Pov’ Annabeth.

Manhã seguinte.

Acordei com um gosto maravilhoso em minha boca, minhas roupas estavam em farrapos, eu estava em uma casa desconhecida, parecia ser simples, com uma sala grande, sofás de couro e uma lareira aconchegante, um tapete de veludo estava debaixo de mim e vi a foto de Isabelle e Alec e eu tive certeza de que eu estava na casa do cônsul novo, Robert Lightwood, e que a propósito estava morto ao meu lado.

Levantei assustada e Drake riu em minha mente e falou.

Ainda bem que não estávamos na lua cheia, por que você é bem selvagem.

Joel contrariou a idéia e ambos começaram a trocar fatos, e eu olhei para minhas mãos que estavam ensangüentadas, eu estava com grandes cortes e uma dor de cabeça me arrebentou, parecia que eu estava de ressaca e o pior, eu não me lembrava de nada da noite passada, havia sangue respingado pela parede, o sofá de couro estava todo rasgado, o sangue estava seco pelo meu queixo.

Robert estava sem nenhum sangue, sua garganta estava dilacerada, ele estava com grandes arranhões e eu olhei para minhas mãos e eu tive a noção que eu estava coberta de sangue, eu não sabia nem como eu havia parado aqui, sai correndo da casa, eu estava com medo de mim mesma.

Eu sabia que Jonathan estava me controlando, eu só queria correr para bem longe e para a minha sorte Robert tinha um alazão branco, que pulei em cima e cavalguei até uma parte isolada e o cavalo me derrubou, assustado com algo na estrada e saiu correndo pelas arvores, estava um sol de rachar aqui em Idris, e a cena foi cômica, pois berrei enquanto caia e escutei um choro fininho de cachorro, e me deparei um lobo filhote, com olhos vermelhos e pelo preto, ele estava todo ensanguentado, primeiro ele recuou e depois avançou lentamente, e eu me abaixei e o peguei no colo, ele me olhava estranho e as vozes falaram em minha cabeça.

Esse é o garoto que estava atrapalhando o nosso ritual, era Tate o nome dele, certo?

Eu entrei em estado de choque, eu não acredito... Deve ser brincadeira deles.

“Tate?” perguntei e lagrimas escorreram pelo meu rosto quando esse assentiu com sua pequena cabeça, por que fizeram essa crueldade com meu Tate? “Hey, vou tentar fazer você voltar, ok?”

Eu não estava pensando racionalmente, ele não era o Tate, não podia ser! Como que Jonathan fez isso a ele, ele não tem poder!

“AAHHH EU MATO VOCÊ JONATHAN MORGENSTERN!” Eu não podia voltar para casa, pois eu estava toda ensangüentada, e a noticia de que o cônsul estava morto, e eu só tinha a uma pessoa para recorrer, mesmo eu não o conhecendo bem, ele iria me ajudar.

Voltei para a cidade, Tate estava atrás de mim, andando lentamente, entramos na primeira casa, os moradores não estavam, provavelmente o assassinato a sangue frio de Robert já havia virado noticia, fui para o quarto e achei uma estela simples, eu precisava sair de Idris.

Sai rapidamente da casa e peguei Tate no colo e fui para o meio das arvores e comecei a desenhar um portal, eu estava pensando em um banheiro publico no Brooklyn, que tivesse uma roupa, e depois disso eu iria para casa de Magnus Bane, o único bruxo que poderia fazer Tate voltar.

Ao invés de eu entrar em um banheiro publico, apareci no meio do Instituto de Nova York, com Maryse em prantos, Alec e Isabelle abraçados e chorando muito, eles não notaram minha presença até que eu senti uma lamina longa de serafim passar pelo meu ombro e eu soltei um grito.

“Clary?” Maryse perguntou abismada, e eu olhei para seus olhos e ela viu a diferença, que meus olhos eram dourados, mas pelo reflexo do espelho da sala, meus olhos agora eram vermelhos, e eu estava assustadora, pois minhas presas estavam expostas e eu estava com uma expressão feroz no rosto, e Tate não era tão pequeno assim, ele alcançava meus joelhos e suas orelhas estavam coladas no crânio e ele rosnava loucamente.

“Senhora Lightwood, seguimos a assassina de seu filho, Annabeth Morgenstern.” Disse uma voz familiar e eu vi os rostos paralisados, em choque, Alec estava com a mão em sua lamina, e eu me virei e vi Jonathan. “Parabéns, soldado. Agora conquistamos o Instituto de Nova York, agora, mate todos eles.” Ele disse sombriamente e um humor sádico tomou conta de mim, eu queria matar todos na sala.

Sorri sombriamente e peguei a lamina e a arranquei, eu não queria matar, mas eu ficava cada vez mais confusa a cada passo que eu dava, pois as vozes na minha cabeça berravam ordens, até que Alec falou sombriamente.

“Como ele disse, você é uma Morgenstern, e nós eliminamos os Morgenstern. Começou com Valentim e agora vou acabar com a família.” Ele disse e lançou a lamina em minha direção.