POV’ Annabeth.

Eu não consegui reconhecer o lugar, mas parecia muito com uma praia deserta, de areias brancas, águas azuis.

Provavelmente em algum lugar isolado do Caribe, ou então algumas praias vazias da Austrália.

O sol brilhava no alto e eu estava com Aslan, estávamos abraçados e olhando algo correndo na frente do mar, rindo e pulando nas ondas que quebravam na margem do mar.

Ambos estávamos felizes, com sorrisos amplos no rosto, olhando uma criança, a mais linda que eu já tinha visto, de cabelos negros e olhos dourados, que vinha em nossa direção, não devia ter mais do que cinco anos, os dentinhos brancos em um pouquinho pontudos, e seus traços lembravam os de Aslan.

Percebi alguns traços meus na criança, como os olhos que estavam com um dourado vivo, as veias que pulsavam um dourado fraco a cada minuto, e alguns mínimos traços no rosto eram iguais aos meus.

Ele parou na nossa frente e abriu a mãozinha, que continha várias conchinhas brancas, e ele ofereceu a mim.

“Mamãe, olha o que eu achei para você!” Como? Desculpa? Licença? Mãe? Mesmo eu em duvida abri minha mão, onde deveria ter a runa da visão e ele deixou as conchinhas e saiu correndo de novo.

Como assim ele ser meu filho? Observei-me e comecei a ver que eu não tinha mais runas, veias pretas saiam das minhas costas, pareciam um par de asas, e elas iam pegando cada parte do meu corpo lentamente, meus olhos estavam dourados agora, não existiam mais nenhum mel e nenhum vestígio de verde.

Minhas veias pulsavam loucamente com um dourado pálido e vi olheiras profundas de baixo dos meus olhos, eu estava mais magra e mais alta, meus cabelos ruivos não tinham o mesmo fulgor de antes, estavam opacos agora.

Aslan estava ao meu lado, do mesmo jeito, cabelos negros, só que maior, a barba por fazer, o que ele nunca deixava, e olheiras maiores ainda estavam em seus olhos, e ele olhava toda vez para o meu pescoço, olhando se as veias pretas estavam ali.

“Mason! Vamos embora! Mamãe não esta bem!” gritou Aslan e o garoto saiu da água e andou lentamente até nós, percebi que havia um anel em sua mão, e quando olhei para a minha vi o mesmo anel, pareciam um par de asas entrelaçados.

As veias pretas chegaram a minha garganta e uma ardência louca começou, eu não conseguia respirar, e aquilo saia rasgando tudo.

Sai do abraço de Aslan e comecei a tossir algo parecido que tinha no conteúdo do cálice de Jonathan, Aslan e Mason ficaram ao meu lado gritando, até que o veneno chegou ao meu coração e uma dor insuportável me invadiu, fazendo-me acordar.

Acordei com dificuldade e olhei para minha mão esquerda, procurando a minha runa da visão e quase morri de alivio quando vu que minhas runas estavam ainda em mim.

Olhei para o lado e vi Aslan dormindo e um medo irracional tomou conta de mim, eu não queria chegar perto dele, um dia ele me mataria, sendo ou não intencional.

Foi um sonho idiota! Ele nunca iria te matar, acorda Annabeth!

A visão de eu me afogar no veneno me assombrou, uma camada grossa de gelo cobriu todo o meu corpo, não consegui respirar de novo, e me arrastei para a ponta da cama, saindo mais perto dele o possível.

“Para com isso, Annabeth!” sussurrei para mim mesma e acidentalmente o acordei, e o medo ficou mil vezes maior em mim.

Ele estava com um sorriso lindo, mas quando viu minha expressão, ele ficou confuso.

“Hey, o que foi Anjo?” ele perguntou carinhoso, e minha voz saiu em um sussurro, o medo havia congelado todos os meus movimentos, a minha mente gritava para eu sair correndo do quarto.

“É que...” eu decidi falar a verdade, ele sempre me deu segurança, mas minha voz falhava enquanto eu falava, eu contei o sonho, e a expressão dele ia se tornando mais sombria.

