Inimigos Coloridos escrita por Harry Jackson Everdeen


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Muito mal pela demora, mas é que eu estava SEM NENHUMA IDEIA PARA O QUE ESCREVER. Sei lá, simplesmente não sai nada de bom. esse foi o melhor que consegui.
Espero que não me matem pelo capítulo.



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Thalia estava em um beco escuro. Suas mãos suavam. Suas pernas, trêmulas. Estava sendo perseguida até então e quando entrou em uma rua, acabou percebendo que não possuía saída. Havia três garotos, com capuzes. Ela não conseguia ver seus rostos, mas o simples andar pesado dos três, mostrava que não estavam de bom humor.

Thalia queria socá-los, mas parecia que não era ela que controlava seu corpo. O medo a controlava agora. Ela ficou estática, olhando de um por um. Logo, eles estavam a um metro dela e pararam aí. O garoto do meio usava um casaco de zíper vermelho, como sangue fresco, calças surradas e tênis pretos. O que estava à esquerda do rapaz de vermelho-sangue, usava um cinza escuro, quase preto, e suas calças eram brancas. O da direita era o mais ajeitadinho, mas também parecia o pior. Moletom completamente negro, calças negras também. Parecia uma sombra sem portador. O do meio estava com os braços cruzados em frente ao peito enquanto os outros com as mãos nos bolsos dos moletons. Ele parecia o chefe.

– Olá, amorzinho. – falou o do meio. Sua voz era familiar para Thalia, mas ela não raciocinava direito.

– O que você quer? – ela disse. Queria parecer forte, mas sua voz mal saiu.

O do meio deu uma risada debochado pelo nariz.

– Não é óbvio? – perguntou ele, mas não deu tempo para ela responder. – Quero você de volta.

Ele deu dois passos à frente, chegando cara a cara com ela. Thalia olhava para o chão, mas ele vez ela voltar a olha-lo. Ele deu um sorriso, o que era a única parte do rosto visível. Seu sorriso era lindo, mas perturbador. Ela sentiu um cheiro tão familiar quanto a voz. Tomou coragem, levou a mão ao capuz - embora fosse estupidez fazer isso nas devidas circunstâncias - , tirando-o em seguida. Ele nem sequer se moveu. Apenas sorriu com a expressão que a garota a sua frente fizera.

– O que... – ela iria questionar algo, mas o garoto foi mais rápido. Deu-lhe um beijo.

O que ela sentiu? Nojo. Isso define tudo. Ela tentava se soltar, socando-lhe. Mas ele a pressionava contra a parede e seu corpo. Não contendo toda a raiva, Thalia mordeu, mas mordeu forte, o lábio inferior do garoto. Ele a soltou e passou a mão na boca, surpreso e com ódio.

– É, minha linda, - limpou mais uma vez o sangue que escorria do canto de sua boca. – Parece que você não mudou tanto, não é?

Ele levantou a mão. Iria dar-lhe um tapa forte, pois as veias do pulso estavam saltadas. Thalia se preparou para a dor, mas ela não a encontrou. Abriu os olhos, depois de perceber que os havia fechado. Então viu algo que, realmente, não esperava.

O de moletom negro estava em sua frente, de costas para ela, protegendo-a com o tronco e os braços. Já o de cinza, brigava feio com o de vermelho, que agora, estava todo esfolado. O de cinza parou quando o de negro lhe advertiu, falando que já estava bom. Então, o de vermelho se levantou. Seu rosto estava horrível. A boca estava toda ensanguentada, o nariz parecia quebrado e seu único olho estava muito roxo.

– Você ainda volta para os meus braços, Thalia Grace! – ele falou, sério.

– Vai sonhando, Nakamura! – o garoto de negro tirou as palavras da boca de Thalia.

Ethan Nakamura saiu, pisando firme, e depois virou a rua e desapareceu. Os dois garotos restantes se olharam, e não pareciam muito felizes. O rapaz que protegia Thalia, logo saiu de sua guarda e ficou frente a frente com o rapaz de cinza. Pareciam raivosos um com o outro, e era isso mesmo. Começaram outra pancadaria.

O de cinza deu o primeiro soco, que foi na barriga do outro. O de negro se vergou para frente e o de cinza tentou lhe dar uma joelhada no rosto, mas o de negro parecia estar esperto. Segurou o joelho antes que fosse de encontro com seu rosto, depois deu-lhe uma rasteira, fazendo o de cinza cair de costas. Ele deu um gemido de dor. Logo, o rapaz de negro estava em cima dele, desferindo socos no rosto do rapaz de cinza.

Thalia gritava, descontroladamente para pararem, mas não era louca o suficiente para segurar o braço do rapaz que socava. Gritou mais alto desta vez e desabou no chão, chorando. O garoto de negro parou. Ele olhou para Thalia, e, percebendo que a mesma chorava, se levantou e foi até ela. Suas mãos doíam, talvez um dedo estivesse quebrado. Ele sentou-se ao lado dela e pediu-lhe desculpas.

