Inimigos Coloridos escrita por Harry Jackson Everdeen


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Quem demorou muito pra postar? Se você respondeu que fui eu, parabéns.
Eu estava em uma semana cheia de provas, mas lógico que não justifica tudo. Não conseguia escrever nada e o capítulo está mais ou menos. Resumindo: uma mértila, um plong.
Sim, estou lendo Maze Runner. Vou terminar o segundo hoje.
Boa Leitura.



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Nico ficou um pouco mais atencioso depois daquele dia. Como sua irmã lembrava o cheiro de um perfume?! Ele não saberia responder, mas o melhor que podia fazer era tomar mais cuidado dali por diante. O inverno já estava indo embora, e com ele as férias. Andava com Zoe em um parque novo. Eles foram uma volta por ai e acharam um parque, e decidiram ficar por ali mesmo. Tudo estava ótimo, exceto pelo fato de que Zoe não calava a boca.

– Mas, sério Nico, ele está começando a me encher. Não aguento mais.

Nico parou o skate e olhou sério para a amiga.

– Olhe aqui, se você não parar de falar dele, eu vou lá busca-lo para te encher ainda mais.

Ela finalmente calou-se. O moreno percebeu que tinha sido muito grosseiro.

– Me desculpe. – disse, coçando a nuca. – Eu sei que o Will é um chato, mas ele, sobretudo, te irrita por um motivo, e você sabe por que.

– Ele é um mulherengo! – exclamou Zoe.

– Mas gosta de você. – respondeu Nico. – E muito. Ele também me irrita, porque fica falando de você o dia inteiro.

A morena hesitou. Não gostava de Will daquele jeito. Eles eram ótimos amigos, não queria estragar a amizade. Já refletira várias vezes, ponderando em ter uma conversa séria com o Solace. Mas, sempre que tocavam no assunto, ele se desviava, mudando de assunto. E também havia outra complicação naquela história. Algo que só o pai sabia.

– Vai ter uma festa de um amigo da minha sala. Quer ir? – questionou Nico, agora mais calmo.

Zoe negou com a cabeça e imaginou que Nico tivesse visto, pois não refez a pergunta.

Não mencionou mais nada referente ao garoto loiro. Primeiro porque não queria se estressar com aquilo, e segundo porque não queria chatear o amigo que parecia mais calmo agora. Continuaram a andar, em total silêncio, pelas ruas de New York, de volta para suas devidas casas.

...

Percy andava até sua casa. Fora dar uma volta pelo Central Park porque não tinha ideia melhor na mente, já que Annabeth estava se preparando para a volta das aulas. Essa era a parte ruim de namorar a garota mais inteligente do colégio. Mas, como eu havia dito, andava de volta à sua casa, ajudar a mãe ou qualquer coisa do tipo, quando o celular vibrou em seu bolso.

– Alô?

– Percy, sou eu.

– Ah, oi pai. Tudo bem aí no Hawaii? – questionou.

Poseidon havia recebido uma proposta: ir para o Hawaii para alguma coisa relacionada a barcos. Percy não tinha entendido direito, mas parecia que a empresa de seu pai queria estabelecer uma maior economia com o Hawaii ou um problema havia ocorrido com uma empresa acionista muito importante que deveria ser resolvido o mais rápido possível. E chamaram o velho Jackson para tal tarefa.

– Tudo certo. Você está em casa?

– Não.

– Estu tentando ligar lá, mas ninguém atende. Passa lá um pouco, filho. Pra ver se sua mãe está bem.

– Já estou indo.

– Ok.Tenho que ir. Tchau.

Poseidon desligou. Ele era atencioso, um bom pai. Bem, mas ao seu modo. Um pouco mais apressado, Percy chegou em casa arfando. Entrou, quase tropeçando no tapete de entrada, e gritou pelo nome da mãe. Nenhuma resposta. Olhou por todo o canto da casa e nada de Sally. Então, foi para o quintal, que não era muito impressionante. O gramado era bem verde, pois sua mãe adorava cuidar do jardim, e principalmente de seu canteiro. Flores de todos os tipos: vermelhas, amarelas, roxas e brancas. Poderia ficar várias horas tentando nomear a todas. Havia uma árvore mais ao canto, com um balanço de madeira que a muito não era usado. Uma mesa de madeira ficava perto do canteiro com três cadeiras ao redor. Duas estavam ocupadas.

Sally ria alto e quando viu Percy pediu para se aproximar. Na outra cadeira estava Annabeth. O que aquela garota estava fazendo ali?

– Hã... – balbuciou Percy, de cenho franzido.

– Filho, o que faz aqui tão cedo? – questionou Sally, ainda com um sorriso largo no rosto.