Quando terminei de contar o sonho, eu estava me sentindo um pouco mais leve, só que respirar estava ficando mais difícil ainda.

“Você esta com medo de mim?” ele sussurrou triste e forcei-me a me aproximar dele e abraçar ele, quando eu o abracei o gelo se derreteu e o medo ficou trancado em um cantinho em minha mente e ele me abraçou forte.

“Quando anjos tem algo com nephilins, surge uma raça mais forte de nephilins, e a mãe não sofre dano algum.” Ele sussurrou e o medo que estava trancado se dissolveu.

Arrependi-me amargamente por deixa-lo triste, não era minha intenção, é que alguém estava brincando com a minha mente e me enviando essas coisas, e a única pessoa que tinha acesso livre em minha mente era Sebastian.

“Desculpa-me, Aslan. Alguém esta brincando comigo.” Eu sussurrei e ele me beijou suavemente, seus lábios estavam macios e quentes contra os meus, e ele me abraçou mais forte e beijou meu pescoço e sussurrou baixinho.

“Eu nunca irei colocar sua vida em risco, mesmo que signifique que terei de jogar meus desejos fora.” Eu sorri e assenti, eu não sei por que fizeram eu ter pavor de Aslan, ele sempre me deu segurança, e eu sabia que ele arriscaria a existência dele para me ver bem.

Vários trovões cortaram a noite, e Aslan ficou rígido, seus músculos ficaram tensos, nunca imaginei que ele pudesse fazer isso, ele soltou um rosnado baixo ameaçador, e eu quase morri de medo, ele nunca tinha ficado assim na minha frente,

Ele se levantou e vi que suas roupas em algumas partes estavam queimadas, a camisa dele estava preta de queimado, e suas calças na barra também estavam torradas.

Seus olhos passaram de verdes suaves para azuis elétricos e olhei admirada, ele nunca me mostrou que podia mudar a cor dos olhos, muito menos fazer faíscas saírem saltando de seus olhos azuis.

“Aslan, você esta bem?” perguntei e me levantei, procurando a roupa que Clary havia deixado para eu me trocar assim que acordasse.

Achei uma calça jeans azul e uma blusinha preta que ficou larginha em mim, coloquei os meus lindos All Star de couro e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo.

As minhas feridas deram algumas pontinhas de dor quando eu terminei de prender o cabelo, mas eu estava nervosa demais com o Aslan, que parecia o Asa Noturna, só precisava dos bastões de choque, a roupinha azul marinho sexy dele, a mascara no rosto e well done, temos um Asa Noturna no meio do meu quarto. (Asa Noturna é um super herói dos quadrinhos da DC Comics. http://4.bp.blogspot.com/_-_onbIry268/TFRLf1Gu0VI/AAAAAAAABbI/UiyYwuwfqGM/s400/ShowImage.aspx.jpeg)

“Tem um anjo dentro dessa casa, posso sentir ele.” Aslan sibilou e eu falei apressadamente.

“Ok, Dick Grayson, eu vou resolver a situação!” eu o chamei pelo nome verdadeiro do personagem do Asa Noturna e fui até o armário, pegando uma longa lamina de serafim e sai do quarto, deixando Aslan se fritar de raiva.

Sai correndo pela escada e infelizmente tinha um anjo parado na porta de casa, ninguém estava em casa, pelo visto, por que ele jogou a porta longe, então a situação estava bem critica.

“Primeiro aprenda a bater na porta quando vai à casa de estranhos.” Eu falei e andei na direção dele, e continuei falando. “Segundo, você não é bem vindo à minha casa, então some daqui.”

Eu parei a um metro de distancia, o anjo era muito alto, tinha cabelos ruivos, olhos pratas e um físico bem forte, me fazia parecer uma formiguinha ao lado dele, mas mesmo assim, continuei com a minha postura arrogante, apoiei-me na longa lamina de serafim e fiquei olhando para o anjo.

“Eu estou procurando por...” ele começou a falar, mas eu o cortei e continuei.

“Ta certo, você esta procurando por Baruch, mas tenho a péssima noticia de que hoje ele esta, digamos que, bem ocupado para ter encontros românticos com você” eu falei e o anjo se inflamou de raiva, eu tinha que brincar um pouquinho com ele, se não, não haveria graça nenhuma.

