Na segunda de manhã, o despertador tocou, eu levantei sem vontade de respirar, eu tinha uma profunda vontade de me matar. Levei a mesma rotina durante um longo, e interminável mês, acordava ia para a escola, voltava para casa, me trancava no quarto, e me cortava, isso tinha virado rotina. Diego me ligava uma vez na vida e outra na morte, inclusive, ele e Bryan, voltaram a se falar, eu que fiz o esforço da porra toda, eles tinham voltado a se falar e eu tinha ficado feliz com isso, feliz por eles. Eu sinceramente, não estava entendendo o motivo para tanto distanciamento dele de mim. Em relação à eu me mutilar, ninguém percebeu, exceto uma pessoa.

–Avery, posso entrar?- perguntaram, batendo na porta do meu quarto.

–Pode.- falei com um entusiasmo notável, só que não.

–Avy, posso te chamar assim?- olha quem era, uma pessoa que eu não via há tempo, Bryan.

–Pode, o que você quer?- indaguei, super desinteressada.

–Bem...- ele fez uma pausa enquanto se sentava em minha cama.- eu estou muito preocupado com você.

–Arrãm, obrigado pela parte que me toca. Acabou? Já pode se retirar?- perguntei, querendo ser o mais breve possível.

–Não acabei ainda, talvez a nossa conversa não seja tão breve.

–Tá, então adianta.- nesse momento ele pegou o meu braço, e tirou o meu relógio que tapava os cortes.- Ei, não faz isso.

–Está vendo, isso, você tem se cortado.- ele disse enquanto apontava para os cortes.

–Para me deixa!- falei chorosa, de cabeça baixa,

–Avy, você pode não gostar de mim, é um direito totalmente seu, mas você sabe que pode contar comigo.- ele abaixou o tom de voz, e foi engrossando cada vez mais, ele colocou uma mão dele no meu rosto, e aproximou nossas bocas.- Avy, eu sinto que...- o telefone tocou, interrompendo-o. Ele se retirou do meu quarto para falar no telefone.

O que será que ele sentia? Passei o resto do dia pensando nisso, eu tentei dormir pensando em Diego, aliás, eu pensei nele, até eu adormecer...

E sonhar com o Bryan.

***

Terça-feira, chuvosa, já estava quase completando três meses que eu estava em Jacksonville. Todo dia era uma surpresa para mim. Inclusive esse.

–Sophie, quem é essa garota nova? Passa ai a ficha!- falei enquanto jogava a minha mochila na cadeira escolhida.

–Sei lá, a garota é muito estranha, não fala com ninguém, parece que sente repulsa por seres de espécie humana.- Sophie meio que debochou, nós rimos.

–Ela deve ser de outro planeta.- sugeriu Rebecca.

–Gente, abafa a garota chegou!- murmurou Annie. Todas nós nos sentamos, atrás chegou o professor de história, ele fechou a porta.

–Bem pessoal, já perceberam que temos uma nova aluna. Por favor, apresente-se!- o nosso professor era um gostoso, e tinha um sorriso e uma voz divina.

–Meu nome é Victoria, eu tenho 15 anos, eu era de Nova York.- ela apresentou-se, a todo momento ela olhava para os próprios pés, nunca para cima.

–Você é adiantada Victoria?- indagou o meu professor, realmente interessado.

–Sim, sou.

–Você está com medo da turma?- ele perguntou levantando-se da cadeira e indo em direção à ela.

–Um pouco.

–Pode deixar que ninguém morde. Só se você quiser!- sacaneou uma pessoa.

–Bem, voltemos à aula...- continuou o professor. O resto da aula foi um saco, quando bateu o sinal do intervalo, a tal da Victoria correu para fora da sala, parecia que tinha algo prestes à pega-lá.

Eu me dirigi ao pátio junto do meu grupo de amigas, estava tudo normal, exceto, Bryan conversando com a ... VICTORIA? Como assim? Eles pareciam íntimos demais da conta, tá, tá, bateu uma pontinha de ciúmes. Eu fiquei observando-os o intervalo todo. Sim, o intervalo todo eles ficaram conversando. Quando cheguei na sala, transtornada, fui até ela.

–Você é a Victoria?- perguntei, com os meus batimentos cardíacos à mil por hora.

–Sim, sou eu.- ela respondeu calmamente, o que me irritou ainda mais.

–Você sabe com quem você estava conversando?

–Sim, com Bryan!

–ENTÃO, VAI CISCAR EM OUTRO TERRENO, SUA VADIA! AQUELE LÁ, JÁ É MEU!- exaltei-me com ela. Todos ficaram paralisados, olhando para mim.

–Até onde eu saiba, ele não tem dona!