O moreno coçou a nuca.

– Falei com o papai ainda agora. Ele disse que havia ligado aqui e que ninguém atendeu. Fiquei preocupado.

– Está vendo, Sally. Ele é um menino atencioso. – disse Annabeth.

– Eu sei que ele é atencioso, minha querida. – respondeu Sally, com um olhar estranho dirigido à loira. – Estávamos falando de você, Percy.

– Tá. – murmurou Percy.

Annabeth puxou a outra cadeira e bateu no acento, sinalizando para que o moreno se sentasse. Assim ele o fez, e depois de devidamente confortável, ergueu uma sobrancelha para a namorada, em claro sinal de dúvida.

– Hã... posso perguntar o que veio fazer aqui? E por que me disse que iria estudar?

– Eu queria conversar com você. E eu estudei, Cabeça de Alga. Mas quando começou a ficar muito entediante, resolvi passar aqui. Não te encontrei, mas Sally estava fazendo cookies e eu não pude ir embora. Sentamos e conversamos muito. – respondeu Annabeth.

– E comeram cookies. – completou Percy.

– Sim. – disse a Sra. Jackson.

– E sobrou algum? – questionou o moreno.

Os três riram, e, enquanto Sally ia até a cozinha buscar os biscoitos, Percy roubou um beijo de Annabeth. Ela sorriu.

– Um oi direito. – disse Percy.

A mãe dele voltou um minuto depois, com uma bandeja com vários biscoitos de chocolate, com enfeites azuis em alguns. Percy pegou logo um dos azuis e mordeu metade. A conversa variava. Ora falavam sobre política – um assunto em que Percy boiava geral -, ora sobre fofocas de gente famosa – ele também boiava nesse -, coisas banais.

Sally, depois de muito tempo conversando com Annabeth sobre algum galã do cinema enquanto Percy comia mais alguns cookies, se retirou da mesa, com o pretexto de ligar para o marido. Entrou pela porta de vidro que dava na sala e sumiu de vista depois das cortinas. Depois de um tempo de silêncio, Percy comentou.

– Isso aqui tá muito bom!

A loira riu, concordando com a cabeça.

– Sua mãe tem mãos mágicas, Cabeça de Alga.

Concordando, o moreno terminou de comer o cookie e já estendia a mão para pegar outro, mas Annabeth lhe deu um tapa. Ele olhou-a em claro sinal de confusão.

– Não quero que fique gordo. – disse simplesmente.

– Ai.

Limpou a mão cheia de farelos na calça e respirou fundo. Percy gostava de momentos assim. Descontraídos, divertidos. Olhou para a loira e viu como era bonita – lógico que ele já sabia disso há muito tempo, mas parecia que essa beleza se intensificava mais e mais. Braços e pernas bronzeados, o cabelo louro agora dourado pela frestinha de sol que saía por entre as nuvens, e os olhos... aqueles olhos cinzentos como uma tempestade que hipnotizavam qualquer um que os olhasse. Não vou nem falar do sorriso, pois se não ficarei o dia inteiro escrevendo aqui.

– O que foi? – questionou.

Percy sorriu, ainda a encarando, até que percebeu o que fazia e ficar completamente vermelho.

– Nada. – respondeu, soltando uma risadinha nervosa. – É que... você... – começou a gaguejar fazendo-a rir.

– Tudo bem, não precisa responder. – disse Annabeth, olhando fixamente para ele.

Para mudar de assunto, o moreno mencionou a coisa mais improvável que ele diria se não estivesse com tanta vergonha por ser flagrado. Escola.

– E ai, você disse que estudou.

– Ah, sim – Annabeth saiu de seu estupor, voltando à realidade. – Você não vai gostar de nada.

Eles riram. O celular de Percy vibrou e o garoto foi ver a mensagem que acabara de ser enviada por Nico.

– Af. O Nico não para de me encher o saco. Ele e a Thalia estão brigando como nunca e quem tem que suportar sou eu.

– Ela também fica mandando mensagens para mim. Duas em três mensagens são reclamações. – disse Annabeth que tinha até desligado o celular uns dias atrás por conta das mensagens da amiga. - Sinceramente, depois do que aconteceu semana passada, não sei como eles poderiam brigar mais.

– Pois é. – concordou Percy.

Uns dias atrás, um colega da sala deles deu uma festa e chamou todo mundo. Resumidamente, Nico bebeu muito e, de uma hora para outra estava em uma briga com Luke. O loiro mandava-o sair de perto dele e o moreno explodiu, dando-lhe um belo soco na cara. Luke foi para cima de Nico, e quando Thalia foi tentar separar os dois, Nico xingou a garota aos quatro ventos, chamando-a de prostituta e um monte de outras bobagens. Nico apanhou de Luke e Thalia, essa que ficou extremamente mal depois de tudo.