“Garota, saia do meu caminho. Ele tem que voltar para o céu antes que comecemos uma guerra entre nós mesmo. Ele é muito importante lá em cima.” O anjo disse e me neguei a acreditar, por um bom tempo, ninguém procurou por ele, por que misteriosamente iriam sentir falta dele depois de todos esses anos?

“Ok, certo. Então virei a Jessica do The Last of Us.” Falei sarcasticamente e o anjo ficou com confuso e eu perdi a minha paciência e apontei a lamina no peito do anjo.

“Em todos esses anos que ele sumiu ninguém veio procurar por ele, e, por favor, já fui treinada para arrancar suas lindas asinhas brancas, então se você não sair daqui, não irá mais voltar para casa.” Eu falei ameaçadoramente e o anjo riu com a minha ousadia.

“Eu te mato apenas com um soco, garota.” Ele disse e foi a minha vez de rir com a ousadia dele.

“Então vamos ver.” Falei e o anjo veio para cima de mim, gritei um nome muito estranho para minha lamina que brilhou e me esquivei de seu ataque, mas fiquei despreparada para a outra investida dele, que bateu em cheio no meu ombro esquerdo.

Trovões rugiram ainda mais altos no céu, e um caiu na frente da porta de casa, chamuscando as graminhas.

“Não encoste mais na minha Nephilim.” Disse um Aslan que eu não conhecia, sua voz estava ameaçadora.

Várias descargas elétricas caíram na frente de casa e ele desceu as escadas lentamente, acompanhado de um lobo gigante feito de raios, ele era inteiro azul, seus olhos eram esferas prateadas que arrepiaram minha alma, e o lobo veio ao meu lado, de quatro ele era do meu tamanho.

Ele esfregou o seu focinho em meu rosto, a procura de carinho, mas eu estava estarrecida demais para fazer algum movimento.

COMO UM LOBO GIGANTE FEITO INTEIRAMENTE DE RAIOS ESTA NA MINHA CASA!!?? E COMO ASLAN VIROU ZEUS!!??

Aslan fez um movimento brusco com a mão, um raio atingiu o anjo pelas costas, fazendo as penas brancas dele queimarem, o anjo se ajoelhou em agonia.

“Baruch, você tem que voltar para casa. Por favor, pare com isso! Eu sou seu irmão!” o anjo falou e Aslan riu friamente e ficou parado na frente do anjo.

“Você deixou de ser meu irmão quando bateu na minha Nephilim, Castiel.” Ele falou e jogou mais uma descarga elétrica no anjo, fazendo as roupas de Castiel pegarem fogo.

“Saia dessa casa e nunca mais volte para me procurar.” Aslan ordenou e Castiel assentiu, seus olhos estavam transbordando de raiva, mas mesmo assim, viu que Aslan era mil vezes mais forte que ele, então o anjo saiu da casa e começou a voar contra o céu tempestuoso.

“Você esta bem?” Aslan veio do meu lado e o lobo gigante relaxou, se deixando atrás de mim.

Ele abaixou a blusa e viu o hematoma gigante que estava em meu ombro fazendo-me sair do estado de choque e berrei para ele.

“COMO VOCÊ VIROU O TODO PODEROSO ZEUS DO DIA PARA A NOITE E COMO UM LOBO GIGANTE DE RAIOS ENTROU NESSA CASA!?” gritei assustada e nesse lindo momento Clary, Jace, Will, e companhia entraram em casa e Jace gritou cheio de raiva.

“COMO ASSIM TEM UM LOBO GIGANTE NA MINHA CASA! ANNABETH LIGHTWOOD!” ele gritou e eu me encolhi, eu tava na merda, e para ajudar o lobo se sentou do meu outro lado e apoiou a sua cabeça gigante na minha cintura.

Eu estava muito ferrada e Jace gritou ainda mais quando viu Aslan.

“ANNABETH LIGHTWOOD, O QUE ESSE ANJO CAÍDO ESTA FAZENDO AQUI DENTRO DA MINHA CASA!!??”