–Queridinha, não vai achando que acabou de chegar que vai ser assim não, comigo o buraco é mais embaixo.

–Tá bom vamos ver então.- cara, ela me provocou.

Como que aquela vadia me provoca assim, no primeiro dia? Ela vai se ver só comigo, ela já tem o meu ódio gratuito.

***

Eu sai correndo da escola, e fui direto para casa. A minha tia como sempre, não estava, dessa vez ela foi até à Washington, resolver umas pendências, ela volta hoje à noite.

–BRYAN- gritei do hall de entrada. Ninguém respondeu. Não demorou muito tempo para ele chegar.

–Oi Avy.

–O quê você tem com aquela Victoria?- perguntei extremamente estressada.

–Ela é só uma "amiga"!- ele fez as aspas com os dedos.

–Como assim, "amiga"?- perguntei, repetindo os gestos dele.

–A gente está quase ficando.

–Ficando? Como assim? A garota chegou hoje.- indaguei, indignada.

–Claro né prima, estou aqui subindo pelas paredes.- debochou.

–Quem está subindo pelas paredes sou eu!- falei, enquanto subia as escadas em direção ao meu quarto.

–Podemos melhorar isso!- ele me encostou na parede, eu pensei melhor, quer saber, vou fazer o joguinho dele também.

–Ah, com certeza.- levei ele até o meu quarto deitei ele na cama.

–Ahá, agora você está se revelando!

–Cala a boca.- disse enquanto beijava-o.

Ele me colocou por baixo, e começou a tirar peça por peça de roupa. Logo, coloquei-o para baixo de mim, provocando-o, tirei vagarosamente cada peça de roupa, beijando cada canto de seu corpo sarado. Com ele eu me sentia segura, de que nada poderia me tocar enquanto estivesse com ele.

–Para de me provocar!- pediu.

–Implora!- impus.

–Por favor, minha gostosa, vai mais rápido.- ele implorou.

Aumentei um pouquinho a velocidade, até nós dois estarmos despidos. Ele ficou por cima, quando ele me penetrou pela primeira vez, é como se eu quisesse que ele ficasse dentro de mim para sempre, ele me confortava, eu, estar ali transando com ele, foi como os meus problemas evaporassem. Logo depois, inverti as posições, abocanhei, vagarosamente o seu membro, ele soltava alguns gemidos, depois ele voltou a me penetrar, gozei. Ele me chupou, e depois ele voltou a me penetrar de novo, chegamos ao ápice do prazer juntos.

–Você é muito gostosa.- ele falou, entre grandes suspiros.

–Foi muito errado o que nós fizemos! Somos primos.

–Muito errado não, muito gostoso! Amei transar contigo. Ah, o quê que tem sermos primos. Acontece...

–Espera um pouco eu ouvi alguma coisa!- eu olhei para as árvores que eram visíveis do blindex do meu quarto, mexendo-se, algo tinha mexido nas árvores, talvez o vento, ou não.

***

Na quarta-feira, quando adentrei à escola, bati de frente com quem eu não queria bater, Diego. Depois de mais de um mês sem vê-lo, aquilo fez o meu coração palpitar.

–Avery?

–Diego?

–Quanto tempo!- ele estava diferente comigo, um beijo frio, esquisito, me deu uma ligeira ojeriza beijá-lo.

–Arrãm... Bem vou para a aula.

–Tá bom amor!- como que ele pode me chamar de amor? Depois de praticamente me abandonar. Homens...

Entrei na sala, fiquei com cara de tacho a aula toda, na real, fiquei pensando em Bryan, aquela transa foi incrível, inesquecível... O meu pensamento foi interrompido pelo o barulho do sinal do intervalo, de novo a mesma coisa, a tal da Victoria, saltou da cadeira. Eu a segui, ela estava conversando com Bryan novamente, e isso me irritava cada vez mais. Porém, dessa vez, dessa vez... Me irritou o dobro, eu não pude acreditar no que tinha visto, ele se... Se... BEIJANDO! E se já não bastasse ela ainda apertou a bunda dele, como ela pôde? Que ódio. A minha missão foi interrompida pelo o meu celular vibrando. Era uma mensagem, um número desconhecido, possuía um arquivo, uma imagem... Quando eu abri...

Era uma foto minha com Bryan, transando. Embaixo estava escrito:

"Olá queridinha, essa imagem destruiria o seu namoro, e destruiria a sua vida, e seu "amante" iria preso. Ah, como a vida é injusta, mas eu estou aqui para fazer de sua vida um inferno! Hm... Você pode me chamar de "V", "V" de vingança.

Quem seria?

Só poderia ser a Victoria...

Ou...

Não!

It's your fucking nightmare!

Now your nightmare comes to life.