Pensando nisso tudo, Annabeth disse:

– Nossa, o Nico pisou feio na bola. A Thalia ficou muito chateada.

– Eu estava pensando na mesma coisa. Conversei sério com ele depois. Ele chamou ela de prostituta. – Percy negava com a cabeça. Recebeu outra mensagem. Ignorou.

– Espero que eles se entendam. – comentou Annabeth.

– Se eles não se entenderam até semana passada, nunca mais vão ter essa oportunidade.

E com esse pensamento em ambas as cabeças, ficaram em silêncio até Sally voltar.

...

Thalia despertou atrasada.

Era o primeiro dia de aula para o ultimo ano e começou com um humor daqueles. Tomou uma ducha – que por um acaso estava muito fria – e, depois de muito xingar seu chuveiro, trocou-se. Saiu do quarto e foi direto para a porta que levava ao corredor do andar, quando Natalie a parou.

– Estou atrasada, Nat. – disse a morena.

A mulher não disse nada, apenas jogou uma maçã à Thalia e acenou em despedida. A morena saiu correndo em direção ao elevador e por sorte o pegou aberto. Ao chegar a garagem, pegou o carro e pisou fundo no acelerador, fazendo muitas pessoas reclamarem, e Thalia mostrar o dedo do meio.

Chegando ao colégio, o sinal havia acabado de bater. É, ela estava fodida.

Sabia que a primeira aula era com Élio, um cara com uma bipolaridade tão intensa que não se podia esperar nada, apenas o pior. Correu pelos corredores, com o barulho de seu All Star incomodando seus ouvidos. Ao ver a porta ainda aberta, percebeu que tinha esperança. Apertou o passo e ao virar para entrar na sala, trombou em uma parede.

Tá, não era uma parede, mas as costas do garoto eram bem musculosas.

– Mas que merda... – se preparava para xingar o senhor das costas de parede quando ele virou-se, e todas as palavras se perderam em sua garganta. Ah meus deuses!

Sua boca ficou entreaberta, suas sobrancelhas erguidas e devia estar mais pálida que o de costume. Não podia ser. O que ele estava fazendo ali?! Sentiu vários olhares, que esperavam uma briga ou qualquer coisa. Mas a morena sentiu principalmente o de Annabeth e imaginava o quão vermelha a loira estava.

– Ora, ora. Thalia Grace. – aquela voz lhe arrepiou até o ultimo fio de cabelo. Era suave e estressada ao mesmo tempo. Ele tinha um sorriso no rosto, mas Thalia sabia o quão maldoso era aquele sorriso. Nunca se esquecera. – Ou você prefere Lia.

– Ahn, Senhorita Grace. –disse Élio. A morena nem tinha reparado que o professor já estava na sala. – Você está atrasada. E, bem, vejo que já conhece o novo aluno.

– Ex-aluno, Senhor. – disse, ainda olhando para os olhos azuis de Thalia. – Fiquei afastado por um tempo.

O professor Élio estava prestes a dizer alguma coisa, mas quando ele abriu a boca, alguém tromba com Thalia, assustando a morena.

– O que você está fazendo aqui parada, Grace? – questionou Nico. No mesmo momento, arrependeu-se de ter falado de forma tão grosseira.

Thalia nunca tinha ficado tão feliz em ver aquele mongoloide. Finalmente, deixou a tensão com o garoto - já muito bem conhecido - de lado e voltou-se para Nico com os os olhos faiscando de fúria. Lembrou-se de todos os xingamentos da festa da semana passada e ficou com raiva suficiente para quase, quase, o socar.

– Qual é, di Angelo?! Eu fico aonde eu quero quando quero!

Nico ergueu uma sobrancelha e negou com a cabeça. Estava com o olhar distante.

– Tá. Desculpa.

O professor, agora roxo, gritou:

– Sentem-se os três!

Thalia foi a primeira a se mover, indo sentar-se atrás de Annabeth. Quando passou do lado da loira, sentiu-a segurar-lhe e aperta-lhe a mão. Sentou-se meio grogue, a cabeça girava, as mãos tremiam. Aquele era o pior dia de sua vida.

Ethan Nakamura estava de volta.


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Notas finais do capítulo

Eu não sou de fazer isso, mas vou abrir uma exceção dessa vez. Comentem, eu gosto de ler comentários sobre o capítulo. Sejam felizes ao me xingarem se não gostarem, sejam felizes ao me elogiarem. Só isso.
H.J.E