Capitulo 26

Pov’ Annabeth

No mesmo dia algumas horas depois...

“VOCÊ MATOU ELA NO MOMENTO QUE DEU AQUELE MALDITO SANGUE DEMONIACO!” a voz furiosa de Tate, eu devia estar em seus braços, pois sua voz estava bem alta e seus braços estavam tensos.

“EU SEI! TEMOS QUE INVOCAR LILITH! OU TENTAR FALAR COM ELA, PROVAVELMENTE ELA TERA A RESPOSTA!” gritou Jonathan nervoso.

Abri meus olhos lentamente, uma dor lancinante atingiu meu pescoço e comecei a chorar baixinho e virei meu rosto para o peito de Tate, que começou a afagar minha cabeça, a dor estava insuportável no meu corpo.

“Hey linda, o que você esta sentindo?” Tate me perguntou carinhoso, beijando minha cabeça, e eu respondi entre meu choro silencioso.

“Muita... Dor...” quando falei a dor aumentou e mãos invisíveis começaram a apertar meu pescoço e comecei a me contorcer nos braços de Tate, a voz firme de Jonathan cortou o silencio tortuoso.

“Ela sempre foi mais anjo que humano, o sangue demoníaco tenta destruir a parte celestial, o sangue demoníaco esta infectando ela, precisamos de mais sangue celestial para trazer equilíbrio.”

As palavras começaram a ficar ocas, como eu estava de olhos fechados, a minha visão continuou preta, e a dor foi se diminuindo e um cansaço repentino me atingiu, eu queria descansar, mas Tate não deixava.

“Hey Anne, olha pra mim, ok? VÁ INVOCAR O PORRA DO ANJO, JONATHAN!” ele falou doce comigo e berrou ferozmente para Jonathan, que retrucou com ar de superioridade.

“Não da para eu invocar o porra do anjo por que eu sou um demônio, seu idiota.” Jonathan disse e olhei para a janela do pequeno quarto de Tate, agora os detalhes estavam passando despercebidos.

O dia estava nublado, mas não foi o clima que me chamou atenção, e sim uma forma celeste.

Ele tinha asas negras, cabelos negros, olhos verde grama, forte, mas sua expressão era sensível e sofrida.

Seu rosto tinha uma pequena barba a fazer, seu cabelo estava por cortar, vários machucados abertos em seu peito perfeito, mas alguma coisa muito sombria nele me deixava morrendo de medo e quando ele me pegou observando ele, começou a abrir a janela, mas foi interrompido por meu grito chamando por Tate.

“TATE! AAAHHHH!” ao mesmo tempo em que gritei, senti algo se movimentar pelo meu corpo e se alastrar, como se fosse várias cobras quentes rasgando minha carne e se instalando, e soltando um ácido que corroía minha carne.

Minhas mãos estavam nas costas de Tate, com tamanha dor, enfiei as unhas em suas costas lisas e largas, escondi meu rosto em eu peito nu e afundei ainda mais minhas unhas em suas costas.

“Ora, ora, ora... Olha quem resolve aparecer. Sabe que nos primeiros dias ela gritava seu nome enquanto eu fodia ela?” Jonathan disse malicioso.

O som da janela se estilhaçando me acordou, os cacos caindo no chão começaram a me deixar em agonia, o som do vidro sendo estilhaçado me deixou louca de agonia e toda a minha dor voltou à tona.

Tate percebeu minha agonia, pois eu arranhei suas costas e senti o cheiro gostoso de hortelã de Tate, eu podia ficar a vida inteira sentindo o cheiro maravilhoso dele.

“Bem, acho que você não esta interessado em salvar a vida da garota que ama, pois quer vim brigar comigo ao invés de salvar a vida dela. Como o amor é interessante...” A voz de Jonathan era calma, mas o homem que entrou ela janela estava me deixando em agonia, ele pisava ferozmente nos cacos de vidros, e eu senti as arfadas de dor vindo de Tate.

Tate saiu comigo do quarto enquanto os dois brigavam e ele se dirigiu para a pequena sala da casa.

Ele me deitou no sofá principal, eu estava anestesiada pela dor, não consegui pensar em outra coisa a não ser fechar os olhos e dormir, mas Tate não deixou.

“Hey, lembra-se de quando nós víamos os desenhos da DC, você queria ser a mulher do Flash?” disse Tate, rindo e colocando minha cabeça cuidadosamente em seu colo, e afagando meus cabelos.

“Eu... lembro-me de você... querendo ser o Flash... Mas sempre cedia para o Asa Noturna...” eu sussurrei e rimos um pouco com as lembranças de quando éramos crianças, mas tudo tem consequência...

Comecei a tossir dolorosamente, e um dourado começou a sair da minha boca.

Comecei a me afogar com o meu próprio sangue, minha visão ficou preta e minha dor saiu, e eu comecei a flutuar, não conseguia mais sentir Tate me sacudindo, minha visão ficou desembaçada e vi que ele chorava muito e berrava ao mesmo tempo, pedindo para eu ficar, mas eu queria ir embora.

Jonathan saiu do quarto, acompanhado do anjo caído, que se ajoelhou do meu lado, eu não queria que ele me tocasse, alguma coisa muito obscura nele me deixava com medo, mas agora eu não estava mais nem sentindo meu corpo, a única coisa que estava viva em meu ser e lutando para viver era o meu coração e meu pulmão, enquanto eu estava com espasmos, por que ao invés de ar, só entrava sangue em meus pulmões, a sensação era a pior de todas, parecia que eu estava lentamente chegando nas profundezas do Oceano, junto com o Titanic.

Jonathan olhava sem expressão, vendo Tate e o anjo trabalhando em mim, agora eu estava vendo a cena de cima, como se eu fosse um pássaro perdido.

Eu estava magra demais, as veias grossas e negras haviam dominado meu corpo inteiro, meus olhos estavam com as íris douradas e a parte branca em um preto injetado, meu sangue dourado estava esparramado em cima do meu ser e vi os pequenos espasmos que meu corpo deu antes de sucumbir para a escuridão, então me desprendi do corpo.

Desisti de meus sonhos, desisti da minha vida, desisti de fazer Jonathan me tirar de quem me amava e me matar, desisti de ter um futuro com Aslan e com Tate, agora eu me lembrava de tudo o que havia vivido.

“Desculpe-me, mãe e pai, sempre vou amar vocês incondicionalmente. Meninos, obrigada por tentarem, mas meu tempo chegou.”

E com a mesma suavidade do vento, eu deixei de existir no mundo dos vivos.