Pov’ Annabeth

Fui tirada da dor insuportável com o gelo do chão, respirando como se eu estivesse no fundo do mar por milenios, eu não sabia como, mas parecia que meus ossos haviam sido substituídos, era uma sensação horrível, e parecia que não havia só um ser no meu corpo, isso era o que me incomodava mais ainda, estava me deixando atormentada, mesmo eu tendo acabado de acordar.

Abri devagar os olhos e uma voz grave disse na minha cabeça.

Ela é filha de Clary Harondale? Não pode ser!

Outra voz respondeu.

Pois é, até os anjos sucumbem ao mal...

E ai eles começaram a discutir, eu não sabia o nome de ambos, mas isso já estava me enchendo o saco, agora eu iria dar uma de Adan Stone?

Abri lentamente os olhos e vi meus pais me encarando, mas não era aquele encaramento bom, e sim aquele, “Que porra esta acontecendo?” e isso me irritou muito, mas também perguntar não ofende, então...

“Pai? Mãe? O que esta acontecendo?” perguntei e Clary me olhou assustada e percebi que seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, os de Jace também e isso me apavorou um tiquinho, por que eles estavam chorando.

Levantei-me com dificuldade, e as vozes na minha cabeça saíram em coro mandando eu os matar sem piedade, arrancar as asas do anjo, mas até agora eu não estava vendo anjo algum para eles me mandarem fazer isso.

Parei na frente de meus pais ofegante e olhei para meu pulso que estava liso, e isso era muito estranho, pois eu estava cheia de veias negras nojentas e no meu pulso parecia raízes de plantas.

Eles estavam em estado de choque, ambos, até que Clary me abraçou forte e Jace a seguiu, eu estava com muita saudade deles, pois eram os únicos que me entendiam.

Tudo que eu havia me esquecido veio à tona como uma lança, eu respirei fundo quando alguns flashes vieram que eram todos com Jonathan.

Escutei um suave farfalhar de asas se movendo no ar, bem esqueci de avisar, a minha audição está extremamente boa, minha visão e meu olfato.

Todos ali naquela sala estavam com m cheiro maravilhoso, as vezes mudaram o perfume, sei lá!

AGORA QUE ELA ACHOU O ANJO, DRAKE! Gritou a primeira voz e Drake respondeu.

Melhor que nada, Joel. Agora mate ele, menina estupida!

Bufei irritada e balancei a cabeça, se eu os respondesse o olhar de meus pais pioraria.

Soltei ambos devagar e me virei, deparando com Aslan e flashes de ele abraçando Helena me tiraram lágrimas, pois eu aceitei aquele tormento por ele, e ele simplesmente vai só visitar Helena? A cena veio em mim como um tapa na minha cara.

“O que faz aqui, amor?” a voz de Aslan me despertou dos piores pesadelos que eu estava tendo, pisquei na escuridão do quarto fedorento.

Minhas roupas estavam em farrapos, meus cabelos muito sujos e eu estava cheia de fuligem, mas eu queria seguir o som da voz de Aslan.

Sai sorrateiramente do quarto, e ouvi a voz de Helena, mais rude.

“Desde quando sou seu amor, Baruch?” ela falou e segui o som de sua voz, contra vontade, sim, mas Aslan estava lá e eu gostaria muito de saber o que ele estava lá e chamando aquela vadia de amor.

Eles estavam na sala, Helena estava na frente do fogo apenas com um roupão vermelho de seda, seus cabelos loiros caiam em cascatas por seus ombros e seus olhos estavam com um azul muito intenso, a esqueci do detalhe, ela estava com ele na frente da fogueira.

Aslan estava lindo, com um smoking preto, sua barba estava por fazer, seus olhos verdes estavam mais verdes, seus cabelos negros estavam por cortar e sua barba pequena por fazer e suas asas grandes brancas estavam ao redor de Helena e ele estava com uma expressão terna, carinhosa e como se eu não existisse.

“Você sempre foi meu amor, Helena.” Ele falou de um jeito casual e isso me arrancou várias lágrimas, então todos os nossos beijos eram falsos?

“E a Caçadora de Sombras?”