Eles se olharam, mas Thalia não conseguia ver quem era. Levou a mão até o capuz, mas o garoto segurou sua mão antes que ela tirasse sua máscara. Houve um corrente elétrica com esse simples tocar e a Grace recuou a mão.

– Vocês estavam brigando por que... como se fosse uma disputa? – ela perguntou. O rapaz se mover desconfortável e assentiu. Olhou para o outro, que jazia no chão, mas que já começava a recobrar a consciência. – Disputavam o quê?

– Você. – respondeu simplesmente, ainda olhando o garoto de cinza.

Thalia o olhou, atônita.

– Quem é você para ter a ousadia de disputar por mim, idiota?! – sabia que era perigoso falar assim, mas não conseguiu controlar sua raiva.

Para a surpresa dela, ele riu e negou com a cabeça.

– Ainda não sabe quem todos nós somos, Grace? – perguntou a voz, mas agora parecia distante.

Tudo começou a ficar embaçado, virando névoa. A última coisa que viu foi o rapaz de negro tirando o capuz, revelando assim seu rosto.

– Que sonho esquisito. – murmurou Thalia para si, ainda olhando o teto com o computador no colo.

Deu de ombros, não iria ligar muito pra isso. Ficou a tarde toda assim, pensando em nada e não fazendo nada. Apenas com a lembrança de dois olhos incrivelmente negros que estavam escondidos debaixo do capuz.

...

– Percy, você não vai falar quem é? – suplicou Annabeth, fazendo cara de cachorrinho que caiu do caminhão da mudança.

Quase, QUASE, que Percy cai, mas ele estava mais esperto. E isso era um milagre.

– Não, Sabidinha.

O moreno e a loira estavam na imensa casa do Jackson, sentados no sofá com Percy deitado nas pernas de Annabeth, esta que fazia cafuné em seus cabelos negros. Devido à resposta dele, a loira parou o cafuné e cruzou os braços diante ao peito. Percy suspirou e completou:

– Calma, loirinha. – ele se sentou e ficou cara a cara com ela. – Amanhã a banda vai tocar na escola. Aí você descobre quem é o guitarrista.

Ela ficou olhando para frente, fazendo bico. Percy, tentado a isso, lhe deu um beijo de tirar o fôlego. Quando o ar se fez necessário, se afastaram, ofegantes. Depois, o moreno voltou a deitar nas pernas da loira, e ela lhe deu um tapa fraco na cabeça. Mas logo tornou a fazer cafuné.

– Você pode pelo menos me falar qual vai ser a primeira música? – ela perguntou.

– The Middle, Jimmy Eat World. – respondeu. Annabeth fez uma cara de confusa, mostrando que não conhecia. Então, ele começou: - Hey, don't write yourself off yet.
It's only in your head you feel left out or looked down on. Just try your best, try everything you can. And don't you worry what they tell themselves when you're away.

– Ah. Já sei. – falou Annabeth. – Inspiradora a música.

Percy riu. Sentou-se ao lado de Annabeth e a puxou para seu colo. Ela apoiou a cabeça no ombro esquerdo do moreno e agora ele era quem fazia cafuné nela. Ficaram em silêncio por um bom tempo, até que Percy quis saber:

– Desistiu de juntar a Thalia com o Nico?

Annabeth pensou um pouco. Não estava se esforçando para isso, ela nem se lembrava de seu plano na maioria das vezes que conversava com Thalia ou Nico.

– Ainda quero juntar esses dois. – respondeu por fim. – O Nico com toda a certeza quer ficar com ela, mas a Thalia...

– Não quer nem saber dele e é totalmente indiferente. – Percy tirou as palavras da boca da loira. – Antes de ontem, eu conversei com Luke por mensagem e ele me falou que ele e a Thalia estão, meio que, saindo. Ela comentou alguma coisa com você?

– Não. – respondeu. - Mas, você sabe, ela sempre teve uma queda pelo Castellan.

Percy concordou com a cabeça e continuaram a fazer carinho um no outro por um tempo. O moreno passou a pensar no dia seguinte, onde Nico estrearia com a banda, e não deixando de pensar na cara dos amigos. Isso o fez sorrir sozinho. Já Annabeth pensava em algum jeito de juntar a Grace e o di Angelo.

– Posso dar minha opinião? – perguntou Percy, e Annabeth franziu o cenho mas assentiu. – Eu acho que você deveria deixar quieto essa história do Nico com a Thalia. Eles que se entendam.

A loira nada respondeu, apenas fechou os olhos e ficou aproveitando o cheiro de maresia que seu moreno exalava.

...

Segunda-feira. Já era de começo de noite e Thalia estava terminando de se arrumar para ir para a escola. “Por que tem que ser na escola?”, murmurou pela milésima vez.

