal de noivos no topo de uma montanha fazendo seus votos. A imagem era perfeita, e como o artista havia capitado as expressões dos amantes era divino. http://www.palazzobranchi.it/ita/casa_vacanza_firenze_appartamento_brancaleone.htm

Hoje era segunda, minha primeira aula começava as 10h e terminava as 13h, todo o meu cronograma de segunda, terça, quarta, e quinta seria assim, o que significava que teria sexta, sábado e domingo para explorar a doce Itália ou até mesmo visitar o Sr. Mandão.

Levantei ainda eram 8h, tomei um banho, fiquei meio indecisa sobre o que vestir, o que me assustou porque nunca me importei com essa coisa de vestuário que as mulheres tanto dão importância. Sempre me vesti com o que tinha e me agradava. Optei por um vestido bege estilo boneca que comprei em Paris, Nathan odiaria pensei rindo,

“ – Não de jeito nenhum você vai sair assim na rua, com ou sem mim, entendeu?

– Amor é so um vestido. – disse rindo da cara seria dele, que se aproximou de mim, susurando em meu ouvido, fazendo arrepios percorrem meu corpo.

– Tem ideia do quanto esta “fudivél” nesse vestido Srta. Davis?

Coloquei uma jaqueta preta e minhas botas litas também pretas. Soltei o cabelo, um pouco de protetor solar, rímel, blush, batom e Voilà.

http://cerejadeneve.files.wordpress.com/2013/01/jaqueta-de-couro-com-vestido.jpg

Antes de sair do apartamento mandei uma mensagem para Nathan.

MBuon giorno amore!

Ele não demorou a responder.

N-Não seria boa tarde querida?

M- Acredito que sim. Sinto sua falta.

N- Também sinto a sua gatinha, desesperadamente. Já tomou café?

M- Não, acho que esqueci. Estou a caminho do estúdio.

N- Você precisa comer Mel, como posso ficar aqui sabendo que você não estará se alimentando corretamente pelos próximos 3 meses porque se esqueceu?

M- Calma Nate. :S

N- Só estarei calmo quando você voltar para casa.

M- Pode ser que eu volte, huum.. no próximo fim de semana quem sabe?

Ele não respondeu, não com uma mensagem pelo menos. Meu celular começou a vibrar.

– Serio? Não é uma brincadeira, porque se for, Melanie Davis, irei até a Italia para lhe dar umas palmadas.

– Esse seria o meu castigo? Porque não disse, teria sido má mais vezes. – respondi rindo. – Não é mentira, peguei meus horários e adivinha, tenho todas as sextas, sábados e domingos só para mim.

Foi quando me lembrei do vestido e uma ideia diabólica me veio a cabeça.

– Porque esta rindo?

– Espere um segundo querido.

Vi uma mulher um tanto rechonchuda saindo de um pequeno café ao meu lado, perfeito.

Em italiano pedi a ela que tirasse uma foto minha, caprichei com os óculos de sol na ponta do nariz e um biquinho.

Agradeci, ainda rindo, quando peguei meu celular de volta, rapidamente enviando a foto a Nathan.

– PUTA QUE O PARIU MELANIE DAVIS, O QUE EU DISSE SOBRE A PORRA DO VESTIDO?

Não me aguentava de tanto rir.

– O que foi amor, não gostou? – perguntei, curtindo com a cara dele, enquanto entrava no pequeno café de onde a italiana rechonchuda saíra e comprava um cappuccino para viajem.

– Você me deixou em uma situação delicada aqui no escritório e tenho uma reunião em dez minutos. E que botas são essas? Suas pernas estão... droga vou ter que aliviar a minha situação olhando sua foto Srta. Davis.

– Amo você Nate, mas tenho que desligar, não pega bem chegar atrasada logo na primeira aula amor. - falei.

– Ok, esses malditos 3 meses, - disse ele praguejando. - Quando você voltar Srta. Davis, irei colocar você em cima de minha mesa usando apenas essas botas.

Ainda ria quando entrei no estúdio trombando em alguém.

– Sinto muito, eu não... – comecei a dizer, porém parei quando vi a mulher que me encarava encharcada com meu cappuccino.

Seus cabelos louros estavam ainda mais brilhantes do que me recordava, ela também estava mais magra. Jenna Campbell, com seus grandes olhos castanhos claros como mel continuava a me encarar, assustada.

Vê-la ali foi como um grande balde de águe gelada despencando sobre mim. O que diabos a mulher que destruíra meu casamento fazia aqui em Florença? Encontrando forças das quais não teria a alguns meses atrás falei:

– Sinto muito por sua roupa, com licença. – não sabia se batia nela por ter me traído ou agradecia, já que de certa forma, graças a ela e o puto do James eu encontrara o Nathan. Me virei, porém fui impedida de continuar quando ela pegou meu braço.

– Melanie, eu gostaria de...

– Não, não diga nada Jenna, vamos apenas fingir que isso aqui nunca aconteceu. – já não sentia raiva dela por ter me tirado James, creio que nunca sentira por isso, mas sim pelo fato de que perdera a melhor amiga que já tive.

“ – Melanie querida porque não vai brincar lá fora? – disse Martha brincar? Claro velha idiota, porque não?

– Claro tia. – peguei meu livro, aquele velhinho e surrado que mamãe me dera. Pensar sobre ela era doloroso, mas Charles sempre dizia que só os fracos choravam. Me sentei em baixo do grande carvalho nos fundo da casa de Martha. Durante uns 30 minutos apenas fiquei lá lendo, até uma bola rosa me atingir em cheio na cabeça. Me levantei meio grogue procurando o infeliz que fizera isso, uma vontade de socar alguém se apossou de mim. Olhei para trás da árvore estúpida e vi uma menina de longos cabelos louros pulando a cerca.

– Ei idiota você não pode fazer isso. – gritei.

Acho que ela era surda, porque continuou vindo em minha direção.

– Você por uma acaso não viu minha bola, viu? – disse ela, porque a voz dela tinha que ser tão irritante?

– Não antes de ela acertar minha cabeça idiota. – falei, meio que rosnando. Ela olhou para o lado, vendo a bola e indo na direção dela. – Peça desculpas.

– E porque eu deveria? Aberração. – as coisas aconteceram muito rápido, quando vi estava em cima dela, que gritava mas revidava, muito devo admitir. Depois de vários chutes, alguns socos e as costelas doendo, ambas paramos.

– Onde aprendeu a lutar? – ela perguntou respirando com dificuldade.

– Longa história. E você?

– Longa história.

A lembrança do dia em que nos conhecemos me veio a cabeça, minha mãe acabara de morrer, tinha me mudado para a casa de Martha, esta revoltada com a vida, assim como Jenna, que sofria com o relacionamento complicado dos pais que estavam se separando depois que a mãe sofrera um aborto após descobrir que o pai a traía com a secretária.

Sai de lá o mais rápido possível indo até minha sala. Para meu desespero ela me seguiu. Sentei-me no meio da sala, notando uns 20 alunos na sala. Levantei os olhos quando a vi entrar.

– Olá, sou Jenna, a professora de vocês nos próximos 3 meses.

Sim 3 meses era muito tempo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam da maneira como elas se conheceram?
Bj Bj.