Please, Back Home. escrita por Ana Salvatore Blake


Capítulo 15
Capitulo 15




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Acordei com o grito agoniado de Aslan.

Abri os olhos e pisquei algumas vezes até a imagem se focar, eu estava em um quarto de madeira grande, os não tinham mais móveis, e tinha alguns ganchos descendo do teto com carne podre nas pontas, nas paredes rachadas de madeira podre tinham algemas grandes, instrumentos de tortura com sangue seco, espalhados pelo quarto, Simon e Magnus estavam desacordados ao meu lado, ambos sem camisa e bem machucados, com as mãos presas acima da cabeça com algemas cheias de sangue seco.

Olhei para baixo e vi que minhas calças jeans estavam surradas, e cortaram até o joelho, meus braços estavam todos cortados e com vários hematomas pretos, minha camisa também estava em farrapos, e minha ferida havia parado de sangrar, mas as ataduras estavam encharcadas de sangue, que dava até nojo.

Tentei sair, mas minhas mãos estavam presas em cima da minha cabeça, pelas algemas, e gemi de dor quando eu fiz o movimento para sair,as minhas algemas tinham arames farpados, e meu braço estava com sangue seco até os ombros.

Outro grito de Aslan me tirou do meu check up e meu coração começou a bater forte no peito, estavam torturando ele, eu tinha que sair.

Dei-me conta que Magnus, Simon e eu estávamos sozinhos no quarto onde Jonathan sempre me levou para abater os Nephilins Sombrios que se rebelavam, e era aqui que ele trazia anjos para eu tirar as asas, ele nunca sujava suas mãos, e me dava o trabalho sujo.

Comecei a me debater, tentando tirar as algemas dos meus pulsos, mesmo com a dor insuportável, eu estava tentando sair.

Vários pontinhos dourados inundaram minha visão, eu estava desesperada por causa de Aslan, eu faria de tudo para salvar ele.

A porta do quarto se abriu, a luz foi acesa e Jonathan entrou acompanhado de cinco Sombrios e por Helena, que jogou Aslan na minha frente, desacordado.

Um ódio mortal gelou dentro de mim, comecei a fazer movimentos discretos para baixo com os meus pulsos, rasgando minha pele e saindo das algemas.

Jonathan parou na minha frente, seus cabelos loiros pálidos estavam impecável, seus olhos pretos brilhavam com uma vitoria sombria, suas roupas eram pretas, e uma lamina de serafim chamava atenção.

Desviei meu olhar para Aslan e meu coração parou de bater por alguns segundos, ele tinha um rasgo enorme no peito, seu sangue escorria feito água pelo peito, seu rosto perfeito estava com grandes arranhões de unhas e eu tive certeza de que fora Helena, suas mãos estavam atadas atrás de suas costas, sua blusa estava só a capa do Batman de tão estourada que estava, seu cabelo preto estava cheio de sangue dourado e tinha alguns buracos, como se tivessem arrancado um tufo de cabelo, suas costas estavam todas com grandes e fundos arranhões.

Solucei e fechei os olhos, eu não conseguia olhar para ele.

Senti alguém chegar perto de mim e me dando um tapa no rosto que parecia brasa quente e tive a certeza de que era Jonathan.

Olhei para ele, senti as lagrimas rolarem pelo meu rosto, não eram por causa do tapa, e sim por causa da coisa que eu mais amava que estava semimorta na minha frente.

“Treinei-te para matar e não para amar. O amor destrói.” Jonathan disse e me ordenou. “Olhe para o anjo.”

Se eu não obedecesse, ele me espancaria, era bem assim toda vez que eu não obedecia ele.

Olhei para Aslan e a vadia da Helena o chutou, como se fosse um cachorro morto, e toda minha tristeza por Aslan se transformou em uma raiva gelada por Helena.

Minhas mãos estavam por um triz de ficarem livres das algemas, era só eu puxar mais assunto até eu conseguir, e quando eu me soltasse, eu iria arrancar as asas daquela desgraçada e fazer ela pagar por tudo o que fez a Aslan.

“Por que você me trinou para matar, pai?” Alguns hábitos eram difíceis de largar da noite para o dia, mesmo eu odiando ele, saia no modo automático eu o chamar de pai.

“Para um dia você esta comandar meu exercito de Sombrios e por que você será uma deles e não hesitará em usar seu conhecimento.” Ele disse e se virou, bem na hora que eu me soltei.