Mesmo assim, ela estava linda daquele jeito que só ela ficava. Estava com uma calça jeans colada preta, uma blusa de mangas compridas do The Beatles, subiu as mangas até a metade do antebraço, e usava vans cinza igual a cor da blusa. Sua maquiagem pesada estava presente, chamando a atenção para seus olhos.

Saiu de seu quarto, andou até a cozinha e tomava um copo de água quando Zeus adentrou o local e perguntou:

– Aonde vai?

Thalia levantou o dedo indicador para o pai, pedindo que esperasse. Terminou de tomar a água, colocou o copo na pia e respondeu:

– Festa de final de ano na escola. – deu de ombros, e estava prestes a sair quando o homem lhe fez outra pergunta.

– Mas, se é uma festa de final de ano, por que não esta vestida adequadamente?

Thalia, que estava de costas para o pai, revirou os olhos, mas não lhe respondeu com frieza nem desrespeito.

– Pai, é uma festa, não um baile. – respondeu, mas Zeus ainda tinha um semblante confuso. – Está mais para um show da banda, com todo mundo conversando e tomando refrigerante. Ah, e com o Sr. D reclamando de como fazemos barulho. Nada chiquê.

O senhor assentiu, lhe deu um beijo casto na testa e foi para o quarto. Thalia, estranhando o gesto de seu pai, deu de ombros, pegou o casaco de Nico – que estava em cima do sofá - e seguiu rumo à escola. Escutando Iron Maiden, chegou no "inferno exclusivo para adolescentes" - ou escola, como a maioria conhece - o mais rápido que já chegara. Tinha algumas pessoas, como Annabeth, Percy, Nico e Clarisse com Chris se abraçando. Sério, nunca que a Grace iria conseguir ver Clarisse toda calminha com um namorado, como se ela fosse normal. Mas, no ginásio, que era onde iria rolar tudo, havia outras pessoas, que Thalia não fazia questão de conhecer.

– Oi, Loirinha. Oi, La Rue. Oi... – ela pareceu pensar um pouco, enquanto olhava os meninos. – Oi, Bando de Macacos. – falou por fim, com um sorriso no rosto.

As três garotas riram das caras dos meninos, estes que estavam indignados e praguejaram alguns palavrões, mas logo as acompanhando nas risadas.

– Tá aqui. – Thalia estendeu o moletom pro di Angelo, este que pegou e saiu para encontrar um lugar onde guarda-lo.

Annabeth franziu o cenho, mas Thalia fez sinal de descaso e todos continuaram a conversar. Logo, todo o pessoal já estava lá e eles estavam perguntando para o pessoal da banda, quem era o guitarrista misterioso.

– Pessoal, vocês esperaram por tanto tempo, não dá pra esperar mais uns vinte minutos? – questionou Connor.

– Nem vinte minutos vão ter que esperar, porque, já temos que ir. – falou Rachel, indo para trás do palco.

O grupo se espalhou, o que Nico achou ótimo já que não queria que suspeitassem. Ele foi para trás do palco e o restante já estava lá, arrumando suas correias e afinando os instrumentos. O moreno de olhos negros fez o mesmo, mas perguntou algo que lhe intrigava.

– Quem é que cuida da iluminação?

– É o Ralf, do terceiro ano, mais dois colegas, Silas e Katherine. – respondeu Percy. Foi só ele falar o nome de Ralf, que o mesmo apareceu e olhou para Nico.

– Então é você. – falou o loiro, com um sorriso no rosto. – Eu nem imaginava que era você!

Nico riu e cumprimentou Ralf. Beckendorf perguntou se o efeito de luzes estava pronto e os outros olharam para o loiro de óculos, esperando uma resposta. O palco estava um breu e todos tinham combinado que, no inicio da primeira música, o primeiro holofote seria direcionado a Percy, depois para os restantes, deixando Nico e Beckendorf por ultimo, só para deixar o pessoal intrigado.

– Está tudo certo! – respondeu feliz, e empurrou os óculos de volta ao lugar, estes que insistiam em escorregar pelo nariz.

Todos formaram uma roda e fizeram uma prece. Subiram ao palco. Vou lhes explicar como era o palco. Ele era elevado até, mais ou menos, o peito de quem estava assistindo. Também tinha um outro andar um pouco mais elevado, onde ficava a bateria. Nico e Beckendorf subiram lá. Percy se posicionou na frente, com Rachel à esquerda e Connor à direita.

Por incrível que pareça, o moreno de olhos negros estava calmo. Estava se preparando porque seria o primeiro a começar a tocar. Esperou alguém falar nos altos falantes. O povo, que estava esperando o show começar, estava bem mais silencioso agora.

“Senhoras e senhores... não, muito brega.” O pessoal riu quando a voz de Ralf soou dos altos falantes. “Galera da Goode. Estão preparados?” recebeu um sim alto de todos. “Estão preparados?” de novo, sim, bem audível. “Com vocês, a banda eufórica e estonteante, The Rockers of Goode!” um viva foi audível e o show começara.


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