“Ela não é nada.” Ele disse a ela e a beijou cuidadosamente e eu comecei a soluçar, então ai eu chamei a atenção dele, mas quando ele me olhou, me jogou um olhar zombeteiro e continuou a beijar Helena, que riu suavemente.

“Hey, não liga pra ele.” Disse Tate carinhoso e me abraçou forte, enquanto eu chorava em seu peito e ele tentava me acalmar. “Um dia vai ter alguém que te ame como eu te amo, Anne, e ele vai te fazer muito feliz. Não liga para esse idiota, eu estou aqui pra você, ok?” ele falava e eu assentia, então ele me tirou daquela sala, me levando para um quarto com um sofazinho.

Sentamo-nos no sofá e ficamos observando o sol se por, mas eu ainda estava muito abalada, até para falar, como... Os nossos nove anos de tudo foram pura mentira?

“Você quer uma água?” Tate perguntou carinhoso eu respondi seca.

“Eu quero matar aquele desgraçado! A minha vida amorosa foi uma mentira, Tate, você ainda pergunta se eu quero água?” Falei e mais lagrimas desceram pelo meu rosto.

“Se você me der uma chance, não terá mais relacionamentos falsos. E a proposito, estou tentando te tirar daqui.” Ele sussurrou e me beijou docemente, seus lábios eram macios e seu beijo era muito bom, seu toque era eletrizante, eu nunca havia imaginado que Tate gostava de mim, e eu sempre gostei de Tate, mas Aslan sempre vetou ele, então eu o ignorava.

Nossas línguas travaram uma batalha enquanto ele passava a mão suavemente pela minha cintura, eu estava muito arrepiada, o toque dele era maravilhoso e seus lábios eram reconfortantes e maravilhosos contra os meus.

Desse dia em diante, eu comecei a pensar diferente nas coisas e nunca mais queria olhar na cara daquele que um dia disse que me amava e agora havia e dado a pior dor do mundo, que Tate conseguiu curar para a ferida que o anjo havia me deixado.

“COMO VOCÊ OUSA APARECER NA MINHA FRENTE!?” berrei com Baruch assim que eu o olhei, aquele cara nojento estava junto com a minha arqui-inimiga e ainda me olha com cara feliz, isso era demais para mim.

“Hey, aquele não era eu...” ele tentou explicar, mas eu comecei a bater nele ao mesmo tempo que eu falava.

“VOCÊ BEIJOU AQUELA NOJENTA E AGORA VEM TENTAR ME AGRADAR?” ele segurou meus pulsos e Joel começou a berrar com Drake, mas mesmo assim eu encarei aqueles olhos verdes grama que eu tanto amava.

“Por favor, acredite em mim! Aquele não era eu!” ele falou alto tentando se desculpar, mas foi uma dor muito insuportável, e agora sem Tate, era inimaginável.

“Por favor... Me solta.” Sussurrei entre as lagrimas teimosas que escaparam, isso destruiu ele, mas eu agora pouco me lixava, eu não queria olhar para ele, mas ainda eu o amava muito, e talvez com o tempo eu esquecesse dele.

“Vá em bora, pra bem longe e nunca... Nunca mais apareça aqui, se não irei tomar atitudes que você não irá gostar.” Eu sussurrei com raiva, e ele me olhou e tentou falar, mas eu comecei a esmurrar seu peito, e Jace o pegou seu ombro e assentiu.

“Ela passou por muita coisa... Saia agora.” Ele disse e uma onda preta tomou conta de mim e uma única voz se instalou em minha cabeça, eu coloquei um joelho no chão e com o outro eu apoiei meu braço e no braço enterrei minha cabeça.

A sensação de submissão era horrorosa, eu não conseguia respirar direito, era como se eu fosse o ultimo lugar de poder em uma alcateia e o alfa estivesse na minha frente.

As vozes e os toques ao meu redor ficaram ocos, eu não conseguia sentir e nem ouvir, então algo falado na língua demoníaca me derrubou, igual cortar as cordas de um fantoche e eu fiquei entregue para Jonathan, que me deu uma ultima frase antes de eu dormir.

Viu? Você nunca deixou de viver a vida miserável que estava tendo, e o bônus é que você é minha por toda a eternidade.