Meus pulsos estavam em carne viva, mas eu precisava salvar Aslan, Magnus e Simon.

Jonathan riu quando ele escutou o barulho das algemas e os sombrios começaram a vir em minha direção, mas foram parados por um movimento de Jonathan e corri morrendo de raiva contra Helena, que estava pisando sem piedade no peito de Aslan.

Quando eu a chutei, peguei-a de surpresa, mas ela se recompôs e tentou vir para cima de mim bem quando eu cheguei ao clímax da luta, os movimentos dela eram lentos e eu tinha o controle total, então chutei em cheio sua canela esquerda, quebrando-a e fazendo Helena cair de joelhos na minha frente, que deu um grito de dor.

“Você não escutou o que eu disse a você.” Eu sibilei e fiquei atrás dela e chutei sem piedade suas costas, bem no meio das suas asas, fazendo prensar o rosto no chão.

Deixei um pé no meio das hastes de suas asas estropiadas e peguei-as, dando um tranco para Helena sentir que ela não teria mais as lindas asinhas dela.

Eu estava consumida de raiva, e fiz exatamente como Jonathan me ensinou, primeiro de um tranco bem forte para fazer um pouquinho da carne do anjo rasgar, depois apoie seu peso inteiro para trás e puxe com toda sua força.

“Nunca mais toque no meu anjo, e se vier atrás dele de novo, encontrarei um jeito de te matar, vadia.” Eu falei e apoiei todo o meu peso para trás e puxei com toda minha força, ela começou a gritar e acordou Simon e Magnus, que estavam me olhando confusos e abismados com o que eu estava fazendo.

Dei trancos uns mais fortes que os outros e os ossos das suas asas começaram a quebrar sobre o meu aperto, e as asas a cada minuto estavam se descolando de suas costas.

Arrancar asas de anjos não me incomodava mais, depois de tanto tempo fazendo o trabalho sujo de Jonathan, eu havia me acostumando, eu as cortava com as laminas e eu nunca tinha arrancado desse jeito.

Quando terminei de arrancar as asas, eu estava cheia de sangue dourado, joguei as asas quebradas para trás, como se joga um lixo na rua, e peguei o pescoço dela, fazendo-a levantar, e percebi que eu estava tremendo loucamente, e meu sangue estava com um dourado vivo.

Joguei-a contra a parede e ela gritou ainda mais de dor quando as costas atrofiadas dela tocaram na parede podre de madeira.

Eu estava respirando com dificuldade e me virei para Jonathan e disparei.

“Deixa-me ir embora, pai. Só quero voltar para minha casa e levar meus tios e o Baruch.” Eu falei derrotada, eu tremia demais, e minha ferida havia voltado a sangrar loucamente.

“Pela sua apresentação para os meus Nephilins você tem direito de levar somente dois prisioneiros. Você não é uma decepção total, estou orgulhoso de você, Annabeth.” Ele disse com um sorriso triunfante e a voz fraca de Aslan cortou minha raiva.

“Leve Simon e Magnus. Eu vou ficar bem.” Ele disse e eu me ajoelhei do seu lado, eu não aguentava ver ele assim.

Passei a mão em seu rosto arranhado e chorei silenciosamente, eu não podia deixar Magnus e Simon para Jonathan, mas também eu não podia deixar Aslan agonizando.

“Eu vou voltar. Prometo.” Falei e arrumei seu cabelo para o lado e vi um fantasma de um sorriso passar em seu rosto, e ele pegou minha mão e apertou, me encorajando e eu me levantei.

“Magnus e Simon vão vim comigo. Isso ainda não terminou pai.” Eu falei com raiva e olhei para Jonathan, que assentiu satisfeito e os Sombrios soltaram Magnus e Simon.

Eles vieram em minha direção, e eu olhei rápido para Aslan, que agora estava sendo puxado pelos Sombrios, e ele não reagia.

Medo e tristeza se enterraram em meu peito, mas mesmo assim eu assenti para meus tios e segui em direção a porta, querendo sair daquele lugar o mais rápido possível.

Quando sai da casa velha de madeira, escutei Aslan me chamar, meu coração foi destroçado em mil pedacinhos e tive a consciência de que eu não estava deixando somente Aslan para trás, mas também Jonathan estava com meu coração em suas mãos, vulnerável e desprotegido.


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Notas finais do capítulo

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